MELGAÇO: Padres, Monges e Frades.
Por Joaquim A. Rocha
// continuação de 10/03/2023.
FONTES,
José Bento (Padre). Filho de Policarpo José de Fontes e de Maria José da Cunha
Gomes Pinheiro. Neto paterno de Joaquim Daniel de Fontes e de Inácia Joaquina
Fernandes; neto materno de Manuel Inácio da Costa Gomes Pinheiro e de Maria
Angélica de Araújo Cunha. Nasceu no lugar do Cruzeiro, São Paio, a 26/3/1864
(*); foi batizado na igreja a 29 desse mês e ano (já fora batizado em casa pela avó materna). Madrinha: a dita avó materna, viúva, proprietária, da
Casa e Quinta da Gaia. // Assinava o «Notícias de Melgaço». // A 20/12/1899, na
igreja de São Paio, foi padrinho de Adelaide Costa, nascida no dia anterior. //
Em 1916 era o vice-presidente do Centro Católico de São Paio; o presidente era
o padre António Esteves, pároco dessa freguesia. // Morreu a 1 de novembro de 1933,
na sua casa do lugar do Cruzeiro, de repente; sofria de uma lesão cardíaca (NM 304, de 12/11/1933). ///
(*) Aquando
da sua morte diz-se no jornal que ele morreu com 79 anos de idade; a ser
verdade, teria nascido em 1854; mas não deve estar certa essa informação (ver
sua irmã, Isabel da Pureza, nascida a 28/6/1853).
FONTES,
Policarpo José (Padre). Filho de Policarpo José de Fontes e de Maria José da
Cunha Gomes Pinheiro. Neto paterno de Joaquim Daniel de Fontes e de Inácia
Joaquina Fernandes; neto materno de Manuel Inácio da Costa Gomes Pinheiro e de
Maria Angélica de Araújo Cunha. Nasceu no lugar do Cruzeiro, São Paio, a
9/2/1856 e foi batizado no dia seguinte. Madrinha: a sua avó materna. // Os
seus pais dotaram-no com alguns bens, sitos na sua terra, a 23/7/1886, e no ano
seguinte, em Braga, celebrou a 1.ª missa.
FRANCISCO
DA MADRE DE DEUS (Frei). Natural da freguesia de Santa Maria das Neves da Bela,
termo de Monção. Foi o 8.º guardião do convento das Carvalhiças. Tomou posse a
21 de dezembro de 1771 e assumiu esse fardo até 24/7/1773. Naquele período
fizeram-se algumas obras no convento (Obras
Completas de ACE, volume I, tomo II, página 387).
FRANCISCO
DA PURIFICAÇÃO (Frei). Natural de Santo Iago de Pias, termo de Monção. Foi o
7.º guardião do convento das Carvalhiças, SMP. Tomou posse a 3/7/1770 e
manteve-se nesse posto até 7/12/1771. Naquele período compraram-se para os
religiosos treze mantas, quatro cobertores, e três enxergões, e ainda sobrou
dinheiro para se abater à dívida existente (Obras
Completas de ACE, volume I, tomo II, página 387).
FRANCISCO
RAINHA DOS ANJOS (Frei). Natural de São Paio de Melgaço. Depois de encerrarem
os conventos, em 1834, abraçou a profissão de professor das primeiras letras (ver
Henriques Rodrigues – Emigração e Alfabetização. O Alto Minho e a Miragem do
Brasil).
FRANCISCO
DO ROSÁRIO (Frei). // Natural de Viana. // Foi o 4.º guardião do convento das
Carvalhiças; tomou posse a 13 de junho de 1765. Manteve-se no cargo até
5/1/1766 (Obras Completas de ACE, volume I, tomo
II, página 386).
FRANCISCO
DE SANTA MARIA DOS ANJOS (Frei). // Foi o 21.º guardião do convento das
Carvalhiças, SMP (ou Convento de Nossa Senhora da
Conceição). // Tomou posse a 12/5/1796.
FRANCISCO
DE SANTA QUITÉRIA (Frei). // Foi o 16.º guardião do convento das Carvalhiças,
SMP. Tomou posse a 10 de maio de 1785. // Uma das coisas boas que se fizeram no
seu mandato: arranjar uma panela grande de cobre para nela se fazer o caldo
para os pobres da freguesia; além disso também se conseguirem cobertores e
mantas para a hospedaria (Obras Completas de ACE, volume I, tomo
II, páginas 388 e 389).
FREITAS,
João Vicente. Filho de Cipriano da Costa Freitas e de Helena Ana Ribeiro Fernandes,
moradores no Campo da Feira de Fora. Neto paterno de José da Costa e de
Francisca de Freitas, de Guimarães; neto materno do capitão Manuel António
Fernandes Codesso e de Ana Maria Ribeiro, de Paderne. Nasceu a 8/12/1803 e foi
batizado na igreja de SMP dois dias depois. Padrinhos: o avô materno e sua
irmã, Constança Teresa, viúva, moradora na Vila de Melgaço. // A 14/4/1811 foi
padrinho de João Vicente Simões, nascido na Vila no dia 8 desse mês e ano. //
Na noite de 21 para 22/3/1829 foi assassinado pelas balas do Tomás das
Quingostas e seus capangas. Era praticamente padre, quando morreu (ver “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, de Augusto César Esteves, volume
I, página 483).
FREITAS,
Joaquim dos Santos (Padre). Filho de Raul Augusto de Freitas e de Beatriz dos
Santos. // Tomou posse de pároco da freguesia de Chaviães a 24/9/1950. Lê-se no
Notícias de Melgaço n.º 950, de 8/10/1950: «No
passado dia 24 do mês findo tomou posse de pároco da freguesia de Chaviães o
reverendo padre Joaquim dos Santos Freitas, ex-pároco de Castanheira, Paredes
de Coura, onde exercia as suas funções apostólicas. O seu sucessor (deve ser “o seu antecessor”), reverendo padre
António Domingues, foi colocado na freguesia de Parada do Monte, terra de sua
naturalidade. Ao novo pároco (…) os nossos parabéns.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1025, de 18/5/1952: «No dia 13 do corrente houve nesta vila missa
cantada solene em honra da Senhora de Fátima e em cumprimento de uma promessa
de D. Sérgia Magalhães. A parte coral foi primorosamente executada pelo grupo
feminino da igreja matriz e os ensaios e a regência foram confiados ao
reverendo senhor abade de Chaviães, padre Joaquim de Freitas, que se revelou um
maestro insigne…» Passados alguns anos abandonou a carreira eclesiástica.
// Casou em Abril de 1957 com uma filha do cabo da
Guarda-Fiscal, Celestino Augusto Ribeiro, natural de Paderne, chamada Estela.
// É irmão de Zizina dos Santos de Freitas, casada com Alberto Rodrigues
Rego.
FREITAS,
José Joaquim (Frei). Filho de Cipriano da Costa de Freitas e de Helena Ana
Ribeiro Codesso, moradores no Campo da Feira de Fora. Neto paterno de José da
Costa e de Francisca de Freitas, de Corvite, Guimarães (Santa Maria do Ó); neto materno
do capitão Manuel António Fernandes Codesso e de Ana Maria Ribeiro, da Portela
de Paderne. Nasceu a 6/3/1800 e foi batizado na igreja de SMP a 9 desse mês e
ano. Padrinhos: o seu avô materno e Constança Teresa Fernandes, viúva, ambos de
Paderne. // Seguiu a carreira eclesiástica; professou na Ordem dos Cónegos
Regrantes de Santo Agostinho. Ficou a ser conhecido por José da Purificação.
Residiu em Viana do Castelo, no Hospício de São Teotónio, pertencente à sua
Ordem. // Não consta que deixasse semente.
FREITAS,
Manuel Caetano (Padre). Filho de Cipriano da Costa Freitas e de Helena Ana
Ribeiro Codesso, comerciantes, moradores no Campo da Feira de Fora. Neto paterno
de José da Costa e de Francisca de Freitas, de Corvite, Guimarães; neto materno
do capitão Manuel António Fernandes Codesso e de Ana Maria Ribeiro, da Portela
de Paderne. Nasceu a 21/2/1798 e foi batizado na igreja de SMP a 25 desse mês e
ano. Padrinhos: Caetano José de Abreu Soares e Manuela Luísa, viúva, melgacenses.
// A 4/1/1819, na igreja de SMP, foi padrinho de Helena Maria Ribeiro, nascida
três dias antes. // Seguiu a carreira eclesiástica, para isso contribuíram as
tias, Constança Teresa e Manuela Luísa, viúvas, a fim de lhe fazerem o
património, isto a 11/1/1819, doando-lhe o usufruto de um campo, sito em
Paderne, e demais bens. // Morreu em SMP a 27/1/1828 e foi sepultado na igreja
matriz.
GAMA,
António Caetano de Sousa (Padre). // A 28/10/1782, na igreja de SMP, serviu de
testemunha no batismo de Maria Engrácia Gomes, nascida três dias antes. Outra
testemunha foi o padre Manuel José Gomes.
GAMA,
António José de Sousa (Padre). Filho de Pedro de Sousa Gama e de Maria Teresa
de Sousa Salgado, da Casa da Serra, Prado. Neto paterno de Diogo de Sousa e
Castro e de Isabel Gama Palhares; neto materno do Dr. Manuel Gouveia de
Figueiredo e de Maria Caetana de Sousa. Nasceu na dita Casa a 5/1/1713. // Foi
cura (padre colado) da freguesia de
Chaviães (em 1757 já o era; a 27 de setembro desse ano representou, na
igreja de SMP, o padrinho de Maria do Carmo Eça, nascida oito dias antes) e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço
(1758). // Em um documento escrito a 17/7/1790
confessava ser pai de uma menina e de um rapaz. A menina chamava-se Joaquina
Rosa, a qual casou com João Luís Gomes Araújo de Castro. O rapaz chamava-se
Luís António. Foram gerados em Quitéria Soares, natural de Paderne.
[GAMA,
Joaquina Rosa de Sousa. Filha do padre António José
de Sousa Gama, natural de Prado, e de Quitéria Soares, natural da
Granja, Paderne. Neta paterna de Pedro de Sousa Gama e de Maria Teresa de Sousa
Salgado; neta materna de Manuel Soares e de Ventura da Veiga. Nasceu no século
XVIII e casou na igreja de Chaviães, Melgaço, a 23/6/1781, com João Luís Gomes
Araújo de Castro, do lugar do Outeiro, Chaviães, filho de
------------------------------ e de Mariana de Araújo. (Os avós paternos dele
eram António Gomes e Madalena de Castro; e os maternos eram Francisco de Araújo
de Azevedo Poderé e Maria Rosa de Puga Saavedra, senhores da Casa da Moreira,
em Cecriños, Galiza, frente a Chaviães, e desta maneira descendente do capitão
João de Araújo Azevedo e sua mulher, Mariana de Araújo, da Casa do Carvalho do
Lobo). Residiram no lugar do Outeiro. // Viria a herdar do pai, além de outros
bens, a Quinta do Caneiro, sita na freguesia da Vila, que seria vendida em 1819
por 500$000 réis. // Enviuvou a 4/7/1786. // Mudou a sua residência para o
lugar da Baralha, e aí faleceu a 8/8/1836. // Com geração.]
[GAMA,
Luís António. Filho do padre António José de Sousa
Gama, natural de Prado, e de Quitéria Soares, da Granja, Paderne. Neto
paterno de Pedro de Sousa Gama e de Maria Teresa de Sousa Salgado; neto materno
de Manuel Soares e de Ventura da Veiga. Nasceu no século XVIII e casou com Ana
Maria Gonçalves, do lugar da Pena, Chaviães. // Emigrou para Espanha,
trabalhando durante muitos anos em Lugo. // Morreu nessa cidade espanhola no
século XIX. // Com geração.]
GAMA, Braz de Andrade. // Lê-se no livro «Padre Júlio Apresenta Mário», página 194:
GAMA,
Diogo Manuel (Padre). Filho de Pedro de Sousa Gama e de Maria Teresa de Sousa
Salgado. Neto paterno de Diogo de Sousa e Castro e de Isabel Gama Palhares;
neto materno do Dr. Manuel Gouveia de Figueiredo e de Maria Caetana de Sousa.
Nasceu em Prado a 8/2/1714. // Foi vigário de Bela, Monção, e de Penso,
Valadares. // Escreveu o Dr. Augusto César Esteves na sua obra «O Meu Livro das
Gerações Melgacenses», página 635: «Pelo
testemunho escrito a seu pedido em 7/5/1783 apura-se ter sido este padre o reformador
da fortuna da Casa da Serra, pois com o dinheiro do seu bolso particular pagou
as dívidas dos pais, readquiriu os bens alienados por seus antepassados em
horas amargas, melhorou os bens vinculados fazendo o canastro de pedra, o lagar
e a respetiva casa, tomou a iniciativa de comprar outros bens e de nenhum
deles, nem mesmo do seu património recebeu rendimentos tempo algum.» //
Nomeou herdeiro o seu irmão, Luís Caetano.
GAMA,
Francisco Manuel Pereira (Padre). // Nasceu na Vila de Melgaço (confirmar). // Irmão de
Isidória Joana. // A 19/3/1778, na igreja de SMP, serviu de testemunha no
batizado de Manuel Caetano Costal, nascido três dias antes. A outra testemunha
era o jovem João Manuel Álvares, clérigo “in minoribus”. // A 28/3/1778, na
igreja de SMP, foi padrinho de Manuel Francisco, nascido três dias antes, filho
de Manuel Pedro Fernandes e de Maria Teresa Gomes, moradores na Rua da
Misericórdia. // A 22/11/1779, na igreja de SMP, foi padrinho de Francisco
Manuel, nascido quatro dias antes, filho de António Lourenço e de Justa Maria
de Magalhães, moradores no lugar de Corujeiras, Vila. // A 2/9/1786, na igreja
de SMP, foi padrinho de Antónia Teresa de Araújo, nascida a 30 de agosto desse
ano. // A 2/3/1789, na igreja de SMP, foi padrinho de Isidora Joana, nascida
quatro dias antes, filha de Domingos José Rodrigues e de Luísa Felícia Pires.
// A 17/11/1790, na igreja de SMP, sendo ele pároco da freguesia de Prado, foi
padrinho de Francisca Isidória, nascida dois dias antes, filha de António
Fernandes Vidal e de Maria Gertrudes Souto, galegos, residentes na vila de
Melgaço. // A 3/11/1805, na igreja de Prado, batizou Antónia Maria, nascida no
dia anterior, filha de Domingos José Lourenço e de Maria de Freitas, moradores
no lugar de Santo Amaro. O padrinho do bebé era o padre João Manuel do Souto,
pradense. // Teve geração:
[GAMA,
Cândida Rosa. Filha de Manuel de Assier Pereira da Gama e de Ana Ventura da
Silva, moradores no lugar do Cerdedo, Prado. Neta
paterna do padre Francisco Manuel Pereira da Gama, pároco que foi em
Prado, e de Domingas Antónia de Sousa, solteira, do lugar do Cerdedo, Prado;
neta materna de Francisco Ventura da Silva e de Maria Luísa Martins, do lugar
das Carvalhiças, SMP. Nasceu em Prado a 2/10/1849 e foi batizada dois dias
depois. Padrinho: António Manuel da Rosa, viúvo, do lugar de Gondomar, Remoães.]
[GAMA,
Francisco Manuel. Filho de Manuel de Assier Pereira da Gama e de Ana Ventura da
Silva, moradores no lugar do Cerdedo, Prado. Neto
paterno do padre Francisco Manuel Pereira da Gama e de Domingas Antónia
de Sousa, ambos pradenses; neto materno de Francisco Ventura da Silva e de
Maria Ventura Martins, do lugar das Carvalhiças, SMP. Nasceu em Prado a
2/3/1840 e foi batizado pelo padre José Domingues, do lugar de Corujeiras,
Rouças, no dia seguinte. Padrinhos: Bernardo Pereira de Castro e sua esposa,
Joana Maria Gomes, do lugar de Gondomar, Remoães. // Morreu a 11/3/1841.]
[GAMA,
Maria Delfina. Filha de Manuel de Assier Pereira da Gama e de Ana Ventura da
Silva, moradores no lugar do Cerdedo. Neta paterna
do padre Francisco Manuel Pereira da Gama e de Domingas Antónia de
Sousa, do dito lugar; neta materna de Francisco Ventura da Silva e de Maria
Luísa Gonçalves, do lugar das Carvalhiças, SMP. Nasceu em Prado a
9/6/1845 e foi batizada na igreja paroquial a 11 desse mês e ano. Padrinho:
António Manuel da Rosa, viúvo, do lugar de Gondomar, Remoães. // Casou
com Francisco José Domingues (Ferreiro), mais conhecido por “Chico dos
Bacelos”, por ter nascido em Bacelos, Golães, Paderne, por volta de 1840. // O
seu marido morreu no lugar do Cerdedo, Prado, a 11/10/1906. // Ela faleceu a
9/2/1923.
[COELHO,
Francisco Joaquim. Filho de João Coelho, de Guimarães, e de Maria Teresa do
Desterro Pereira, de Caminha, moradores no Campo da Feira, vila de Melgaço.
Neto paterno de Ana Maria Coelho, solteira, de Guimarães (e do padre Francisco Leite Pereira, de Atães); neto
materno de Luís António Pereira, de Melgaço, e de Maria Teresa de Jesus, de
Caminha, onde residiam. Nasceu a 29/7/1790 e foi batizado a 1 de Agosto desse
ano. Padrinhos: padre Francisco Manuel Pereira da
Gama, de Prado, que batizou a criança, e sua irmã, Isidora Joana.]
GAMA,
Gaspar de Sousa Miguel (Frei). // Nasceu em Prado no século XVIII. // Professou
na Ordem de Santo Agostinho.
GAMA,
José Manuel Pereira (Padre). // A 21/2/1789, na igreja de SMP, foi padrinho de
Maria Josefa Esteves, nascida dois dias antes, filha de Josefa Esteves,
solteira, natural de São Pedro da Torre, bispado de Ourense, Galiza.
GAMA,
Luís Manuel de Sousa (Padre). Filho de Tomaz Lourenço de Sousa Gama e de Maria
Gertrudes Pinheiro (de Macedo). Neto paterno de Pedro de Sousa Gama e de Maria
Teresa de Sousa Salgado; neto materno de Manuel Álvares Pinheiro e de Rosa Domingues.
Nasceu na Casa da Alota a 4/7/1764 e foi batizado na igreja de São Paio a 8
desse mês e ano. Padrinho: Luís Manuel de Macedo, da Vila de Sernancelhe, que
não esteve presente, por ter passado procuração ao pároco de Chaviães, padre
António José de Sousa Gama. Segundo parece (ver “O
Meu Livro das Gerações Melgacenses”, volume II, página 35), seguiu a carreira eclesiástica. // A 28/3/1810 foi
padrinho de seu sobrinho, Luís Manuel, filho de António Caetano de Sousa Gama e
de Maria Joaquina de Sousa e Castro; a cerimónia religiosa decorreu na igreja
de Alvaredo.
GARCIA, André (Padre). // (1205-1241). // Lê-se em “Obras Completas”, de
Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 247: «Eis o primeiro abade da freguesia de SMP, cujo nome se conservou em
documentos do Livro das Datas. Um é da era de 1243, e o outro de 1274,
apresentando-o este como testemunha de um contrato de venda, por esta forma:
“Domnus andreas prelatus ecclesie sancte marie de melgazo”.»
GARCIA,
Francisco (Padre). // A 6/11/1846, na igreja do mosteiro de Paderne, batizou
Genoveva Augusta, exposta à porta de casa de Maria Luísa Alves. Era cura da
paróquia de Paderne. Dois anos depois ainda lá permanecia.
GARCIA,
João (Padre). // Em 1258 era pároco da freguesia de São Paio (ver “Melgaço Medieval”, do padre Bernardo Pintor, página 33).
GOMES,
António (Padre). Filho de António Gomes e de Mariana Ribeiro. Neto paterno de
-------------------------------; neto materno de João Ribeiro e de Maria
Monteiro. Nasceu no século XVII ou XVIII. // Seus tios, Jerónimo Ribeiro e Guiomar
Nunes de Figueiredo, fizeram-lhe o património a 5/7/1738, a fim de ele estudar.
// Nota: deve ser o sacerdote que
morreu em Corujeiras a 23/9/1758.
[GOMES,
Manuel. Filho do padre António Gomes, de
Corujeiras, e de Domingas Vaz, solteira, natural de Fiães. // Morou no lugar de
Corujeiras, Vila, casado com Serafina Domingues. // Enviuvou a 2/12/1808. //
Morreu a 21/5/1811.]
GOMES,
António (Padre). Filho de ---------- Gomes e de --------- Fernandes. Nasceu a
--/--/1---. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 124, de 13/9/1931: «Novo pároco. Desde há dias que se encontra a
paroquiar as freguesias da Vila e Prado o reverendo padre António Fernandes
Gomes, missionário colonial, da cidade de Braga. A Sua Excelência, damos-lhe os
nossos cumprimentos.» // Em 1932 era ainda pároco de Prado; nesse ano foi
substituído pelo padre Firmino Gonçalves [Meleiro],
que paroquiava a freguesia de Sabadim, Arcos de Valdevez. // Lê-se no Notícias
de Melgaço n.º 174, de 27/11/1932: «O
nosso amigo e assinante padre António Fernandes Gomes tendo em atenção ao seu
estado de saúde, e com o fim de sujeitar-se a uma operação, solicitado e obtido
de Sua Excelência o Sr. Arcebispo Primaz, a desoneração da freguesia desta Vila
de Melgaço, que vinha paroquiando, e não lhe sendo possível despedir-se
pessoalmente de cada um dos seus paroquianos e amigos, fá-lo por este meio,
pedindo-lhes relevem quaisquer faltas que involuntariamente tenha praticado no
desempenho da sua missão.» // O padre António foi tomar conta da paróquia
de Santa Maria de Anais, Ponte de Lima (Notícias
de Melgaço n.º 174, de 27/11/1932). // Em
1935 veio visitar os seus amigos da Vila e de Prado. Lê-se no Notícias de
Melgaço n.º 283, de 1/9/1935: «Esteve
alguns dias nesta vila, de visita às pessoas suas amigas, o nosso estimado
amigo e assinante, senhor reverendo padre António Fernandes Gomes, ex-pároco
desta vila e da vizinha freguesia de Prado, e atual pároco da freguesia de
Santa Maria de Anais, Ponte de Lima…»
GOMES,
António Bernardo (Padre). Filho de António Bernardo Gomes e de Isabel Ventura
de Sousa, moradores na Vila. Neto paterno de Jerónimo Gomes [de Abreu], solteiro,
e de Jerónima da Cunha, solteira; neto materno de Francisco Coelho e de Maria
de Sousa. Nasceu a 22/5/1768 e foi batizado na igreja de SMP a 26 desse mês e
ano. Padrinhos: António Xavier e irmã, Lina Josefa, filhos de Belchior Rodrigues
Torres e de Maria Gomes, da Vila. // (ver em
Cunha).
GOMES, António Domingues (Frei e Padre). // No
ano de 1839 já exercia a sua atividade religiosa. // A 6/3/1845, na igreja de
Alvaredo, foi padrinho de António José, nascido em Alvaredo, no lugar da
Carvalheira, a 2/3/1845, filho de António José Besteiro e de Joaquina Rosa
Lamas. A madrinha foi a sua sobrinha, Maria Domingues, solteira.
GOMES, António José (Padre). // A 7/9/1798, na igreja de
SMP, batizou e foi padrinho, com licença do padre Carlos Domingues, de António
Luís, nascido três dias antes, filho de Manuel José Quintela e de Clara
Joaquina Gomes. // A 22 de Novembro de 1804, na igreja de SMP, batizou José
Maria, nascido três dias antes, filho de Francisco António Lourenço e de Maria
Rosa Alonso Gonçalves, galegos. // Raimundo da Paz apareceu à porta de Isabel
Luísa, solteira, de Prado, na noite de 16/12/1816; no dia seguinte recebeu o
batismo na igreja de SMP. Padrinhos: padre António José Gomes, de Corujeiras, e Isabel
Luísa, solteira, de Prado. // A 23/2/1818, na igreja de SMP, foi padrinho de
Maria Antónia, nascida dois dias antes, filha de Francisco António Lourenço e
de Maria Rosa Alonso Gonçalves. // Em 1819 era cura em SMP. Nesse ano, a 28 de
Julho, na igreja de SMP, serviu de testemunha no casamento de Macário José
Pereira com Ângela Maria Fernandes. // A 11/6/1823, na igreja de SMP, serviu de
testemunha no casamento de Francisco António (ou Francisco José) Alves com
Joana Antónia Sarmento. // Nota:
deve ser o eclesiástico que morreu a 12/2/1824, tendo sido amortalhado com
hábitos sacerdotais e sepultado na igreja matriz da Vila; era presbítero
secular e morava no lugar de Corujeiras.
GOMES, Bernardino José (Padre). // Lê-se em “Obras
Completas”, de Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 253: «Mais um melgacense a pastorear a freguesia e
como abade aparece a 24/11/1830. // A 16/4/1834, em sessão camarária,
assina uma ata onde se aclama D. Maria II como rainha de Portugal. // Lê-se em
Melgaço, Sentinela do Alto Minho, de ACE, página 111: «… à missa do dia, o abade da vila, reverendo Bernardino José Gomes
aconselha os fregueses a não darem esmolas ou donativos às pessoas que os
pedirem para as necessidades do Estado, visto tais peditórios serem feitos só
com o fim de desacreditarem o governo de S. M. I. e de roubarem…» // A
21/12/1835, na igreja de SMP, batizou (autorizado pelo abade João Evangelista
de Sá Sotomaior) Francisco Maria de Melo, nascido
nesse mesmo dia, filho de Ana Joaquina Gonçalves, vendedora de peixe, residente
no bairro do Carvalho. // Em 1838 e em Junho de 1842 era o pároco de SMP, vila
de Melgaço. // Deve ter sido uma outra
vítima de grave doença, pois à sua morte os livros paroquiais estavam em um
caos, pelo que necessidade houve de legalizá-los. Para escrever os assentos de
nascimento, etc., dos anos faltosos, foi nomeado pelo arcipreste da comarca
comissário para esse efeito o reverendo padre Francisco António Soares Coutinho,
reitor de São Salvador de Paderne, que iniciou o trabalho a 1/6/1843.»
GOMES, Diogo Luís (Padre). // Deve ter nascido
em Prado. // Irmão de José António de Sousa Gomes. // A 24/09/1806, na igreja
matriz da Vila, SMP, foi padrinho de Clara Joaquina Rodrigues, nascida três
dias antes. // A 21/12/1807, na igreja de SMP, foi padrinho de José Joaquim
Monteiro, nascido dois dias antes. // Em 1827 morava no lugar da Barronda, freguesia
de Prado. Devia ter algumas posses, pois tinha ao seu serviço dois criados:
António e Teresa Gomes.
GOMES,
Domingos (Padre). // Natural da Carpinteira (NM
873, de 19/9/1948). // Foi abade de São Paio no século
XVIII, 1744 (ver NM 889, de 17/2/1949, página 6, e
“Memórias Paroquiais de 1758”, página 176). // Tinha
uma irmã, Maria Gomes de Santa Teresa, (filha de Sebastião Rodrigues e de
Domingas Alves – A Voz de Melgaço n.º 1297, de 1/6/2008, página 17) que com ele morava, na residência paroquial, a qual casou
com Luís Manuel, filho de Afonso Pereira de Castro Marinho e de Isabel Alves da
Ribeira, morgado do vínculo de Alderiz, termo de Monção, e morador na Quinta de
Pias; a 22/5/1745 lavrou-se a escritura antenupcial. O casal passou a viver na
Quinta da Gaia, São Paio. Os noivos foram dotados pelo padre
Lourenço Esteves da Ribeira, de Paderne, tio do noivo, e irmão do padre
António Esteves da Ribeira Ultramarinho (ver “O
Meu Livro das Gerações Melgacenses”, volume I, páginas 395 e 396, de Augusto
César Esteves).
GOMES,
Gregório Ventura (Padre). Filho de Gregório Ventura Gomes e de Maria Caetana de
Castro. Nasceu por volta de 1788, em Chaviães, salvo erro. // A 27/7/1831, na
igreja de SMP, serviu de testemunha no casamento de Caetano José de Castro com
Josefa Antónia Rodrigues. // A 16/4/1834, em sessão camarária, assinou o Auto
de Aclamação da rainha D. Maria II. // A 27/8/1838, na igreja de Chaviães, foi
padrinho de Florinda Rosa, nascida dois dias antes, filha de Manuel António
Gomes e de Rosa Clara Pinto, moradores no lugar do Casal; a madrinha era Maria
Esteves, do dito lugar. // A 8/2/1845, na igreja de Chaviães, foi padrinho de
Maria de Jesus (exposta). // A 11/3/1847, na
igreja de Chaviães, foi padrinho de António Luís Alves, nascido no dia
anterior. // A 25/11/1850, na igreja de Chaviães, foi padrinho de António
Joaquim (*), nascido nesse dito dia, filho de António
Joaquim Álvares [Ramos] e de Ana Luísa [Gomes] Exposta, moradores no lugar de
Soengas; de madrinha serviu o irmão do neófito, Manuel Joaquim Alves. // A
14/4/1852, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Gregório Ventura (*), nascido
no dia anterior, filho de António Joaquim Alves Ramos e de Ana Luísa Gomes
Exposta, residentes no lugar de Soengas; a madrinha era Maria Rosa Gomes,
solteira, irmã do padrinho, moradora no lugar da Igreja. // A 25/6/1856, na
igreja de Chaviães, foi padrinho de Emília Rosa, nascida no dia anterior, filha
de José Caetano de Sousa e de Maria Marcelina de Barros. // Morreu em sua casa,
sita no lugar da Igreja, Chaviães, a 16/2/1860, às cinco horas da manhã, de
repente. // Tinha setenta e dois anos de idade. // Não fizera testamento. //
Deixou uma filha, Ana Luísa Gomes, casada com António Joaquim Alves Ramos. ///
(*) Neto do padrinho
padre.
[GOMES, Ana Luísa. Filha do padre Gregório Ventura Gomes e de --------------- (?). Nasceu em
Chaviães por volta de 1821. // Lavradeira. // Casou com António Joaquim Alves
Ramos. // Faleceu em Chaviães a 25/8/1893, em sua casa de morada, sita no lugar
da Igreja, com todos os sacramentos, à exceção do sagrado viático, com setenta
e dois anos de idade, com testamento, com filhos, e foi sepultada na igreja.]
[RAMOS,
Ladislau José. Filho de António Joaquim Alves Ramos, lavrador, e de Ana Luísa
Gomes, doméstica, moradores no lugar da Igreja. Neto paterno de Caetana Rosa,
solteira, de Soengas; neto materno do [Padre]
Gregório Ventura Gomes «por perfilhação
que este fez». Nasceu em Chaviães a 9/3/1864 e foi batizado pelo
padre Joaquim Luís Barbosa Coutinho a 13 desse mês e ano. Padrinhos: Manuel
Joaquim Durães, casado, lavrador, e sua filha, Mariana Durães, solteira,
moradores em Queirão, Paderne. // Faleceu a 4/11/1865, à uma hora da madrugada.]
GOMES,
João (Padre). // Faleceu no lugar de Bouças, freguesia de Chaviães, a
17/1/1722.
GOMES,
Joaquim (Padre). // A 19/4/1834, em sessão camarária, assinou o Auto de
Aclamação da rainha D. Maria II.
GOMES,
Manuel (Padre). // A 28/1/1768, na igreja de SMP, serviu de testemunha no
batismo de Manuel Luís Fernandes, nascido três dias antes. // A 2/5/1769, na
igreja de SMP, foi padrinho de Caetana Josefa de Sousa, nascida a 25 de Abril
desse ano. // Morreu na Vila a 9/4/1781. // Nota: deve ter sido ele o padrinho de Manuel Caetano Fernandes,
nascido na vila de Melgaço em março de 1772; o batismo decorreu na igreja de
SMP; o sacerdote batizante chamava-se Bernardo Araújo.
GOMES, Manuel Bento (Padre). Filho de Manuel António Gomes e de Delfina de Sousa
Viana, residentes no lugar de São Gregório, Cristóval. Neto paterno de Manuel
António Gomes e de Rosa Alves, de Chaviães; neto materno de António José Sousa
Viana e de Rosa Durães, de São Gregório. Nasceu a 7/3/1867 e foi batizado a 13
desse mês e ano. Padrinhos: Manuel José de Sousa Viana, casado, negociante,
paroquiano da freguesia de Santa Maria dos Anjos, Vila de Monção, representado
pelo seu tio, Manuel de Sousa Viana, casado, morador em São Gregório, e a avó
materna do bebé. // Depois da 4.ª classe ingressou no Seminário de Braga, onde
se ordenou a 27/7/1891. // A 15/5//1891, na igreja de Cristóval, foi padrinho
de Porfírio Augusto Fernandes, nascido nessa freguesia cinco dias antes. // A
13/3/1895 foi nomeado pároco de Fiães. // A 19 de Junho de 1898, na igreja de
Fiães, foi padrinho de Carlos Augusto, nascido sete dias antes, filho de Manuel
Marques e de Maria Exposta; a madrinha era Estefânia Augusta Gomes, irmã do
padrinho padre. // A 18/11/1900 foi nomeado pároco de Rouças; tomou posse desse
cargo a 24/2/1901, tendo sucedido ao padre Francisco Leandro de Magalhães, residente
em Alvaredo, que havia sido apresentado para essa freguesia a 10/11/1899. «Foi recebido nos limites da sua nova
paróquia com a que deixava por uma banda de música, muito povo, e o competente
foguetório» (Padre Júlio Apresenta
Mário, página 243). // A 22/2/1905, na
igreja de Cristóval, foi padrinho de Julieta Augusta, nascida quatro dias
antes, filha de Vitorino José Esteves e de Estefânia Augusta Gomes Viana. // Devia
gostar da política, pois em 1908 foi vice-presidente da Comissão Administrativa
Municipal de Melgaço. // A 15/4/1908, na igreja de Rouças, foi padrinho de
Albertina Lourenço, nascida três dias antes. // A 10/5/1908, na igreja de
Rouças, foi padrinho de Rosa, nascida cinco dias antes, filha de José Joaquim
Alves e de Maria Angelina Fernandes. // A 16/4/1910, na igreja de Cristóval,
foi padrinho de Augusta Henriqueta, nascida cinco dias antes, filha de
Francisco Máximo Rodrigues e de Deolinda Viana Gomes, comerciantes e
proprietários. // Foi o 1.º arcipreste de Melgaço, cujo arciprestado se criou
em 1911 -?- (ver Correio de Melgaço
n.º 201, de 28/5/1916, página 3). //
Em 1912 recebeu uma intimação das autoridades municipais republicanas para no
prazo de cinco dias deixar a casa de residência paroquial (Correio de Melgaço n.º 7). // A 11 de novembro, 21 de novembro, e
12/12/1912, respondeu no tribunal da comarca acusado de ter infringido a Lei da
Separação (igreja-estado), tendo sido absolvido pelo juiz. Era seu defensor, o
Dr. Ladislau Xavier de Morais, advogado de Monção (ver Correio de Melgaço n.º 24, de 17/11/1912,
e Correio de Melgaço n.º 25, de 24/11/1912). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 915, de 30/10/1949: «Recordações
de Melgaço. Capítulo XXI. Os clamores da Ascensão (continuação)... Arciprestava Melgaço o saudoso e finado Manuel Bento Gomes,
pároco da freguesia de Rouças, que depois do triunfo da revolução de 5/10/1910
foi perseguido, sofrendo muitos desgostos. Era daqueles padres que não têm
política, seguindo, fielmente, a missão que assumiram aos pés do altar. Como é
encantador e sublime encontrar-se homens deste temperamento! Mas… hoje? Nunca
se cansava de elucidar os seus fregueses e de pregar a verdade, a justiça! Era
ministro de Cristo! Na vila de Melgaço, onde havia politiqueiros e não
políticos, como hoje, paroquiava um padre que, devido ao meio em que lidava,
foi arrastado por influência, juntamente com o seu colega, António Esteves,
abade de Cristóval, seguindo o contrário dos outros colegas que se conservaram
fiéis. Melgaço entrava num período revolto político-religioso, trabalhando-se,
de parte a parte, pela reconquista, sendo o primeiro pioneiro o reverendo padre
Francisco de Castro que, depois de celebrar na matriz de Melgaço, informou o
abade da Vila que “era excomungado” se continuasse como até ali, havendo,
depois, alguns dissabores entre eles. O arcipreste, cumpridor do seu dever,
estava de relações cortadas com os abades da Vila e Cristóval (padre António Esteves, de Corçães), por estes receberem pensões do governo da República.» a) António
Augusto Gonçalves Ribeiro.
Lê-se no Notícias de
Melgaço n.º 918, de 4/12/1949: «Assim como os clamores naquele ano tinham
grande esplendor, também a inimizade caminhava a passo de leão em perseguição
da sua vítima, comprovando-se, publicamente, naquela memorável tarde da
Ascensão. Estando as procissões saindo da capela da Orada, por toda a área se
ouviam cânticos religiosos, lembrando a pátria dos santos. O povo cantava,
rezando; e chorava, adorando! Parecia que se caminhava para a Terra dos Justos!
Que silêncio na multidão! Tudo olha para as escadas frontais da capela (a
capela da Orada, antes da modificação da estrada, tinha escadas de pedra em
frente da porta principal). Era o clamor de Rouças, 4.º da ordem, que baixava
as escadas, regressando à sua freguesia. Quando o pálio estava descendo as
escadas fronteiras à capela, indo somente o seu pastor, surgiram
inesperadamente os abades da Vila e de Cristóval, inimigos dele, empurrando o
seu chefe, que dizia: “Não quero união com vocês”. Eles responderam: “Nós,
dentro da freguesia, temos direito a ir debaixo do pálio”. Assim se passaram
uns minutos, empurrando-se mutuamente debaixo do pálio. O povo de Rouças, vendo
aquilo, gritava: “Nós queremos o nosso pároco”. Nesta ocasião aproximaram-se os
senhores Manuel Alves, regedor da freguesia, Casimiro Gonçalves e António
Alves, tendo o segundo agarrado cada padre com sua mão e - depois de os tocar
de frente – empurrou-os pelas escadas abaixo, dizendo: “O nosso abade é este”.
Depois de aquilo ser observado pela multidão, continuou tudo em ordem,
recolhendo cada clamor à sua freguesia. Com este triste acontecimento
terminaram os clamores da Ascensão, os festejos mais importantes de Melgaço e
do Alto Minho.» a) António Augusto Gonçalves Ribeiro.
Em 1915 foi a Braga
assistir às bodas de prata do curso de 1890-1891 (Correio de Melgaço n.º 165, de 12/9/1915). // A 6/7/1926, por decreto,
reconheceram-lhe o direito à aposentação, para o que pagou em quotas a
indemnização de 838$78, tendo sido aposentado somente em 1934, com a pensão
anual de 7.289$00 (Notícias de Melgaço n.º
224, de 4/3/1934) indo então morar para
São Gregório. // Em novembro de 1937 era vogal do Conselho Municipal,
juntamente com Firmino Alves Salgado, Abílio da Conceição Esteves, e Lino Enes,
entre outros. // Em 1943 cedeu o seu lugar de arcipreste ao padre Carlos Vaz,
natural de Fiães. // Os últimos dias da sua existência, viveu-os com sua irmã
Estefânia Augusta. // Morreu na terra natal a 26/12/1947. // (ver Notícias de Melgaço n.º 282). // Nota: há quem diga que ele deixou geração; segundo consta, quando a
moça estava grávida casou-a com um conterrâneo, primo dela, salvo erro,
dando-lhe para o efeito um bom dote. Verdade? Mentira? Resta-nos o “talvez”.
GOMES,
Manuel Joaquim (Padre). // Morou no lugar dos Bouços, Prado. // Em 1826 era
pároco encomendado da freguesia de Prado. // A 7/8/1844, na igreja de Prado,
batizou Maria José Ribeiro, nascida dois dias antes.
GOMES,
Manuel José (Padre). // Nasceu em Melgaço no século XVIII. // A 29/1/1780, na
igreja de SMP, era ele clérigo de prima tonsura, foi padrinho de Inácia Josefa
Aramada, nascida no dia anterior. Serviram de testemunhas o padre Caetano José
da Cunha Araújo e o mordomo da igreja, Manuel Pedro Fernandes. // A 26 de Junho
de 1790, na igreja de SMP, foi padrinho de Maria Rosa Martins, nascida quatro
dias antes. // A 11/2/1794, na igreja de SMP, Vila de Melgaço, foi padrinho de
Ana Joaquina, nascida três dias antes, filha de Maria José Soares, moradora no
lugar da Calçada, SMP. A madrinha era Ana Joaquina, solteira, melgacense.
GOMES,
Munho (Padre). // Lê-se em “Melgaço Medieval”, de M.A. Bernardo Pintor, página
57: «De 1233 ficou-nos documentado um
acordo outorgado de uma parte pelo abade de Fiães, D. João, e de outra pelo
prior de Paderne, D. Tomé e o pároco de Paços, Munho Gomes, relativo a dízimos
eclesiásticos de propriedades que o mosteiro possuía em Paços, a saber, o casal
de Merelhe, Ferreira da Breia, e daí para cima.»
GONÇALVES,
Álvaro (Padre). A 30/1/1448 era pároco de SMP; a 22/4/1448 continuava nesse
lugar (ver Padroado Medieval Melgacense, de José Domingues, páginas 96 e 97,
edição da CMM, 2004).
GONÇALVES,
António (Padre). // Natural de Remoães. // A 9/6/1775, na igreja de Prado,
serviu de testemunha no batismo de Maria Joaquina Baleixo, nascida na vila dois
dias antes.
GONÇALVES, António Fernandes (Padre). // Foi
pároco da freguesia de Paços, Melgaço, no século XX; era conhecido pela alcunha
de “Severo” (ver
A Voz de Melgaço de 1/2/2021, página 4).
GONÇALVES,
António Manuel (Padre). // Natural de Alvaredo, ou de Beleco, Paços, ou do
Faval, Fiães (o mais provável). // A 21/11/1826, na igreja de SMP, foi padrinho
de Constantino José da Cunha, nascido três dias antes. // A 25/4/1838, na
igreja de Paços, serviu de testemunha no casamento de Domingos de Magalhães com
Maria Joaquina Vaz. // A 2/11/1839, na igreja de Paços, serviu de testemunha no
casamento de Manuel Domingues com Ana Pires. // A 25/8/1840, na igreja de
Cristóval, foi padrinho de António Costa. // Em 1846 era coadjutor na freguesia
de Paços.
GONÇALVES,
Domingos (Padre). // No século XVII morava no lugar da Bouça, Chaviães (ver
“Obras Completas” de Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 312).
GONÇALVES,
Domingos (Padre). // Natural do lugar do Pinheiro, freguesia de Paderne. // A
14/3/1807, na igreja de São Paio, batizou e foi padrinho de José Joaquim,
nascido no dia anterior, filho de Manuel Lourenço e de Maria Rodrigues
Torres.
GONÇALVES,
Domingos José (Padre). // Em 1831 era pároco de Chaviães. // A 21/11/1831, na
igreja de Prado, serviu de testemunha no casamento de Pelágio Fernandes com
Rosa Joaquina Rodrigues Soares, residente no lugar de Bouços, Prado. Foi também
testemunha o padre José Lopes, do lugar de Ferreiros, Prado.
GONÇALVES,
Francisco António (Padre). Filho de António Gonçalves e de Maria Alves. Nasceu no
lugar de Dois Portos, ou Cainheiras, freguesia de Castro Laboreiro, em 1853. //
Em 1874 ainda era estudante. // Foi pároco encomendado de Castro Laboreiro e
“colado” em Prado de 1891 a 3/2/1922 (*), data em que morreu. // A 18/5/1884,
na igreja de Castro Laboreiro, foi padrinho de Isabel Maria Alves, nascida no
dia anterior. // A 16/4/1887, na igreja de Castro Laboreiro, foi padrinho de
António Anselmo Barros, nascido no dia anterior. // A 8/4/1888, na igreja de
Castro Laboreiro, foi padrinho de Maria Francisca, nascida dois dias antes,
filha de Isabel Maria Domingues, solteira, e de (?). // A 29/5/1891, na igreja
de Prado, foi padrinho do seu sobrinho, Francisco António, nascido três dias
antes, filho de Jerónimo Fernandes de Barros, natural de Rouças, e de Isabel
Maria Gonçalves, natural de Castro Laboreiro. A madrinha era Luísa Alves,
solteira. // A 27 de Novembro de 1898, na igreja de Prado, foi padrinho de
Adozinda Gonçalves, nascida a 23/10/1898. // A 29/11/1898, na igreja de Prado,
foi padrinho de Merciana de Jesus, nascida doze dias antes, filha de José
Justino de Sousa e de Maria Rita Cerqueira Ribeiro. A madrinha era Teresa de
Jesus Ribeiro, solteira. // A 30/11/1899, na igreja de Prado, foi padrinho de
Faustino dos Anjos, nascido oito dias antes, filho de José António Dantas e de
Angelina da Luz Alves. // Em 1899 também paroquiava a freguesia de Remoães (confirmar). // A 3/6/1900, na
igreja de Prado, foi padrinho de Cândida Rosa, nascida a 30 de maio desse ano.
// A 26/7/1900, na igreja de Prado, foi padrinho de Gracinda de Jesus, nascida
a 13 desse mês e ano, filha de Manuel Joaquim Rodrigues e de Francisca
Gonçalves; a madrinha era Teresa de Jesus Ribeiro, solteira. // A 24/2/1901, na
igreja de Prado, foi padrinho de Maria de Lurdes, nascida a 13 desse dito mês e
ano, filha de José Lourenço Pinheiro e de Delfina Benedita de Barros. // A
2/3/1901, na igreja de Prado, foi padrinho de Esménia de Nazaré Cintrão,
nascida a 28 de fevereiro desse dito ano. // A 11/5/1902, na igreja de Prado,
foi padrinho de Esménia de Jesus, nascida a 23 de abril daquele ano, filha de
Amaro Luís Pereira e de Rosalina Alves da Cunha, naturais de Mazedo, Monção. A
madrinha era Teresa de Jesus Ribeiro, solteira, do lugar do Cerdedo, Prado. // A
27/9/1905, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de Aida Pereira, nascida seis
dias antes. // A 31/7/1909, na igreja de Paços, foi padrinho de Henrique
Gregório (futuro Dr.), nascido em Paços
a 24 desse mês e ano, filho de Sebastião Pereira e de Deolinda da Encarnação
Fernandes de Barros, ambos professores do ensino primário na escola de Paços. A
madrinha era a avó materna do neófito, Isabel Maria Gonçalves. // Dizem que
deixou muita geração! Um dos seus filhos foi Justiniano, nascido em Prado em
1897, gerado em Teresa de Jesus Ribeiro; num testamento que o padre fez a
4/7/1901 declarou que era o seu progenitor (o curioso é que,
estando no Brasil em finais de 1915, assinava Justiniano Gonçalves Ribeiro!). Um outro filho seu é, «segundo consta», Amadeu
(1902-1994), gerado em Elvira Augusta Ribeiro. Ainda outro, «segundo consta»,
será Alfredo Ramos, nascido em 1913, e gerado em Clara Joaquina Ribeiro. Se for
verdade, o padre é bisavô de gente famosa em Melgaço, e não só! Todas as suas
namoradas têm em comum o apelido. Mas não é só o apelido que têm em comum – as
três são… irmãs! // Andou a braços com a justiça, por razões políticas, pois
segundo parece não aceitou a mudança de regime. O regedor de Prado, seu
adversário, acusou-o de ele pactuar com o monárquico Paiva Couceiro. Lê-se no
Correio de Melgaço n.º 8, de 28/7/1912: «… foram
intimadas para no dia 29 comparecerem no comando militar desta Vila as
testemunhas oferecidas em sua defesa…» Respondeu em Braga, a 3/8/1912,
acusado de infringir a Lei da Separação (Igreja/Estado). As autoridades fizeram uma minuciosa busca em sua casa,
convencidas de ali encontrar propaganda, ou armas; pelos vistos, os marinheiros
nada encontraram, a não ser um velho revólver; retiraram, mas passadas 24
horas, por denúncia, foram prendê-lo e levaram-no sob prisão para Valença, no
Auto Melgaço, ficando à disposição do comando militar. Ficou detido durante
quinze dias, mas foi libertado. Os castrejos, de uma maneira geral,
regozijaram-se com a sua libertação. // No Correio de Melgaço n.º 33, de
19/1/1913 lemos: «Por ordem da autoridade
administrativa foi mandada encerrar a igreja paroquial da freguesia de Prado,
sendo entregue a chave aos senhores Augusto César Gomes Pinheiro e Vitorino
Domingues Salgado, devotados re… re… e mais que re… publicanos, membros da
comissão paroquial, que exigiram ao respetivo pároco todos os vasos sagrados,
inclusive a chave do sacrário, onde meteram as manápulas para procurarem o
vaso. Não censuramos a autoridade administrativa, mas criminamos o cinismo dos
dois entes que, rancorosamente, se intrometem em atribuições que … lhes não
pertencem.» // No Correio de Melgaço n.º 34, de 26/1/1913, a administração
do concelho chama a atenção do jornal: «Informa-nos
a digna autoridade administrativa que a igreja de Prado não está fechada,
motivo por que retificamos a local com a epígrafe acima publicada em o último
número do nosso jornal.» Afinal, fecharam ou não a igreja!? // No Correio
de Melgaço n.º 35, de 2/2/1913, lê-se: «Participei
ao Sr. Arcebispo, além de outros factos, que me fecharam violentamente a igreja
paroquial – e cala-se; que me tiraram todos os vasos sagrados – e cala-se; que
me extorquiram a chave do sacrário – e cala-se; que um membro da comissão
paroquial teve o atrevimento diabólico de abrir o sacrário, poluindo aquele
lugar, privativo recolhimento do S.S. Sacramento e, portanto, interdizendo todo
o edifício – e cala-se; que um padre, tendo pleno conhecimento destes factos,
foi no dia seguinte ali celebrar a missa – e cala-se. Não percebo! Não sei se
esta falta de perceção será devida ao respeito que conservo ao meu superior,
mas hei de estudar o assunto, para ver se percebo, porque não percebo. //
Prado, 29/1/1913. O Reitor, Francisco António Gonçalves.» // No Correio de
Melgaço n.º 36, de 9/2/1913, vem publicado outro arrazoado seu: «Desejando – apesar do abandono – fazer
inteira justiça a S. Ex.ª Reverendíssima, estudando o assunto, concluí o
seguinte: o Sr. Arcebispo não se calou, porque para se calar era preciso ter
conhecimento do que lhe participei; não, ignora tudo o que se passa no seu vasto
arcebispado, e tiro esta consequência de uma resposta dada, em Braga, ao Sr.
Prior de Paderne, deste concelho. Chegamos a tal tempo! Continuando, direi
alguma coisa ao Sr. Núncio e ao Sr. Ministro das Finanças, apresentando
documentos. // Prado, 7/2/1913. O Reitor, FAG.» // A seguir atira-se a um
seu colega: «Triste posição a de quem não
tem defesa e vem para a Lamparina (luz da ribalta, a público), sem a isso ser
chamado. Quanto mais se manifesta, mais mostra o que é. Desta vez evidencia-se
um bom discípulo de Lutero, pois este ensinou a fé em Jesus Cristo e blasfemou
da mãe, a S.S. Virgem. Tu constituis-te defensor oficioso do Sr. Arcebispo, sem
que alguém o ofenda, e calcas aos pés os documentos Pontifícios: “Apostolicae
Sedis”, que impõe excomunhão reservada a quem usurpar jurisdição eclesiástica,
a “Jam Dudum” (tu
sabes porquê) e o Concílio Tridentino, que foi durante séculos lei desta
nação. Infeliz, olha para a tua vida pública, no conceito em que és tido – nem
te confiam as bulas, e quando se dá o caso de um casamento, que algum nubente
te pertença, prescindem em Braga dos teus documentos. Mais, a gente sensata não
quer comunicar contigo “in Divinis” – como o prova um documento em meu poder.
És um homem de juízo… infeliz, quem te chamou? // Prado, 15/2/1913. O Reitor,
FAG.» (Correio
de Melgaço n.º 37, de 16/2/1913). // Mas não se
quedou por aqui! Moveu uma ação a Vitorino de Jesus Salgado por injúria e
difamação. O réu foi condenado, a 20/2/1913, em 15 dias de prisão correcional e
15 dias de multa, ficando a pena suspensa por dois anos, custas e selos do
processo. // O seu cunhado, Jerónimo Barros, também veio a terreiro defendê-lo.
// No Correio de Melgaço n.º 64, de 31/8/1913, pode-se ler um outro artigo
dele: «Até que justiça foi feita. O Ex.mo
e Reverendíssimo Sr. Vigário Capitular, em portaria de 8 do corrente, ordenou
que fosse estranhado aos párocos da Vila de Melgaço (Manuel
José Domingues – 1875-1952) e de Cristóval (…) terem – sem autorização
minha – exercido nesta freguesia
actos paroquiais, e como castigo lhes foi imposta a pena de suspensão das suas
ordens, dentro dos limites da mesma freguesia. Prado, 25/8/1913. O reitor,
FAG.» // Em 1914 publica no Correio de Melgaço: «Não assisti a uma célebre sessão da Câmara Municipal de Melgaço, mas pelo
relato dos jornais vi o seguinte: um senhor vereador mostrou que é egoísta do
dinheiro, porque tendo ele muito (que
Deus lho conserve) não leva a bem que os professores deste concelho exijam
uns magros centavos, que justamente lhes pertencem, e faz propostas que, bem
traduzidas, são contra a instrução, porque sendo egoísta e entendendo que a
ignorância não cabe toda na alma dele, quer que se estenda aos filhos dos
munícipes, que lhes confiaram a cadeira onde se senta! Outro ponto dessa sessão:
sendo companheiros deste vereador, e achando-se na mesma sessão, dois irmãos de
professores (Lobato
e Azevedo), estes ficaram calados! Conclusão: quem não defende os
seus parentes tão próximos, menos é competente para defender os interesses do
município. Prado, 29/1/1914.» // No Correio de
Melgaço n.º 91, de 15/3/1914, publica, na sua Secção Livre, uns apontamentos
assaz hilariantes, acerca de um eventual cruzamento de raça entre castrejos e
russos, ou noruegueses! Para evitar a epidemia, argumentava ele. Os seus conterrâneos,
casando entre si, tornavam-se fracos, logo, a solução seria essa! Vejamos: «Sou natural de Castro Laboreiro, cuja
paróquia geri cinco anos, conheço perfeitamente o “modus vivendi” daquela
gente. É uma freguesia extensíssima, medindo 30 quilómetros de comprimento por
10 de largura, confina com onze paróquias espanholas e três portuguesas.
Topograficamente alta, e por isso isolada, contendo, termo médio, 2.300
pessoas, efetuando-se cada ano 18 a 20 casamentos, em virtude do seu isolamento
casam continuamente uns com os outros, primos com primas e tios com sobrinhas,
sendo sogros e genros irmãos, daqui resulta o enfraquecimento daquela gente, e
como ali durante os meses de Julho, Agosto e Setembro o calor é tropical, e há
meses no inverno que o frio é como na Sibéria, resulta que esta temperatura – in
extremis – a atuar em indivíduos fracos por natureza, em virtude da causa
acima mencionada, é que há trinta anos vem produzindo estas epidemias
destruidoras. A meu parecer, servirá este esclarecimento para os senhores
médicos estudarem os remédios que – a meu ver – só tinha um: cruzamento de raça
com russos ou noruegueses. Prado, 13/3/1914. O reitor – Francisco Gonçalves.»
// Nota: este padre não se cruzou
com russas ou norueguesas, mas sim com raparigas de Prado, Melgaço, e teve
descendência. Não falou na higiene, e aí é que residia todo o mal. Gado e
pessoas viviam em comum, os corpos raras vezes viam a água e o sabão, as roupas
eram lavadas raramente! A alimentação, devido ao isolamento, não era diversificada,
comiam muita carne de porco, enfim, tudo contribuía para a fragilização dos
seres. (Acerca dele ver também “Padre Júlio Vaz apresenta Mário”,
p.p. 246-247). /// (*) Em outro
sítio diz-se que ele sucumbiu a 3/2/1923, na freguesia de Prado (ver Notícias de Melgaço n.º 166, de
25/9/1932).
[RIBEIRO,
Clara Joaquina. Filha de Manuel Joaquim Ribeiro e de Francisca Clara Cerqueira,
moradores no lugar de Cerdedo. Neta paterna de João Luís Ribeiro e de Maria
Rosa Pires; neta materna de António Cerqueira e de Ana Maria de Brito, de
Eiras, Santa Comba, Arcos de Valdevez, residentes em Cerdedo, Prado, todos
rurais. Nasceu em Prado a 26/4/1877 e foi batizada na igreja paroquial a 29
desse mês e ano. Padrinhos: José Caetano Marques e sua esposa, Clara Joaquina
Fernandes, lavradores, do lugar do Rego. // Faleceu em Prado a 25 de Abril de
1962. // Teve geração do padre Francisco António
Gonçalves, castrejo (ver
Alfredo Ramos Ribeiro).]
[RIBEIRO,
Alfredo do Ramo. Filho de Clara Joaquina Ribeiro (e
do padre Francisco António Gonçalves, castrejo, o qual foi pároco na freguesia
de Prado). Nasceu em Prado a 16/3/1913 (Correio de Melgaço n.º 45, de
13/4/1913). // Casou em Cavaleiro Alvo, São Paio, a 24/9/1949, com Pureza de
Jesus, filha de Manuel José Soares e de Maria Teresa Esteves. // Foi cantoneiro
da Junta Autónoma de Estradas. // Pai de António Valentim Ribeiro (nasceu a 14/2/1950; morreu afogado no rio Minho, no Peso);
de Maria Alberta Ribeiro (nasceu a 29/6/1953); e de José Ribeiro (nasceu em
1961; ferreiro; morreu de doença).]
[RIBEIRO,
Elvira Augusta. Filha de Manuel Joaquim Ribeiro e de Francisca Clara Cerqueira,
moradores no lugar de Cerdedo. Neta paterna de João Luís Ribeiro e de Maria
Rosa Pires; neta materna de António Cerqueira e de Ana Maria de Brito, todos
lavradores. Nasceu em Prado a 19/1/1875 e foi batizada na igreja a 27 desse mês
e ano. // Em sessão da Câmara Municipal de 12/6/1912 foi aprovado atribuir-lhe
subsídio de lactação. // Faleceu solteira, a 27/3/1956. // Apesar de não ser casada, teve geração do padre Francisco
António Gonçalves, castrejo, pároco de Prado…]
[RIBEIRO,
Amadeu. Filho de Elvira Augusta Ribeiro, solteira, camponesa, moradora no lugar
de Cerdedo, (e do padre Francisco António
Gonçalves, castrejo.) Neto materno de Manuel José Ribeiro e de Francisca
Clara Cerqueira. Nasceu em Prado a 28/7/1901 e foi batizado na igreja paroquial
a 2 de Agosto desse mesmo ano. Padrinhos: o próprio pai, padre Francisco
António Gonçalves, e Beatriz Rodrigues, solteira, da vila de Melgaço. // Em
1913 frequentava a escola primária de Remoães; nesse ano, a 16 de Julho, fez
exame na escola Conde de Ferreira, Vila, obtendo a classificação de «bom». // Casou na CRCM a 22/5/1928 com
Maria do Céu Gomes, de 25 anos de idade, nascida em Paderne a 29/12/1904, filha
de Justino José Gomes (Pintor) e de Constança da Conceição Afonso. // Teve
estabelecimento comercial no lugar da Corredoura, onde antes estivera a “Flor
de Prado”, de Cícero Cândido Solheiro. Mudou para o sítio onde antes estivera
instalada a “Madrilena”, de Abílio Fernandes; daqui, em 1947, transferiu a loja
para o lugar da Serra, para o prédio que comprara ao referido Cícero. // A sua
esposa finou-se em Prado a 8/3/1959. // Ele morreu no lugar da Serra, Prado, a
1/1/1995, com noventa e três anos de idade (ver A Voz de Melgaço n.º 1021). //
Pai de Amadeu Ribeiro, casado com Esperança da Glória Gomes de Sousa, e de Ilda
Augusta Ribeiro, casada com Fernando do Egipto Gonçalves, e avô do Doutor
Albertino José Ribeiro Gonçalves, professor universitário. // Nota: julgo que é o mesmo senhor a quem uns
gatunos tentaram assaltar o estabelecimento comercial na madrugada de
14/11/1936; porém, como antes tinham assaltado a adega de Rosa Alves Domingues,
bebendo como labregos, não se encontravam com lucidez suficiente para este
golpe, por isso desistiram.]
[RIBEIRO,
Teresa de Jesus. Filha de Manuel Joaquim Ribeiro e de Francisca Clara
Cerqueira, moradores no lugar do Cerdedo. Neta paterna de João Luís Ribeiro e
de Maria Rosa Pires, do lugar de Ferreiros; neta materna de António Cerqueira e
de Ana Maria de Brito, do lugar de Barro, freguesia de Eiras (Santa Comba),
concelho dos Arcos de Valdevez, residentes no lugar do Cerdedo, freguesia de
Prado, concelho de Melgaço, todos rurais. Nasceu em Prado a 19/1/1873 e foi
batizada na igreja a 4 de Fevereiro desse ano. Padrinhos: padre Manuel José Gonçalves e Gaspar António
Soares, empreiteiro de obras públicas, solteiro, da Vila dos Arcos de Valdevez,
morador em Moreira, Monção. // Faleceu em Prado a (10?) de Março de 1965, com 92 anos de idade. // Mãe
de Justiniano Ribeiro, gerado pelo então pároco de Prado, padre Francisco
Augusto Gonçalves, castrejo.]
[RIBEIRO,
Justiniano. Filho de Teresa de Jesus Ribeiro, solteira, natural de Prado,
moradora no lugar do Cerdedo (e do padre Francisco
António Gonçalves, natural de Castro Laboreiro). Neto paterno de
António Gonçalves e de Maria Alves, do lugar de Dois Portos, Castro Laboreiro;
neto materno de Manuel Joaquim Ribeiro e de Francisca Clara Cerqueira, de
Prado, Melgaço. Nasceu em Prado a 31/8/1897 e foi batizado na igreja a 5 de
Setembro desse dito ano. Padrinhos: José António Gonçalves, solteiro, do lugar
de Santo Amaro, negociante, e Elvira Augusta Ribeiro, tia materna do batizando.
// Em 1915 era empregado comercial no Cametá, Brasil (Correio de Melgaço
n.º 176, de 28/11/1915).
A vida não lhe deve ter corrido bem, pois cedo regressou à terra natal. //
Entre os anos de 1924 a 1927 foi proprietário de um estabelecimento comercial,
no lugar do Rego, com filial na estrada de Paderne (ver Notícias de
Melgaço n.º 183, de 17/2/1933, página 7).
// Casou na CRCM e na igreja de Prado a 20/6/1925 com Helena da Paz Soares
Calheiros, filha de Luís Vicente Soares Calheiros, natural de São Paio, e de Rosa
Afonso Vaz, do lugar da Breia, Prado. // Chegou a ser presidente da Junta de
freguesia de Prado e «dedicado nacionalista».
// No Notícias de Melgaço n.º 166, de 25 de Setembro de 1932, responde a um
protestante: «Resposta ao cronista do artigo Festividades e Arraiais. Senhor
cronista – li o último jornal Notícias de Melgaço em que aludia à minha pessoa, sob o título...
Agradeço a consideração que diz merecer-lhe. Diz o senhor cronista que sobre
política, religião e mulheres não mantém controvérsia; no entanto, apresenta uma
estatística. A seguir faz a seguinte pergunta: - Qual é a verdadeira religião?
Eu respondo da seguinte maneira: a verdadeira religião é a que é sustentada por
crentes fervorosos. Também, como o senhor cronista, digo que não discuto
assunto tão delicado. Há um ponto na sua crónica que não me soa bem. Apresenta
a estatística dos adeptos das diversas religiões da Europa, parece que para
vencer por maioria, assim como os políticos em eleições. Precisou o senhor
cronista de juntar todos os ritos protestantes (…) heterogénea é esta (…) para
vencer os católicos, assim como os políticos juntam os diversos partidos para
derrubar um governo. Disse que não soa bem isso, pois é dar a entender que, no
seu modo de ver, religião e política é a mesma coisa. Como muito bem deve saber
se na eleição política religiosa aparece o partido budista, está tudo de
cangalhas. E este também pode entrar, pois tem direito como os 449 milhões
europeus. Fiquemos pois entendidos: em matéria religiosa não nos devemos meter.
Se a mim não parece bem a ameaça com o protestantismo, ao senhor cronista
parece que não soa bem a (propaganda?) católica. Fique cada um com a sua
convicção, e pronto! Só mais uma alusão às últimas palavras do senhor cronista.
Aprecia muito a religião protestante, pois
que … segue a máxima de Cristo, que diz “crescei e multiplicai-vos”, podendo os
seus pastores legar um nome honrado aos seus descendentes… Devo dizer-lhe que
os pastores católicos também o podem fazer. O meu pai era padre católico, fez
testamento público no tabelião desta comarca a 4/7/1901. Nasceu na religião
católica, viveu honradamente na mesma, e morreu na dita religião a 3/2/1923.
Pois bem: este pastor católico declarou no seu testamento que era pai do signatário.
Prado, 21/9/1932 – J. Ribeiro.» // Em 1935 era presidente da Junta de
Freguesia de Prado (NM 283, de 1/9/1935).
// Por despacho de 28/7/1936 foi nomeado ajudante de notário de Melgaço,
tomando posse a 5/8/1936. // Em 1938 era ajudante de notário no Cartório do Dr.
João Luís Caldas, notário público da comarca de Melgaço (NM 411, de 28/8/1938).
// Morreu no lugar de Leiros, freguesia de Prado, a 21/7/1948, com apenas
cinquenta anos de idade. // Pai de Luís Gonzaga e de Maria Helena, casada com
Manuel José Morais, padeiro, entre outros. // Nota - à margem do assento de
batismo está escrito: «o indivíduo a que[m] este registo respeita foi perfilhado
por Francisco António Gonçalves, solteiro, reitor da freguesia de Prado, e que
foi morador no lugar do Cerdedo, da referida freguesia de Prado, como consta da
certidão de testamento, lavrado nas notas do antigo notário desta comarca,
Aurélio Augusto Vaz, e que arquivo sob o número cento e treze. (…) Melgaço,
doze de julho de 1939...»] // continua...
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