OS MEUS SONETOS E OS DO FRADE
Por Joaquim A. Rocha
// continuação de 10/06/2021...
MALDITA MORTE
Ninguém
devia morrer, que chatice,
Nem
ter dor, nem conhecer solidão,
Só
alegria, um rijo coração,
Tenra
juventude, jamais velhice.
Viver
somente uns anos, ó Alice,
Nem
dá para alimentar a ilusão;
Quando
o homem se apoia no bordão,
Já
dormita ao lado de Euridice.
Estender-se
no macio chão da relva,
Namorar
com o horizonte sem fim,
Conviver
com os bichos da floresta;
Voltarmos
de novo à mítica selva,
Despojar-se
do ouro e do marfim,
Fazermos
da vida a eterna festa...
DULÇOR AMARGO
Estólida
vida esta, à deriva,
Num
mar onde habitam tubarões,
Vegetando
num mundo de paixões,
A
alma cansada, insensitiva.
O
que fora outrora voz altiva,
Música
para ternos corações…
Mortos
os sonhos, as vis ilusões,
É
agora voz morta, permissiva.
Flavo
sonho, agora escuridão,
Mil
infernos ignotos no caminho,
A
vergonha, eterna servidão;
Ovante
fui, antes de ser anjinho,
Transformado
em carne para canhão,
Atirado
ao ergástulo mesquinho!
// continua...
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