DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
CASA DA BOAVISTA
O morgadio da Boavista, em Rouças, foi
fundado a 10/4/1751 por Fernando Lobato de Castro (filho do capitão Agostinho
Soares de Castro e de Francisca de Quevedo), e por sua esposa, Boaventura
Teresa de Sousa, e acrescentado por codicilo a 29/3/1764. A 7/12/1862 Joaquim
Tomás Feijó e sua mulher, Caetana Delfina, neta daquele Fernando Lobato,
anexaram-no ao morgadio da Cordeira. O usufruto da Quinta veio a pertencer ao
padre António Joaquim Correia Pimenta Feijó que, a 15/11/1885, seu irmão Manuel
lhe doou, usufruto que este sacerdote a, 16/10/1905, vendeu ficticiamente, por
600$000 réis, a Gaspar Alves (Rebelo), indo a mesma Quinta cair na sua posse a
12/3/1914 pelo falecimento de Manuel Correia Feijó. // O lugar teve água canalizada em finais de 1990.
Sita
em Rouças. Pertenceu a Manuel Correia Pimenta Feijó, na qual morreu a
12/3/1914, como acima se disse. Tinha nascido a 20/11/1830. / Nessa Casa aconteceu uma história de
amor proibido: Ana da Pureza era filha dos fidalgos Bernardo António Pereira de
Castro e de Maria Genoveva Feijó, proprietários, do lugar de Eiró, freguesia de Rouças. Acontece que
a menina Ana, por volta de 1893, com os seus 18 anos de idade, se apaixona por
um rapaz da mesma idade, seu conterrâneo, um moço de lavoura. O caso deu que
falar. O regime monárquico não tolerava estas ousadias. O rapaz, Gaspar José
(papa-figos), filho de Teresa Alves (Rebela), mãe solteira, correspondeu a esse
amor, e às escondidas lá se foram encontrando. A rapariga ficou grávida e a
25/4/1895 nasceu uma menina, Isolina da Glória. Durante cinco anos a família de
Ana da Pureza tentou demovê-la, mas ela, logo que se apanhou com a herança por
parte da mãe, entretanto falecida, casa, na igreja de Rouças, a 6/10/1900. Teve
duas testemunhas de peso, no acto religioso: o padre Manuel Caetano Alves
Salgado e o sobredito Manuel Correia Feijó, solteiro. Os noivos, no decorrer da
cerimónia, declararam ao pároco que reconheciam como sua legítima filha a criança
ali presente, já com cinco anos de idade. Depois do casamento tiveram mais
criancinhas. / Ana Pureza faleceu a 12/12/1922, na Casa da Boavista, que
herdara! Gaspar José faleceu a 8/1/1942 .
Sem comentários:
Enviar um comentário