sábado, 3 de junho de 2023

MELGAÇO: Padres, Monges e Frades. 

Por Joaquim A. Rocha

Desenho de Luís Filipe Gonzaga Pinto Rodrigues


// continuação de 10/03/2023.


FONTES, José Bento (Padre). Filho de Policarpo José de Fontes e de Maria José da Cunha Gomes Pinheiro. Neto paterno de Joaquim Daniel de Fontes e de Inácia Joaquina Fernandes; neto materno de Manuel Inácio da Costa Gomes Pinheiro e de Maria Angélica de Araújo Cunha. Nasceu no lugar do Cruzeiro, São Paio, a 26/3/1864 (*); foi batizado na igreja a 29 desse mês e ano (já fora batizado em casa pela avó materna). Madrinha: a dita avó materna, viúva, proprietária, da Casa e Quinta da Gaia. // Assinava o «Notícias de Melgaço». // A 20/12/1899, na igreja de São Paio, foi padrinho de Adelaide Costa, nascida no dia anterior. // Em 1916 era o vice-presidente do Centro Católico de São Paio; o presidente era o padre António Esteves, pároco dessa freguesia. // Morreu a 1 de novembro de 1933, na sua casa do lugar do Cruzeiro, de repente; sofria de uma lesão cardíaca (NM 304, de 12/11/1933). /// (*) Aquando da sua morte diz-se no jornal que ele morreu com 79 anos de idade; a ser verdade, teria nascido em 1854; mas não deve estar certa essa informação (ver sua irmã, Isabel da Pureza, nascida a 28/6/1853).

 

FONTES, Policarpo José (Padre). Filho de Policarpo José de Fontes e de Maria José da Cunha Gomes Pinheiro. Neto paterno de Joaquim Daniel de Fontes e de Inácia Joaquina Fernandes; neto materno de Manuel Inácio da Costa Gomes Pinheiro e de Maria Angélica de Araújo Cunha. Nasceu no lugar do Cruzeiro, São Paio, a 9/2/1856 e foi batizado no dia seguinte. Madrinha: a sua avó materna. // Os seus pais dotaram-no com alguns bens, sitos na sua terra, a 23/7/1886, e no ano seguinte, em Braga, celebrou a 1.ª missa. 

 

FRANCISCO DA MADRE DE DEUS (Frei). Natural da freguesia de Santa Maria das Neves da Bela, termo de Monção. Foi o 8.º guardião do convento das Carvalhiças. Tomou posse a 21 de dezembro de 1771 e assumiu esse fardo até 24/7/1773. Naquele período fizeram-se algumas obras no convento (Obras Completas de ACE, volume I, tomo II, página 387).

 

FRANCISCO DA PURIFICAÇÃO (Frei). Natural de Santo Iago de Pias, termo de Monção. Foi o 7.º guardião do convento das Carvalhiças, SMP. Tomou posse a 3/7/1770 e manteve-se nesse posto até 7/12/1771. Naquele período compraram-se para os religiosos treze mantas, quatro cobertores, e três enxergões, e ainda sobrou dinheiro para se abater à dívida existente (Obras Completas de ACE, volume I, tomo II, página 387).

 

FRANCISCO RAINHA DOS ANJOS (Frei). Natural de São Paio de Melgaço. Depois de encerrarem os conventos, em 1834, abraçou a profissão de professor das primeiras letras (ver Henriques Rodrigues – Emigração e Alfabetização. O Alto Minho e a Miragem do Brasil).

 

FRANCISCO DO ROSÁRIO (Frei). // Natural de Viana. // Foi o 4.º guardião do convento das Carvalhiças; tomou posse a 13 de junho de 1765. Manteve-se no cargo até 5/1/1766 (Obras Completas de ACE, volume I, tomo II, página 386). 

 

FRANCISCO DE SANTA MARIA DOS ANJOS (Frei). // Foi o 21.º guardião do convento das Carvalhiças, SMP (ou Convento de Nossa Senhora da Conceição). // Tomou posse a 12/5/1796.

 

FRANCISCO DE SANTA QUITÉRIA (Frei). // Foi o 16.º guardião do convento das Carvalhiças, SMP. Tomou posse a 10 de maio de 1785. // Uma das coisas boas que se fizeram no seu mandato: arranjar uma panela grande de cobre para nela se fazer o caldo para os pobres da freguesia; além disso também se conseguirem cobertores e mantas para a hospedaria (Obras Completas de ACE, volume I, tomo II, páginas 388 e 389).    

 

FREITAS, João Vicente. Filho de Cipriano da Costa Freitas e de Helena Ana Ribeiro Fernandes, moradores no Campo da Feira de Fora. Neto paterno de José da Costa e de Francisca de Freitas, de Guimarães; neto materno do capitão Manuel António Fernandes Codesso e de Ana Maria Ribeiro, de Paderne. Nasceu a 8/12/1803 e foi batizado na igreja de SMP dois dias depois. Padrinhos: o avô materno e sua irmã, Constança Teresa, viúva, moradora na Vila de Melgaço. // A 14/4/1811 foi padrinho de João Vicente Simões, nascido na Vila no dia 8 desse mês e ano. // Na noite de 21 para 22/3/1829 foi assassinado pelas balas do Tomás das Quingostas e seus capangas. Era praticamente padre, quando morreu (ver “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, de Augusto César Esteves, volume I, página 483).   

 

FREITAS, Joaquim dos Santos (Padre). Filho de Raul Augusto de Freitas e de Beatriz dos Santos. // Tomou posse de pároco da freguesia de Chaviães a 24/9/1950. Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 950, de 8/10/1950: «No passado dia 24 do mês findo tomou posse de pároco da freguesia de Chaviães o reverendo padre Joaquim dos Santos Freitas, ex-pároco de Castanheira, Paredes de Coura, onde exercia as suas funções apostólicas. O seu sucessor (deve ser “o seu antecessor”), reverendo padre António Domingues, foi colocado na freguesia de Parada do Monte, terra de sua naturalidade. Ao novo pároco (…) os nossos parabéns.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1025, de 18/5/1952: «No dia 13 do corrente houve nesta vila missa cantada solene em honra da Senhora de Fátima e em cumprimento de uma promessa de D. Sérgia Magalhães. A parte coral foi primorosamente executada pelo grupo feminino da igreja matriz e os ensaios e a regência foram confiados ao reverendo senhor abade de Chaviães, padre Joaquim de Freitas, que se revelou um maestro insigne…» Passados alguns anos abandonou a carreira eclesiástica. // Casou em Abril de 1957 com uma filha do cabo da Guarda-Fiscal, Celestino Augusto Ribeiro, natural de Paderne, chamada Estela. // É irmão de Zizina dos Santos de Freitas, casada com Alberto Rodrigues Rego.  

 

FREITAS, José Joaquim (Frei). Filho de Cipriano da Costa de Freitas e de Helena Ana Ribeiro Codesso, moradores no Campo da Feira de Fora. Neto paterno de José da Costa e de Francisca de Freitas, de Corvite, Guimarães (Santa Maria do Ó); neto materno do capitão Manuel António Fernandes Codesso e de Ana Maria Ribeiro, da Portela de Paderne. Nasceu a 6/3/1800 e foi batizado na igreja de SMP a 9 desse mês e ano. Padrinhos: o seu avô materno e Constança Teresa Fernandes, viúva, ambos de Paderne. // Seguiu a carreira eclesiástica; professou na Ordem dos Cónegos Regrantes de Santo Agostinho. Ficou a ser conhecido por José da Purificação. Residiu em Viana do Castelo, no Hospício de São Teotónio, pertencente à sua Ordem. // Não consta que deixasse semente.   

 

FREITAS, Manuel Caetano (Padre). Filho de Cipriano da Costa Freitas e de Helena Ana Ribeiro Codesso, comerciantes, moradores no Campo da Feira de Fora. Neto paterno de José da Costa e de Francisca de Freitas, de Corvite, Guimarães; neto materno do capitão Manuel António Fernandes Codesso e de Ana Maria Ribeiro, da Portela de Paderne. Nasceu a 21/2/1798 e foi batizado na igreja de SMP a 25 desse mês e ano. Padrinhos: Caetano José de Abreu Soares e Manuela Luísa, viúva, melgacenses. // A 4/1/1819, na igreja de SMP, foi padrinho de Helena Maria Ribeiro, nascida três dias antes. // Seguiu a carreira eclesiástica, para isso contribuíram as tias, Constança Teresa e Manuela Luísa, viúvas, a fim de lhe fazerem o património, isto a 11/1/1819, doando-lhe o usufruto de um campo, sito em Paderne, e demais bens. // Morreu em SMP a 27/1/1828 e foi sepultado na igreja matriz.   

 

GAMA, António Caetano de Sousa (Padre). // A 28/10/1782, na igreja de SMP, serviu de testemunha no batismo de Maria Engrácia Gomes, nascida três dias antes. Outra testemunha foi o padre Manuel José Gomes. 

 

GAMA, António José de Sousa (Padre). Filho de Pedro de Sousa Gama e de Maria Teresa de Sousa Salgado, da Casa da Serra, Prado. Neto paterno de Diogo de Sousa e Castro e de Isabel Gama Palhares; neto materno do Dr. Manuel Gouveia de Figueiredo e de Maria Caetana de Sousa. Nasceu na dita Casa a 5/1/1713. // Foi cura (padre colado) da freguesia de Chaviães (em 1757 já o era; a 27 de setembro desse ano representou, na igreja de SMP, o padrinho de Maria do Carmo Eça, nascida oito dias antes) e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço (1758). // Em um documento escrito a 17/7/1790 confessava ser pai de uma menina e de um rapaz. A menina chamava-se Joaquina Rosa, a qual casou com João Luís Gomes Araújo de Castro. O rapaz chamava-se Luís António. Foram gerados em Quitéria Soares, natural de Paderne.  

 

     [GAMA, Joaquina Rosa de Sousa. Filha do padre António José de Sousa Gama, natural de Prado, e de Quitéria Soares, natural da Granja, Paderne. Neta paterna de Pedro de Sousa Gama e de Maria Teresa de Sousa Salgado; neta materna de Manuel Soares e de Ventura da Veiga. Nasceu no século XVIII e casou na igreja de Chaviães, Melgaço, a 23/6/1781, com João Luís Gomes Araújo de Castro, do lugar do Outeiro, Chaviães, filho de ------------------------------ e de Mariana de Araújo. (Os avós paternos dele eram António Gomes e Madalena de Castro; e os maternos eram Francisco de Araújo de Azevedo Poderé e Maria Rosa de Puga Saavedra, senhores da Casa da Moreira, em Cecriños, Galiza, frente a Chaviães, e desta maneira descendente do capitão João de Araújo Azevedo e sua mulher, Mariana de Araújo, da Casa do Carvalho do Lobo). Residiram no lugar do Outeiro. // Viria a herdar do pai, além de outros bens, a Quinta do Caneiro, sita na freguesia da Vila, que seria vendida em 1819 por 500$000 réis. // Enviuvou a 4/7/1786. // Mudou a sua residência para o lugar da Baralha, e aí faleceu a 8/8/1836. // Com geração.]   

 

     [GAMA, Luís António. Filho do padre António José de Sousa Gama, natural de Prado, e de Quitéria Soares, da Granja, Paderne. Neto paterno de Pedro de Sousa Gama e de Maria Teresa de Sousa Salgado; neto materno de Manuel Soares e de Ventura da Veiga. Nasceu no século XVIII e casou com Ana Maria Gonçalves, do lugar da Pena, Chaviães. // Emigrou para Espanha, trabalhando durante muitos anos em Lugo. // Morreu nessa cidade espanhola no século XIX. // Com geração.]

 

GAMA, Braz de Andrade. // Lê-se no livro «Padre Júlio Apresenta Mário», página 194: 

                                                                                                                                                                        

      «Em 18/7/1691, o então abade de Rouças, reverendo Dr. Braz de Andrade da Gama, natural da freguesia de Santa Eulália, de Vilar de Mouros, Caminha, «… por comissão do reverendo Dr. Provisor, que então era António Alves de Sequeira…» benzeu e cantou missa na igreja da referida freguesia, por ele totalmente acabada de reconstruir, como o atesta a memória, exteriormente embutida na parede traseira da sua capela-mor, que diz: [O abade Brás de Andrade da Gama, doutor em utroque jure (em um e outro direito, civil e canónico) a erigiu desde os alicerces – 1690.] // No referido livro, página 195, diz-se que Delfina de Sousa Lima e Castro, da Casa da Cordeira, era descendente deste sacerdote! // Em 1707 ainda era pároco de Rouças (ler artigo de José Marques publicado no Diário do Minho n.º 32144, de 5/6/2019; ver também “Melgaço Medieval”, de M. A. Bernardo Pintor, página 45). 

 

GAMA, Diogo Manuel (Padre). Filho de Pedro de Sousa Gama e de Maria Teresa de Sousa Salgado. Neto paterno de Diogo de Sousa e Castro e de Isabel Gama Palhares; neto materno do Dr. Manuel Gouveia de Figueiredo e de Maria Caetana de Sousa. Nasceu em Prado a 8/2/1714. // Foi vigário de Bela, Monção, e de Penso, Valadares. // Escreveu o Dr. Augusto César Esteves na sua obra «O Meu Livro das Gerações Melgacenses», página 635: «Pelo testemunho escrito a seu pedido em 7/5/1783 apura-se ter sido este padre o reformador da fortuna da Casa da Serra, pois com o dinheiro do seu bolso particular pagou as dívidas dos pais, readquiriu os bens alienados por seus antepassados em horas amargas, melhorou os bens vinculados fazendo o canastro de pedra, o lagar e a respetiva casa, tomou a iniciativa de comprar outros bens e de nenhum deles, nem mesmo do seu património recebeu rendimentos tempo algum.» // Nomeou herdeiro o seu irmão, Luís Caetano.   

 

GAMA, Francisco Manuel Pereira (Padre). // Nasceu na Vila de Melgaço (confirmar). // Irmão de Isidória Joana. // A 19/3/1778, na igreja de SMP, serviu de testemunha no batizado de Manuel Caetano Costal, nascido três dias antes. A outra testemunha era o jovem João Manuel Álvares, clérigo “in minoribus”. // A 28/3/1778, na igreja de SMP, foi padrinho de Manuel Francisco, nascido três dias antes, filho de Manuel Pedro Fernandes e de Maria Teresa Gomes, moradores na Rua da Misericórdia. // A 22/11/1779, na igreja de SMP, foi padrinho de Francisco Manuel, nascido quatro dias antes, filho de António Lourenço e de Justa Maria de Magalhães, moradores no lugar de Corujeiras, Vila. // A 2/9/1786, na igreja de SMP, foi padrinho de Antónia Teresa de Araújo, nascida a 30 de agosto desse ano. // A 2/3/1789, na igreja de SMP, foi padrinho de Isidora Joana, nascida quatro dias antes, filha de Domingos José Rodrigues e de Luísa Felícia Pires. // A 17/11/1790, na igreja de SMP, sendo ele pároco da freguesia de Prado, foi padrinho de Francisca Isidória, nascida dois dias antes, filha de António Fernandes Vidal e de Maria Gertrudes Souto, galegos, residentes na vila de Melgaço. // A 3/11/1805, na igreja de Prado, batizou Antónia Maria, nascida no dia anterior, filha de Domingos José Lourenço e de Maria de Freitas, moradores no lugar de Santo Amaro. O padrinho do bebé era o padre João Manuel do Souto, pradense. // Teve geração:

 

    [GAMA, Cândida Rosa. Filha de Manuel de Assier Pereira da Gama e de Ana Ventura da Silva, moradores no lugar do Cerdedo, Prado. Neta paterna do padre Francisco Manuel Pereira da Gama, pároco que foi em Prado, e de Domingas Antónia de Sousa, solteira, do lugar do Cerdedo, Prado; neta materna de Francisco Ventura da Silva e de Maria Luísa Martins, do lugar das Carvalhiças, SMP. Nasceu em Prado a 2/10/1849 e foi batizada dois dias depois. Padrinho: António Manuel da Rosa, viúvo, do lugar de Gondomar, Remoães.]   

 

     [GAMA, Francisco Manuel. Filho de Manuel de Assier Pereira da Gama e de Ana Ventura da Silva, moradores no lugar do Cerdedo, Prado. Neto paterno do padre Francisco Manuel Pereira da Gama e de Domingas Antónia de Sousa, ambos pradenses; neto materno de Francisco Ventura da Silva e de Maria Ventura Martins, do lugar das Carvalhiças, SMP. Nasceu em Prado a 2/3/1840 e foi batizado pelo padre José Domingues, do lugar de Corujeiras, Rouças, no dia seguinte. Padrinhos: Bernardo Pereira de Castro e sua esposa, Joana Maria Gomes, do lugar de Gondomar, Remoães. // Morreu a 11/3/1841.]    

 

     [GAMA, Maria Delfina. Filha de Manuel de Assier Pereira da Gama e de Ana Ventura da Silva, moradores no lugar do Cerdedo. Neta paterna do padre Francisco Manuel Pereira da Gama e de Domingas Antónia de Sousa, do dito lugar; neta materna de Francisco Ventura da Silva e de Maria Luísa Gonçalves, do lugar das Carvalhiças, SMP. Nasceu em Prado a 9/6/1845 e foi batizada na igreja paroquial a 11 desse mês e ano. Padrinho: António Manuel da Rosa, viúvo, do lugar de Gondomar, Remoães. // Casou com Francisco José Domingues (Ferreiro), mais conhecido por “Chico dos Bacelos”, por ter nascido em Bacelos, Golães, Paderne, por volta de 1840. // O seu marido morreu no lugar do Cerdedo, Prado, a 11/10/1906. // Ela faleceu a 9/2/1923.   

 

     [COELHO, Francisco Joaquim. Filho de João Coelho, de Guimarães, e de Maria Teresa do Desterro Pereira, de Caminha, moradores no Campo da Feira, vila de Melgaço. Neto paterno de Ana Maria Coelho, solteira, de Guimarães (e do padre Francisco Leite Pereira, de Atães); neto materno de Luís António Pereira, de Melgaço, e de Maria Teresa de Jesus, de Caminha, onde residiam. Nasceu a 29/7/1790 e foi batizado a 1 de Agosto desse ano. Padrinhos: padre Francisco Manuel Pereira da Gama, de Prado, que batizou a criança, e sua irmã, Isidora Joana.] 

 

GAMA, Gaspar de Sousa Miguel (Frei). // Nasceu em Prado no século XVIII. // Professou na Ordem de Santo Agostinho.

 

GAMA, José Manuel Pereira (Padre). // A 21/2/1789, na igreja de SMP, foi padrinho de Maria Josefa Esteves, nascida dois dias antes, filha de Josefa Esteves, solteira, natural de São Pedro da Torre, bispado de Ourense, Galiza.  

 

GAMA, Luís Manuel de Sousa (Padre). Filho de Tomaz Lourenço de Sousa Gama e de Maria Gertrudes Pinheiro (de Macedo). Neto paterno de Pedro de Sousa Gama e de Maria Teresa de Sousa Salgado; neto materno de Manuel Álvares Pinheiro e de Rosa Domingues. Nasceu na Casa da Alota a 4/7/1764 e foi batizado na igreja de São Paio a 8 desse mês e ano. Padrinho: Luís Manuel de Macedo, da Vila de Sernancelhe, que não esteve presente, por ter passado procuração ao pároco de Chaviães, padre António José de Sousa Gama. Segundo parece (ver “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, volume II, página 35), seguiu a carreira eclesiástica. // A 28/3/1810 foi padrinho de seu sobrinho, Luís Manuel, filho de António Caetano de Sousa Gama e de Maria Joaquina de Sousa e Castro; a cerimónia religiosa decorreu na igreja de Alvaredo.   

 

GARCIA, André (Padre). // (1205-1241). // Lê-se em “Obras Completas”, de Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 247: «Eis o primeiro abade da freguesia de SMP, cujo nome se conservou em documentos do Livro das Datas. Um é da era de 1243, e o outro de 1274, apresentando-o este como testemunha de um contrato de venda, por esta forma: “Domnus andreas prelatus ecclesie sancte marie de melgazo”.»

 

GARCIA, Francisco (Padre). // A 6/11/1846, na igreja do mosteiro de Paderne, batizou Genoveva Augusta, exposta à porta de casa de Maria Luísa Alves. Era cura da paróquia de Paderne. Dois anos depois ainda lá permanecia.

 

GARCIA, João (Padre). // Em 1258 era pároco da freguesia de São Paio (ver “Melgaço Medieval”, do padre Bernardo Pintor, página 33).

 

GOMES, António (Padre). Filho de António Gomes e de Mariana Ribeiro. Neto paterno de -------------------------------; neto materno de João Ribeiro e de Maria Monteiro. Nasceu no século XVII ou XVIII. // Seus tios, Jerónimo Ribeiro e Guiomar Nunes de Figueiredo, fizeram-lhe o património a 5/7/1738, a fim de ele estudar. // Nota: deve ser o sacerdote que morreu em Corujeiras a 23/9/1758.

 

     [GOMES, Manuel. Filho do padre António Gomes, de Corujeiras, e de Domingas Vaz, solteira, natural de Fiães. // Morou no lugar de Corujeiras, Vila, casado com Serafina Domingues. // Enviuvou a 2/12/1808. // Morreu a 21/5/1811.]

 

GOMES, António (Padre). Filho de ---------- Gomes e de --------- Fernandes. Nasceu a --/--/1---. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 124, de 13/9/1931: «Novo pároco. Desde há dias que se encontra a paroquiar as freguesias da Vila e Prado o reverendo padre António Fernandes Gomes, missionário colonial, da cidade de Braga. A Sua Excelência, damos-lhe os nossos cumprimentos.» // Em 1932 era ainda pároco de Prado; nesse ano foi substituído pelo padre Firmino Gonçalves [Meleiro], que paroquiava a freguesia de Sabadim, Arcos de Valdevez. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 174, de 27/11/1932: «O nosso amigo e assinante padre António Fernandes Gomes tendo em atenção ao seu estado de saúde, e com o fim de sujeitar-se a uma operação, solicitado e obtido de Sua Excelência o Sr. Arcebispo Primaz, a desoneração da freguesia desta Vila de Melgaço, que vinha paroquiando, e não lhe sendo possível despedir-se pessoalmente de cada um dos seus paroquianos e amigos, fá-lo por este meio, pedindo-lhes relevem quaisquer faltas que involuntariamente tenha praticado no desempenho da sua missão.» // O padre António foi tomar conta da paróquia de Santa Maria de Anais, Ponte de Lima (Notícias de Melgaço n.º 174, de 27/11/1932). // Em 1935 veio visitar os seus amigos da Vila e de Prado. Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 283, de 1/9/1935: «Esteve alguns dias nesta vila, de visita às pessoas suas amigas, o nosso estimado amigo e assinante, senhor reverendo padre António Fernandes Gomes, ex-pároco desta vila e da vizinha freguesia de Prado, e atual pároco da freguesia de Santa Maria de Anais, Ponte de Lima…» 

 

GOMES, António Bernardo (Padre). Filho de António Bernardo Gomes e de Isabel Ventura de Sousa, moradores na Vila. Neto paterno de Jerónimo Gomes [de Abreu], solteiro, e de Jerónima da Cunha, solteira; neto materno de Francisco Coelho e de Maria de Sousa. Nasceu a 22/5/1768 e foi batizado na igreja de SMP a 26 desse mês e ano. Padrinhos: António Xavier e irmã, Lina Josefa, filhos de Belchior Rodrigues Torres e de Maria Gomes, da Vila. // (ver em Cunha).

 

GOMES, António Domingues (Frei e Padre). // No ano de 1839 já exercia a sua atividade religiosa. // A 6/3/1845, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de António José, nascido em Alvaredo, no lugar da Carvalheira, a 2/3/1845, filho de António José Besteiro e de Joaquina Rosa Lamas. A madrinha foi a sua sobrinha, Maria Domingues, solteira.

 

GOMES, António José (Padre). // A 7/9/1798, na igreja de SMP, batizou e foi padrinho, com licença do padre Carlos Domingues, de António Luís, nascido três dias antes, filho de Manuel José Quintela e de Clara Joaquina Gomes. // A 22 de Novembro de 1804, na igreja de SMP, batizou José Maria, nascido três dias antes, filho de Francisco António Lourenço e de Maria Rosa Alonso Gonçalves, galegos. // Raimundo da Paz apareceu à porta de Isabel Luísa, solteira, de Prado, na noite de 16/12/1816; no dia seguinte recebeu o batismo na igreja de SMP. Padrinhos: padre António José Gomes, de Corujeiras, e Isabel Luísa, solteira, de Prado. // A 23/2/1818, na igreja de SMP, foi padrinho de Maria Antónia, nascida dois dias antes, filha de Francisco António Lourenço e de Maria Rosa Alonso Gonçalves. // Em 1819 era cura em SMP. Nesse ano, a 28 de Julho, na igreja de SMP, serviu de testemunha no casamento de Macário José Pereira com Ângela Maria Fernandes. // A 11/6/1823, na igreja de SMP, serviu de testemunha no casamento de Francisco António (ou Francisco José) Alves com Joana Antónia Sarmento. // Nota: deve ser o eclesiástico que morreu a 12/2/1824, tendo sido amortalhado com hábitos sacerdotais e sepultado na igreja matriz da Vila; era presbítero secular e morava no lugar de Corujeiras.

 

GOMES, Bernardino José (Padre). // Lê-se em “Obras Completas”, de Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 253: «Mais um melgacense a pastorear a freguesia e como abade aparece a 24/11/1830. // A 16/4/1834, em sessão camarária, assina uma ata onde se aclama D. Maria II como rainha de Portugal. // Lê-se em Melgaço, Sentinela do Alto Minho, de ACE, página 111: «… à missa do dia, o abade da vila, reverendo Bernardino José Gomes aconselha os fregueses a não darem esmolas ou donativos às pessoas que os pedirem para as necessidades do Estado, visto tais peditórios serem feitos só com o fim de desacreditarem o governo de S. M. I. e de roubarem…» // A 21/12/1835, na igreja de SMP, batizou (autorizado pelo abade João Evangelista de Sá Sotomaior) Francisco Maria de Melo, nascido nesse mesmo dia, filho de Ana Joaquina Gonçalves, vendedora de peixe, residente no bairro do Carvalho. // Em 1838 e em Junho de 1842 era o pároco de SMP, vila de Melgaço. // Deve ter sido uma outra vítima de grave doença, pois à sua morte os livros paroquiais estavam em um caos, pelo que necessidade houve de legalizá-los. Para escrever os assentos de nascimento, etc., dos anos faltosos, foi nomeado pelo arcipreste da comarca comissário para esse efeito o reverendo padre Francisco António Soares Coutinho, reitor de São Salvador de Paderne, que iniciou o trabalho a 1/6/1843

 

GOMES, Diogo Luís (Padre). // Deve ter nascido em Prado. // Irmão de José António de Sousa Gomes. // A 24/09/1806, na igreja matriz da Vila, SMP, foi padrinho de Clara Joaquina Rodrigues, nascida três dias antes. // A 21/12/1807, na igreja de SMP, foi padrinho de José Joaquim Monteiro, nascido dois dias antes. // Em 1827 morava no lugar da Barronda, freguesia de Prado. Devia ter algumas posses, pois tinha ao seu serviço dois criados: António e Teresa Gomes.

 

GOMES, Domingos (Padre). // Natural da Carpinteira (NM 873, de 19/9/1948). // Foi abade de São Paio no século XVIII, 1744 (ver NM 889, de 17/2/1949, página 6, e “Memórias Paroquiais de 1758”, página 176). // Tinha uma irmã, Maria Gomes de Santa Teresa, (filha de Sebastião Rodrigues e de Domingas Alves – A Voz de Melgaço n.º 1297, de 1/6/2008, página 17) que com ele morava, na residência paroquial, a qual casou com Luís Manuel, filho de Afonso Pereira de Castro Marinho e de Isabel Alves da Ribeira, morgado do vínculo de Alderiz, termo de Monção, e morador na Quinta de Pias; a 22/5/1745 lavrou-se a escritura antenupcial. O casal passou a viver na Quinta da Gaia, São Paio. Os noivos foram dotados pelo padre Lourenço Esteves da Ribeira, de Paderne, tio do noivo, e irmão do padre António Esteves da Ribeira Ultramarinho (ver O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, volume I, páginas 395 e 396, de Augusto César Esteves). 

 

GOMES, Gregório Ventura (Padre). Filho de Gregório Ventura Gomes e de Maria Caetana de Castro. Nasceu por volta de 1788, em Chaviães, salvo erro. // A 27/7/1831, na igreja de SMP, serviu de testemunha no casamento de Caetano José de Castro com Josefa Antónia Rodrigues. // A 16/4/1834, em sessão camarária, assinou o Auto de Aclamação da rainha D. Maria II. // A 27/8/1838, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Florinda Rosa, nascida dois dias antes, filha de Manuel António Gomes e de Rosa Clara Pinto, moradores no lugar do Casal; a madrinha era Maria Esteves, do dito lugar. // A 8/2/1845, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Maria de Jesus (exposta). // A 11/3/1847, na igreja de Chaviães, foi padrinho de António Luís Alves, nascido no dia anterior. // A 25/11/1850, na igreja de Chaviães, foi padrinho de António Joaquim (*), nascido nesse dito dia, filho de António Joaquim Álvares [Ramos] e de Ana Luísa [Gomes] Exposta, moradores no lugar de Soengas; de madrinha serviu o irmão do neófito, Manuel Joaquim Alves. // A 14/4/1852, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Gregório Ventura (*), nascido no dia anterior, filho de António Joaquim Alves Ramos e de Ana Luísa Gomes Exposta, residentes no lugar de Soengas; a madrinha era Maria Rosa Gomes, solteira, irmã do padrinho, moradora no lugar da Igreja. // A 25/6/1856, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Emília Rosa, nascida no dia anterior, filha de José Caetano de Sousa e de Maria Marcelina de Barros. // Morreu em sua casa, sita no lugar da Igreja, Chaviães, a 16/2/1860, às cinco horas da manhã, de repente. // Tinha setenta e dois anos de idade. // Não fizera testamento. // Deixou uma filha, Ana Luísa Gomes, casada com António Joaquim Alves Ramos. /// (*) Neto do padrinho padre.

 

     [GOMES, Ana Luísa. Filha do padre Gregório Ventura Gomes e de --------------- (?). Nasceu em Chaviães por volta de 1821. // Lavradeira. // Casou com António Joaquim Alves Ramos. // Faleceu em Chaviães a 25/8/1893, em sua casa de morada, sita no lugar da Igreja, com todos os sacramentos, à exceção do sagrado viático, com setenta e dois anos de idade, com testamento, com filhos, e foi sepultada na igreja.]

 

     [RAMOS, Ladislau José. Filho de António Joaquim Alves Ramos, lavrador, e de Ana Luísa Gomes, doméstica, moradores no lugar da Igreja. Neto paterno de Caetana Rosa, solteira, de Soengas; neto materno do [Padre] Gregório Ventura Gomes «por perfilhação que este fez». Nasceu em Chaviães a 9/3/1864 e foi batizado pelo padre Joaquim Luís Barbosa Coutinho a 13 desse mês e ano. Padrinhos: Manuel Joaquim Durães, casado, lavrador, e sua filha, Mariana Durães, solteira, moradores em Queirão, Paderne. // Faleceu a 4/11/1865, à uma hora da madrugada.]

 

GOMES, João (Padre). // Faleceu no lugar de Bouças, freguesia de Chaviães, a 17/1/1722.

 

GOMES, Joaquim (Padre). // A 19/4/1834, em sessão camarária, assinou o Auto de Aclamação da rainha D. Maria II.

 

GOMES, Manuel (Padre). // A 28/1/1768, na igreja de SMP, serviu de testemunha no batismo de Manuel Luís Fernandes, nascido três dias antes. // A 2/5/1769, na igreja de SMP, foi padrinho de Caetana Josefa de Sousa, nascida a 25 de Abril desse ano. // Morreu na Vila a 9/4/1781. // Nota: deve ter sido ele o padrinho de Manuel Caetano Fernandes, nascido na vila de Melgaço em março de 1772; o batismo decorreu na igreja de SMP; o sacerdote batizante chamava-se Bernardo Araújo.     

 

GOMES, Manuel Bento (Padre). Filho de Manuel António Gomes e de Delfina de Sousa Viana, residentes no lugar de São Gregório, Cristóval. Neto paterno de Manuel António Gomes e de Rosa Alves, de Chaviães; neto materno de António José Sousa Viana e de Rosa Durães, de São Gregório. Nasceu a 7/3/1867 e foi batizado a 13 desse mês e ano. Padrinhos: Manuel José de Sousa Viana, casado, negociante, paroquiano da freguesia de Santa Maria dos Anjos, Vila de Monção, representado pelo seu tio, Manuel de Sousa Viana, casado, morador em São Gregório, e a avó materna do bebé. // Depois da 4.ª classe ingressou no Seminário de Braga, onde se ordenou a 27/7/1891. // A 15/5//1891, na igreja de Cristóval, foi padrinho de Porfírio Augusto Fernandes, nascido nessa freguesia cinco dias antes. // A 13/3/1895 foi nomeado pároco de Fiães. // A 19 de Junho de 1898, na igreja de Fiães, foi padrinho de Carlos Augusto, nascido sete dias antes, filho de Manuel Marques e de Maria Exposta; a madrinha era Estefânia Augusta Gomes, irmã do padrinho padre. // A 18/11/1900 foi nomeado pároco de Rouças; tomou posse desse cargo a 24/2/1901, tendo sucedido ao padre Francisco Leandro de Magalhães, residente em Alvaredo, que havia sido apresentado para essa freguesia a 10/11/1899. «Foi recebido nos limites da sua nova paróquia com a que deixava por uma banda de música, muito povo, e o competente foguetório» (Padre Júlio Apresenta Mário, página 243). // A 22/2/1905, na igreja de Cristóval, foi padrinho de Julieta Augusta, nascida quatro dias antes, filha de Vitorino José Esteves e de Estefânia Augusta Gomes Viana. // Devia gostar da política, pois em 1908 foi vice-presidente da Comissão Administrativa Municipal de Melgaço. // A 15/4/1908, na igreja de Rouças, foi padrinho de Albertina Lourenço, nascida três dias antes. // A 10/5/1908, na igreja de Rouças, foi padrinho de Rosa, nascida cinco dias antes, filha de José Joaquim Alves e de Maria Angelina Fernandes. // A 16/4/1910, na igreja de Cristóval, foi padrinho de Augusta Henriqueta, nascida cinco dias antes, filha de Francisco Máximo Rodrigues e de Deolinda Viana Gomes, comerciantes e proprietários. // Foi o 1.º arcipreste de Melgaço, cujo arciprestado se criou em 1911 -?- (ver Correio de Melgaço n.º 201, de 28/5/1916, página 3). // Em 1912 recebeu uma intimação das autoridades municipais republicanas para no prazo de cinco dias deixar a casa de residência paroquial (Correio de Melgaço n.º 7). // A 11 de novembro, 21 de novembro, e 12/12/1912, respondeu no tribunal da comarca acusado de ter infringido a Lei da Separação (igreja-estado), tendo sido absolvido pelo juiz. Era seu defensor, o Dr. Ladislau Xavier de Morais, advogado de Monção (ver Correio de Melgaço n.º 24, de 17/11/1912, e Correio de Melgaço n.º 25, de 24/11/1912). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 915, de 30/10/1949: «Recordações de Melgaço. Capítulo XXI. Os clamores da Ascensão (continuação)... Arciprestava Melgaço o saudoso e finado Manuel Bento Gomes, pároco da freguesia de Rouças, que depois do triunfo da revolução de 5/10/1910 foi perseguido, sofrendo muitos desgostos. Era daqueles padres que não têm política, seguindo, fielmente, a missão que assumiram aos pés do altar. Como é encantador e sublime encontrar-se homens deste temperamento! Mas… hoje? Nunca se cansava de elucidar os seus fregueses e de pregar a verdade, a justiça! Era ministro de Cristo! Na vila de Melgaço, onde havia politiqueiros e não políticos, como hoje, paroquiava um padre que, devido ao meio em que lidava, foi arrastado por influência, juntamente com o seu colega, António Esteves, abade de Cristóval, seguindo o contrário dos outros colegas que se conservaram fiéis. Melgaço entrava num período revolto político-religioso, trabalhando-se, de parte a parte, pela reconquista, sendo o primeiro pioneiro o reverendo padre Francisco de Castro que, depois de celebrar na matriz de Melgaço, informou o abade da Vila que “era excomungado” se continuasse como até ali, havendo, depois, alguns dissabores entre eles. O arcipreste, cumpridor do seu dever, estava de relações cortadas com os abades da Vila e Cristóval (padre António Esteves, de Corçães), por estes receberem pensões do governo da República.» a) António Augusto Gonçalves Ribeiro.

   

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 918, de 4/12/1949: «Assim como os clamores naquele ano tinham grande esplendor, também a inimizade caminhava a passo de leão em perseguição da sua vítima, comprovando-se, publicamente, naquela memorável tarde da Ascensão. Estando as procissões saindo da capela da Orada, por toda a área se ouviam cânticos religiosos, lembrando a pátria dos santos. O povo cantava, rezando; e chorava, adorando! Parecia que se caminhava para a Terra dos Justos! Que silêncio na multidão! Tudo olha para as escadas frontais da capela (a capela da Orada, antes da modificação da estrada, tinha escadas de pedra em frente da porta principal). Era o clamor de Rouças, 4.º da ordem, que baixava as escadas, regressando à sua freguesia. Quando o pálio estava descendo as escadas fronteiras à capela, indo somente o seu pastor, surgiram inesperadamente os abades da Vila e de Cristóval, inimigos dele, empurrando o seu chefe, que dizia: “Não quero união com vocês”. Eles responderam: “Nós, dentro da freguesia, temos direito a ir debaixo do pálio”. Assim se passaram uns minutos, empurrando-se mutuamente debaixo do pálio. O povo de Rouças, vendo aquilo, gritava: “Nós queremos o nosso pároco”. Nesta ocasião aproximaram-se os senhores Manuel Alves, regedor da freguesia, Casimiro Gonçalves e António Alves, tendo o segundo agarrado cada padre com sua mão e - depois de os tocar de frente – empurrou-os pelas escadas abaixo, dizendo: “O nosso abade é este”. Depois de aquilo ser observado pela multidão, continuou tudo em ordem, recolhendo cada clamor à sua freguesia. Com este triste acontecimento terminaram os clamores da Ascensão, os festejos mais importantes de Melgaço e do Alto Minho.» a) António Augusto Gonçalves Ribeiro.

     Em 1915 foi a Braga assistir às bodas de prata do curso de 1890-1891 (Correio de Melgaço n.º 165, de 12/9/1915). // A 6/7/1926, por decreto, reconheceram-lhe o direito à aposentação, para o que pagou em quotas a indemnização de 838$78, tendo sido aposentado somente em 1934, com a pensão anual de 7.289$00 (Notícias de Melgaço n.º 224, de 4/3/1934) indo então morar para São Gregório. // Em novembro de 1937 era vogal do Conselho Municipal, juntamente com Firmino Alves Salgado, Abílio da Conceição Esteves, e Lino Enes, entre outros. // Em 1943 cedeu o seu lugar de arcipreste ao padre Carlos Vaz, natural de Fiães. // Os últimos dias da sua existência, viveu-os com sua irmã Estefânia Augusta. // Morreu na terra natal a 26/12/1947. // (ver Notícias de Melgaço n.º 282). // Nota: há quem diga que ele deixou geração; segundo consta, quando a moça estava grávida casou-a com um conterrâneo, primo dela, salvo erro, dando-lhe para o efeito um bom dote. Verdade? Mentira? Resta-nos o “talvez”.     

 

GOMES, Manuel Joaquim (Padre). // Morou no lugar dos Bouços, Prado. // Em 1826 era pároco encomendado da freguesia de Prado. // A 7/8/1844, na igreja de Prado, batizou Maria José Ribeiro, nascida dois dias antes.

 

GOMES, Manuel José (Padre). // Nasceu em Melgaço no século XVIII. // A 29/1/1780, na igreja de SMP, era ele clérigo de prima tonsura, foi padrinho de Inácia Josefa Aramada, nascida no dia anterior. Serviram de testemunhas o padre Caetano José da Cunha Araújo e o mordomo da igreja, Manuel Pedro Fernandes. // A 26 de Junho de 1790, na igreja de SMP, foi padrinho de Maria Rosa Martins, nascida quatro dias antes. // A 11/2/1794, na igreja de SMP, Vila de Melgaço, foi padrinho de Ana Joaquina, nascida três dias antes, filha de Maria José Soares, moradora no lugar da Calçada, SMP. A madrinha era Ana Joaquina, solteira, melgacense. 

 

GOMES, Munho (Padre). // Lê-se em “Melgaço Medieval”, de M.A. Bernardo Pintor, página 57: «De 1233 ficou-nos documentado um acordo outorgado de uma parte pelo abade de Fiães, D. João, e de outra pelo prior de Paderne, D. Tomé e o pároco de Paços, Munho Gomes, relativo a dízimos eclesiásticos de propriedades que o mosteiro possuía em Paços, a saber, o casal de Merelhe, Ferreira da Breia, e daí para cima 

 

GONÇALVES, Álvaro (Padre). A 30/1/1448 era pároco de SMP; a 22/4/1448 continuava nesse lugar (ver Padroado Medieval Melgacense, de José Domingues, páginas 96 e 97, edição da CMM, 2004).  

 

GONÇALVES, António (Padre). // Natural de Remoães. // A 9/6/1775, na igreja de Prado, serviu de testemunha no batismo de Maria Joaquina Baleixo, nascida na vila dois dias antes.

 

GONÇALVES, António Fernandes (Padre). // Foi pároco da freguesia de Paços, Melgaço, no século XX; era conhecido pela alcunha de “Severo” (ver A Voz de Melgaço de 1/2/2021, página 4). 

 

GONÇALVES, António Manuel (Padre). // Natural de Alvaredo, ou de Beleco, Paços, ou do Faval, Fiães (o mais provável). // A 21/11/1826, na igreja de SMP, foi padrinho de Constantino José da Cunha, nascido três dias antes. // A 25/4/1838, na igreja de Paços, serviu de testemunha no casamento de Domingos de Magalhães com Maria Joaquina Vaz. // A 2/11/1839, na igreja de Paços, serviu de testemunha no casamento de Manuel Domingues com Ana Pires. // A 25/8/1840, na igreja de Cristóval, foi padrinho de António Costa. // Em 1846 era coadjutor na freguesia de Paços. 

 

GONÇALVES, Domingos (Padre). // No século XVII morava no lugar da Bouça, Chaviães (ver “Obras Completas” de Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 312).

 

GONÇALVES, Domingos (Padre). // Natural do lugar do Pinheiro, freguesia de Paderne. // A 14/3/1807, na igreja de São Paio, batizou e foi padrinho de José Joaquim, nascido no dia anterior, filho de Manuel Lourenço e de Maria Rodrigues Torres. 

 

GONÇALVES, Domingos José (Padre). // Em 1831 era pároco de Chaviães. // A 21/11/1831, na igreja de Prado, serviu de testemunha no casamento de Pelágio Fernandes com Rosa Joaquina Rodrigues Soares, residente no lugar de Bouços, Prado. Foi também testemunha o padre José Lopes, do lugar de Ferreiros, Prado.

 

GONÇALVES, Francisco António (Padre). Filho de António Gonçalves e de Maria Alves. Nasceu no lugar de Dois Portos, ou Cainheiras, freguesia de Castro Laboreiro, em 1853. // Em 1874 ainda era estudante. // Foi pároco encomendado de Castro Laboreiro e “colado” em Prado de 1891 a 3/2/1922 (*), data em que morreu. // A 18/5/1884, na igreja de Castro Laboreiro, foi padrinho de Isabel Maria Alves, nascida no dia anterior. // A 16/4/1887, na igreja de Castro Laboreiro, foi padrinho de António Anselmo Barros, nascido no dia anterior. // A 8/4/1888, na igreja de Castro Laboreiro, foi padrinho de Maria Francisca, nascida dois dias antes, filha de Isabel Maria Domingues, solteira, e de (?). // A 29/5/1891, na igreja de Prado, foi padrinho do seu sobrinho, Francisco António, nascido três dias antes, filho de Jerónimo Fernandes de Barros, natural de Rouças, e de Isabel Maria Gonçalves, natural de Castro Laboreiro. A madrinha era Luísa Alves, solteira. // A 27 de Novembro de 1898, na igreja de Prado, foi padrinho de Adozinda Gonçalves, nascida a 23/10/1898. // A 29/11/1898, na igreja de Prado, foi padrinho de Merciana de Jesus, nascida doze dias antes, filha de José Justino de Sousa e de Maria Rita Cerqueira Ribeiro. A madrinha era Teresa de Jesus Ribeiro, solteira. // A 30/11/1899, na igreja de Prado, foi padrinho de Faustino dos Anjos, nascido oito dias antes, filho de José António Dantas e de Angelina da Luz Alves. // Em 1899 também paroquiava a freguesia de Remoães (confirmar). // A 3/6/1900, na igreja de Prado, foi padrinho de Cândida Rosa, nascida a 30 de maio desse ano. // A 26/7/1900, na igreja de Prado, foi padrinho de Gracinda de Jesus, nascida a 13 desse mês e ano, filha de Manuel Joaquim Rodrigues e de Francisca Gonçalves; a madrinha era Teresa de Jesus Ribeiro, solteira. // A 24/2/1901, na igreja de Prado, foi padrinho de Maria de Lurdes, nascida a 13 desse dito mês e ano, filha de José Lourenço Pinheiro e de Delfina Benedita de Barros. // A 2/3/1901, na igreja de Prado, foi padrinho de Esménia de Nazaré Cintrão, nascida a 28 de fevereiro desse dito ano. // A 11/5/1902, na igreja de Prado, foi padrinho de Esménia de Jesus, nascida a 23 de abril daquele ano, filha de Amaro Luís Pereira e de Rosalina Alves da Cunha, naturais de Mazedo, Monção. A madrinha era Teresa de Jesus Ribeiro, solteira, do lugar do Cerdedo, Prado. // A 27/9/1905, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de Aida Pereira, nascida seis dias antes. // A 31/7/1909, na igreja de Paços, foi padrinho de Henrique Gregório (futuro Dr.), nascido em Paços a 24 desse mês e ano, filho de Sebastião Pereira e de Deolinda da Encarnação Fernandes de Barros, ambos professores do ensino primário na escola de Paços. A madrinha era a avó materna do neófito, Isabel Maria Gonçalves. // Dizem que deixou muita geração! Um dos seus filhos foi Justiniano, nascido em Prado em 1897, gerado em Teresa de Jesus Ribeiro; num testamento que o padre fez a 4/7/1901 declarou que era o seu progenitor (o curioso é que, estando no Brasil em finais de 1915, assinava Justiniano Gonçalves Ribeiro!). Um outro filho seu é, «segundo consta», Amadeu (1902-1994), gerado em Elvira Augusta Ribeiro. Ainda outro, «segundo consta», será Alfredo Ramos, nascido em 1913, e gerado em Clara Joaquina Ribeiro. Se for verdade, o padre é bisavô de gente famosa em Melgaço, e não só! Todas as suas namoradas têm em comum o apelido. Mas não é só o apelido que têm em comum – as três são… irmãs! // Andou a braços com a justiça, por razões políticas, pois segundo parece não aceitou a mudança de regime. O regedor de Prado, seu adversário, acusou-o de ele pactuar com o monárquico Paiva Couceiro. Lê-se no Correio de Melgaço n.º 8, de 28/7/1912: «… foram intimadas para no dia 29 comparecerem no comando militar desta Vila as testemunhas oferecidas em sua defesa…» Respondeu em Braga, a 3/8/1912, acusado de infringir a Lei da Separação (Igreja/Estado). As autoridades fizeram uma minuciosa busca em sua casa, convencidas de ali encontrar propaganda, ou armas; pelos vistos, os marinheiros nada encontraram, a não ser um velho revólver; retiraram, mas passadas 24 horas, por denúncia, foram prendê-lo e levaram-no sob prisão para Valença, no Auto Melgaço, ficando à disposição do comando militar. Ficou detido durante quinze dias, mas foi libertado. Os castrejos, de uma maneira geral, regozijaram-se com a sua libertação. // No Correio de Melgaço n.º 33, de 19/1/1913 lemos: «Por ordem da autoridade administrativa foi mandada encerrar a igreja paroquial da freguesia de Prado, sendo entregue a chave aos senhores Augusto César Gomes Pinheiro e Vitorino Domingues Salgado, devotados re… re… e mais que re… publicanos, membros da comissão paroquial, que exigiram ao respetivo pároco todos os vasos sagrados, inclusive a chave do sacrário, onde meteram as manápulas para procurarem o vaso. Não censuramos a autoridade administrativa, mas criminamos o cinismo dos dois entes que, rancorosamente, se intrometem em atribuições que … lhes não pertencem.» // No Correio de Melgaço n.º 34, de 26/1/1913, a administração do concelho chama a atenção do jornal: «Informa-nos a digna autoridade administrativa que a igreja de Prado não está fechada, motivo por que retificamos a local com a epígrafe acima publicada em o último número do nosso jornal.» Afinal, fecharam ou não a igreja!? // No Correio de Melgaço n.º 35, de 2/2/1913, lê-se: «Participei ao Sr. Arcebispo, além de outros factos, que me fecharam violentamente a igreja paroquial – e cala-se; que me tiraram todos os vasos sagrados – e cala-se; que me extorquiram a chave do sacrário – e cala-se; que um membro da comissão paroquial teve o atrevimento diabólico de abrir o sacrário, poluindo aquele lugar, privativo recolhimento do S.S. Sacramento e, portanto, interdizendo todo o edifício – e cala-se; que um padre, tendo pleno conhecimento destes factos, foi no dia seguinte ali celebrar a missa – e cala-se. Não percebo! Não sei se esta falta de perceção será devida ao respeito que conservo ao meu superior, mas hei de estudar o assunto, para ver se percebo, porque não percebo. // Prado, 29/1/1913. O Reitor, Francisco António Gonçalves.» // No Correio de Melgaço n.º 36, de 9/2/1913, vem publicado outro arrazoado seu: «Desejando – apesar do abandono – fazer inteira justiça a S. Ex.ª Reverendíssima, estudando o assunto, concluí o seguinte: o Sr. Arcebispo não se calou, porque para se calar era preciso ter conhecimento do que lhe participei; não, ignora tudo o que se passa no seu vasto arcebispado, e tiro esta consequência de uma resposta dada, em Braga, ao Sr. Prior de Paderne, deste concelho. Chegamos a tal tempo! Continuando, direi alguma coisa ao Sr. Núncio e ao Sr. Ministro das Finanças, apresentando documentos. // Prado, 7/2/1913. O Reitor, FAG.» // A seguir atira-se a um seu colega: «Triste posição a de quem não tem defesa e vem para a Lamparina (luz da ribalta, a público), sem a isso ser chamado. Quanto mais se manifesta, mais mostra o que é. Desta vez evidencia-se um bom discípulo de Lutero, pois este ensinou a fé em Jesus Cristo e blasfemou da mãe, a S.S. Virgem. Tu constituis-te defensor oficioso do Sr. Arcebispo, sem que alguém o ofenda, e calcas aos pés os documentos Pontifícios: “Apostolicae Sedis”, que impõe excomunhão reservada a quem usurpar jurisdição eclesiástica, a “Jam Dudum” (tu sabes porquê) e o Concílio Tridentino, que foi durante séculos lei desta nação. Infeliz, olha para a tua vida pública, no conceito em que és tido – nem te confiam as bulas, e quando se dá o caso de um casamento, que algum nubente te pertença, prescindem em Braga dos teus documentos. Mais, a gente sensata não quer comunicar contigo “in Divinis” – como o prova um documento em meu poder. És um homem de juízo… infeliz, quem te chamou? // Prado, 15/2/1913. O Reitor, FAG.» (Correio de Melgaço n.º 37, de 16/2/1913). // Mas não se quedou por aqui! Moveu uma ação a Vitorino de Jesus Salgado por injúria e difamação. O réu foi condenado, a 20/2/1913, em 15 dias de prisão correcional e 15 dias de multa, ficando a pena suspensa por dois anos, custas e selos do processo. // O seu cunhado, Jerónimo Barros, também veio a terreiro defendê-lo. // No Correio de Melgaço n.º 64, de 31/8/1913, pode-se ler um outro artigo dele: «Até que justiça foi feita. O Ex.mo e Reverendíssimo Sr. Vigário Capitular, em portaria de 8 do corrente, ordenou que fosse estranhado aos párocos da Vila de Melgaço (Manuel José Domingues – 1875-1952) e de Cristóval (…) terem – sem autorização minhaexercido nesta freguesia actos paroquiais, e como castigo lhes foi imposta a pena de suspensão das suas ordens, dentro dos limites da mesma freguesia. Prado, 25/8/1913. O reitor, FAG.» // Em 1914 publica no Correio de Melgaço: «Não assisti a uma célebre sessão da Câmara Municipal de Melgaço, mas pelo relato dos jornais vi o seguinte: um senhor vereador mostrou que é egoísta do dinheiro, porque tendo ele muito (que Deus lho conserve) não leva a bem que os professores deste concelho exijam uns magros centavos, que justamente lhes pertencem, e faz propostas que, bem traduzidas, são contra a instrução, porque sendo egoísta e entendendo que a ignorância não cabe toda na alma dele, quer que se estenda aos filhos dos munícipes, que lhes confiaram a cadeira onde se senta! Outro ponto dessa sessão: sendo companheiros deste vereador, e achando-se na mesma sessão, dois irmãos de professores (Lobato e Azevedo), estes ficaram calados! Conclusão: quem não defende os seus parentes tão próximos, menos é competente para defender os interesses do município. Prado, 29/1/1914.» // No Correio de Melgaço n.º 91, de 15/3/1914, publica, na sua Secção Livre, uns apontamentos assaz hilariantes, acerca de um eventual cruzamento de raça entre castrejos e russos, ou noruegueses! Para evitar a epidemia, argumentava ele. Os seus conterrâneos, casando entre si, tornavam-se fracos, logo, a solução seria essa! Vejamos: «Sou natural de Castro Laboreiro, cuja paróquia geri cinco anos, conheço perfeitamente o “modus vivendi” daquela gente. É uma freguesia extensíssima, medindo 30 quilómetros de comprimento por 10 de largura, confina com onze paróquias espanholas e três portuguesas. Topograficamente alta, e por isso isolada, contendo, termo médio, 2.300 pessoas, efetuando-se cada ano 18 a 20 casamentos, em virtude do seu isolamento casam continuamente uns com os outros, primos com primas e tios com sobrinhas, sendo sogros e genros irmãos, daqui resulta o enfraquecimento daquela gente, e como ali durante os meses de Julho, Agosto e Setembro o calor é tropical, e há meses no inverno que o frio é como na Sibéria, resulta que esta temperatura – in extremis – a atuar em indivíduos fracos por natureza, em virtude da causa acima mencionada, é que há trinta anos vem produzindo estas epidemias destruidoras. A meu parecer, servirá este esclarecimento para os senhores médicos estudarem os remédios que – a meu ver – só tinha um: cruzamento de raça com russos ou noruegueses. Prado, 13/3/1914. O reitor – Francisco Gonçalves.» // Nota: este padre não se cruzou com russas ou norueguesas, mas sim com raparigas de Prado, Melgaço, e teve descendência. Não falou na higiene, e aí é que residia todo o mal. Gado e pessoas viviam em comum, os corpos raras vezes viam a água e o sabão, as roupas eram lavadas raramente! A alimentação, devido ao isolamento, não era diversificada, comiam muita carne de porco, enfim, tudo contribuía para a fragilização dos seres. (Acerca dele ver também “Padre Júlio Vaz apresenta Mário”, p.p. 246-247). /// (*) Em outro sítio diz-se que ele sucumbiu a 3/2/1923, na freguesia de Prado (ver Notícias de Melgaço n.º 166, de 25/9/1932).     

 

     [RIBEIRO, Clara Joaquina. Filha de Manuel Joaquim Ribeiro e de Francisca Clara Cerqueira, moradores no lugar de Cerdedo. Neta paterna de João Luís Ribeiro e de Maria Rosa Pires; neta materna de António Cerqueira e de Ana Maria de Brito, de Eiras, Santa Comba, Arcos de Valdevez, residentes em Cerdedo, Prado, todos rurais. Nasceu em Prado a 26/4/1877 e foi batizada na igreja paroquial a 29 desse mês e ano. Padrinhos: José Caetano Marques e sua esposa, Clara Joaquina Fernandes, lavradores, do lugar do Rego. // Faleceu em Prado a 25 de Abril de 1962. // Teve geração do padre Francisco António Gonçalves, castrejo (ver Alfredo Ramos Ribeiro).]

 

     [RIBEIRO, Alfredo do Ramo. Filho de Clara Joaquina Ribeiro (e do padre Francisco António Gonçalves, castrejo, o qual foi pároco na freguesia de Prado). Nasceu em Prado a 16/3/1913 (Correio de Melgaço n.º 45, de 13/4/1913). // Casou em Cavaleiro Alvo, São Paio, a 24/9/1949, com Pureza de Jesus, filha de Manuel José Soares e de Maria Teresa Esteves. // Foi cantoneiro da Junta Autónoma de Estradas. // Pai de António Valentim Ribeiro (nasceu a 14/2/1950; morreu afogado no rio Minho, no Peso); de Maria Alberta Ribeiro (nasceu a 29/6/1953); e de José Ribeiro (nasceu em 1961; ferreiro; morreu de doença).]

 

     [RIBEIRO, Elvira Augusta. Filha de Manuel Joaquim Ribeiro e de Francisca Clara Cerqueira, moradores no lugar de Cerdedo. Neta paterna de João Luís Ribeiro e de Maria Rosa Pires; neta materna de António Cerqueira e de Ana Maria de Brito, todos lavradores. Nasceu em Prado a 19/1/1875 e foi batizada na igreja a 27 desse mês e ano. // Em sessão da Câmara Municipal de 12/6/1912 foi aprovado atribuir-lhe subsídio de lactação. // Faleceu solteira, a 27/3/1956. // Apesar de não ser casada, teve geração do padre Francisco António Gonçalves, castrejo, pároco de Prado…]   

 

     [RIBEIRO, Amadeu. Filho de Elvira Augusta Ribeiro, solteira, camponesa, moradora no lugar de Cerdedo, (e do padre Francisco António Gonçalves, castrejo.) Neto materno de Manuel José Ribeiro e de Francisca Clara Cerqueira. Nasceu em Prado a 28/7/1901 e foi batizado na igreja paroquial a 2 de Agosto desse mesmo ano. Padrinhos: o próprio pai, padre Francisco António Gonçalves, e Beatriz Rodrigues, solteira, da vila de Melgaço. // Em 1913 frequentava a escola primária de Remoães; nesse ano, a 16 de Julho, fez exame na escola Conde de Ferreira, Vila, obtendo a classificação de «bom». // Casou na CRCM a 22/5/1928 com Maria do Céu Gomes, de 25 anos de idade, nascida em Paderne a 29/12/1904, filha de Justino José Gomes (Pintor) e de Constança da Conceição Afonso. // Teve estabelecimento comercial no lugar da Corredoura, onde antes estivera a “Flor de Prado”, de Cícero Cândido Solheiro. Mudou para o sítio onde antes estivera instalada a “Madrilena”, de Abílio Fernandes; daqui, em 1947, transferiu a loja para o lugar da Serra, para o prédio que comprara ao referido Cícero. // A sua esposa finou-se em Prado a 8/3/1959. // Ele morreu no lugar da Serra, Prado, a 1/1/1995, com noventa e três anos de idade (ver A Voz de Melgaço n.º 1021). // Pai de Amadeu Ribeiro, casado com Esperança da Glória Gomes de Sousa, e de Ilda Augusta Ribeiro, casada com Fernando do Egipto Gonçalves, e avô do Doutor Albertino José Ribeiro Gonçalves, professor universitário. // Nota: julgo que é o mesmo senhor a quem uns gatunos tentaram assaltar o estabelecimento comercial na madrugada de 14/11/1936; porém, como antes tinham assaltado a adega de Rosa Alves Domingues, bebendo como labregos, não se encontravam com lucidez suficiente para este golpe, por isso desistiram.]  

 

     [RIBEIRO, Teresa de Jesus. Filha de Manuel Joaquim Ribeiro e de Francisca Clara Cerqueira, moradores no lugar do Cerdedo. Neta paterna de João Luís Ribeiro e de Maria Rosa Pires, do lugar de Ferreiros; neta materna de António Cerqueira e de Ana Maria de Brito, do lugar de Barro, freguesia de Eiras (Santa Comba), concelho dos Arcos de Valdevez, residentes no lugar do Cerdedo, freguesia de Prado, concelho de Melgaço, todos rurais. Nasceu em Prado a 19/1/1873 e foi batizada na igreja a 4 de Fevereiro desse ano. Padrinhos: padre Manuel José Gonçalves e Gaspar António Soares, empreiteiro de obras públicas, solteiro, da Vila dos Arcos de Valdevez, morador em Moreira, Monção. // Faleceu em Prado a (10?) de Março de 1965, com 92 anos de idade. // Mãe de Justiniano Ribeiro, gerado pelo então pároco de Prado, padre Francisco Augusto Gonçalves, castrejo.]    

 

     [RIBEIRO, Justiniano. Filho de Teresa de Jesus Ribeiro, solteira, natural de Prado, moradora no lugar do Cerdedo (e do padre Francisco António Gonçalves, natural de Castro Laboreiro). Neto paterno de António Gonçalves e de Maria Alves, do lugar de Dois Portos, Castro Laboreiro; neto materno de Manuel Joaquim Ribeiro e de Francisca Clara Cerqueira, de Prado, Melgaço. Nasceu em Prado a 31/8/1897 e foi batizado na igreja a 5 de Setembro desse dito ano. Padrinhos: José António Gonçalves, solteiro, do lugar de Santo Amaro, negociante, e Elvira Augusta Ribeiro, tia materna do batizando. // Em 1915 era empregado comercial no Cametá, Brasil (Correio de Melgaço n.º 176, de 28/11/1915). A vida não lhe deve ter corrido bem, pois cedo regressou à terra natal. // Entre os anos de 1924 a 1927 foi proprietário de um estabelecimento comercial, no lugar do Rego, com filial na estrada de Paderne (ver Notícias de Melgaço n.º 183, de 17/2/1933, página 7). // Casou na CRCM e na igreja de Prado a 20/6/1925 com Helena da Paz Soares Calheiros, filha de Luís Vicente Soares Calheiros, natural de São Paio, e de Rosa Afonso Vaz, do lugar da Breia, Prado. // Chegou a ser presidente da Junta de freguesia de Prado e «dedicado nacionalista». // No Notícias de Melgaço n.º 166, de 25 de Setembro de 1932, responde a um protestante: «Resposta ao cronista do artigo Festividades e Arraiais. Senhor cronista – li o último jornal Notícias de Melgaço em que aludia à minha pessoa, sob o título... Agradeço a consideração que diz merecer-lhe. Diz o senhor cronista que sobre política, religião e mulheres não mantém controvérsia; no entanto, apresenta uma estatística. A seguir faz a seguinte pergunta: - Qual é a verdadeira religião? Eu respondo da seguinte maneira: a verdadeira religião é a que é sustentada por crentes fervorosos. Também, como o senhor cronista, digo que não discuto assunto tão delicado. Há um ponto na sua crónica que não me soa bem. Apresenta a estatística dos adeptos das diversas religiões da Europa, parece que para vencer por maioria, assim como os políticos em eleições. Precisou o senhor cronista de juntar todos os ritos protestantes (…) heterogénea é esta (…) para vencer os católicos, assim como os políticos juntam os diversos partidos para derrubar um governo. Disse que não soa bem isso, pois é dar a entender que, no seu modo de ver, religião e política é a mesma coisa. Como muito bem deve saber se na eleição política religiosa aparece o partido budista, está tudo de cangalhas. E este também pode entrar, pois tem direito como os 449 milhões europeus. Fiquemos pois entendidos: em matéria religiosa não nos devemos meter. Se a mim não parece bem a ameaça com o protestantismo, ao senhor cronista parece que não soa bem a (propaganda?) católica. Fique cada um com a sua convicção, e pronto! Só mais uma alusão às últimas palavras do senhor cronista. Aprecia muito a religião protestante, pois que … segue a máxima de Cristo, que diz “crescei e multiplicai-vos”, podendo os seus pastores legar um nome honrado aos seus descendentes… Devo dizer-lhe que os pastores católicos também o podem fazer. O meu pai era padre católico, fez testamento público no tabelião desta comarca a 4/7/1901. Nasceu na religião católica, viveu honradamente na mesma, e morreu na dita religião a 3/2/1923. Pois bem: este pastor católico declarou no seu testamento que era pai do signatário. Prado, 21/9/1932 – J. Ribeiro.» // Em 1935 era presidente da Junta de Freguesia de Prado (NM 283, de 1/9/1935). // Por despacho de 28/7/1936 foi nomeado ajudante de notário de Melgaço, tomando posse a 5/8/1936. // Em 1938 era ajudante de notário no Cartório do Dr. João Luís Caldas, notário público da comarca de Melgaço (NM 411, de 28/8/1938). // Morreu no lugar de Leiros, freguesia de Prado, a 21/7/1948, com apenas cinquenta anos de idade. // Pai de Luís Gonzaga e de Maria Helena, casada com Manuel José Morais, padeiro, entre outros. // Nota - à margem do assento de batismo está escrito: «o indivíduo a que[m] este registo respeita foi perfilhado por Francisco António Gonçalves, solteiro, reitor da freguesia de Prado, e que foi morador no lugar do Cerdedo, da referida freguesia de Prado, como consta da certidão de testamento, lavrado nas notas do antigo notário desta comarca, Aurélio Augusto Vaz, e que arquivo sob o número cento e treze. (…) Melgaço, doze de julho de 1939...»] // continua...

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