sábado, 25 de abril de 2015



VINTE E CINCO DE ABRIL


Vinte e cinco de Abril
sinónimo de liberdade
esperança de melhores dias
amálgama de fé e ingenuidade
condenação em massa do regime fascista.

A rua, essa rua inundada de corpos,
de vontades, de ânimos, de creres!
Essa rua, cadinho da revolução,
essa rua que foi ilusão,
 a rua do povo, enfim!

Castelos, figuras, sonhos:
tudo caiu… na rua!
Mussolini, Hitler, Salazar, Franco,
e quejandos, foram espezinhados!
Doutrinas, estruturas
(aparentemente sólidas)
caíram. Para sempre?!
Vinte e cinco de Abril: um dia
igual a um sonho/realidade!

Vinte e cinco de Abril
que prevalece em espírito
e não falece a vontade de luta!
Rasgaste outros horizontes,
fizeste nascer rios e fontes
que correm ainda e correrão sempre!

Vinte e cinco de Abril
dos militares as armas
do povo a vontade
de onde nasce a unidade
que nada destruirá!

A semente foi lançada
a mente a fecundou
e formosa madrugada
a revolução d’Abril gerou!


1977


NOTA: no dia 25 de Abril de 1974 acordaram-me às três horas da manhã para me anunciarem que estava em curso uma revolução. Eu era nessa altura um jovenzinho e morava na Mouraria, Lisboa. Levantei-me da cama e fui a correr para a janela. Via-se movimento de tropas e ouviam-se alguns tiros. Logo que rompeu o dia fui para a rua, juntar-me a milhares de pessoas que festejavam o 25 de Abril. Felizmente tudo correu bem, não houve banhos de sangue, e dali a dias, no 1.º de Maio, fizemos uma estrondosa festa. 

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