GENTES DE MELGAÇO
(micro biografias)
Por Joaquim A. Rocha
desenho de Luís Filipe G. Pinto Rodrigues |
TORRES, Miguel (Padre). Filho de António Joaquim Codesso Rodrigues Torres e de
Joana Maria Gonçalves [da Ribeira]. Neto paterno de Diogo Rodrigues Torres e de
Maria Rosa [Rodrigues] Fernandes Codesso; neto materno de Manuel Gonçalves [da
Ribeira] e de Maria Gonçalves, todos lavradores e pequenos proprietários.
Nasceu em Sante, lugar meeiro de São Paio e Paderne, a 3/1/1818. // Foi pároco de Cubalhão e abade colado em Rouças
desde 1868. // Não sei por que cargas-de-água foi armado «cavaleiro da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo». // Morreu
em Sante a 1/4/1899, apenas com o sacramento da extrema-unção, e com testamento;
o seu corpo foi sepultado no adro da igreja de São Paio. O “Jornal de Melgaço”
deu a notícia: «… sucumbiu no domingo de
Páscoa, na sua casa de Sante, São Paio, o reverendo Miguel Rodrigues Torres (…)
Era possuidor de avultados meios de fortuna, mas (…) a “senhora do bolo” foi
uma “governante” que tinha em casa há muitos anos, quando é certo que tem uma
infinidade de sobrinhos, aos quais deixou a “fabulosa” quantia de 50$000 réis a
cada um! Era o padre mais rico deste concelho, mas, apesar disso, achava-se
subsidiado pela Bula!» // Os do jornal não quiseram entender uma coisa: o
padre deixou uma filha, Maria Joaquina, gerada em Maria Rosa Domingues
Carvalho, a dita “governante”, natural da freguesia de Cubalhão, daí ter-lhe
deixado os seus bens. // Nuns apontamentos que o “Mário de Prado” deixou,
lê-se: {diz-se que para lhe mudarem a
burra das libras eram precisos dois homens de pulso rijo; isto além das muitas
propriedades rústicas de que era dono e senhor! Tudo foi, porém, desbaratado em
pouco tempo pela sua amante e herdeira, e a filha desta e do padre, o que prova
bem o rifão espanhol «los dineros del sacristan cantando se vienen, cantando se
van»}.
CARVALHO,
Maria Rosa. Filha de José Domingues de Carvalho e de Florinda Domingues,
lavradores, naturais da freguesia de Cubalhão. // Nasceu em Cubalhão por volta de
1846. // Foi governanta do padre Miguel Rodrigues
Torres, natural de São Paio, abade de Rouças. // Em 1908 tinha à venda todos os seus bens, pela
melhor oferta (Jornal de Melgaço n.º 727, de 26/3). // Faleceu na sua casa de morada,
sita no lugar de Sante, a 10/10/1908, com todos os sacramentos, com 62 anos de
idade, no estado de solteira, proprietária, sem testamento, com geração, e foi
sepultada no cemitério de São Paio de Melgaço. // A sua filha, Maria Joaquina,
gerada pelo dito padre Miguel Rodrigues Torres, casou com Manuel Marques,
natural da freguesia de Fiães; tiveram pelo menos um filho, Júlio Maximiano
Marques, nascido na freguesia de São Paio a 20/1/1901.
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