OS NOVOS LUSÍADAS
(tentativa de continuação de Os Lusíadas, de Camões)
Por Joaquim A. Rocha
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A
doença destruiu aquele povo,
Poucos
sobreviveram à chacina.
Em
nome de um deus e mundo novo
Mataram
lacaios, rei, e a sabina;
Os
que restaram foram para o covo,
Cumprindo
penas, sua cruel sina.
E
assim, privados da sua liberdade,
Transformam-se
em noivos da saudade.
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E
para quê, senhores, tanto castigo…
Que
mal fizera aquela pobre gente?
Naquele
sítio não havia mendigo,
Nenhum
ser maltratado ou indigente;
Todos
tinham sopa e persigo,
Um
sorriso nos lábios de contente.
Para
quê destruir quase uma nação,
Tratá-la,
como fatal maldição?
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Mais
tarde vieram os jesuítas,
No
alforge a evangelização;
Gente
fanática, vis parasitas,
Esmagando
virtude, sã razão.
Por
palavras, cem mil vezes reditas,
Impuseram
nova superstição.
E
pra que a coisa parecesse digna
Tornaram
a fé dos outros maligna!
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E
assim se foi criando um país,
Dezenas
de vilas, grandes cidades;
Mil
capelas, a igreja matriz,
Grossas
riquezas, imensas maldades.
Explorou-se
com ganas o maís,
O
café tornou-se rei das vaidades.
Muitas
escolas, e até colégios,
Surgiram,
e os muitos privilégios.
// continua...
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