SONETOS
Por Joaquim A. Rocha
DESILUSÃO
Fui à lusa capital manhã fria,
Em busca dum certo e caro amigo;
Encontrei tanta gente sem-abrigo,
Vivendo em pura melancolia.
Custou-me a acreditar no que via:
Lisboa era a sede do mendigo,
Padecendo quiçá duro castigo
De crime que eu cometera um dia.
Voltei de lá triste, tão desolado,
Jurando nunca mais ali voltar;
Àquela cidade do velho fado...
De belas mouras por desencantar.
Pisando um trilho amaldiçoado,
D’onde o sol foge e não há luar.
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