segunda-feira, 20 de abril de 2015

PADRES POLÍTICOS EM MELGAÇO




VI



DOMINGUES, António (Padre Amigo). Filho de Manuel António Domingues e de Maria Rosa Marques, lavradores, residentes no lugar de Adavelha. Neto paterno de António Domingues e de Maria Rosa Domingues; neto materno de José Marques (do Senhor) e de Rosa de Almeida. Nasceu em Fiães, Melgaço, a 26/3/1884 e foi batizado na igreja católica a 28 desse mês e ano. Padrinhos: os seus avós maternos, lavradores, de Adavelha. // Foi pároco encomendado da freguesia de Paços, respondeu em tribunal por haver infringido a lei da separação entre Estado e Igreja Católica, sendo absolvido; transitou para Paderne, tomando posse a 18/2/1917, para suceder ao padre Manuel António de Sá Vilarinho, falecido a 19/1/1917. // Em Janeiro de 1918 foi escolhido pelo Governador Civil de Viana do Castelo para chefiar a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Melgaço. Os restantes membros eram: Francisco José Pereira, de Paderne, Bernardo José Domingues Salgado, de Prado, António Joaquim Esteves e José Augusto Teixeira, da Vila de Melgaço. Toda esta mudança, a suspensão da Câmara Municipal eleita, deve-se ao facto da revolta de Dezembro de 1917 ter vingado, levando Sidónio Pais ao poder; ele não confiava nas equipas camarárias recentemente eleitas, pensava que seriam hostis ao seu governo, e por isso suspendeu-as. Sidónio não teve muitos meses de vida, voltando tudo ao normal (ver Jornal de Melgaço n.º 1192, de 26/1/1918). // Faleceu em Paderne a 10/11/1962 (ver Notícias de Melgaço n.º 1453, de Novembro de 1962). 

     // Nota: com o padre "Amigo" dou por terminada esta série de padres políticos. Isto não significa que não haja mais, há, mas talvez não tenham tido a importância, a dinâmica destes seis. É bom não esquecer que Portugal era um país com muita gente analfabeta; o sacerdote estudara muitos anos no Seminário, adquirira alguma cultura, e por isso destacava-se no meio do povo rural e inculto. Por vezes eram solicitados pelos partidos políticos para fazerem parte das listas, alguns aceitavam outros não. Nem todos foram conservadores, alguns houve que defenderam a Primeira República com convicção. 

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