terça-feira, 27 de junho de 2023

GENTES DO CONCELHO DE MELGAÇO

(Freguesia da Vila, SMP)

Por Joaquim A. Rocha 



// continuação de 24/04/2023...


ARMADA, Amadeu Custódio. Filho de José Gomes Armada, funcionário das Finanças, natural de Paço Vedro de Magalhães, Ponte da Barca, e de Isabel Pureza Pereira da Rocha, professora, de Cousso, Melgaço. N.p. de Manuel Gomes Armada e de Rosalina de Jesus Soares; n.m. de Manuel Gonçalves da Rocha e de Claudina de Jesus Pereira de Araújo. Nasceu na Rua Nova de Melo, Vila, a 18/6/1955. // Aos três meses de idade foi com os pais e irmãos para a cidade de Braga. // Depois do ensino secundário ingressou na Faculdade de Medicina (confirmar), especializando-se em nutricionismo. // Casou a 25/7/1987 com Maria Lucinda Loureiro Afonso, em São Vítor, Braga. // Divórcio decretado por sentença de 23/10/2006. // Em 2013 morava na freguesia de São Vicente, Braga. 

 

ARMADA, Ana do Céu. Filha de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, moradores no Bairro do Carvalho, SMP. Neta paterna de Domingas Armada; neta materna de Josefa Fernandes. Nasceu na Vila a 14/2/1814 e foi batizada na igreja matriz dois dias depois. Padrinhos: Inácio José Pires e sua esposa, Ana Joaquina, residentes na Vila.

 

ARMADA, Ana Joaquina. Filha de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, moradores no Carvalho, intramuros. Neta paterna de Domingas da Armada; neta materna de Josefa Fernandes. Nasceu na Vila a 3/2/1831 e foi batizada na igreja três dias depois. Padrinhos: Diogo Manuel de Castro Sousa Menezes e sua irmã, Ana Joaquina de Castro.

 

ARMADA (*), Aureliano Cândido. Filho de Carolina da Glória Armada (ou Almada). Neto materno de Maria das Dores Armada (ou Almada). Nasceu por volta de 1874. // Emigrou para o Brasil. Em 1907 era comerciante em Pará, como sócio da empresa “Antunes & C.ª”. // Na sessão camarária de 31/7/1912 leu-se um seu requerimento, no qual solicitava licença para arrumar pedra, e mais matérial, próximo ao edifício da Câmara (Rua Direita), proveniente da reconstrução de uma casa na Travessa da Lage. // Tinha 38 anos de idade quando casou na igreja de SMP, a 2/12/1912, com Márcia da Conceição, de 26 anos de idade, filha de Maria Teresa Gonçalves (Picholas), de SMP. Testemunhas: Agostinho Gomes de Carvalho e Armanda Gomes de Jesus, representados por José António Abreu Carneiro, solteiro, e Manuel Regueiro, casado, de SMP; António Joaquim Antunes e Emília Augusta Antunes, representados por Secundino Augusto da Cunha e Aurélio Araújo Azevedo, solteiros, residentes na Vila. // Em 1916 já se encontrava novamente no Brasil; nesse ano a antiga firma Antunes & C.ª, da qual ele fazia parte, entrou em liquidação, de acordo comum entre os sócios, que iriam tentar outro ramo comercial. Por essa altura foram batizados num igreja de Pará dois filhos seus e da esposa: Lauro e Arminda (Correio de Melgaço n.º 188, de 27/2/1916). // Nesse ano de 1916 visita a terra natal (Correio de Melgaço n.º 194, de 9/4/1916). // Em Dezembro de 1917 embarcava novamente para Pará (JM 1186, de 8/12/1917). // Faleceu em Pará, Brasil, em Agosto de 1945. /// (*) Ele assinou Almada! (ver Jornal de Melgaço n.º 748).

 

ARMADA, Bento José. Filho de Salvadora Armada, solteira, de Arnoia, Ourense. Neto materno de Bártolo Armada e de Escolástica Carpinteira, galegos, todos moradores em Melgaço. Nasceu a 23/11/1780 e foi batizado na igreja matriz 27 desse mês e ano. Padrinhos: Bento José ------------, da 7.ª Companhia do Regimento de Valença, natural de Santa Leocádia de Pedra Furada, e Isabel Ventura, solteira, da Vila. // (ver Bento José Dias).

 

ARMADA, Cândida Júlia. Filha de João António Rodrigues Armada e de Maria do Carmo Garcia (Vasques de Puga), moradores no Rio do Porto. Neta paterna de Manuel Rodrigues Armada e de Custódia Maria Gonçalves, residentes na Vila de Monção; neta materna de Rozalia Garcia, solteira, da freguesia de São Nicolau, Alicante, província de Valência. Nasceu em SMP a 4/8/1845 e foi batizada na igreja a 12 desse mês e ano. Padrinhos: Joaquim Vasques de Puga, de Cecriños, e Ludovina Rosa de Abreu Cunha Araújo, da Casa do Rio do Porto. // Teve uma filha, gerada por Inocêncio Augusto Pedreira, de Monção, empregado da Alfândega (*), de seu nome Cândida Augusta, nascida no lugar de Sante, concelho de Melgaço, a 9/5/1873, em casa de José Maria Domingues, a qual faleceu em Monção a 17/2/1933. // Tia de Alberto Armada. /// (*) Em 1876 encontrava-se na Alfândega de Serpa e por ter sido exonerado foi substituído por Gaspar de Brito e Rocha.  

 

ARMADA, Carolina da Glória. Filha de Maria das Dores Armada, viúva, moradora intramuros. Neta materna de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, todos da Vila. Nasceu a 12/11/1851 e foi batizada a 15 desse mês e ano. Padrinhos: Caetano Celestino de Sousa, mordomo da igreja, e Maria Josefa Calheiros (cunhada da mãe da criança), da Vila. // Mãe de Aureliano Cândido.  

 

ARMADA, Elvira da Purificação. Filha de Carolina da Glória d’Armada, moradora na Vila. Neta materna de Maria das Dores d’Armada. Nasceu no Carvalho, SMP, a 17/1/1889, e foi batizada a 24 desse mês e ano. Padrinhos: Luís da Purificação e Elvira Joaquina Fernandes, solteira, todos serventes, de SMP. // Casou na Vila de Melgaço a 3/8/1915 com António Luís, de São Paio, filho de Manuel Alberto Fernandes e de Carolina Augusta Pires. // Ambos faleceram na Vila: o marido a 8/3/1951 e ela a 5/8/1963.    

 

ARMADA, Francisca Josefa. Filha de Josefa Antónia Armada, moradora no Carvalho, Vila. Neta materna de Bártolo Armada e de Escolástica Carpinteira, de Arnoia, Ourense. Nasceu a 18/1/1797 e foi batizada na igreja de SMP a 22 desse mês e ano. Padrinhos: José Bento da Costa e Joaquina Antónia, ambos da Vila. Testemunhas: António Xavier Torres Salgado e MPF, mordomo.

 

ARMADA, Francisco Maria. Filho de Joana Cândida Armada, solteira (*). N.m. de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, do Carvalho, Vila. Nasceu a 18/4/1844 e foi batizado na igreja dois dias depois. Padrinhos: Francisco José Gomes (pároco?) e Maria João Evangelista (de S. José Soares?), todos da Vila. /// (*) Casou posteriormente, tendo a criança sido legitimada.

 

ARMADA, Inácia Josefa. Filha de Maria Manuela de Armada. Neta materna de Bártolo de Armada e de Escolástica Carpinteira, de Arnoia, Galiza. Nasceu em SMP a 28/1/1780 e foi batizada no dia seguinte. Padrinhos: Manuel José Gomes, clérigo de prima tonsura, e Josefa Antónia, casada com Gaspar Pereira da Gama, ambos da Vila. Testemunhas: padre Caetano José da Cunha Araújo e o mordomo da igreja, Manuel Pedro Fernandes. 

 

ARMADA, Joana Cândida. Filha de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, moradores no Carvalho, SMP. N.p. de Domingas Armada, solteira, galega; n.m. de Josefa Fernandes, solteira. Nasceu a 1/5/1820 e foi batizada na igreja de SMP dois dias depois. Padrinhos: João António de Abreu Cunha Araújo, solteiro, do Rio do Porto, e tocou como madrinha Luís Manuel Pinto, residente na Vila.   

 

ARMADA, João Álvaro. Filho de João António Rodrigues Armada e de Maria do Carmo Garcia (Vasques de Puga). Nasceu em SMP por volta de 1830. // Emigrou para o Brasil em 1844, onde foi comerciante no Rio de Janeiro. Nesse país recebeu uma comenda. // Comprou, por procuração, ao comendador Carlos João Ribeiro Lima, algum terreno contíguo ao quintal da casa de seus pais, sita no Rio do Porto. // Um seu filho, de nome Alberto, faleceu no Porto, em Janeiro de 1890; frequentava, nessa cidade, o 2.º ano da Escola Médico-Cirúrgica; deixou fama de poeta delicado.     

 

ARMADA, João António. Filho de Manuel Rodrigues Armada, de Vila Real, e de Custódia Maria Gonçalves, de Vila Verde. Nasceu em (Loureira, Vila Chã) Vila Verde por volta de 1802. // Proprietário. // Casou a 25/12/1829 com Maria do Carmo, filha natural (deve ter sido perfilhada) de Pedro Vasques de Puga, com cujo dote levantou na Rua do Rio do Porto, SMP, o prédio onde esteve instalada a Repartição de Fazenda, e em cujos baixos o mesmo teve comércio. // Morreu na Rua do Rio do Porto, SMP, onde morava, a 17/1/1890, com 88 anos de idade, casado com a dita senhora, e foi sepultado no cemitério público. // Não fizera testamento. // A sua viúva, que nascera na freguesia de São Nicolau, Alicante, província de Valência, por volta de 1809, e era filha de Rosalia Garcia, morreu com 82 anos de idade, a 14/3/1891, na dita Rua do Rio do Porto, SMP, e foi sepultada também no cemitério público de Melgaço. // O casal deixou filhos.     

 

ARMADA, João Francisco. Filho de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes. Neto paterno de Domingas Armada, solteira; neto materno de Josefa Fernandes, solteira, moradores intramuros. Nasceu a 16/11/1812 e foi batizado na igreja a 20 desse mês e ano. Padrinhos: João Lopes de Azevedo e Josefa Novais, melgacenses. 

 

ARMADA, João José. Filho de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, moradores na Vila. N.p. de Domingas Armada; n.m. de Josefa Fernandes. Nasceu a 23/3/1816 e foi batizado a 27 desse mês e ano. Padrinhos: João António da Cunha Araújo, do Rio do Porto, e Maria Teresa, solteira, do Campo da Feira, SMP. 

 

ARMADA, Joaquim Carmelo. Filho de João António Rodrigues Armada e de Maria do Carmo Garcia (Vasques de Puga), moradores no Campo da Feira de Fora, SMP. N.p. de Manuel Rodrigues Armada e de Custódia Maria Gonçalves, residentes na Vila de Monção; n.m. de Rosalia Garcia, de Alicante, reino de Valência. Nasceu a 16/4/1832 e foi batizado na igreja dois dias depois. Padrinhos: Pedro Vasques de Puga e sua esposa, Joaquina Torres de Araújo, da Quinta de Moreira, São Miguel de Cecriños. // S.m.n.

 

ARMADA, Joaquim Maria. Filho de João António Rodrigues Armada e de Maria do Carmo Garcia (Vasques de Puga). N.p. de Manuel Rodrigues Armada e de Custódia Maria Gonçalves; n.m. de Rosalia Garcia. Nasceu a 17/11/1836 e foi batizado na igreja de SMP a 21 desse mês e ano. Padrinhos: Pedro Maria Vasques de Puga e Josefa Vasques de Puga. // S.m.n.

 

ARMADA, José Francisco. Filho de Josefa Antónia Armada, moradora no Carvalho, SMP. Neto materno de Salvadora Armada, de Arnoia, Ourense. Nasceu a 20/3/1799 e foi batizado a 23 desse mês e ano. Padrinhos: José Bento Costa, de SMP, Vila, e Teresa de Jesus, solteira, de Remoães.

 

ARMADA, José Joaquim. Filho de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, moradores intramuros. Neto paterno de Domingas Armada; neto materno de Josefa Fernandes. Nasceu a 21/9/1828 e foi batizado a 24 desse mês e ano. Padrinhos: José Maria e Maria Joaquina Armada, solteira, tia do batizando e mãe do padrinho, ambos da Vila.

 

ARMADA, José Joaquim. Filho de Joana Cândida Armada, moradora no Carvalho, SMP. Neto materno de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes. Nasceu na Vila a 9/1/1841 e foi batizado na igreja três dias depois. Padrinhos: João José Armada e a Senhora das Dores. // Nota: foi legitimado pelo casamento posterior de seus pais.

 

ARMADA, José Manuel. Filho de Domingas Armada, solteira, galega. // Morreu no Bairro do Carvalho, SMP, onde morava, a 28/11/1858, casado com Ana Joaquina Fernandes, e foi sepultado na igreja matriz com ofício de quinze padres, música e eça.  

 

ARMADA, Josefa Antónia. Filha de Salvadora Armada, solteira. Neta materna de Bártolo Armada e de Escolástica Carpinteira, de Lapela, Arnoia. Nasceu a 1/6/1775 e foi batizada na igreja de SMP, pelo padre Manuel Álvares, dois dias depois. Padrinhos: João Manuel de Araújo Teixeira e Maria Josefa da Cunha, viúva, de SMP. Testemunhas presentes: Francisco Xavier Torres Salgado e Francisco Gomes, mordomo da igreja.   

 

ARMADA, Josefa Luísa. Filha de Salvadora Armada, solteira, de São Salvador de Arnoia, bispado de Ourense. Neta materna de Bártolo de Armada e de Escolástica Carpinteira, galegos, todos residentes na Vila de Melgaço. Nasceu a 27/10/1777 e foi batizada na igreja matriz no dia seguinte. Madrinha: Josefa Maria Pereira da Rosa. Testemunhas: José Maria Loné, Domingos José da Costa, e Manuel Pedro Fernandes.

 

ARMADA, Luís Manuel. Filho de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, moradores no Carvalho, SMP. N.p. de Domingas Armada; n.m. de Josefa Fernandes. Nasceu na Vila a 15/10/1826 e foi batizado a 25 desse mês e ano. Padrinhos: padre João Manuel da Costa Pinto, abade de Gonça (São Miguel), Guimarães, e Rita Maria de Sousa, solteira.

 

ARMADA, Manuel Joaquim. Filho de Joana Cândida Armada e de (*). Neto materno de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, do lugar do Carvalho. Nasceu na Vila a 30/4/1842 e foi batizado a 2 de Maio desse ano. Padrinhos: Manuel Joaquim Soares e sua esposa, Maria Josefa Lopes. /// (*) Ficou legitimado pelo matrimónio posterior dos pais.

 

ARMADA, Manuel José. Filho de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, moradores no Carvalho, SMP. N.p. de Domingas Armada; n.m. de Josefa Fernandes. Nasceu na Vila a 15/3/1822 e foi batizado na igreja a 20 desse mês e ano. Padrinhos: Luís Manuel da Costa Pinto e Josefa Antónia Pinto, solteira, residentes na Rua de Baixo, SMP.  

 

ARMADA, Manuel José (Professor Doutor). Filho de José Gomes Armada, funcionário das Finanças, natural de Ponte da Barca, e de Isabel Pureza Pereira da Rocha, professora, natural de Cousso, Melgaço. N.p. de Manuel Gomes Armada e de Rosalina de Jesus Soares; n.m. de Manuel Gonçalves da Rocha e de Claudina de Jesus Pereira de Araújo. Nasceu na Rua Nova de Melo, Vila, a 4/6/1950. // Em finais de 1955 partiu com a família para a cidade de Braga. // Por volta de 1973 ingressou no serviço militar, tendo sido aspirante a oficial e alferes; em 1974 e 1975 esteve em Angola. // Casou na Conservatória do Registo Civil de Almada a 23/2/1976 com Deonilde Pequito Luís. // Divorciaram-se. // O divórcio foi decretado por sentença de 18/3/1987. // Casou em segundas núpcias a 23/7/1988, na freguesia de Longos, Guimarães, com Ofélia Marques Ferreira. // Foi nomeado para a Academia de Ciências Administrativas do México «como reconhecimento pela carreira e pela qualidade do trabalho desenvolvido na área da gestão empresarial.» // Professor catedrático da Universidade do Minho (Economia e Gestão), diretor da “Multinational Financial Society” e membro do Comité Executivo da “European Finance Association.” // A 12/8/2022 foi homenageado pela Câmara Municipal de Melgaço. // Pai de Marta (casou a 24/5/2008, na Sé de Braga, com Ivo André).   

 

ARMADA, Maria das Dores. Filha de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, moradores no Carvalho. N.p. de Domingas Armada; n.m. de Josefa Fernandes. Nasceu na Vila a 20/3/1818 e foi batizada dois dias depois. Madrinha: Maria Bernarda Mosqueira e Lira, representada pelo padre António Manuel Fernandes, de Alvaredo, residente em Melgaço.

 

ARMADA, Maria Joaquina. Filha de Domingas Armada, solteira, de Arnoia, Ourense, moradora em Melgaço. Neta materna de Francisco Aparício e de Escolástica Carpinteira, solteiros, de Arnoia. Nasceu na Vila a 10/4/1788 e foi batizada na igreja de SMP a 15 desse mês e ano. Padrinhos: Domingos Oliveira Duarte e sua esposa, Antónia Maria de Sousa.

 

ARMADA, Maria Joaquina da Ascensão. Filha de Maria das Dores Armada. Neta materna de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes. Nasceu em SMP a 22/8/1839 e foi batizada a 25 desse mês e ano. Padrinhos: João José Armada e Maria Joaquina, tios da batizanda.

 

ARMADA, Maria Manuela. Filha de Bártolo de Armada e de Escolástica Carpinteira, de Arnoia, Ourense. Nasceu a 28/1/1757 e foi batizada na igreja de SMP a 31 desse mês e ano. Padrinhos: Manuel (filho de Pedro Gonçalves) e Maria Gomes (filha de Jerónimo de Fontes), do lugar da Oliveira, arrabaldes da Vila. // Casou com Agostinho José. // Moraram intramuros. // Mãe de António José, nascido na Vila a 14/12/1797, e batizado na igreja de SMP a 18 desse mês e ano, tendo por padrinhos José Peres e sua esposa, Antónia Rosa, residentes na Vila, e por testemunhas MPF, mordomo, e José Manuel Pinheiro.    

 

ARMADA, Norberto José. Filho de José Manuel Armada e de Ana Joaquina Fernandes, moradores no Carvalho. N.p. de Domingas Armada; n.m. de Josefa Fernandes. Nasceu a 28/3/1811 e foi batizado na igreja de SMP a 31 desse mês e ano. Padrinhos: frei Norberto da Rocha, dom abade de Fiães, representado por Bento José Gomes, e Maria Rita Ludovina, solteira, representada por seu pai, Tomaz José Gomes de Abreu.    

 

ARMADA, Salvadora. Filha de Bártolo Armada e de Escolástica Carpinteira, galegos. // Faleceu no dia 13/5/1806, no estado de casada com José António, cabo de esquadra do Regimento de Infantaria de Valença, e foi sepultada na igreja matriz da Vila de Melgaço. 

 

ARMADA, Viriato César. Filho de Carolina da Glória Armada, solteira, a qual vivia da sua agência. Neto materno de Maria das Dores Armada, solteira, lavradeira, moradoras na Rua do Carvalho, SMP. Nasceu na Vila a 8/10/1881 e foi batizada na igreja paroquial a 16 desse mês e ano. Padrinhos: Manuel José Esteves, casado, escrivão da Fazenda, e Amélia da Glória Soares Calheiros, solteira, ambos de SMP, Vila de Melgaço.

 

ARMADA, Vítor Amadeu (Dr.) Filho de José Gomes Armada, natural da freguesia de Magalhães, Ponte da Barca, aspirante de Finanças, e de Isabel Pureza Pereira da Rocha, natural de Cousso, Melgaço, professora do ensino primário. Neto paterno de Manuel Gomes Armada e de Rosalina de Jesus Soares; neto materno de Manuel Gonçalves da Rocha e de Claudina de Jesus Pereira de Araújo. Nasceu na Rua Nova de Melo a 25/12/1951 na maternidade do hospital da SCMM (ver Notícias de Melgaço n.º 1008, de 13/1/1952). // Morreu de desastre, a 14/10/1974, em Oliveira de Azeméis. // Está sepultado no cemitério Monte d’Arcos, Braga.  

 

ATIAS

 

ATIAS, Marck (Dr.) // Em 1932 era diretor clínico das Águas de Melgaço, Termas do Peso (Notícias de Melgaço n.º 154, de 19/6/1932).

 

AUGUSTO

 

AUGUSTO, Sandro Rui Vilas. // Nasceu por volta de 1969. // Morreu na Vila de Melgaço a --/--/2020, com 51 anos de idade (A Voz de Melgaço de 1/7/2020).  

           

AZEVEDO

 

AZEVEDO, Adriano João. Filho de Silvestre de Azevedo e de Leonilde Alves. Nasceu em Vila Praia de Âncora (confirmar) por volta de 1940. Sobrinho do comerciante Hilário Alves Gonçalves. // Veio para Melgaço ainda novo, como empregado na loja do tio. // Casou na Vila com a melgacense Maria Adelaide Nabeiro Pereira. Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1601, de 10/7/1966: «No passado dia 26 do mês findo, realizou-se na matriz desta vila, tendo como celebrante o padre Justino Domingues, o casamento da gentil e simpática menina Maria Adelaide Nabeiro Pereira, filha de Emídio Pereira e de Rosa Rodrigues Nabeiro, já falecidos, com Adriano João Alves Azevedo, filho de Silvestre de Azevedo e de sua esposa Leonilde Alves, residentes em Vila Praia de Âncora. Paraninfaram o ato por parte da noiva seus irmãos Alfredo Nabeiro Pereira, industrial de alfaiataria nesta Vila, e Maria Nabeiro Pereira, residente na capital, e por parte dos noivos seus tios, Hilário Alves Gonçalves, comerciante, e sua esposa, Ofélia Reis Gonçalves. Ao ato assistiram numerosos convidados, pois que ambas as famílias gozam no nosso meio das melhores relações. Na corbeille da noiva viam-se inúmeras e ricas prendas e no salão de festas dos BVM teve lugar um magnífico almoço volante, que se prolongou até tarde. Aos recém-casados, que são dotados de excelentes qualidades, desejamos um lar muito venturoso e as maiores felicidades.» // Abriu uma loja de roupa e calçado em sociedade com Manuel Afonso (Manel da Oliveira), seu colega de trabalho. Ao fim de alguns anos resolveram separar-se: o Adriano ficou com a loja e o Manuel abriu outra na Calçada. // Além de gerir o seu estabelecimento, juntamente com a esposa, tinha atividades extras: militava na ANP e chegou a ser comandante dos Bombeiros Voluntários de Melgaço, cargo que lhe trouxe alguns dissabores, devido em parte à sua tremenda ingenuidade. // Por falta de uma boa gestão, ou ausência de clientes, a loja teve de ser encerrada. Pagou a quem devia, divorciou-se da esposa, e partiu para Âncora, voltando a ser empregado. // Morreu em Vila Praia de Âncora em Janeiro ou Fevereiro de 2015. // Pai de Ricardo António, de Rui, e de uma moça.      

 

AZEVEDO, Alípio de Castro. // Era 2.º aspirante dos Correios e Telégrafos e exerceu em Melgaço o cargo de chefe da Estação do Correio. // Faleceu em Monção em Dezembro de 1907, ainda novo (Jornal de Melgaço n.º 714).  

 

AZEVEDO, António Caetano de Araújo. // Em 1874 pertencia ao grupo dos quarenta (40) maiores contribuintes de Melgaço (OJM, de ACE, p. 157).

 

AZEVEDO, António Coelho de Araújo (Dr.) // Foi, antes de 1907, delegado do Procurador Régio em Melgaço. // Estava casado com Maria do Carmo da Gama de Araújo Azevedo. 

 

AZEVEDO, Aurélio Augusto (Lelé). Filho de Aurélio de Araújo Azevedo e de Sara dos Prazeres Azevedo Barroso. Nasceu na Vila a --/--/1917 (JM 1168, de 28/7/1917). // Faleceu em Luanda, Angola, em Agosto de 1941.

 

AZEVEDO, Bento Isidoro. Filho de Lourenço Rodrigues Gomes e de Rosa Maria Pereira de Azevedo, moradores em Crastos, Paderne. N.p. de Domingos Rodrigues Gomes e de Páscoa Lourenço Besteiro, de Paderne; n.m. de Manuel Pereira de Paiva e de Luísa Teresa Sequeira Cadaval, de Valença. // Casou na igreja de SMP a 11/4/1787 com Francisca Luísa Gomes de Abreu Magalhães, da Vila de Melgaço. // Moraram na Quinta de São Julião, SMP. // Em 1789 era vereador e juiz pela ordenação; e em 1797 voltou a ter esse cargo (OJM, de ACE, p. 131). // Enviuvou a 17/3/1809. // Faleceu a 21/1/1812.

 

AZEVEDO, Cândida. Filha de Francisco da Silva Reis e de Gertrudes Azevedo. Nasceu na freguesia de Fiscal, Amares, por volta de 1869. // Proprietária. // Faleceu na sua casa de Galvão, Vila de Melgaço, a 22/9/1909, com todos os sacramentos, sem testamento, solteira, com 40 anos de idade, e foi sepultada no cemitério municipal. // Dera à luz uma criança no dia 11/3/1909 (ver José de Sousa Lobato).

 

AZEVEDO, Carlos João. Filho do capitão João Araújo Azevedo e de Guiomar Gomes de Abreu, moradores na sua Quinta do Campo da Feira de Fora, arrabaldes da Vila. Neto paterno do capitão João Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo, de Rouças; neto materno de Sebastião Esteves (ou Gomes) do Souto e de Guiomar Gomes de Abreu, residentes em Alvaredo. Nasceu a 27/8/1767 e foi batizado na igreja de SMP a 3 de Setembro desse ano. Padrinhos: padre António Jacinto Araújo, tio paterno do batizando, e o sargento-mor Jerónimo Gomes de Magalhães (por procuração que apresentou do padre António de Magalhães, abade de Santa Cristina de Arons, termo de Guimarães). Testemunhas: António Rodrigues Machado, da comarca de Viseu, soldado do destacamento da praça de Melgaço, e o licenciado I.L.R., da Vila. // Foi cadete no Regimento de Valença, e mais tarde capitão de granadeiros na 16.ª Companhia, do Regimento n.º 21. // Participou nas campanhas levadas a cabo pelo general Wellington contra as forças de Napoleão. // Morreu a 13/6/1813 na batalha de Pueblo d’Arganza, em Espanha, inserido na brigada do Minho.

 

AZEVEDO, Domigos Lopes (Dr.) // Nasceu em Chaves e foi juiz de fora em Melgaço de 1750 a 1754. // Cavaleiro professo da Ordem de Cristo. // Gerou em Maria Teresa, da Calçada, SMP, a Domingos António Lopes (OJM, de ACE, página 70).  

 

AZEVEDO, Francisco Manuel Alves (Dr.) // Foi juiz de fora em Melgaço de 1814 a 1819; viera para aqui a 25/4/1814 (OJM, de ACE, p. 92).

 

AZEVEDO, Guilherme António Dantas (Dr.) // Foi juiz de fora em Melgaço de 1755 a 1758 (OJM, de ACE, p. 70).

 

AZEVEDO, Guilhermina Ludovina. Filha de João Manuel Araújo Azevedo, natural de Chaviães, e de Helena Ana Ribeiro, natural da Vila. N.p. de Caetana Joaquina de Araújo Azevedo; n.m. de Jerónimo José Ribeiro e de Antónia Teresa Gomes Rodrigues. Nasceu a 27/7/1864 e foi batizada na igreja paroquial a 1/8/1864. Padrinhos: Carlos João Ribeiro Lima, e tocou com a coroa da Senhora o avô materno da neófita.   

 

AZEVEDO, João Augusto. Filho de João Manuel de Araújo Azevedo, natural de Chaviães, e de Helena Ana Ribeiro, natural da Vila, lavradores, residentes no lugar da Oliveira, SMP. N.p. de Caetana Joaquina de Araújo Azevedo; n.m. de Jerónimo José Ribeiro e de Antónia Teresa Gomes Rodrigues. Nasceu a 19/12/1860 (*) e foi batizado a 23 desse mês e ano. Padrinhos: Joaquim José Nunes de Almeida, proprietário, morador intramuros, e Carlota Clara dos Santos, solteira, moradora no Campo da Feira de Fora. // Casou na igreja de Chaviães a 14/4/1890 com Acácia das Dores, de 29 anos de idade, solteira, do lugar da Fonte, filha de António José de Oliveira e de Antónia Maria Esteves. Moraram no dito lugar da Fonte. // Faleceu em Chaviães a 17 de Fevereiro (de 1945?). /// (*) Seus pais tinham-se casado no dia anterior.   

AZEVEDO, José António. // Morou na Calçada, SMP, com sua esposa, Antónia Rosa de Abreu. // Faleceu a 26/9/1809, na freguesia de Merens, Galiza, em consequência de um tiro de espingarda disparado por um soldado galego.

 

AZEVEDO, José António de Araújo. // Morreu no estado de solteiro, no lugar da Pigarra, SMP, a 21/2/1885, com apenas 43 anos de idade, e foi sepultado no cemitério público. // Vivia na companhia de sua mãe.

 

AZEVEDO, José Cândido (Zeca do Aurélio). Filho de Aurélio de Araújo Azevedo, natural de Chaviães, e de Sara dos Prazeres de Azevedo Barroso, natural da Vila. Neto paterno de Francisca Rosa de Araújo, de Chaviães; neto materno de Feliciano Cândido de Azevedo (Barroso), de Prado, e de Júlia da Glória de Sousa, da Vila. Nasceu a 27/5/1920. // A 10/7/1933 fez exame do 2.º grau, quarta classe, ficando distinto (NM 203, de 6/8/1933). // Casou a 28/4/1943 com Antonieta da Ascenção, também da Vila, filha de João Marques Morais e de Aida dos Santos Lima, padeiros. // O casal foi para Vila Pouca de Aguiar, onde exerceu o comércio, e onde ele morreu a 29/4/2000; foi sepultado no cemitério municipal de Melgaço. // Pai de Maria Aurélia Morais Azevedo, nascida a 23/3/194-, casada com Domingos Azevedo Borges, e avô de Marco Paulo e de Vera Mónica.

    

AZEVEDO, José Manuel Peixoto (Dr.) // Foi juiz de fora em Melgaço entre 1791 e 1795 (OJM, de ACE, p. 83).

 

AZEVEDO, Júlio Cândido (Juca). Filho de Aurélio de Araújo Azevedo e de Sara dos Prazeres de Azevedo Barroso, comerciantes na Vila. Nasceu em SMP a 16/9/1922 e foi batizado a 17/2/1924. Padrinho: Frederico Augusto dos Santos Lima. // Foi empregado de escritório (despachos) na “Auto Viação de Melgaço”, de Artur Teixeira. // Namorou mais de 20 anos com uma filha do fotógrafo Pires, Esmeraldina Maria (Naná), mas acabaram por se aborrecer. // Depois de aposentado foi viver com seu irmão em Vila Pouca de Aguiar, onde faleceu a 12/12/2007.   

 

AZEVEDO, Maria Benta. Filha de Bento Isidoro Gomes de Azevedo, de Paderne, e de Francisca Luísa Gomes de Abreu Magalhães, da Vila de Melgaço. N.p. de Lourenço Rodrigues Gomes e de Rosa Maria Pereira de Azevedo, de Crastos, Paderne; n.m. de Boaventura Gomes de Abreu e de Antónia Maria Gomes de Magalhães, ambos de Melgaço. Nasceu a 14 de Outubro de 1788 e foi batizada na igreja de SMP a 18 desse mês. Padrinhos: Boaventura Gomes de Abreu e a Senhora do Carmo. // Casou na matriz da Vila, a 9/4/1812, com o Dr. Miguel Caetano, filho de António Xavier Torres Salgado, escrivão dos órfãos, e de Gaspara Joaquina Araújo Puga. // Moraram na Quinta de São Julião de Cima. // Faleceu ali a 8/9/1846, casada. // Deixou três ofícios por sua alma e mais cento e cinquenta missas, segundo a sua tenção. Foi sepultada na igreja da SCMM. O seu testamento ficou registado na administração do concelho. // Sem geração.

 

AZEVEDO, Maria Ludovina. Filha de João Manuel de Araújo Azevedo e de Helena Ana Ribeiro, lavradores, residentes na Vila. N.p. de Caetana Joaquina de Araújo Azevedo, solteira, do Outeiro, Chaviães; n.m. de Jerónimo José Ribeiro e de Antónia Teresa Gomes Rodrigues, rurais, moradores no Louridal, Vila. Nasceu a 28/7/1862 e foi batizada na igreja de SMP no dia seguinte. Padrinhos: o seu avô materno, viúvo, e Josefa Antónia Rodrigues, viúva, lavradeira, ambos com o seu domicílio no Louridal. // Casou na igreja de Chaviães a 9/12/1880 com Manuel Francisco Rodrigues (Manel da Ana), solteiro, de 25 anos de idade, filho de (*) Ana Joaquina Rodrigues, solteira, do lugar do Outeiro, onde ficaram a morar. // Faleceu naquele lugar por volta de 1920; por sua morte foi citado pelo Juízo de Direito da comarca de Melgaço seu filho, António Joaquim Rodrigues, solteiro, emigrante no Brasil (JM 1285, de 18/4/1920). /// (*) Na altura do seu nascimento paroquiava a freguesia de Chaviães o padre Joaquim Luís Barbosa Coutinho, de Valença, o qual, segundo constava na altura, é o pai do Manuel Francisco! (ver “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, I vol., p. 513).  

 

AZEVEDO, Ricardo. Filho de José Joaquim Pinto de Azevedo e de Joana Nunes de Azevedo. Nasceu em Beduido, Estarreja, por volta de 1853. // Soldado da GF, de serviço no posto de Mourentão. // Casou com Maria José Vasques. // O casal morava em Prado, Melgaço, quando ele morreu, a 28/11/1889, na Rua Direita, Vila. Tinha cerca de 36 anos de idade. // Foi sepultado no cemitério público de Melgaço. // Deixou filhos.    

 

AZEVEDO, Ricardo António. Filho de Adriano João Alves Azevedo e de Maria Adelaide Nabeiro Pereira. Nasceu na Vila a --/--/196-. // Casou com Maria de Fátima Marques, de São Paio. // Por volta de 1978 adquiriu uma casa: r/c, 1.º andar e águas furtadas (115 m2 e rossios com 120 m2), sita no lugar do Fecho, Rouças; por doação de seus pais, residentes na Rua Dr. António Durães, Vila. // Em 1999 o casal residia na Rua José Cândido Gomes de Abreu, SMP. // Trabalha no comércio com o tio materno, “Zé Nabeiro”.

 

AZEVEDO, Teresa. Filha de António Caetano de Araújo Azevedo e de Teresa da Cunha Araújo, moradores no Campo da Feira de Fora, Vila. // Faleceu de repente, com apenas onze anos de idade, a 27/10/1858, sendo sepultado na igreja matriz, com missa cantada de parvulez e música. 

 

AZEVEDO, Teresa Joaquina. Filha do sargento-mor da comarca de Coimbra, João de Araújo Azevedo, e de Guiomar Gomes de Abreu, moradores no Campo da Feira, Melgaço. N.p. do capitão João de Araújo Azevedo e de Mariana de Araújo, moradores que foram na sua Quinta do Carvalho de Lobo, Rouças; n.m. de Sebastião Gomes do Souto e de Guiomar Gomes de Abreu, residentes na sua Quinta de Alvaredo. Nasceu a 15/10/1769 e foi batizada na igreja de SMP, pelo padre Bernardo de Araújo, a 23 desse mês. Padrinhos: padre Manuel Esteves da Costa, pároco da Vila, e sua irmã, Andreza Gomes de Abreu, do Campo da Feira, Vila. Testemunhas: padres Francisco Gomes de Abreu e António Jacinto Araújo Azevedo. // Morreu solteira e sem geração.    

 

BACELAR

 

BACELAR, António de Araújo Abreu. Filho de Tristão de Araújo Abreu Bacelar, Chefe da Fiscalização Externa das Alfândegas, natural de Valença do Minho, e de Henriqueta Virgínia Portugal de Barros, de Vila Real de Santo António, moradores na Rua da Calçada, SMP. Neto paterno de Tristão Abreu Araújo Bacelar, natural de Valença, e de Francisca Benedita de Araújo Marinho, natural de Viana do Castelo (falecidos antes de 1882); neto materno de Daniel Batista de Barros, capitão de mar-e-guerra, e de Joaquina Brígida Portugal, ambos de Lisboa, moradores em Caminha. Nasceu na Vila de Melgaço a 4/8/1882 e foi batizado a 28/9/1882. Padrinhos: Dr. António Pereira de Sousa, médico do partido municipal de Melgaço, e Matilde Maria de Pilar de Barros, solteiros, moradores na Vila de Melgaço. // Faleceu a 11/8/1883, com apenas dez meses de vida. Foi sepultado no cemitério público.  

 

BACELAR, Luís Soares. // Em 1690 era escrivão dos órfãos em Melgaço (OJM, de ACE, p. 59).

 

BACELAR, Maria Júlia Araújo Abreu. Filha de Tristão de Araújo Abreu Bacelar e de Henriqueta Virgínia Portugal de Barros, moradores na Vila de Melgaço. Nasceu em SMP a 17/11/1883 (*) e foi batizada a 4/12/1883. Padrinhos: Dr. António Pereira de Sousa, solteiro, médico do município, e Antónia de Araújo Abreu Bacelar, tia da batizanda. // Casou na freguesia da Glória, Aveiro, a 27/5/1907, com António de Castro. // Enviuvou a 1/5/1944. // Ela faleceu na dita freguesia de Aveiro a 21/2/1975. /// (*) O major Alberto Pereira de Castro, no seu livro “As Gerações Valencianas”, volume I, p. 45, escreveu que ela nascera a 17/11/1884. Também diz que o seu marido era filho de António de Castro e de Maria das Dores de Castro, da Casa de Paradela.

 

BACELAR, Pero Esteves. // Em 1611 era vereador da CMM e juiz pela ordenação. // Em 1655 ainda residia em Melgaço (OJM, de ACE, p.p. 56 e 116).

 

BACELAR, Tristão de Araújo de Abreu. Filho de Tristão de Abreu Araújo Bacelar e de Francisca Benedita Araújo Marinho. Nasceu na Casa de Santa Luzia, Valença, a 3/11/1850, e foi batizado a 12 desse mês e ano. Padrinhos: Francisco Perestrelo Pereira de Araújo e, por invocação, a Senhora das Dores. // Casou a 4/12/1869, na igreja de Monserrate, Viana, com Henriqueta Virgínia Portugal de Barros. // Por morte de Gaspar de Brito e Rocha, ocorrida a 2/8/1882, veio para Melgaço substituí-lo como Chefe da Alfândega. A 4/8/1882 já lhe nascia aqui o filho António! // A 8/9/1882 foi padrinho de Gaspar, filho natural de Albina da Conceição Alves e do dito Gaspar de Brito e Rocha, nascido na Vila de Melgaço a 31/8/1882. // Deve ter saído de Melgaço em 1885, pois nesse ano foi nomeado chefe de distrito de 1.ª classe do corpo da Guarda-Fiscal (Gazeta da Alfândega 292, de 5/11/1885, p. 27). // Em 1892 foi nomeado alferes de reserva, era então chefe do distrito n.º 3 da GF (Valenciano 1257, de 12/6/1892). /// (*) Ver “As Gerações Valencianas”, de Alberto Pereira de Castro, p. 43.  

 

BAIÃO

 

BAIÃO, Ana Rita. Filha de José Caetano Baião de Moura Cabral (*), de Amarante, tenente-ajudante na Praça de Melgaço, e de Rita Ludovina Próspera Pereira de Macedo. Nasceu por volta de 1831. // Costureira. // Faleceu solteira, na sua casa da Rua Direita, Vila, a 13/10/1881, com 50 anos, e foi sepultada no cemitério público. // Não deixou filhos. /// (*) José Caetano faleceu na Vila a 26/4/1860; fora também juiz, no Convento das Carvalhiças.

 

BAIÃO, António Joaquim. Filho de José Caetano Baião de Moura Cabral, tenente-ajudante na Praça de Melgaço, de Amarante, e de Rita Ludovina Próspera Álvares Pereira de Macedo, de Lisboa. N.p. do Dr. Bernardo António de Moura e de Rosa Maria Cabral; n.m. de Maria José de Vasconcelos. // Nasceu em Guimarães em 1815. // Escrivão-notário do Juiz de Direito. // Foi cavaleiro da Ordem de Cristo. // Na década de quarenta era comissário das contribuições (ACE, Melgaço, Sentinela do Alto Minho, II parte, 2.º volume, página 40). // Era viúvo de Clementina (*), quando casou de novo, na igreja de SMP, a 29/9/1858, com Maria Florinda, filha de Matias Gonçalves e de Clara Vicência da Rocha, de Alvaredo, moradores em SMP, onde a noiva nascera a 24/5/1823; casou-os o padre Luís Manuel Marques, pároco da Gave. Testemunhas: Gaspar Eduardo Lopes da Fonseca, contador do cível em Melgaço, Maria Lourenço, e Carlota Elvira Baião, irmã do noivo. // Ambos os cônjuges faleceram na Vila: ele a 23/11/1905, na Rua Direita, com todos os sacramentos, com testamento, com filhos, tendo sido sepultado no cemitério municipal, e a sua viúva a 16/3/1915 (Correio de Melgaço n.º 143, de 30/3/1915). // Foi proprietário do prédio contíguo à antiga capela de Santo António, na Praça do Comércio (depois da República), onde esteve instalado um Café. No “Correio de Melgaço” 159, de 1/8/1915, pode ler-se: «Leilão – no dia 22 do corrente mês, pelas quinze horas, na Praça da República, desta Vila, se há-de proceder ao leilão da casa que foi de António Joaquim Baião, onde se acha instalado o “Café Melgacense”. Melgaço, 1/8/1915. Os proprietários: Manuel Rodrigues e Aniceto José Rodrigues.» // Foi cavaleiro da Ordem de Cristo. /// (*) Constava que Clementina era galega, de Baldiorro; morreu em Melgaço, a 30/11/1856, e foi sepultada na igreja do extinto Convento das Carvalhiças, com ofício de 30 padres e música; suponho que não deixou filhos.

 

BAIÃO, Benezinda. // Ganhou o 3.º prémio em um concurso de beleza realizado em Monção, no Teatro Monçanense, a um domingo, 28/2/1932, onde houve também baile. A dama mais formosa do concelho de Monção foi Leonilda Alves Gonçalves, de Pinheiros, a residir em Melgaço. O 2.º prémio coube a Rosalina Ribeiro, da Vila de Melgaço (NM 142, de 6/3/1932). 

 

BAIÃO, Carlota Elvira. Filha de José Caetano Baião (Cabral de Moura), tenente-ajudante na Praça de Melgaço, e de Rita Ludovina Próspera Álvares Pereira de Macedo. N.p. do Dr. Bernardo António de Moura e de Rosa Maria Cabral. Nasceu em Guimarães por volta de 1837. // Morou na Vila de Melgaço, onde faleceu solteira, a 27/11/1892, com 55 anos de idade, sendo sepultada no cemitério público. // Sem geração.

 

BAIÃO, Eduarda Augusta. Filha de António Joaquim Baião, tabelião, e de Maria Florinda da Rocha Gonçalves, moradores em SMP. N.p. de José Caetano Baião (Cabral de Moura) e de Rita Ludovina Próspera Álvares Pereira de Macedo; n.m. de Matias Gonçalves e de Clara Vicência da Rocha. Nasceu intramuros, SMP, a 11/9/1866, e foi batizada a 16 desse mês. Padrinhos: Dr. Francisco Eduardo Simões da Silveira, juiz de Direito na comarca de Melgaço (representado por João Correia dos Santos Lima), e Carlota Clara dos Santos Lima, solteira, filha do representante.

 

BAIÃO, Efigénia Augusta. Filha de António Joaquim Baião e de Maria Florinda da Rocha Gonçalves, moradores no Campo da Feira de Fora, SMP. N.p. de José Caetano Baião (Cabral de Moura), tenente-ajudante da Praça de Melgaço, de Amarante, e de Rita Ludovina Próspera Álvares Pereira de Macedo, de Lisboa; n.m. de Matias Gonçalves e de Clara Vicência da Rocha, de Alvaredo, Melgaço. (O avô paterno e a avó materna faleceram antes de 1859). Nasceu em SMP a 26/10/1859 e foi batizada a 21 de Novembro desse ano pelo (em comissão) reitor da Gave, padre Luís Marques. Padrinhos: Joaquim de Queirós, Barão do Hospital de Valadares, e Carolina de Sousa Gama, da Casa da Serra, Prado. // Faleceu na Vila a 11/12/1913, quinta-feira.   

 

BAIÃO, Hermínia Augusta. Filha de António Joaquim Baião e de Maria Florinda da Rocha Gonçalves. N.p. de José Caetano Baião Cabral de Moura e de Rita Ludovina Próspera Álvares Pereira de Macedo; n.m. de Matias Gonçalves e de Clara Vicência da Rocha. Nasceu em SMP a 25/2/1862 e foi batizada a 6 de Março desse ano. Padrinhos: Dr. Luís Barroso Pereira, juiz de Direito na comarca de Melgaço, e Delfina Augusta da Silva e Melo, viúva, residentes na Vila de Melgaço. // Proprietária. // Casou na sua terra natal com Aniceto Rodrigues (Fernandes), galego. // Faleceu a 11/3/1906, na sua casa da Rua Direita, SMP, com todos os sacramentos, já viúva, sem testamento, e foi sepultada no cemitério municipal. // Com geração.   

 

BAIÃO, José Caetano (de Moura Cabral). Filho do Dr. Bernardo António de Moura e de Rosa Maria Cabral, da Vila de Amarante. N.p. do Dr. José Flórido de Moura e de -----------------------; n.m. de -------------------- e de Maria José de Vasconcelos. Nasceu em Amarante por volta de 1788. // Foi tenente-ajudante da Praça de Melgaço. // Faleceu às seis horas da tarde de 26/4/1860, na sua casa da Rua Direita, SMP, com 72 anos de idade, viúvo de Rita Ludovina Próspera Álvares Pereira de Macedo. // Não fizera testamento. // O seu corpo foi enterrado na igreja do extinto Convento de Santo António da Pastoriz, Carvalhiças, no dia 27, com um ofício solene de mais de 20 padres. // Com geração. // continua...   

sexta-feira, 23 de junho de 2023

FERREIRA DA SILVA 

(Bracarense por nascimento, melgacense pelo coração) 


// continuação de 20/04/2023.


     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1511, de 10/5/1964: «NO RESCALDO DAS FESTAS. // Terminaram sem incidentes ou aborrecimentos imprevistos as festas do concelho, realizadas em honra de Nossa Senhora da Orada, padroeira de Melgaço. Tanto as festividades religiosas, como as profanas, revestiram-se de extraordinário brilhantismo e ordem irrepreensível que deixaram a todos os assistentes, forasteiros ou não, a melhor das impressões. Pena foi que a inconstância do tempo, deste maio florido, um tanto agreste e chuvoso, não convidasse a população das freguesias a demorarem a sua estadia na vila, gozando as iluminações, apreciando os concertos das bandas de música e o fogo-de-artifício, queimado no final de cada dia em que se desdobrou o programa das festas. Sobretudo ao fim das tardes e entrada das noites, um vento sul desagradável e frio, com precipitação de aguaceiros e chuviscos intervalados, desanimou a gente das freguesias mais distantes, convidando-a a prematuro recolher a penates, destruindo as esperanças e previsões do comércio dos Cafés e Casas de Pasto. O programa dos festejos foi pontual e rigorosamente cumprido e todos os números executados com beleza, brilhantismo e alguns até com imponência. Salientaremos a ordem, o respeito e a organização impecável da majestosa procissão, com elevado número de lindos figurantes vestidos a primor e enorme acompanhamento; as feéricas iluminações, especialmente do túnel da Rua Nova de Melo; o concurso pecuário e o festival noturno que culminou na cascata luminosa precipitada das ameias da velha torre de menagem. A Comissão organizadora está de parabéns e bem merece os agradecimentos de Melgaço que, em um gesto de justiça e de apreço o reconduziu, para no próximo ano assumir o pesado e fatigante encargo de promover e continuar esta festa tradicional, que os verdadeiros melgacenses com o maior desgosto viam desaparecer de ano para ano. Não exageramos ao afirmar que ao dinamismo e bairrismo de um grupo de moços bem-intencionados e esforçados se deve a ressurreição da esquecida festa da Ascensão a maior do concelho e aquela que reúne as suas melhores tradições. Porém, é preciso continuar sem desfalecimentos, com afinco e firmeza de ânimo. Esta festa caída no esquecimento, e praticamente adormecida em sono letárgico, durante mais de duas décadas, acaba de ressuscitar mas, para atingir um motivo de atração e de interesse geral, necessita de continuação em anos sucessivos, cada vez com mais brilhantismo e ativa propaganda. No intuito, com o único propósito de sugerir à Comissão Organizadora da Festa do próximo ano algumas ideias e lhe dar modesta achega, lembramos que deveria iniciar desde já os seus trabalhos: no aspeto financeiro, criando vinhetas alegóricas, género selo, de pequenas taxas que seriam coladas pelos comerciantes nas faturas das vendas a prazo e nas embalagens dos artigos vendidos a dinheiro, cujas importâncias seriam cobradas mensalmente pelo tesoureiro; explorar, sempre que possível, e oportunamente, bailes e outras diversões recreativas, tômbolas, quermesses, etc.; solicitar da Câmara a criação de uma pequena taxa sobre certos consumos controláveis, em ordem à formação de um subsídio substancial destinado à festa. No âmbito da organização, parece-nos da maior conveniência dividir e executar em separado a festa: [isto é], no campo religioso, e profano; de modo a que uma não prejudique a outra. A festa religiosa seria programada para a véspera e dia santificado, começando pela habitual procissão das velas na véspera, e no dia imediato pelos atos litúrgicos na Igreja Matriz, com missa a grande instrumental, sermão por afamado pregador e procissão com grande e escolhido figurado. Nos dias seguintes começariam as festas profanas, com a abertura da feira franca, exposição de máquinas e produtos agrícolas, concurso pecuário, gincana de automóveis, tiro aos pombos ou aos pratos, e outras tidas por produtivas e úteis; no sábado, grande festival noturno com fogo-de-artifício, concertos musicais, iluminações, etc. // O encerramento das Festas poder-se-ia realizar no domingo de manhã depois da missa, com a recondução da Nossa Senhora da Orada à sua capela privativa e adeus à Virgem pela população que a este piedoso ato possa assistir. Reputamos de grande interesse que as festas profanas se celebrem no fim da semana, em ordem a facilitar e convidar a afluência de forasteiros, previamente atraídos por uma propaganda inteligente e ativa, nas estações da rádio Vigo e das emissoras nacional e regionais. Se a Comissão Organizadora mostrar interesse por estas sugestões não teremos dúvida em desenvolver e indicar concretamente as soluções que se nos afiguram viáveis e possíveis para o efeito.» // F.S.

 

 


     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1512, de 24/5/1964: «A ARTE E OS ARTISTAS. // Defendeu-se durante muito tempo a ideia de que a arte é essencialmente aristocrática, cultivada apenas pela chamada gente de escol. Desta forma, vulgarizar e democratizar a arte seria um empreendimento absurdo até porque, quando não reclame o génio ou um entendimento superior, necessita de uma cultura excecional ou, pelo menos, bastante elevada. Parece que sendo a arte uma coisa humana, como a religião e outras formas de ideal, o gosto, o sentido da beleza, a revelação do belo e os impulsos do idealismo, são dotes constituintes do homem e, portanto, assimiláveis pela verdadeira educação popular. É pura heresia e ímpia blasfémia limitar a educação do povo a noções práticas e positivas sobre tudo que se destina a deter a inteligência e os braços para a jornada da vida material sem levantar os olhos para as regiões elevadas e luminosas que exaltam a imaginação. Segundo Pecaut e Baure a arte é tudo quanto o homem faz de belo, só pelo prazer de fazer uma bela coisa. Não constitui monopólio de uma classe, ou dos melhores preparados cultural ou economicamente, mas sim e unicamente apanágio do homem bafejado pelo alor entusiástico dos puros júbilos da imaginação. Falar em arte é dizer música, poesia, arquitetura, escultura, pintura… E se a revelação da arte pode constituir dote e qualidade ingénita do artista, a compreensão e apreciação da beleza da sua obra é fruto de estudo e da educação do homem. Desdobrando o filme das obras da antiguidade até aos nossos dias, desde a ideia da escravidão que os egípcios revelam à harmonia civilizadora dos gregos com as suas três ordens, dórica, jónica, e coríntia e esculturas, à intensidade extrema da vida romana e ao cunho inconfundível da arte bizantina, o nascimento na idade média da época gótica, filha do cristianismo, o surto renascentista que reconduziu a arte à natureza e a expansão empolgante da arte contemporânea, de forte inspiração guerreira ou de serena paz campestre, verificamos que milhares de artistas filhos do povo, filhos de camponeses e operários consagraram à arte toda a sua vida e lhe sacrificaram prodígios de energia, de sacrifícios e de heroísmo. O povo não é só trabalho rude; é, também, expressão de inteligência e de exaltado idealismo. Aqui mesmo, em Melgaço, temos exemplos, muito valiosos da democratização da arte e da sua ostentação por homens filhos do povo, cheios de talento e vocação artística. Vão passados poucos dias e revemos ainda, na nossa retina, o andor em folha-de-Flandres em que foi entronizada a imagem da Virgem de Fátima, trabalho de grande inspiração e beleza, concebido e realizado por Raul Ferreira Cardoso (Cataluna), transportado por quatro esbeltos rapazes na majestosa procissão que percorreu a vila na quinta-feira da Ascensão. A conceção e a decoração do lindo trono, o seu picotado, colunatas, remates e sobrecéu, os varões de transporte e tudo o mais, é obra admirável que muito honra o artista, cujo nascimento não mergulha em raízes aristocráticas nem recebeu a luz da claridade ensolarada da instrução e de cuidados educacionais.

     Outro exemplo que muito admiramos e que prende a nossa atenção é revelado pela beleza, a graça e a distinção da talha de Abel Rodrigues (Barrenhas), outro artista melgacense (*) de grande sensibilidade e sentimento profundo, na interpretação viril do gótico e da delicadeza de alma do manuelino, que nos faz lembrar a paz ancestral dos conventos (*) cristãos. Nos lindos altares saídos das suas mãos inspiradas, em que o arco pleno de abóbada românico é substituído por ogivas e janelas ogivais de estilos primários, radiantes ou fulgurantes e colunatas em que predominam ricos e múltiplos ornamentos. Conhece-se nos seus admiráveis trabalhos de talha que a fé do artista é verdadeira e profunda; lembram-nos as capelas votivas anichadas em escuras abóbadas laterais, nas profundezas misteriosas dos templos erigidos em homenagem de gratidão a Deus, que poupou a vida dos homens. É uma arte toda interior, voltada para dentro da alma, preocupada só com a expressão do que se passa no seu íntimo: dor, esperança, súplica, voo para Deus

     Com o desaparecimento destes artistas a arte religiosa morrerá em Melgaço?! // Não seria uma ideia a defender a criação de uma escola de artes e ofícios enquanto são vivos estes últimos abencerragens da arte melgacense, capazes de nela exercerem funções docentes e preparando sucessores?! // F.S.      

 

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1513, de 31/5/1964: «MELGAÇO AGRÍCOLA. // Lemos algures que a agricultura no nosso país é um sector deprimido. Pior, muito pior do que nas outras regiões, a parte acidentada do nosso país na qual se compreende o concelho de Melgaço, a agricultura constitui um grave problema praticamente insolúvel. O nosso meio rural está submetido a um depauperamento de incalculável extensão, resultante da própria orografia do terreno em fortes declives sustentados por verdadeiras muralhas de apoio, brasonadas pelo sangue e pelo suor do trabalho do homem. A terra arável, reduzida a parcelas pequenas, de superfície ínfima, talhada em rampa na lomba das montanhas, dificilmente sustentam o húmus produtivo, implacavelmente arrastado pela erosão provocada por agentes dinâmicos externos, mormente pela ação das águas para as correntes fluviais que lhes roubam a seiva e desgastam, progressivamente, as respetivas estruturas. Desta forma, o dispêndio dos adubos orgânicos, de curral, de nitreiras ou químicos, são levados pelos regatos aos rios, e pelos rios ao mar, onde se transformam em plâncton e abastecem, generosamente, a mesa de banquete dos peixes; com a matéria orgânica vai a parte suculenta da terra arrastada por agentes físicos, em uma tendência cada vez mais destrutiva e indomável, de reduzir o solo às partículas areentas do granito transformando no que chamamos saibro, onde as plantas se estiolam e morrem por falta de alimento. Aditemos à pobreza da terra falha de matéria orgânica, a carestia dos adubos, dos produtos fungicidas e inseticidas e, sobretudo, a falta de braços resultante do êxodo crescente e incontestável dos emigrantes, e teremos as causas reais do depauperamento do nosso meio rural. Por isto, a agricultura que sempre foi uma fonte de segurança social, de estabilidade económica, e “salvaguarda dos valores morais e de permanência das virtudes da grei”, constitui um sector deprimido relativamente aos restantes sectores da atividade económica: quer se trate do índice de produtividade de mão-de-obra ou de nível de vida das populações rurais. Enquanto não forem modificadas as formas de cultura tradicionais, substituindo-as por outras mais compensadoras, a nossa agricultura continuará a ser “a arte de empobrecer alegremente.” Tendo em vista o volume das nascentes e a precipitação de águas na nossa região, a cultura do linho e das pastagens a par do arvoredo, seriam naturalmente as indicadas, não falando na vinha, em certas manchas apropriadas ao cultivo de boas castas regionais e outras, adequadas à produção de bons vinhos, brancos e tintos. Para tanto, seria necessário a escolha de boas raças de gado leiteiro e de abate, instalado em vacarias higiénicas, construídas em obediência a regras já estudadas e experimentadas, a industrialização dos produtos lácteos e a instituição de adegas regionais, em regime cooperativo. A exploração das modalidades de cultivo referidas está condenada a estrondoso fracasso, não só por falta de disciplina do agricultor, da relutância pelos recomendados métodos de cultura e da insuficiência de capitais para realizar uma obra cujo custo de industrialização e comercialização dos produtos é muito cara. Na zona mais montanhosa a cultura da batata, a criação de gado ovino e suíno, e a preparação e comercialização das carnes, parece-nos a mais indicada. Da forma como se processa, a lavoura não assegura qualquer margem de lucro aos agricultores e o campo despovoa-se, em marcha acelerada, com rumo ao urbanismo e à miragem sedutora do êxodo para as terras do meio-dia, pujantes de seiva, de cultura mecânica, de intensa comercialização, de aproveitamento racional, de métodos científicos e de acesso às empresas industriais de transformação. As nossas explorações agrícolas, muito pequenas e fragmentadas, não permitem as modernas técnicas de cultivo e, consequentemente, uma rendibilidade aceitável, capaz de prender à terra as populações rurais, desviando-as da procura em terra alheia dos francos que, com menos esforço físico, lhes assegura, e aos seus, uma vida mais fácil e próspera.» // F.S.

 



     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1514, de 7/6/1964: «TURISMO REGIONAL. // Não é segredo para ninguém que o turismo desempenha uma elevada função na recuperação económica e financeira europeia e se em certos casos adquire foros de indústria chave no geral é fator de inegável prosperidade pelo que representa em abundância na entrada de divisas. Vários são os países que devem à avalanche turística a sua prosperidade atual e que amortizaram os seus empréstimos externos com as receitas provenientes do turismo. Entre nós o turismo tem desempenhado um fator importante para o equilíbrio da balança de pagamentos, lançando as suas receitas invisíveis no custo do esforço industrial a que vimos assistindo nestes últimos anos. Para se aquilatar do valor, dimensão económica da movimentação demográfica dos nossos visitantes, basta atentar nos números mencionados por Sua Excelência o Sr. Subsecretário de Estado da Presidência do Conselho: quinhentas e vinte mil entradas de estrangeiros com a permanência média no nosso país de quatro dias e um total de receita da ordem dos seiscentos mil contos! Não devemos ignorar que pouco ou quase nada temos feito para o desenvolvimento do turismo no nosso território; falta-nos uma rede de hotéis dotados de todo o conforto moderno, um sistema de transportes satisfatório e atrações turísticas, tanto do ponto de vista etnográfico como do acesso e propaganda dos nossos monumentos, coleções artísticas e do folclore nacional. Dando relevo à carência de alguns aspetos da nossa impreparação para receber os que visitam o nosso país, atraídos pela amenidade do clima, da extensão da orla marítima, das excelentes praias oceânicas, da originalidade dos costumes e das panorâmicas extraordinárias que extasiam o espírito e prendem de admiração os mais exigentes, queremos acentuar que o crescente nível de vida dos habitantes dos países ricos, industrializados e mais desenvolvidos economicamente, que permitem férias pagas aos trabalhadores, converteu os turistas num fenómeno sociológico que deve ser considerado na sua justa medida, ao programarmos as normas orientadoras da política turística. Há necessidade imediata da organização de agências turísticas, tendentes a desviar as correntes de viajantes para o nosso país, facilitando-lhes informações precisas, plaquetes atraentes de tudo que é nosso e merece ser apreciado e defendendo os da especulação por via de uma cuidadosa revisão dos preços do que lhes vendemos ou lhes cobramos a título de serviços prestados, evitando a vergonhosa curiosidade indígena e a falta de atenções, de respeito e de consideração de que tantas vezes são alvo. As agências centrais encaminhariam o turista desde o incitamento dos pedidos de viagem às facilidades de entrada e trânsito no nosso país, sua estadia, cuidados, atenções, informação detalhada quanto a alimentação, albergaria e aluguer de casa nas praias, e tudo o mais capaz de proporcionar férias agradáveis e a preços justos aos que escolhem Portugal insular, continental e ultramarino para as suas digressões anuais. Nas sedes dos distritos e dos concelhos deveriam estabelecer-se casas de turismo destinadas a prestar, com o maior escrúpulo, todas as informações úteis, a organizar roteiros, chamar a atenção para os monumentos artísticos e históricos, museus, coleções de objetos de cerâmica e outros de caráter regional, antigos e modernos, e enfim, de tudo quanto pareça digno de ser mostrado e admirado. Nisto consiste em parte uma das caraterísticas mais importantes da infraestrutura do turismo regional. As comissões de turismo a organizar nas terras que as mereçam e devam ser visitadas pala sua originalidade e pontos de vista notáveis têm uma obra difícil e vastíssima a realizar: coleções de fotografias bem escolhidas dos monumentos, panorâmicas e aspetos da vila dignos de admiração, em postais ilustrados; a fiscalização do arranjo das localidades e intervenção junto da Câmara em ordem a manter o seu asseio e conservação; a vigilância de tudo quanto respeita à higiene e limpeza, sobretudo dos locais a visitar, e a reclamação de medidas adequadas às entidades da administração e da saúde pública: a verificação das ementas, asseio das salas de jantar, dos produtos confecionados e dos preços das refeições servidas, etc. // Na nossa terra não poderemos fazer turismo sem a construção de uma pousada sob os auspícios do SNI, que poderia elevar-se no castelo de Sante, [freguesia de Paderne], uma casa de chã em condições recomendáveis e hospedarias e estalagens limpas e arejadas para serviço de pratos regionais e de pernoita. O turismo regional não é uma instituição destinada a explorar comercialmente o freguês; é, antes do mais, uma organização perfeita, impecável e atraente, onde o cliente esteja à vontade e a seu gosto, sem motivos para aborrecimentos e sem suspeitar de ser vítima de torpes especulações.» // F.S.        

 



     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1515, de 14/6/1964: «SANTOS POPULARES. // Após o feio cariz do frio e chuvoso mês de Maio, do tal Maio florido em que as flores murcharam enregeladas por uma temperatura polar e as cerejas se comeram ao borralho, sucedeu este lindo Junho de noites frescas mas pleno de claridade, aquecido durante os dias por um sol aliciante e vivificador. Parece que as coordenadas geográficas e as linhas climáticas do ano em curso se quebraram, fragorosamente, de encontro à barreira deste mês abençoado separando, nitidamente em estações distintas o passado, com termo em Maio, do futuro, com início em Junho! E porque não deveria ser assim?! // Sem estudos aprofundados, o fenómeno não exige a reunião de elementos sobre o movimento de massas de ar e formação de anticiclones para se interpretar e compreender; explica-o a circunstância de Junho ser o mês consagrado a adoração e festividades em honra do triunvirato dos santos populares que dão pelos nomes de António, João e Pedro. Os santos precursores e taumaturgos perderiam prestígio e fama nas massas populares se não proporcionassem aos seus devotados fiéis os favores de um tempo radioso nos dias das suas respetivas consagrações. Os agentes físicos que explicam e regulam os fenómenos atmosféricos cedem a sua ação e poder a misteriosas forças sobrenaturais, timonadas no cosmos pelos simpáticos e populares triúnviros. Já passou o dia treze consagrado a Santo António, que foi guerreiro ilustre e endiabrado monge, terror das moçoilas e dos seus cântaros de barro, quando procuravam nas fontes a água para os arranjos domésticos. Por todo o país se multiplicaram minúsculos e singelos altares, elevados ao acaso nos recantos, nos portais, nas praças e nos jardins pela criançada e mocidade foliona que, sob a invocação do santo brincalhão organizaram descantes, bailaricos e alegres divertimentos, animados por pequenas e artísticas peças de fogo-de-artifício, foguetes de três estalos e bichas de rabiar… Mais integrados nos costumes e tradições populares e animadas foram as invocações realizadas na capital, onde poderíamos admirar orgulhosos e bonitos tronos com o seu padroeiro e festivas iluminações locais, fogos, marchas luminosas e bailaricos até alta madrugada. Na nossa terra também se festejou, no atual mercado, uma consagração alusiva ao santo folião, com animado bailarico, mesmo à beira, muito pertinho dos consagrados e afamados Santo António da Misericórdia e da Igreja Matriz, herdeiros presuntivos dos lacões e dos fumeiros da vila e… paredes meias com outro santo, de carne e osso, da hagiologia melgacense – o Augusto Santo Antoninho Durães. // Segue-se agora o dia de outro grande santo popular – São João – consagrado em todo o país com grande euforia e opulência regional, desde os mercados lisboetas às Fontainhas portuenses e ao São João da Ponte, da velha cidade dos arcebispos – a Bracara Augusta dos romanos – que, desde recuados tempos contemporâneos do arcebispo D. José de Bragança, filho de D. Pedro II, se festeja na cidade com extraordinário brilho e folia noturna. O caráter popular do culto Joanino, cuja filiação nos antigos cultos siderais é denunciada pelo solstício de verão, justifica a vibração jubilosa das fogueiras, promessas, bailaricos e cantares, em manifestações inéditas e ruidosas desde as primeiras idades. Recordamos a quadra: “O carnaval em Veneza / A semana santa em Sevilha / O São João em toda a parte / Mas é Braga quem mais brilha.” // Para concluir teremos a consagração do último triúnviro – São Pedro, no dia 29 deste mês [de Junho], também com iluminações feéricas, artísticos fogos-de-artifício, descantes e festejos populares por esse país além. Quem não admirou ainda o extraordinário painel de Tarouca do Apóstolo e do sumptuoso quadro do Grão Vasco de Viseu, figurando o 1.º Pontífice da Igreja? O pescador que foi do lago de Tiberíades (*) até Roma guiado pela luz interior?! // Lemos que a Igreja facilita o casamento em série dos pares que o desejem, nos dias consagrados à adoração dos três santos populares. Bem-haja. Talvez essa boa medida contribua para a legalidade do nascimento de muitos inocentes, filhos de mães que no ano anterior gozaram em alegres folguedos as orvalhadas das noites festivas dos santos populares.» // F.S. /// (*) Este nome está relacionado com Tibério, imperador romano; o lago, ou mar da Galileia, situa-se ao norte de Israel.          

 

*

 

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1516, de 21/6/1964: «A QUEM COMPETE. // Estamos em plena estação calmosa, visto que entramos no solstício do verão e afluem às nossas termas os doentes que para os seus males físicos procuram alívio nas virtudes terapêuticas das águas mineromedicinais da estância do Peso. A presença de doentes – diabéticos, hepáticos renais, vesiculares, e de certas vísceras, na estância do Peso é motivo de visitas mais ou menos frequentes ou numerosas dos seus familiares e amigos; outras visitam afluem à nossa terra em curta digressão dos fins-de-semana, em passeios turísticos ou simples admiração da verde paisagem da nossa encantadora região.

 

     O Minho sempre foi considerado a província mais garrida, de mais vivas cores e de maior atração turística do país, não só pelos horizontes luminosos e pelas manchas ricas de cor da sua admirável paisagem mas, também, pelos seus valiosos e belos monumentos religiosos e profanos, pela sua etnografia, pela rede das bacias hidrográficas, do seu aproveitamento hidroelétrico, e correspondentes albufeiras e embalses lacustres, pela profusão das suas estâncias de repouso e de águas mineromedicinais, pela extensão da sua orla marítima com lindas e excelentes praias e pinhais. Por esta razão, é a nossa província a mais visitada por excursões de toda a parte, nacionais e estrangeiras, de estudiosos, admiradores do belo, apreciadores da sua magnífica cozinha regional, dos afamados e frescos vinhos verdes, das romarias, arraiais e festividades aos santos padroeiros e dos oragos venerados nas igrejas, ermidas e capelinhas que se situam no alto dos seus relevos orográficos num interminável e autêntico rosário de oferendas e de fé. É evidente que nesta peregrinação da polícroma paisagem minhota a montanha ocupa um lugar de destaque, pela sua solenidade e grandeza, e as chamadas terras altas constituem grande atração pelo seu conjunto serra-planície, de dilatados e alacres horizontes pujantes de luz e de cor. // Melgaço, sendo a sentinela do Alto Minho e linha divisória de várias províncias galegas, com monumentos admiráveis, ricos de história e de motivos de arte e arquitetónicos, de miradouros de sonho, deslumbrantes de beleza e de tons variados, com mananciais de águas potáveis de pureza, frescura e paladar divinos e mineromedicinais de efeito garantido e notório, terra de pitéus inigualáveis, e de verdasco capitoso e refrescante, está dentro da escala obrigatória das peregrinações aos santuários e locais aprazíveis da nossa província, a mais atraente e alegre de Portugal. // Sendo assim, após a visita à estância do Peso, um dos pontos de paragem obrigatória é a Vila, as muralhas do castelo, torre de menagem e monumentos periféricos – Convento, Pastoriza, São Julião, Orada, etc. // Neste primeiro contacto com a terra de Santa Maria os visitantes começam por afastar-se aterrorizados, dos traiçoeiros precipícios que se lhes deparam na Calçada, logo à entrada norte da Vila – formados pelos alçapões ou bocas das tolas de rega, sem vedação, criminosamente alargadas, como se ali fossem postas propositadamente para dar trabalho aos ortopedistas, na cura das ruturas gambiais dos desprevenidos passeantes… // Os pavimentos das ruas, junto das tais ratoeiras, em pleno Largo e na Rua do Rio do Porto, por motivo de quaisquer obras, por ventura necessárias, efetuadas pelos serviços do CTT, camarários ou particulares, apresentam altos e baixos que a torrente das águas mais acentuam, assemelhando-se a uma pista de montanha russa em feira popular! // A sala de visitas, que é a Praça da República, continua a suportar o vandalismo dos que impropriamente se dizem melgacenses, que - por maldade, barbarismo e estupidez - partem as travessas dos bancos e cavam no sol sulcos e buracos sem razão ou motivo aparente! A dominar esta linda praça divisam-se o edifício esventrado da antiga escola Conde Ferreira e o sanitário do Jardim do Cardoso, dois testemunhos vivos do desinteresse dos detentores dos selos da administração. O que está a passar-se na vila em matéria de cuidado, de limpeza, de asseio, de fiscalização e de conservação do que é nosso e não de quem manda, é simplesmente vergonhoso e contra semelhante incúria não nos calaremos.» // F.S.            

 

*

 

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1517, de 28/6/1964: «SILÊNCIO LETAL. // Na nossa terra abusa-se demasiadamente do silêncio sobre o estádio das obras programadas, sobretudo das que respeitam à Vila, e essa omissão estranha e impressionante conduz à falsa ideia do desinteresse ou do abandono total das entidades oficiais pelas responsabilidades assumidas. Parece que a imprensa local não conta ou merece pouca atenção dos responsáveis pela administração e, no entanto, à semelhança do que vai por esse país fora, poderia constituir uma poderosa alavanca e um auxílio precioso à realização do programa de trabalhos pré-estabelecidos e superiormente aprovados. Neste semanário nunca recusamos guarida à propaganda, esclarecimento e apoio de tudo quanto represente ou constitua interesse ou melhoramento da terra melgacense. Por isto, não compreendemos a razão que leva as entidades locais responsáveis a manter sobre as obras de embelezamento e de interesse concelhio o mutismo de Buda ou o segredo de Conrado. É evidente que, em caso de injustificada demora, de torpedeamento ou de embaraço oficial ou particular, quando trazido ao nosso conhecimento, tomaríamos, deliberada e energicamente, a posição que nos compete de defender intemerato e insuspeito do engrandecimento de Melgaço. Não nos move “parti pris” (*) ou censura intencional contra qualquer pessoa ou organismo, mas tão-somente o desejo de ser útil e desinteressado colaborador dos que por dever do cargo, ou por mera iniciativa pessoal, se dispõe a melhorar e a tornar mais bela a terra melgacense. Ora, uma vez que parece haver o propósito de nos conservar à margem, ou de nos equiparar em ignorância aos míseros munícipes, aos quais só se lhes reconhece a única qualidade de pagantes, vamos iniciar uma série de perguntas inocentes que, repetimos, visam ao nosso esclarecimento e de todos os que nos leem e não ao ataque ou censura daqueles que, no caso, aparentemente, podem considerar-se atingidos. Assim, começaremos pelas escolas da Vila que, salvo pequenos retoques e arranjos de pouca importância, estão em condições de ser entregues e inauguradas oficialmente no próximo período escolar de Outubro. Qual a via de acesso da escola para os professores e crianças matriculadas que, no próximo ano letivo ali vão receber as luzes do espírito? O caminho rural e intransitável que passa ao lado e que a invernia impedirá de ser utilizado, ou a rua que está projetada e cujo alargamento e pavimentação é tempo de começar? Não deve estranhar-se a pergunta, visto que a ronceirice oficial, se não for vencida por uma série de justificadas e tempestivas reclamações, acaba por nada fazer e deixar tudo como está; então, a data da inauguração do edifício escolar, que nos dizem ser o melhor do distrito, professores e crianças terão de munir-se de botas de água, até aos joelhos, para atravessar o charco… Outras perguntas: O pavimento das ruas, destruído pelos serviços dos CTT, continua com os altos e baixos que tornam o piso desagradável e quase impossível, ou esperamos a chegada do inverno e consequente dificuldade dos consertos, de modo a torna-lo totalmente intransitável?!  

 

     Que se passa com a construção do edifício da CGDCP ou, mais concretamente, quando começam as obras?! Ficaremos eternamente a prestar informações ao respetivo arquiteto que, tanto podem ser necessárias à elaboração do projeto como simples expediente dilatório?! Não seria oportuna uma reclamação da Câmara à administração daquele organismo? E acerca do malfadado e malcheiroso sanitário do irrisório Jardim do Cardoso?! Quando se iniciará o aterro daquele monturo indecente que é um verdadeiro escarro nojento em pleno coração da Vila?! Aquilo exige a remoção imediata das louças sanitárias e das cantarias ali tão mal aplicadas, seguida do entupimento do infeliz e anti-higiénico abrigo… // Continuaremos. // F.S. /// (*) trata-se de uma locução francesa; resolução tomada, etc. // continua...