quinta-feira, 6 de outubro de 2022

GENTES DO CONCELHO DE MELGAÇO

Freguesia de São Paio

Por Joaquim A. Rocha


// continuação de 27/05/2022...

 

CARPINTEIRO, Manuel Augusto. // Casou com Hermínia Ana da Silva, natural de Chaviães. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1611, de 2/10/1966: «No dia 18 do mês passado realizou-se na igreja paroquial o enlace matrimonial de Hermínia Ana da Silva, natural de Chaviães, com Manuel Augusto Carpinteiro, natural de São Paio. Apadrinharam o ato por parte da noiva Ana de Araújo Azevedo e Abílio José Alves; e por parte do noivo Maria Amélia Carpinteiro e António do Nascimento Carpinteiro. Finda a cerimónia religiosa dirigiu-se o cortejo nupcial para casa dos pais da noiva onde foi servido um abundante almoço…»  

 

CARPINTEIRO, Manuel José. Filho de Francisco José Carpinteiro, natural de Santa Cristina de Baleixo, Tui, e de Carolina Lopes, natural de São Paio de Melgaço, moradores no lugar de Barata. Neto paterno de Maria Carpinteiro, solteira, do lugar do Cabo, Santa Cristina de Baleixo; neto materno de Clara Lopes, de São Paio, moradora em Barata. Nasceu em São Paio a 8/1/1864 e foi batizado a 11 desse mês e ano. Padrinhos: Manuel Bento Monteiro, solteiro, de Cortinhas, Prado, e Rosa Maria Vieites, solteira, do Regueiro, São Paio, todos lavradores. // Casou na igreja de São Paio a 29/3/1891 com Palmira de Jesus (ou Palmira Augusta), de 27 anos de idade, solteira, camponesa, moradora no lugar de Barata, filha de João Manuel Alves e de Rosa Maria Fernandes, rurais. Testemunhas: César Augusto Carpinteiro, solteiro, do lugar de Barata, e Firmino Augusto Carpinteiro, casado, do lugar da Carpinteira. // Faleceu em Barata, São Paio, a --/--/1938, com 74 anos de idade (NM 389). // Com geração.  

 

CARPINTEIRO, Manuel José. Filho de Inocêncio Augusto Carpinteiro e de Ricardina da Conceição Sérvio. Nasceu na Carpinteira a --/--/1930 (Notícias de Melgaço n.º 60, de 11/5/1930). // Morreu no lugar da Rasa a --/--/1930, com apenas trinta e sete dias de idade (Notícias de Melgaço n.º 64, de 8/6/1930).

 

CARPINTEIRO, Manuel José. Filho de Moisés Carpinteiro e de Isaura de Jesus Vaz. Nasceu em São Paio a --/--/1938 (NM 407). // Nota: deve ser o mesmo senhor que em 1979 residia em Real, São Paio.

 

CARPINTEIRO, Maria Amélia. Filha de Inocêncio Augusto Carpinteiro e de Recordina da Conceição Sérvio. Nasceu em São Paio a --/--/1932 (NM 142, de 6/3/1932).

 

CARPINTEIRO, Maria Amélia. Filha de Ermezenda Augusta Carpinteiro. Nasceu em São Paio a --/--/1935 (Notícias de Melgaço n.º 262, de 24/2/1935).

 

CARPINTEIRO, Maria Amélia. Filha de Ismael Augusto Carpinteiro e de Maria Augusta Torres. Nasceu a --/--/19--. // Casou a 7/4/1962 na igreja de São Paio com Constantino Anil Afonso, natural da Vila. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1450, de 21/10/1962: «Na maternidade do hospital da SCMM teve há dias a sua “délivrance”, dando à luz um lindo menino, a senhora Maria Amélia Carpinteiro, do lugar de Barata, São Paio.» // Viveu alguns anos no Canadá com o marido. // Em 1993 já residiam no lugar da Costa, freguesia de São Paio.

 

CARPINTEIRO, Maria Teresa. Filha de Manuel Joaquim Carpinteiro e de Maria Rosa Alves, moradores no lugar da Costa. N.p. de Bento Carpinteiro e de Inês Afonso, do Cruzeiro, Prado; n.m. de Maria Rosa Alves, da Gave, concelho de Valadares. Nasceu em São Paio a 5/8/1843 e foi batizada a 9 desse mês e ano. Padrinhos: padre Manuel António Pereira Codesso e Maria Teresa Afonso, do Cruzeiro, São Paio. // Lavradeira. // Faleceu no lugar da Costa a 1/5/1886, com todos os sacramentos, solteira, e foi sepultada na igreja. // Não fizera testamento.

 

CARPINTEIRO, Moisés. Filho de Manuel Carpinteiro e de Palmira Alves, lavradores, sampaienses, residentes no lugar de Barata. Neto paterno de Francisco Carpinteiro e de Carolina Lopes; neto materno de João Manuel Alves e de Rosa Maria Fernandes. Nasceu em São Paio a 11/2/1907 e no dia seguinte foi batizado na igreja. Padrinhos: Manuel Francisco Lamas e Maria Rodrigues, solteiros, camponeses. // Casou na CRCM a 28/7/1937 com Isaura de Jesus Vaz. // Morreu em São Paio a 6/10/1978. // Com geração.

 

CARPINTEIRO, Palmira da Conceição. Filha de Ermezenda Augusta Carpinteiro. Nasceu em São Paio a --/--/1931 (NM 119, de 26/7/1931). 

 

CARPINTEIRO, Sara. Filha de --------- Carpinteiro e de -------------- Gonçalves. Neta paterna de Inocêncio Augusto Carpinteiro e de Ricardina da Conceição Sérvio; neta materna de ---------- Gonçalves e de -----------------------------. Nasceu em São Paio a --/--/19--. // Casou com José Fernandes, neto de José Neiva. // Em 2000 residia em Braga; tinha, na Rua Nova de Santa Cruz, perto da Universidade do Minho, um salão de cabeleireiro (unissexo) e vendia produtos relacionados com a medicina natural. // Mãe de duas filhas: Ilídia Maria (licenciada em veterinária e engenharia zootécnica), casada com o eng.º Brandão, e com um filho, José Carlos, nascido em 1996; e Fernanda Maria (licenciada em engenharia de gestão e indústria), casada, sem filhos em 2000.       

 

CARRAL

 

CARRAL, Maria Teresa. Filha de João António Carral e de Maria Ventura Esteves, moradores em Cavencas. N.p. de Jacinto Carral e de Rosaria Rodrigues (ou Farinha), do lugar de Cunhazo do Meio, freguesia de Santiago de Arnego, bispado de Lugo; n.m. de Manuel Esteves e de Francisca Esteves. Nasceu em São Paio a 17/8/1798 e foi batizada a 22 desse mês e ano. Padrinhos: João Esteves e sua mulher Antónia Domingas, de Cavencas. // Nota: deve ter falecido ainda bebé, pois uma sua irmã, nascida em SMP a 30/5/1800, tem o mesmo nome.   

 

CARVALHO

 

CARVALHO, Abílio Cândido. Filho de ----------- de Carvalho e de ---------------. Nasceu na Granja de Baixo em 1924. // Casou em Fevereiro de 1949 com Maria dos Anjos Gonçalves, de 24 anos de idade, natural do lugar de Barata, onde ele passou a morar. // Em 1990 visitou familiares a residir em Toronto, Canadá (VM 931).

 

CARVALHO, Albertina de Jesus. Filha de Eurico Cândido de Carvalho, natural da vila de Melgaço, e de Adelaide Rosa Gomes, natural de Longos Vales, Monção, artistas, moradores no lugar de Real. Neta paterna de Joaquim de Carvalho e de Maria Rosa Pitães; neta materna de Vicente Gomes e de Joaquina Gonçalves. Nasceu em São Paio a 1/8/1909 e foi batizada a 5 desse mês e ano. Padrinhos: José Narciso Alves de Magalhães, viúvo, proprietário, e Albertina de Jesus Lopes, solteira, costureira. // Casou na igreja de São Paio a 31/1/1951 com Herculano Augusto Marques, natural de Paderne. // Faleceu na sua freguesia natal a 20/7/1965.

 

CARVALHO, Alfredo. Filho de Manuel António de Carvalho e de Maria Petronila Fernandes, lavradores. Neto paterno de António Manuel de Carvalho e de Maria Joaquina dos Ramos; neto materno de José Fernandes e de Maria Rosa Rodrigues, lavradores, residentes que foram no lugar de Sante. Nasceu em Soutulho, São Paio, a 19/8/1886 e foi batizado pelo padre JAF a 24 desse mês e ano. Padrinhos: Frederico Justiniano de Sousa e Castro, proprietário, viúvo, morador na Vila de Melgaço, e Maria da Glória Rodrigues, solteira, lavradora, residente em Soutulho. // Casou na igreja de Paderne a 19/12/1909 com Joaquina Rosa Alves de Macedo, de 26 anos de idade, natural da freguesia de São Paio, filha de Manuel Joaquim Alves de Macedo e de Rosa Rodrigues. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 259, de 27/1/1935: «Alfredo Carvalho, casado, lavrador, do (morador) lugar de Covelo, freguesia de Paderne, vem declarar que a procuração que passou a sua mulher deixa de ter efeito. Paderne, 23/1/1935.» // (ver também Notícias de Melgaço n.º 261, de 17/2/1935). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 279, de 28/7/1935: «Por sentença de 27 de Junho findo, que transitou em julgado, foi decretado o divórcio definitivo entre os cônjuges Joaquina Rosa Alves de Macedo e Alfredo Carvalho…» // Morreu na freguesia do Beato, Lisboa, a 12/5/1954.

 

CARVALHO, Ana. // De Sante. // Faleceu viúva a 6/2/1845, com os sacramentos da penitência e extrema-unção, não tendo recebido o sagrado viático por não estar em seu perfeito juízo, com testamento, e foi sepultada na igreja, com ofício de corpo presente, no dia seguinte.

 

CARVALHO, Ana Joaquina. Filha de Manuel António de Carvalho e de Joaquina Rosa da Rosa. N.p. de Manuel José de Carvalho e de Isabel Codesseira, da Veiga; n.m. de Manuel António da Rosa e de Rosa Quintela, do lugar da Costa. Nasceu em São Paio a 4/4/1823 e foi batizada a 7 desse mês e ano. Padrinhos: Manuel António Domingues e mulher, Maria Joaquina, da Carpinteira.

 

CARVALHO, Ana Luísa. // Da Carreira. // Faleceu somente com os sacramentos da penitência e extrema-unção, não recebendo o sagrado viático por impedimento da moléstia, a 16/8/1843, e foi sepultada na igreja, com ofício de corpo presente, a 18 desse mês e ano.  

 

CARVALHO, Antónia. Filha de ---------- de Carvalho e de ----------- Gonçalves. Nasceu em Sante. // Faleceu viúva, sendo sepultada na igreja a 16/9/1810.

 

CARVALHO, António. // De Sante. // Faleceu viúvo, sendo sepultado na igreja a 19/10/1808.

 

CARVALHO, António. // De Soutulho. // Faleceu a 23/9/1816.

 

CARVALHO, António. // Do Nogueiral. // Faleceu a 23 de Abril de 1837, casado, e foi sepultado na igreja a 24 desse mês. 

 

CARVALHO, António. Filho de Manuel António Carvalho e de Joaquina Rosa da Rosa, moradores no lugar da Costa, ele ferreiro e ela lavradeira. N.p. de Manuel José de Carvalho, ferreiro, e de Isabel Codesseira, do Nogueiral (ou Veiga); n.m. de Manuel António da Rosa e de Rosa Quintela, lavradores, da Costa. Nasceu em São Paio a 29/12/1837 e foi batizado a 1/1/1838. Padrinhos: Francisco Luís de Carvalho e Antónia de Carvalho, de Covelo, Paderne. // Faleceu a 12/5/1862, apenas com os sacramentos da penitência e extrema-unção, e foi sepultado na igreja no dia seguinte. // Não fizera testamento; a sua mãe foi a universal herdeira.

 

CARVALHO, António Armindo. Filho de Eurico Cândido de Carvalho, natural da Vila, e de Adelaide Rosa Gomes, natural de São Paio. Nasceu no Barral, São Paio, a 22/5/1916. // Casou a 17/10/1943 com Eugénia dos Prazeres Gomes, nascida a 9/2/1908. // Cinquenta anos depois, morando no lugar do Barral, São Paio, festejaram as bodas de ouro. // A sua esposa faleceu a 13/6/1999 e foi sepultada no cemitério da Vila de Melgaço. // Pai de Maria do Céu (casada com Alberto Lopes), de José Joaquim (casado com Prenette), e de Estrela da Luz (casada com Carlos Alberto Rodrigues). // Sogro de Alberto Lopes, hoteleiro em Lisboa, de Prenette, e de Carlos Alberto Rodrigues. // Avós de Ana Paula, Eugénia Maria Lopes, Eugénio, Thierry, Murielle, Maria France, Sónia Adriana, Sofia Elisa. // Bisavós de 10 bisnetos!   

 

CARVALHO, António Augusto. Filho de Francisco José de Carvalho e de Antónia da Assunção de Neiva, ele da Vila de Melgaço e ela de São Paio, moradores na Carreira. N.p. de João Batista de Carvalho e de Rosa Joaquina Gomes Veloso, da Vila, intramuros; n.m. de Manuel Caetano de Neiva e de Lina Teresa Fernandes, da Carreira, todos lavradores. Nasceu em São Paio a 28/4/1876 e foi batizado a 4 de Maio desse ano. Padrinhos: António Joaquim de Neiva e sua mulher, Genoveva Augusta de Neiva, professores do ensino primário em Parada do Monte, naturais de São Paio. // Casou a --/--/1914 com Maria das Dores Rodrigues (Correio de Melgaço n.º 92, de 2273/1914). // Faleceu na sua freguesia de nascimento a 19/1/1946. 

 

CARVALHO, António José. Filho de José de Carvalho e de Pureza de Jesus Meleiro. Nasceu em São Paio na primeira metade do século XX. // Casou com Maria do Rosário Meleiro. // Pai de Alexandra Maria (fez a 1.ª comunhão em 1991 – VM 947) e de (Amaral?).

 

CARVALHO, António Manuel. Filho de António José de Carvalho e de Joana Maria Fernandes, lavradores, redidentes no lugar de Soutulho. N.p. de António Carvalho e de Maria Afonso, de Sante; n.m. de João Fernandes e de Inácia (?) Lourenço, de Soutulho. Nasceu em São Paio a 19/3/1800 e foi batizado dois dias depois. Padrinhos: Manuel José Fernandes, solteiro, e Teresa Gonçalves, casada com António Fernandes, ambos de Soutulho. // Casou com Maria Joaquina, filha de António José dos Ramos e de Maria Rosa Alves, do Barral. // Faleceu em Soutulho a 19/11/1878, alienado do juiz, recebendo, por isso, apenas a extrema-unção. // Foi sepultado na igreja. // Não fizera testamento. // Deixou filhos.

 

CARVALHO, António Manuel. Filho de Manuel Joaquim de Carvalho e de Rosa Maria Lourenço, de Sante. N.p. de Francisco José de Carvalho e de Joana Maria Fernandes, de Soutulho; n.m. de José Francisco Lourenço e de Maria Joaquina Domingues, de Sante. Nasceu em São Paio a 24/3/1861 e foi batizado no dia seguinte. Padrinhos: António Manuel de Carvalho, casado, de Soutulho, e Maria Alves, solteira, de Sante, todos lavradores.  

 

CARVALHO, Artur. Filho de Eurico Cândido de Carvalho, natural da Vila de Melgaço, e de Adelaide Rosa Gomes, natural de Longos Vales, Monção, jornaleiros, moradores no lugar de Real. Neto paterno de Joaquim de Carvalho e de Maria Rosa Pitães; neto materno de Vicente Gomes e de Joaquina Gonçalves. Nasceu em São Paio a 8/5/1907 e foi batizado a 12 desse mês e ano. Padrinhos: José Narciso Alves de Magalhães, casado, proprietário, e Domingas Rosa de Carvalho, solteira, solteira, criada de servir. 

 

CARVALHO, Augusto Cândido. Filho de José de Carvalho e de Pureza de Jesus Meleiro. Nasceu em São Paio a --/--/1932 (NM 172, 6/11/1932). // Casou com Isaura de Jesus Vaz. // Foi emigrante em França. // Morreu em Paris em 1991, com 59 anos de idade, mas foi sepultado no cemitério da sua freguesia natal. // Pai do eng.º José Augusto, Chefe do Departamento da EDP em Viana do Castelo, casado com a Dr.ª Maria Emília Rodrigues, professora do Ensino Secundário em Âncora.  

 

CARVALHO, Áurea de Jesus. Filha de Manuel Jesus de Carvalho e de Joaquina Pereira. Nasceu em São Paio a --/--/1937 (NM 378, de 5/12/1937).

 

CARVALHO, Aurélio Cândido. Filho de João Batista de Carvalho, natural de São Paio, e de Justina Vaz, natural de Penso, comerciantes, moradores no lugar da Carreira. Neto paterno de Francisco José de Carvalho e de Antónia da Assunção Neiva; neto materno de João Vaz e de Rosa da Rocha. Nasceu em São Paio a 6/3/1909 e foi batizado a 12 desse mês e ano. Padrinhos: Aurélio de Araújo e Azevedo, negociante, e Marcelina Rosa de Araújo e Azevedo, professora de instrução primária, solteiros. // Morreu no lugar da Carreira, São Paio, a 26/3/1913, com apenas quatro anos de idade (Correio de Melgaço n.º 43).

 

CARVALHO, Benta Maria. // Do lugar de Sante. // Faleceu no estado de viúva, a 15/3/1847, com todos os sacramentos, sem testamento, e foi sepultada na igreja, com ofício de corpo presente, a 16 desse mês e ano.

 

CARVALHO, Carolina Rosa. Filha de Manuel António de Carvalho e de Joaquina Rosa da Rosa, rurais, moradores no lugar da Costa, São Paio. Neta paterna de Manuel José de Carvalho e de Isabel Codesseira, da Veiga; neta materna de Manuel António da Rosa e de Rosa Quintela. Nasceu em São Paio a 9/5/1831 e foi batizada pelo padre JD a 12 do mesmo mês e ano. Padrinhos: Manuel José Rodrigues e sua mulher Maria Luísa Lourenço, da Costa. // Lavradeira. // Faleceu no lugar da Granja a 8/12/1901, com todos os sacramentos, no estado de viúva de Bento Manuel Rodrigues, sem testamento, com filhos, e foi sepultada no adro da igreja paroquial.  

 

CARVALHO, Clementina Rosa. Filha de Francisco José de Carvalho e de Antónia da Ascensão (ou Assumpção) de Neiva, ele natural da Vila, e ela natural de São Paio, moradores na Carreira. N.p. de João Batista de Carvalho e de Rosa Joaquina Gomes Veloso, da Vila; n.m. de Manuel Caetano Neiva e de Lina Teresa Fernandes, da Carreira, todos lavradores. Nasceu em São Paio a 14/2/1869 e foi batizada a 17 desse mês e ano. Padrinhos: António Joaquim Neiva, solteiro, tio materno da criança (representado por frei António Joaquim de Neiva, de Rouças), e Manuel Joaquim Vieites, casado, de São Paio, morador na Carreira. // Casou na igreja de São Paio a 11/6/1892 com António Esteves (Campante), de 22 anos de idade, lavrador, natural de Rouças; em 1898 moravam em Corçães. // O seu marido morreu em Corçães, Rouças, a 21/12/1929. // Ela faleceu (em Paços?) a 29/1/1950. // Com geração.  

 

CARVALHO, Domingas. // Do lugar de Sante (lugar meeiro). // Faleceu a 10/11/1810 e foi sepultada, como pedira, na igreja de Paderne.

 

CARVALHO, Domingas. // Casou com Manuel Domingues Casal, de Sante. // Faleceu a 8/11/1812. // Pedira ao pároco para ser enterrada na igreja de Paderne. // (No ano da sua morte Sante pertencia à freguesia de São Paio).

 

CARVALHO, Domingas. Filha de António Vaz de Carvalho e de Maria Luísa Alves, de Sante. Nasceu na década de 90 do século XVIII. // Casou com Francisco Domingues Longarinha, lavrador. // Faleceu em Sante a 31/5/1871, com todos os sacramentos. // Tinha 75 anos de idade. // Foi sepultada na igreja de São Paio. // Não fizera testamento. // Deixou filhos.

 

CARVALHO, Domingos José. // Do lugar de Sante. // Faleceu, somente com o sacramento da extrema-unção, não recebendo os demais por causa da doença, sem testamento, a 22/7/1852, e foi sepultado na igreja, com ofício de corpo presente, no dia seguinte. 

 

CARVALHO, Florinda Rosa. Filha de Manuel António de Carvalho e de Joaquina Rosa da Rosa, moradores no lugar da Costa, São Paio. N.p. de Manuel José de Carvalho e de Isabel Codesseira, da Veiga; n.m. de Manuel António da Rosa e de Rosa Quintela, da Costa. Nasceu em São Paio a 13/1/1827 e foi batizada pelo padre JVC dois dias depois. Padrinhos: Manuel José da Rosa e sua mulher Maria Luísa Lourenço, do lugar da Costa. // Lavradeira. // Casou a 31/1/1877 com Manuel Caetano Domingues, de 49 anos de idade, viúvo de Maria Joaquina de Figueiredo, filho de José Joaquim Domingues e de Maria Rosa de Oliveira, lavradores. // Enviuvou a 8/11/1892. // Faleceu no lugar da Costa a 26/9/1908, com todos os sacramentos, no estado de viúva, com testamento, sem filhos, e foi sepultada no cemitério paroquial.   

 

CARVALHO, Francisco. // Do lugar de Sante. // Faleceu com todos os sacramentos, a 5/2/1857, e foi sepultado na igreja, com ofício de corpo presente, que assim dispusera em seu testamento, só para o espiritual, no dia seguinte.

 

CARVALHO, Francisco. Filho de Francisco José Carvalho e de Teresa Alves [Garelha], moradores em Sante. N.p. de António José Carvalho e de Joana Maria Fernandes, de Soutulho; n.m. de José Alves e de Maria Alves, de Sante. Nasceu em São Paio a 17/5/1841 e foi batizado no dia seguinte. Padrinhos: Manuel Luís Rodrigues e Maria Joaquina Alves, de Sante. // Rural. // Casou na igreja do mosteiro de Paderne a 18/8/1875 com Rosa Maria Alves Garelha, de 33 anos de idade, solteira, camponesa, natural e moradora no lugar de Sante, batizada na igreja de Paderne, filha de Francisco Alves Garelha e de Marcelina Vaz. // Faleceu no lugar de Sante a --/--/1914; no jornal diz-se que morreu com 71 anos de idade (Correio de Melgaço n.º 125, de 17/11/1914).   

 

CARVALHO, Francisco José. Filho de João Batista de Carvalho e de Rosa Joaquina Gomes Veloso. Nasceu por volta de 1825. // Casou com Ana da Ascensão, filha de Manuel Joaquim (ou Caetano) Neiva, do lugar do Crasto, Rouças, e de Luísa Teresa Fernandes. // Ficou conhecido por “Aferidor da Carreira”. // Morreu no lugar da Carreira a 8/3/1902, com 77 anos de idade. // Com geração.

 

CARVALHO, Francisco José. Filho de Paulo José de Carvalho e de Maria Joaquina Fernandes. N.p. de Domingos José Carvalho e de Maria Joana Lourenço; n.m. de João Manuel Fernandes e de Maria Teresa Domingues, todos de Sante. Nasceu em São Paio a 22/7/1882 e foi batizado a 24 desse mês e ano. Padrinhos: Manuel António de Carvalho e Maria Petronila Fernandes, casados, de Soutulho, todos lavradores. // Aquando da morte do pai, ocorrida por volta de 1919, ele estava solteiro e encontrava-se ausente em parte incerta da Argentina (JM 1251, de 22/6/1919).

 

CARVALHO, Francisco Luís. Filho de Manuel António Carvalho e de Joaquina Rosa da Rosa, moradores na Costa. N.p. de Manuel José Carvalho e de Isabel Codesseira, do Nogueiral; n.m. de Manuel António da Rosa e de Rosa Quintela. Nasceu em São Paio a 19/4/1836 e foi batizado a 21 desse mês e ano. Padrinhos: Francisco Luís Carvalho e sua mulher, de Covelo, Paderne.

 

CARVALHO, Jerónimo. // Do lugar de Soutulho. // Faleceu a 19/11/1803 e foi sepultado na igreja com ofício de corpo presente.

 

CARVALHO, Joana Rosa. Filha de António Vaz de Carvalho e de Maria Luísa Alves. N.p. de Manuel Vaz de Carvalho e de Maria Carvalho, do lugar de Sante; n.m. de Manuel Alves e de Domingas Esteves, do lugar de Soutulho. Nasceu em São Paio a 22/4/1801 e foi batizada no dia seguinte. Padrinhos: José Alves e sua mulher Joana Rosa Alves. 

 

CARVALHO, João. // De Sante. // Faleceu viúvo, a 22/2/1837, com testamento, só com a extrema-unção, e foi sepultado na igreja no dia seguinte. 

 

CARVALHO, João Batista. Filho de Francisco José de Carvalho e de Antónia da Assumpção de Neiva, ele de SMP, Vila, e ela de São Paio, moradores no lugar da Carreira. N.p. de João Batista Carvalho e de Rosa Joaquina Gomes Veloso; n.m. de Manuel Caetano de Neiva e de Lina Teresa Fernandes, todos lavradores. Nasceu em São Paio a 24/3/1870 e foi batizado a 27 desse mês e ano. Padrinhos: Manuel Joaquim Vieites, casado, da Carreira, e Maria Teresa de Neiva, solteira, de Rouças. // Em 1898 era caixeiro em Lisboa. // A 29/1/1898 foi padrinho de Idalina Batista Esteves, nascida em Rouças a 24 daquele mês e ano, tendo sido representado no acto por seu irmão, Manuel Joaquim. // Abriu mercearia no lugar da Carreira a 8/11/1901. // Foi nomeado pela Câmara Municipal aferidor interino, de pesos e medidas, a 8/2/1905 – pouco depois ficou efetivo. // Era solteiro, negociante, quando casou na igreja de Penso a 23/4/1905 com Justina Vaz, de 31 anos de idade, solteira, costureira, natural de Penso, residente no lugar das Mós, filha de João Vaz e de Rosa da Rocha. Testemunhas presentes: Luís Augusto de Carvalho, solteiro, militar, e Manuel Joaquim de Carvalho, solteiro, lavrador, ambos moradores no lugar da Carreira. // Foi jurado por São Paio no 2.º semestre de 1907 e no ano seguinte voltou a ter esse cargo. // // Morreu na sua freguesia de nascimento a 2/5/1951. // Deixou dois filhos: um rapaz e uma rapariga.   

 

CARVALHO, João Luís. Filho de António José Carvalho e de Joana Maria Fernandes. N.p. de António Carvalho e de Maria Afonso, de Sante; n.m. de João Fernandes e de Inácia (?) Lourenço, de Soutulho. Nasceu em São Paio a 7/2/1803 e foi batizado a (?). Padrinhos: António Fernandes e mulher Teresa Gonçalves, de Soutulho. 

 

CARVALHO, João Luís. Filho de Manuel António de Carvalho e de Joana Luísa Lourenço, moradores em Sante. N.p. de Manuel ----------- de Carvalho e de Ana Vieites, do dito lugar; n.m. de António Lourenço e de Maria de Neiva, do Requeixo. Nasceu em São Paio a 17/8/1806 e foi batizado a 20 desse mês e ano. Padrinhos: padre Manuel Alves Mendes e Maria Joaquina Domingues Felgueiras, dos Moinhos, Paderne.

 

CARVALHO, João Manuel. Filho de Manuel António Carvalho e de Joaquina Rosa da Rosa, moradores no lugar da Costa. N.p. de Manuel José Carvalho e de Isabel Codesseira, da Veiga; n.m. de Manuel António da Rosa e de Rosa Quintela, da Costa. Nasceu em São Paio a 29/5/1825 e foi batizado a 1 de Junho desse ano. Padrinhos: João Manuel Soares e sua mulher Francisca Luísa Carvalho, de Barreiros.

 

CARVALHO, Joaquim Maria. Filho de Manuel António Carvalho e de Joaquina Rosa da Rosa, moradores no lugar da Costa. N.p. de Manuel José de Carvalho e de Isabel Codesseira, da Veiga; n.m. de Manuel António da Rosa e de Rosa Quintela, da Costa. Nasceu em São Paio a 24/12/1842 e foi batizado a 28 desse mês e ano. Padrinhos: frei António de Santa Isabel Monteiro, de Cavaleiros, Rouças, e Caetana Gaiosa, da Calçada, SMP. 

 

CARVALHO, Joaquina Rosa. Filha de Francisco José Carvalho e de Teresa Alves, moradores em Sante. N.p. de António José Carvalho e de Joana Maria Fernandes, de Soutulho; n.m. de José Alves e de Maria Alves, de Sante. Nasceu em São Paio a 24/9/1838 e foi batizada no dia seguinte. Padrinhos: Manuel Luís Rodrigues e sua mulher, Joaquina Rosa. // Faleceu em Sante (freguesia de Paderne) a --/--/1915 (Correio de Melgaço n.º 173, de 7/11/1915).  

 

CARVALHO, Joaquina Rosa. Filha de Manuel Joaquim de Carvalho e de Carlota Joaquina Dias, moradores no lugar de Sante. Neta paterna de José Carvalho e de Joaquina Lourenço, do lugar de Covelo, Paderne; neta materna de Francisco Dias (Mana) e de Mariana Domingues, do lugar de Sante, todos lavradores. Nasceu em São Paio a 5/5/1873 e foi batizada a sete desse mês e ano. Padrinhos: Manuel Joaquim Domingues, casado, e Mariana Domingues, viúva, ambos de Sante. // Casou na igreja de São Paio a 18/5/1897 com João Francisco Alves de Macedo, de 26 anos de idade, oficial de pedreiro. // Faleceu em Paderne a 15/5/1956.

 

CARVALHO, José. Filho de Joaquim Carvalho e de Rosa Lourenço, lavradores, do lugar de Sante. // Faleceu nesse lugar a 7/5/1867, com apenas um ano e meio de idade, e foi sepultado na igreja de São Paio.

 

CARVALHO, José. Filho de Manuel Joaquim de Carvalho e de Rosa Maria Lourenço, lavradores, residentes em Sante. // Faleceu nesse lugar a 1/9/1888, com apenas doze anos de idade, recebendo somente o sacramento da extrema-unção, por incapacidade. // Foi sepultado na igreja de São Paio.

 

CARVALHO, José (Zé do Ouriço). Filho de Eurico Cândido de Carvalho, natural da vila de Melgaço, e de Adelaide Rosa Gomes, natural de Longos Vales, Monção, moradores no lugar da Carpinteira. Neto paterno de Joaquim de Carvalho e de Maria Rosa Pitães; neto materno de Vicente Gomes e de Joaquina Gonçalves. Nasceu em São Paio a 22/4/1905 e foi batizado a 25 desse mês e ano. Padrinhos: José Narciso Alves de Magalhães e Rosalina de Jesus Simões, casados, proprietários. // Casou na CRCM a 19/11/1931 com a sua conterrânea Pureza de Jesus Meleiro, de 20 anos de idade, filha de Manuel José Meleiro e de Maria Joaquina Gomes (ver NM 131, de 22/11/1931). // Morreu a 4/10/1991, na Devesa, São Paio, devido a ter caído da ambulância; o funeral realizou-se no dia seguinte para o cemitério de São Paio (deve ter morrido no hospital de Viana do Castelo ou quando ia a caminho desse hospital). // A sua viúva finou-se na sua casa da Devesa, com 82 anos de idade, em 1994. // Pais de Augusto Cândido, casado com Isaura de Jesus Vaz, e avós do eng.º José Augusto Vaz Carvalho e de Maria Emília Vaz de Carvalho; pais também de António José, casado com Maria do Rosário Meleiro, e avós de Amaral e de Alexandra.       

 

CARVALHO, José Vaz (Padre). // Em 1797 era pároco (cura) de São Paio. // Em 1829 era encomendado.  

 

CARVALHO, José Joaquim. Filho de Júlia de Carvalho, solteira, doméstica, sampaiense, moradora no lugar da Carreira. Neto materno de Francisco de Carvalho e de Antónia da Conceição de Neiva. Nasceu em São Paio a 10 de Fevereiro de 1907 e nesse mesmo dia foi batizado na igreja. Padrinhos: José Joaquim Durães, solteiro, e Rosa Joaquina Afonso, casada. // NOTA: deve tratar-se do senhor que casou em 1952. Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1021, de 20/4/1952: «Realizou-se, hoje, 9/4/1952, o casamento do senhor José de Carvalho, do lugar da Carreira, com uma simpática menina do lugar de Alcobaça, freguesia de Fiães

 

CARVALHO, José Maria. Filho de Manuel Joaquim de Carvalho e de Joaquina Rosa Vaz. Nasceu em São Paio a --/--/1914 (Correio de Melgaço n.º 103, de 9/6/1914). // Em Julho de 1929 fex exame da 4.ª classe, ficando aprovado (Notícias de Melgaço n.º 23, de 28/7/1929, e Notícias de Melgaço n.º 31, de 22/9/1929).

 

CARVALHO, Júlia Teresa. Filha de Francisco José de Carvalho e de Antónia da Assumpção de Neiva, lavradores. N.p. de João Batista de Carvalho e de Rosa Joaquina Gomes Veloso, lavradores, residentes que foram na Vila de Melgaço; n.m. de Manuel Caetano de Neiva e de Lina Teresa Fernandes. Nasceu na Carreira, São Paio, a 1/10/1884 e foi batizada pelo padre JAF no dia seguinte. Padrinhos: António Joaquim Neiva, tio materno da criança, e Genoveva Augusta Neiva, casados, proprietários, moradores em Prado. // Faleceu por volta de 1919; por sua morte foi citado António Esteves, ausente em parte incerta de África (JM 1252, de 29/6/1919).  

 

CARVALHO, Ludovina Rosa. Filha de Manuel Joaquim de Carvalho e de Rosa Maria Lourenço, moradores no lugar da Carreira. Neta paterna de Francisco José de Carvalho e de Teresa Alves, do dito lugar; neta materna de José Francisco Lourenço e de Joaquina Domingues, de Sante, todos lavradores. Nasceu em São Paio a 6/7/1870 e foi batizada a oito desse mês e ano. Padrinho: António Manuel Carvalho, casado, de Sante. 

 

CARVALHO, Luís Augusto (Capitão). Filho de Francisco José de Carvalho e de Antónia da Assunção de Neiva, moradores no lugar da Carreira. Neto paterno de João Batista de Carvalho e de Rosa Joaquina Gomes Veloso, da Vila, SMP; neto materno de Manuel Joaquim (ou Manuel Caetano) de Neiva e de Lina (ou Luísa) Teresa Fernandes, do lugar da Carreira, todos lavradores. Nasceu em São Paio a 29/8/1880 e foi batizado na igreja a 31 desse mês e ano. Padrinhos: António Joaquim de Neiva e Genoveva Augusta de Neiva, proprietários, moradores em Parada do Monte (acho que ele era professor). // Casou na Conservatória do Registo Civil de Melgaço a 21/3/1915 com Rita, de vinte e dois anos de idade, residente em Lisboa, filha de Manuel José Esteves Codesso e de Maria Vaz, natural do lugar das Mós, freguesia de Penso, concelho de Melgaço. // Partira para Moçambique em 1898 onde, a 15/6/1912, foi promovido a 1.º sargento da Companhia de Saúde do Ultramar. // Em 1913 esteve de visita à terra natal, de onde partiu para Moçambique (Correio de Melgaço n.º 76, de 23/11/1913). // Em 1918 foi promovido a capitão (*), sendo colocado em Cabo Verde, onde esteve até 1925, data em que veio para o Hospital Colonial de Lisboa. // Reformou-se em 1930. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 86, de 16/11/1930: «Por desconhecimento então noticiamos no n.º 21 de Setembro que este nosso conterrâneo, assinante e antigo colaborador, estava de visita à nossa terra quando é certo que ele veio fixar residência na sua casa da Carreira de São Paio por se ter reformado por diuturnidade de serviço. Congratulamo-nos por definitivamente o termos no seu torrão nativo e fazemos votos pelas suas prosperidades e para que em prol da nossa terra dê um bocado do seu esforço para o progresso desta região. Tendo partido muito novo da nossa terra para Lisboa a empregar-se no comércio, quando apanhado pela prestação do dever cívico, ao assentar praça dedicou-se aos serviços de saúde. Ansioso por conhecer os domínios de além-mar, legados pelos nossos antepassados, partiu em 1898 para a província de Moçambique onde, com pequenas interrupções de licença, serviu até 1921, fazendo parte, além de pequenas campanhas para pacificação dos indígenas, da campanha contra os alemães que se desenrolou na África oriental de 1916 a 1918...» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 96, de 1/2/1931: «O governo fez publicar um decreto com força de lei, reformando o de Outubro de 1896 que regulava o funcionamento das Associações de Socorros Mútuos. O diploma agora vigorante está atualizado sobre o que em matéria de socorro mútuo tem sido posto em vigor no estrangeiro e sobre o que a prática tem demonstrado em Portugal desde que foi organizado o Instituto de Seguros Sociais e Obrigatórios. Se há em Portugal concelhos que muito careçam de uma Associação de Socorros Mútuos, Melgaço é um deles. Campeia por este concelho muita miséria, bastante doença, e com a falta de recursos pecuniários, agravada com a enorme crise económica pela falta de transações lucrativas da pecuária, é um sudário completo. A falta de espírito associativo, a aberração no cooperativismo, sobreleva neste concelho a muitos outros. E não havendo indústrias locais onde o braço possa ter a atividade necessária torna o quadro bem pungente. Uma cota mensal de 2$50 a ninguém faz falta e com esta módica quantia haveria médico e medicamentos na doença. Com mais uma pequena quantia, e conforme a idade, teriam uma pensão de inabilidade. Por último, a pensão de sobrevivência seria o descanso de muitos chefes de família que não podendo deixar bens aos seus deixar-lhe-iam uns milhares de escudos à sua morte e, livres de impostos, formalidades de herança, etc. // Pelo diploma referido, associações deste género só podem constituir-se com trezentos associados, mas como em Melgaço não há outra associação congénere pode fundar-se com cem. Não haverá em Melgaço cem chefes de família que queiram organizar uma Associação de Socorros Mútuos, ou cem indivíduos de mais de dezasseis anos que alicercem uma mutualidade? Deitamos o pregão para a fundação de uma mutualidade no concelho. Quem nos acompanhar mande a sua adesão para este jornal. Avante, pois, pelo mutualismo em todas as suas modalidades, que virá atenuar muita miséria, prestando todo o seu valioso auxílio a todas as classes sociais. A todos os que nos leem pedimos a sua propaganda e auxílio nesta santa cruzada, mostrando que Melgaço também quer sair da rotina em que tem estado mergulhado. Em outro artigo explicaremos o que conhecemos em mutualismo e as suas vantagens. // 29/01/1931. LAC, capitão.»      Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 98, de 22/2/1931: «RELATÓRIO. Por termos lido no jornal 0 Século uma referência ao relatório e contas da gerência da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Melgaço, durante o exercício de 1929-1930, pedimos a alguém que nos emprestasse o folheto para o podermos apreciar. Como somos de opinião que quem gere dinheiros públicos deve prestar ao contribuinte contas dos seus atos, são os relatórios e respetivas contas os meios mais próprios, os quais, dando-lhes uma larga distribuição, não só tomam conhecido o meio onde se faz a gestão como, por meio de uma crítica sensata, se podem corrigir defeitos de orgânica e emendar quaisquer erros. Apraz-nos dizer que ficamos com boa impressão do relatório e pena é não ter sido distribuído profusamente no concelho. A Câmara tem audácia em aceitar quaisquer alvitres no sentido de se fazerem novos melhoramentos no concelho. // E já que falamos em relatórios, também nos agradou o apresentado pela Associação dos BVM. E nesta corrente de todos darem conta ao público dos seus (bens?) administrativos bem andaria a SCMM se, seguindo o exemplo da Câmara, publicasse periodicamente o seu relatório e contas, mostrando o que faz, e o que poderia fazer. É muito bom abrir subscrições, apelar para a caridade pública, por meio da Liga dos Amigos da Misericórdia, mas não dizer em que empregou esses donativos o que faz, as pessoas que uma vez socorreu eximem-se a socorre-la novamente. Ainda é o folheto o maior propagandista do altruísmo particular e incentivo de mais atos generosos. // L.A.C., capitão.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 100, de 8/3/1931: (sem grande interesse; consultar o jornal). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 102, de 22/3/1931: (mutualismo). // Penso que foi com o artigo que segue, publicado no Notícias de Melgaço n.º 148, de 1/5/1932, que o capitão Carvalho iniciou a polémica com a Comissão Administrativa da Câmara, presidida pelo jovem Dr. João de Barros Durães (1903-1981):

     «PERGUNTAS: Ao Notícias de Melgaço, único órgão da imprensa local, nunca é dada informação sobre quaisquer planos ou obras a executar, nem sobre o que ocorre nestes momentos de crise e que o governo pretende debelar. Posto isto, fazemos estas perguntas aos edis que estão à testa da Administração Municipal. 1.ª – Tendo sido anunciado que da verba para Melhoramentos Rurais o governo destinara a este concelho mais de 38.000$00, esta importância ainda é gasta dentro deste ano económico e em quê? 2.ª – Quando se publica o relatório e contas, anunciado por um-*++--- senhor vereador por ocasião de uma festa e em que dizia que o povo ficaria sabendo quanto custaram as ornamentações do salão nobre dos Paços do Concelho? 3.ª – Tendo sido anunciado há muito tempo o início da estrada para Castro Laboreiro pode ser informado se o governo efetivamente está na [disposição] de imediatamente dar princípio a este importante melhoramento concelhio e que na presente ocasião vinha debelar a enorme crise que atravessam os tralhadores deste concelho, ou se o anúncio seriam balões de ensaio das muitas promessas que se fazem em certas ocasiões? 4.ª – Quando se trata da arborização do Largo Hermenegildo Solheiro? 5.ª – Em que dia e horas se realizam as sessões da Comissão Administrativa? Agradecíamos uma nota oficiosa sobre estas perguntas.» L. A. de Carvalho.    

          Artigo publicado no Notícias de Melgaço n.º 150, de 22/5/1932. «Respondendo: no dia 9 do corrente, pessoa que temos na conta de amiga, disse-nos que no jornal “A Voz”, de Lisboa, vinha uma notícia em que éramos criticado pelos escritos que fizemos neste modesto semanário, acerca de melhoramentos locais. Sentimo-nos envaidecido, intimamente, pois seria verdade que os nossos modestos artigos na imprensa local fossem criticados até nos grandes colossos das capitais? Uma vez no Notícias de Viana, depois no órgão católico “A Voz”, aumentado de que uma nossa modesta carta merecera a Fra Angélico, no Jornal de Notícias, largas referências e transcrição… // Julgáva-nos um Zé-Ninguém, e de repente vemos a nossa prosa jornalística, [falha] de tinta lustral, referenciada e criticada, não no modesto semanário local, mas sim nos grandes órgãos da imprensa… Custava-nos a acreditar no dito do amigo e pedismo-lhe que nos enviasse o exemplar onde vinha essa publicação. Chegou-nos. Pusemos três vezes as lunetas… Não havia dúvidas… Era “A Voz”, de Lisboa, de 12 de Abril – Melgaço, 8 – Pela Câmara. Lemos e ficamos com pena de não sabermos o [nome] do autor, para lhe agradecermos a crítica no jornal de maior assinatura em Portugal. Enfim, éramos alguém… pois até já chegavam à capital da Nação os ecos de um humilde rural lançados no modesto hebdomadário local. Não podíamos deixar de festejar esse acontecimento. Convidamos imediatamente um dos nossos amigos de Monção, e família, para um banquete em nossa casa. No dia 12, de manhã, ei-lo aí, vem de automóvel, e depois de lhe mostrarmos as nossas belezas até São Gregório, o castelo da Vila, com o seu belo panorama, os Paços do Concelho, com a sua lápide, onde nos curvamos, fomos para o banquete, onde confraternizamos o regozijo que nos ia na alma, até às dezassete horas. Bem entendido – que o banquete que demos foi à nossa custa… Agora permita o correspondente de “A Voz” que lhe façamos a devida referência ao seu artigo e lhe notemos alguns comentários. Sofremos um pouco de surdez, devido ao uso que há muitos anos fazemos do quinino e, portanto, a nossa pituitária também está um pouco combalida, mas o que lhe garantimos, é que tomamos chá há muitos anos... Serra do Pomedelo, com carreira de aviões. – Procuramos onde aquela era situada, mas tanto no Larousse como no dicionário geográfico não encontramos, pois devia ser uma serra conhecida, visto ter carreira de aviões. Portanto, será alguma serra de recente descoberta… E quanto aos aviões, destes, de lagares de azeite e de outras coisas que não conhecemos, nem percebemos, não falamos. A Câmara faz consultas, não a ignorantes, mas sim a técnicos. Ora nós, como técnicos da Câmara, só conhecemos um; mas esse, em conversa, jacta-se de só possuir o exame da instrução primária! Portanto, a massa consciente dos munícipes que lhe agradeçam o epípeto de ignorantes. Guiado pelo seu calendário. Não percebemos nada, por não conhecermos. Conhecemos ano económico e ano civil… O 1.º finda a 30 de Junho e o 2.º a 31 de Dezembro. Se isto é assim, faltam: o relatório referente a 30/6/1931, ou então a 31/12/1931. Após o falecimento do malogrado presidente Solheiro, alguns vereadores disseram que iam publicar o referente a 30/6/1931, aproveitando os dados deixados pelo falecido. A 6/1/1932, na festa inaugural dos Paços do Concelho, e num jantar, um vereador disse que ia ser publicado o relatório, no qual constaria tudo: custo do edifício, mobiliário, e a ornamentação do salão nobre. Então os senhores vereadores prometem relatórios, fazem afirmações em banquetes festivos, e depois não cumprem? Ou será somente incontinência linguareira dos senhores edis..., sem responsabilidades no que dizem?! A propósito, vai uma informação, que nos foi dada, e que gostaríamos de ver confirmada ou desmentida. Pouco depois dos nossos artigos publicados em 6 de Março e e 3 de Abril, procurou-nos um indivíduo que nos disse que não falássemos mais em relatório, pois que não havia vontade de o publicar, visto que umas certas despesas que haviam sido feitas, não sabiam que rubrica lhes haviam de dar, para os munícipes não se espantarem… e que alguém alvitrara que lhe dessem a rubrica de “Despesas Diversas”, à semelhança do que constava no relatório de1929-1930. Será verdade? E o que nos deu a informação seria emissário, como o seria o nosso amigo que nos informou da crítica feita no órgão católico, por ser jornal que não lemos? Continuando: Injeções que nos prega o Seringador. Se somos seringador, a culpa é dos senhores doutores Rocha e Sá e Vitoriano de Castro. Estes distintos clínicos receitam - aos seus [doentes] - injecções e dizem-lhes que venham onde a nós para lhas darmos. Como é para bem do nosso semelhante, estamos sempre às ordens. Para fazer bem à humanidade, a nossa casa está sempre aberta. Palavras, leva-as o vento; obras é que ficam… Exacto. Efectivamente, falamos muito. Podemos faze-lo de cara descoberta. Também escrevemos, embora mal…, mas com sinceridade e hombridade de caráter. E de que falamos e escrevemos? Pedimos melhoramentos para a nossa terra. Pedimos beleza, harmonia de conjunto, e método de organização. Pedimos que tudo isso seja feito a contento da grande massa dos contribuintes e não só para interesse restrito ou de compadres. É para todos que pedimos, e como não pode ser acordo geral, democraticamente, o acordo da maioria. E tudo quanto pedimos é com voz de trovão ou assinamos o que escrevemos. Não temos poltronaria (no jornal está poltrania) de carácter, como chamava Camilo aos que escrevem e se escondem na sombra. Finalizando, diremos ao correspondente a razão por que invocamos e invocaremos o nome do saudoso Solheiro. Era homem de caráter, e pelos factos que vamos contar é que o apreciamos. Dias depois de aqui chegarmos fomos às Águas do Peso. Ali encontramos o Governador Civil e o hoje falecido Solheiro. Cumprimentamos, e como com ambos mantínhamos boas relações pessoais, juntando, às do 1.º, boa camaradagem que tínhamos tido, pedimos melhoramentos para a nossa terra e, ao 1.º, o seu valioso concurso de Magistrado Administrativo. Tempos depois, ainda não conhecíamos o meio, falando com alguém da conversa havida, foi-nos dito: “o Solheiro é impolítico; se tivesse larguezas políticas tinha nomeado o Dr. António Cândido Esteves, e com isto conquistava as amizades políticas deste e da sua família.” Mais adiante, em uma conversa, depreciava-se a acção da sua obra… Dizia-se: “fê-lo devido à situação excepcional, e mesmo assim deixa o povo carregado de impostos e de encargos [sobretudo de juros à CGD] por largos anos… etc.” Pois os autores dos ditos, eram, como presenciamos, alguns bajuladores e que diante dele curvavam a espinha. E ele, sempre altivo, sorridente, deixava-os… e passava adiante, e não vendera o seu carácter por uma nomeação… Entendam-me bem. Por isso, ao ele passar à última jazida, nas nossas sinceras palavras, exteriorizamos o que nos ia na alma. Para o bem da nossa terra e do país em geral, haverá sempre este que assinaL. A. de Carvalho. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 151, de 29/5/1932: «Ao senhor L. A. de Carvalho. Num artigo intitulado “Respondendo”, salada russa indigestamente condimentada com Fra Angélico, Camilo, Larousse e tudo, um tal L. A. de Carvalho, que não sabemos bem quem seja, faz de mistura umas insinuações, que roçam pela perfídia e que vimos apurar bem. // O escriva, no citado relambório, quando ofende, diz sempre que foi um amigo que lhe deu tal informação. Isso leva-nos a crer que, ou procura encobrir-se com a cobardia de um diz-se, ou efetivamente é alguém que faz dele um instrumento inconsciente para ferir às escondidas, por não ter a coragem de o fazer às claras. // Seja como for, o senhor L. A. de Carvalho vai dizer-nos com o seu nome assinado, sem iniciais para evitar confusões, em termos claros e precisos, muito a sério, e sem atitudes de Calino: 1.º - quem foi o vereador que no jantar oferecido às autoridades que vieram dar-nos a honra da sua assistência na inauguração dos Paços do Concelho prometeu publicar o relatório das despesas e receitas da Câmara? 2.º - Qual o melhoramento, ou os melhoramentos que a Câmara Municipal fez, não para interesse público, mas sim para benefício particular de compadres? 3.º - Quais as despesas, suspeitas, que não podem ser descritas nas contas camarárias? 4.º - Quais as razões, - que ele tem - para duvidar da honorabilidade dos componentes da Câmara Municipal? // Queremos isto bem averiguado para se apurar se tais insinuações obedecem a inconsciência, ou a maldade. Se é inconsciência, temos o direito de exigir do proprietário do jornal que selecione os seus colaboradores, para não o transformar numa arca de Noé, onde tenham entrada todas as espécies animais. Se é maldade, temos também o direito de exigir do seu autor a responsabilidades das suas infâmiasA Comissão Administrativa da Câmara.

 

      Ainda no Notícias de Melgaço n.º 151, de 29/5/1932, lemos: «A BEM DA VERDADE. Acerca do nosso artigo com esta epígrafe, inserto no n.º 150 deste semanário de 22 de Maio, a bem da verdade, temos a declarar que o nosso amigo que nos disse que em “A Voz” vinha a notícia a respeito do que escrevêramos, e nos enviou o exemplar desse jornal, o fez pela amizade pessoal e não como emissário, pois que não se presta a servir de correio de ninguém. Também o indivíduo que nos disse que não falássemos mais em relatório, nos declarou que a conversa que connosco tivera fora de sua exclusiva lavra. Fica assim aclarado o que escrevemosL. A. de Carvalho.

 

    No Notícias de Melgaço n.º 152, de 5/6/1932, podemos ler: «Neste jornal e no seu n.º 151, de 22 de Maio, com o título “Ao senhor L. A. de Carvalho”, vem publicado um artigo subscrito por a Comissão Administrativa da Câmara. Diz a autora do artigo que não sabe bem quem seja um tal L.A. de Carvalho e repta-o a que lhe ponha para ali o seu nome assinado sem iniciais para evitar confusões e que, em termos claros e precisos, responda a quatro perguntas que lhe faz. Da forma como está escrito e assinado o artigo julgamo-nos desobrigados a responder, porque uma entidade impessoal não merece resposta, mormente pelo vocabulário que emprega, e também porque no artigo “Respondendo”, a que aquela faz referência, se não falou em Comissão Administrativa e apenas se deu resposta ao correspondente do jornal “A Voz”, como pode constatar quem ler com atenção o artigo “Respondendo”. Mas como temos bastante consideração pelos leitores deste semanário, diremos aqui quem é o tal L.A. de Carvalho. L. A. de Carvalho é a abreviatura com que assina o cidadão Luís Augusto de Carvalho, capitão reformado, da Administração de Saúde das Colónias, e que está nesta situação por ter prestado serviço à Nação Portuguesa por mais de trinta e dois anos efectivos, sendo destes mais de vinte e quatro de serviço nas colónias da África oriental e ocidental, residindo actualmente no lugar da Carreira, freguesia de São Paio, deste concelho, sua terra natal. Durante o seu largo estágio pelas colónias, além do seu serviço próprio, foi vereador da Câmara Municipal de Moçambique em 1919 e vogal dos Conselhos, Executivo e Legislativo, da colónia de Cabo Verde em 1923/1924, além de outros que se não enumeram. Quem quiser saber a verdade, é vir a esta casa que se mostram os documentos oficiais. É autor, e do qual toma inteira e absoluta responsabilidade, dos seguintes artigos publicados neste jornal com os títulos: “Melhoramentos Locais”, no n.º 142, de 6/3/1932; idem, no n.º 146, de 3/4/1932; “Administração a la diables”, no n.º 147; “Preferência” (era “Perguntas”, mas este título foi truncado), no n.º 148, de 1/5/1932; “Comunicações” e “Questão Operária”, no n.º 149, de 8/5/1932; “Respondendo”, no n.º 150, de 22/5/1932, resposta ao correspondente de “A Voz”, de Lisboa. Lamenta que quase todos os artigos tenham saído truncados e com gralhas, de que algumas ainda retificou. Portanto, sabendo quem é o tal L.A. de Carvalho, podem chamá-lo à responsabilidade como melhor entenderem. E desde já lhes alvitramos que submetam o pleito ao sagrado tribunal da opinião pública melgacense, mandando imprimir os nossos artigos, o do correspondente do “Notícias de Viana”, o do correspondente de “A Voz”, aos quais fazemos referências nos nossos, e lhe ponham como capitel o da senhora Comissão Administrativa da Câmara, recomendando este à Academia de Ciências, para ser inserido nos livros escolares como peça literária de altíssimo valor, pelo vocabulário que contém, e também ao senhor Dr. Guerreiro Murta para nas novas edições do “Como se aprende a redigir” e “Manual da Língua Portuguesa” ser tomado em consideração como espécime educativo. // Nada mais teríamos a dizer à Sr.ª Comissão Administrativa da Câmara; porque - não vindo assinado pelos seus componentes - não sabemos a quem atribuir a responsabilidade do escrito; mas, como gostamos das coisas claras, vão uns esclarecimentos. Não faríamos eco do que disse um vereador se não o ouvíssemos da sua própria boca. Como não frequentamos lugares onde se colhem informações, nem somos repórter, quando nós fazemos eco de qualquer informação é porque nos foi dita por pessoa, ou pessoas, de confiança, no entanto pomos de remissa com o – será verdade? Não somos atrito a servirmos de instrumento de outros e agradecemos aos amigos as boas informações, porque se não fossem eles não teríamos conhecimento do artigo do correspondente de “A Voz”. Lembramos à Sr.ª Comissão Administrativa que leiam com atenção um artigo publicado no jornal “Notícias de Viana”, de 21/5/1932, sobre o que o referido jornal diz dos vereadores da Comissão Administrativa da Câmara daquela sede, demitida, em que lhe nota todos os benefícios feitos, mas a censura por ter feito serviço individualista, não lhe dando a devida publicidade. Como na nossa alma não se abrigam maldades, infâmias, perfídias, ou outras escorrências soezes, devolvemos à Sr.ª C. A. todos esses vocábulos empregados para os distribuir pelos seus membros. A nossa alma é límpida e não fazemos salada russa para melindrar qualquer pessoa por mais humilde que seja. Salada e baralha confusa faz a Sr.ª C.A. no seu artigo, pois faz perguntas que não percebemos qual o fim que querem atingir. Nos nossos artigos nunca tocamos qualquer coisa do que vem nas perguntas. Se criticamos e fazemos reparo ao que fazem entidades que desempenham cargos públicos, é porque entendemos que quem está à testa deles não é invulnerável ou intangível, e erra como qualquer mortal.» // Luís Augusto de Carvalho, capitão. Notícias de Melgaço n.º 152, de 5/6/1932.

 

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 153, de 12/6/1932: «Ao Crítico da Câmara. Da prosa do senhor capitão Carvalho – este senhor é muito fecundo em escrever e muito sóbrio em pensar – apenas se aproveita isto: “A Comissão Administrativa no seu artigo fez perguntas que não percebemos qual o fim que querem atingir; nos nossos artigos nunca tocamos qualquer coisa do que vem nas perguntas.” Ora, nós baseamos as nossas perguntas nos seguintes dizeres do senhor capitão Carvalho: 1.ª – Então os senhores vereadores prometem relatórios, fazem afirmações em banquetes festivos e depois não cumprem? Ou será somente incontinência linguareira dos senhores edis, sem responsabilidades no que dizem? 2.ª – Pedimos melhoramentos… que tudo isso seja feito a contento da grande massa dos contribuintes e não só para interesse restrito ou de compadres. 3.ª – Pouco depois dos nossos artigos publicados - em 6 de Março e 3 de Abril - procurou-nos um indivíduo, que nos disse não falássemos mais em relatório, pois que não havia vontade de o publicar, visto que a umas certas despesas que haviam sido feitas [eles] não sabiam qual rubrica lhes dar.» Convidado a explicar-se, o senhor capitão Carvalho declara imponentemente que não disse nada que justificasse o repto que lhe fizemos. Na presença de semelhante miséria, somos obrigados a considera-lo um pobre diabo que, pela sua insignificância mental, não pode ser tomado a sério. E ponto finalA Comissão Administrativa da Câmara. // NM 153, de 12/6/1932.

 

     No Notícias de Melgaço n.º 153, de 12/6/1932, lê-se a «Carta ao Senhor Capitão Carvalho: meu ilustre amigo – aqui me tem às suas ordens. Sou eu o correspondente de “A Voz”, que tanto desejava conhecer. Em primeiro lugar, em presença da sua imponente (!), magnífica, opulenta de serviços e bem-fazer, irradiando a luz da glória, que se esconde (!) famosa e linda muito ao (!) longe, do lugar da Carreira, da freguesia de São Paio, (herói?) de nossas colónias, cumpre-me saudá-lo em posição de sentido, com o verso do nosso épico: “Ditosa pátria que tal filho…” // O meu capitão conhece Moliére? É compatriota daquele seu amigo Larousse, onde …………… procurar a serra de Pomedelo. É também autor de uma farsa que se intitula “Médico à Força.” O seu protagonista, que nunca estudou medicina e que um dia foi obrigado a fazer a síndrome de uma doença; encravado, saiu-se da dificuldade, recitando um ……….. macarrónico, que tenho pena não ter presente na memória para reproduzir aqui ……….. com ênfase: “E aqui está a razão por que o menino está doente.” A sua resposta às perguntas da Câmara, enchendo colunas de prosa (…), sem dizer nada sobre o assunto que se discutia, fez-me lembrar o meliante do tal médico à ……. do glorioso comediógrafo francês. V. Ex.ª no seu artigo tem ……… admiráveis, resultante talvez dos seus conhecimentos de estratégia militar. Diz, por exemplo, que não era obrigado a responder à Câmara, visto o seu artigo se dirigir ao correspondente de “A Voz”. Faz-me lembrar o seguinte caso: um homem muito conhecido, cujo nome me não lembra, passou por uma rua de Lisboa e parou em frente de uma mercearia, onde estava, à porta, em exposição, uma barrica de manteiga. Por distração, cuspiu nela. O marçano avança para o sujeito, increpando-o ferozmente pela porcaria. - Perdão, lhe diz ele. Julgava que eram azeitonas. E retirou-se serenamente, enquanto o marçano, embasbacado, ficou a pensar nas razões que o homem teria para poder cuspir se fossem azeitonas. Também eu fiquei igualmente pasmado a meditar nos motivos que teria o meu capitão para poder, imponentemente, lançar suspeitas à honra da Câmara, pelo facto de endereçar o seu artigo ao correspondente de “A Voz”. Pensei que o autor do escrito era um Carvalho qualquer. Tão enojado andava, das suas perlengas, que até me deu vontade – Deus me perdoe – de o mandar para o apelido. Afinal saiu um Carvalho categorizado, capitão do exército, com uma brilhante folha de serviços no continente e colónias. Perante tal revelação, estou arrependido, da parte que me toca, no emprego daquelas palavras duras, que tantos engulhos lhe causaram. Mas…, valha-nos Deus, meu capitão. V. Ex.ª não provando nada das acusações que fez à Câmara deixou em pé esses vocábulos, a feri-lo como látegos contundentes. V. Ex.ª quer ser crítico da Câmara? Ninguém lhe nega esse direito. Como quer, porém, que não o consideremos um crítico de má-fé, sem aquela nota inerente à boa crítica, que é a imparcialidade, se em toda a obra da Câmara só encontra motivos para censurar e nada que lhe mereça louvor? Dê-nos, meu capitão, o consolo de um elogio saído da sua pena consagrada e tudo acabará a bem. Esta já vai longe, por isso termino; agradecendo-lhe os momentos de alegria que me proporcionou, porque – nestes tempos de tanta tristeza – o riso é o melhor bem deste mundo. Abraça-o o seu amigo e admiradorArtur d’Almeida (pároco de Penso e vogal da Câmara Municipal de Melgaço).        

 

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 154, de 19/6/1932: «À Ex.ma Câmara – Tendo a Comissão Administrativa ao concluir o seu artigo com o título “Ao Crítico da Câmara”, publicado no n.º 153 deste semanário, dito – E ponto final – nós não lhe damos esse ponto final, mas desta vez dirigimo-nos ao seu Presidente, por ser este o lídimo representante do Município. Ex.mo Sr. João de Barros Durães: V. Ex.ª num quarto de hora, bem inspirado, do Ex.mo Governador Civil, foi investido nas funções de presidente da Câmara Municipal de Melgaço, substituindo um ilustre melgacense, que a parca arrebatara. Como novo, ilustrado, desejoso de ter nome, era a pessoa indicada para fazer figura brilhante. A partir do seu investimento nesse cargo, V. Ex.ª era o representante do 1.º corpo administrativo do concelho e, nessa qualidade, administrava e representava católicos, ateus, protestantes, nacionalistas, unionistas, integralistas, democráticos, republicanos e socialistas. Enfim, a sua religião e o seu partido era, na qualidade do seu cargo, considerar todos no mesmo pé de igualdade. Nós, como bairrista acérrimo, embora não possuindo, como de facto não temos, tinta (deve ser pinta) lustral de jornalismo, escrevemos em 6 de Março, neste semanário, um artigo em que pedíamos, em virtude do Poder Central ter decretado várias medidas atinentes a debelar a crise com obras de fomento, melhoramentos para a nossa terra, aproveitando a ocasião que se nos oferecia. E esses melhoramentos estão todos no ânimo dos nossos concidadãos melgacenses. A esse apelo, apareceu no jornal “Notícias de Viana”, que nem todos os nossos conterrâneos leem, umas referências ao nosso artigo, não no sentido de colaborar e auxiliar esses melhoramentos, mas sim em tom faceto do que escrevêramos. Respondemos em 3 de Abril. Parece-nos que estava indicada uma nota oficiosa, dimanada da Câmara, a respeito desses artigos, dissesse que estava no ânimo da C.A. aproveitar a oportunidade que ofereciam as medidas do Poder Central, ou então que não concordavam com a sugestão. Enfim, mostrar que as sugestões dos munícipes lhe mereciam consideração ou que eram rejeitadas em absoluto e, neste caso, eles ficariam sabendo que a C.A. estava divorciada de quaisquer alvitres que lhes propusessem os munícipes, e só faria administração de facção. Esses nossos artigos não foram lidos através de vista clara e límpida, mas sim por estrábicos e hemarólopos, e interpretados com sectarismo por almas impregnadas de facciosismo maldoso e, portanto, criticados e estigmatizados, não na imprensa local, mas no jornal “A Voz”, de Lisboa, onde se diz - «A Câmara tem feito sempre consultas; não a ignorantes, mas sim a técnicos, àqueles a quem reconhece competência profissional.» Tivemos de responder e isso originou o que o Sr. Durães bem conhece, os escritos da Comissão da sua digna presidência, que nos parecem não primar de correcção e somente amesquinhar-nos com os vocábulos que empregam, o que não dignifica a C.A., nem honra a CMM. – Ex.mo Sr. Durães: - vamos reeditar e ampliar alguns dos nossos pedidos e que levantaram bastante celeuma, tanto ao correspondente de A Voz como à C.A., da sua presidência. Aquando da perda do seu antecessor disseram que iam publicar o relatório que o falecido trazia em preparação. Aguardávamos com impaciência essa publicação, pois como documento póstumo o queríamos referenciar. Falamos nesse relatório nos nossos artigos e até esperávamos que a C.A., na imprensa melgacense, dissesse, como homenagem, qualquer coisa. Ao nosso apelo nada se disse, se havia sido publicado ou não. Pois, Sr. Durães, tivemos há pouco a seguinte surpresa: em 26 de Maio entramos em uma casa comercial da aldeia. O dono, mostrando-nos um livro, perguntou-nos se o havíamos lido. Pegamos-lhe e folheamo-lo e vimos ser o relatório que nós há tanto tempo aguardávamos e reclamávamos. Respondemos que não tínhamos lido, pois se nos tivesse vindo à mão não teríamos nos nossos artigos insistido por ele, como se vê do artigo “Respondendo”. Perguntando-lhe se o possuía há muito tempo e como lhe fora ter às mãos, cochichou-nos que há pouco tempo lhe fora arranjado, mas se quiséssemos no-lo emprestava. Recusamos o empréstimo, pois entendemos que se foi impresso, por conta da Câmara, deve ser remetido às instâncias oficiais e aos munícipes a que a Câmara entenda, e anunciado no jornal local a sua publicação e preço de venda dos exemplares sobressalentes, e facultado um exemplar aos munícipes que na biblioteca da Câmara o queiram consultar. Se foi impresso por conta particular, do bolso dos senhores vereadores, então eles podem dá-lo a quem muito bem entenderem. Da forma como o comerciante o arranjou, nós não o queremos. Vamos ao resto: um senhor vereador disse que num relatório que ia ser publicado, o público ficaria sabendo o custo do edifício dos Paços do Concelho, mobiliário e ornamentação do salão nobre, etc. – Sr. Durães: antecipadamente agradecemos que quando esse relatório for publicado, anunciem a edição e se se vende, pois que desejamos adquirir um exemplar. A Comissão Administrativa muito se estimulou com o que vamos reeditar: pouco depois dos nossos artigos de 6 de Março e de 3 de Abril, um indivíduo procurou-nos e disse-nos que não falássemos mais em relatório; pois que não havia vontade de o publicar, visto que a certas despesas (que haviam sido feitas), não sabiam que rubrica lhes haviam de dar e que alguém alvitrara que lhe dessem a rubrica de “Diversas Despesas”, à semelhança do que constava no relatório de 1929/1930. Nós fechávamos com o – será verdade? – e antecipávamos a notícia pedindo o desmentido ou confirmação. Sr. Durães: aquilo é síntese da conversa que tive. Se V. Ex.ª quiser responder, pode faze-lo; senão aguardaremos a publicação do relatório. A Comissão Administrativa no seu quesito 2.º do artigo de 29 de Maio, diz: - Quais os melhoramentos que a Câmara Municipal fez; não para interesse público, mas para benefício particular de compadres? Sr. Durães: nós atrás dizemos que os nossos artigos foram lidos e interpretados diversamente do que era, e este quesito é um deles. A C.A., da sua presidência, tirante a demolição de um prédio, e continuar os contratos e deliberações do seu antecessor, que nós saibamos, nada fez, absolutamente nada! E por isso não se pode criticar aquilo que não é feito. Deve ser censurada até por aquilo que deixou de principiar em tempo oportuno, como foi a arborização do Largo Hermenegildo Solheiro e a instalação da feira do gado, que nestes tempos de calor faz esterricar os animais. O 4.º, diz: - Quais as razões que tem, para duvidar da honorabilidade dos componentes da Câmara Municipal? Oh! Sr. Durães: - esta é de pau! Nós, com a franqueza e sinceridade que nos carateriza, se soubéssemos, ou conhecêssemos, que os vereadores eram desonestos chamávamos-lhes com todas as letras. Em certos actos e deliberações, vimos algumas vezes que enveredam por critério diferente do nosso. Mas esses são modos de ver. E errar, muita gente erra… e em pública administração é isso o pão nosso de cada dia. A Comissão Administrativa diz que somos fecundo em escrever e muito sóbrio em pensar. – Sr. Durães: bem faz a C. A. da sua presidência, pensa muito e não escreve [quase] nada. E o pouco que escreve, e alguns dos seus componentes, como correspondentes de jornais, e coletivamente em resposta a artigos na imprensa local, emprega um fraseado que não abona a boa correção de escrever para o público. Adiante… Na presença de semelhante miséria – riqueza de vocabulário, repetimos, [como] é o da Comissão Administrativa – somos obrigados a considerá-lo um pobre diabo. Oh! Sr. Durães: éramos rico diabo quando V. Ex.ª nos dizia que deixássemos a Aliança Republicana Socialista para nos integrarmos na União Nacional. Já a deixamos, mas continuamos independente. Antes só do que bem ou mal acompanhado. … pela sua insignificância mental. – Não pedimos vírus mental à Comissão Administrativa porque então descambávamos para o tripúdio pessoal, com aquele belo fraseado com que fui mimoseado. // … não pode ser tomado a sério – pois riam-se, que quem se ri faz festa. Sr. Durães: este vai longo e vamos fechar, mas antes permita-nos que lhe digamos que a C. A. da sua presidência nos chama “Crítico da Câmara”. Então sendo nós um insignificante mental, podíamos ser crítico? E, por último, uma perguntinha, no interesse do nosso concelho. Dos anunciados 38.000$00 que pela verba dos melhoramentos rurais a este concelho [cabiam], fez-se ou projetou-se alguma coisa? E por nós é que pomos – Ponto final.» Luís Augusto de Carvalho, capitão.                             

       

     Lemos no Notícias de Melgaço n.º 154, de 19/6/1932: «Carta ao senhor Artur d’Almeida. Preclaro sacerdote – V. R.ma, que não é natural deste concelho, quando nos endereça a sua epístola não intercalou no seu nome a “Ascensão” que realizou da sua terra natal para uma abadia deste nosso torrão, como pastor d’almas, e que - como os seus fregueses o julgavam de encomenda – V. R.ma os repreendeu por não lhe darem o título a que tinha direito e, portanto, que o tratassem pelo seu nome, que era bonito. // Não é só bonito, é catita, como catita é a sua carta, e pena foi, na ocasião em que a ditou, estar amnésico, a respeito do latinório que o Médico à força empregou, pois que gostávamos de o conhecer. // Na sua carta diz-nos que “ficamos” ferido com látegos contundentes… Bem vemos que V. R.ma fez de nós Jesus Cristo. Condenou-nos num tribunal onde V. R.ma ditou a sentença, escrita por um jovem e incitada por um fariseu. O abraço já no-lo envia. Falta o ósculo, que nós receberemos quando quiser. // Augusto Taveira, descrevendo a origem e vida de Jesus Cristo, diz que quando o precioso corpo foi despregado do madeiro, e entregue a Nicodemos, recebeu carinhosa assistência da “incomparável e divina criatura que se chamou Maria Magdala”, ajudada piedosamente pelas suas jovens companheiras que eram Maria Cleopbas e Maria Salomé (Renan, Vie 353). Tinha razão a divina e encantadora Magdalena quando no sepulcro ao senti-lo estremecer, como num despertar de agonia, banhada em lágrimas, lhe murmurou ao ouvido: “Não valia a pena, não valia a pena.” // Nós, que não queremos ser um 2.º Jesus Cristo, diremos: “não vale a pena” perdermos mais tempo. Por isso, exortámo-lo a que quando faça a sua Ascensão ao púlpito V. R.ma no auge das suas perlengas oratórias não pratique a irreverência de mandar os fiéis para o nosso apelido, conforme nos queria mandar… Às ordens, o Cristo que se chama Luís Augusto de Carvalho, capitão.»   

 

     Notícias de Melgaço n.º 155, de 3/7/1932. «PROGRESSO DE MELGAÇO, por L.A.C.: - Este concelho é o cocuruto de Portugal. Penetrando na Galiza, tendo como limites com esta o rio Minho a noroeste e a raia seca a norte, para o seu progresso e desenvolvimento económico carece de muitos melhoramentos materiais. Possui uma grande riqueza: que são as suas Águas Minero Medicinais do Peso. Mas estas, só por si, não lhe prestam o necessário desenvolvimento enquanto outros melhoramentos não forem realizados. Entre alguns, os de maior acuidade, são as suas vias de comunicação, devendo seguir-se-lhe os de ordem estética para o seu aformoseamento. Há mais de quarenta anos, algumas vias de comunicação se projetaram, mas em realidade só se converteram 8,5 km de estrada até à fronteira de São Gregório, e 2,5 km de estrada municipal para Paderne. Os seus caminhos vicinais são o inferno para a tração animal de gado bovino, havendo pontos ínvios para a ligação com os das suas serranias. Algumas destas faltas se teriam remediado se tivesse havido persistência no pedido ou se em uma descentralização administrativa fossem dados recursos pecuniários aos seus corpos administrativos. Pertence, pois, a todos os melgacenses, unirem-se para pedirem que a pouco, e pouco, a sua terra seja dotada com um mínimo dos seus melhoramentos materiais. No campo, dos de realização imediata, vamos enumerar pela ordem da sua urgência os que nos parecem principais. Em vias de comunicação: 1 – ligação na fronteira de São Gregório com a estrada galega, sendo o governo espanhol o que falta dar execução ao seu troço até ao rio Trancoso. 2 – Construção da estrada para Castro Laboreiro, a continuar depois para ligação com Lindoso ou Arcos de Valdevez. 3 – Uma alameda desde as Águas do Peso até ao rio Minho, para recreio dos aquistas, fazendo-se à margem do rio umas barracas para na época apropriada em que as águas vêm mais carregadas de agentes terapêuticos, se poder tomar banho. 4 – Entabular negociações com o governo espanhol para a construção de uma ponte sobre o rio Minho, entre São Marcos e Arbo (estação). 5 – Continuação da estrada municipal de Paderne, atravessando Queirão e Felgueiras, a entroncar na estrada nacional 1-1.ª, na freguesia de Penso, no lugar da Polita. 6 – Uma estrada de 3.ª classe, ou caminho largo empedrado, sem lacadas, partindo de Paderne da estrada municipal, pela igreja de São Paio, a entroncar na de Castro Laboreiro, nas alturas de Sante ou Lourenços. 7 – Uma estrada de 3.ª classe, ou caminho largo empedrado, partindo da estrada de São Gregório, por Fiães, até ao lugar de Alcobaça. 8 – Idem, do lugar da Igreja, Rouças, a entroncar com a estrada de Castro Laboreiro. 9 – Um caminho empedrado e ponte sobre o rio Mouro, da estrada de Castro Laboreiro para o centro da freguesia de Parada do Monte. 10 – Idem, do lugar de Pomares para Cousso e Gave. // Em ordem do seu urbanismo: 1 – Ligação, por meio de viaduto, dos Paços do Concelho à estrada nacional 1-1.ª. 2 – Uma rua do Largo Hermenegildo Solheiro ao castelo. 3 – Conclusão da rua projetada entre a Praça da República à estrada nacional. // Em ordem de aformoseamento e utilidade material: 1 – Arborização das valetas das estradas com árvores frutíferas, tais como oliveiras, nogueiras, cerejeiras, e outras para madeira, como eucaliptos, acácias e choupos. 2 – Arborização dos baldios e sítios chãos do alto das montanhas com pinheiros, sobreiros, castanheiros, etc. // No campo do ensino: 1 – Construção dos edifícios e criação de escolas primárias necessárias para a sua população infantil. 2 – Criação e sua conveniente instalação de uma escola do ensino complementar, com o caráter agrícola profissional, tendo uma secção de instrução para aperfeiçoamento de operários. // Todos os melhoramentos enumerados, salvo melhor opinião, são todos necessários, podendo talvez prescindir-se do da ponte para Arbo. Haverá outros mais necessários. Apelo para os conterrâneos, amigos do progresso do concelho, o auxílio para a consecução destes fins       

 

     E o homem não se cala! No Notícias de Melgaço n.º 158, de 24/7/1932, volta ao ataque: «CAMINHO PÚBLICOS – está dito e redito, e sobre o assunto muito se tem falado e escrito, o que são os caminhos públicos do nosso concelho. Péssimos, ordinários, cheios de águas, dificultando o trânsito aos peões que não andem descalços e, em sítios com lamaçais, intransponíveis, a não ser que se transite montado em cavalgadura, e piores do que o inferno para a tração animal. // Não há adjetivos suficientes que os possam qualificar [pelo] que têm de ordinários. // Diz-se que a culpa é dos povos por onde eles atravessam. Será verdade, mas não é certo, porque o povo de uma freguesia não há de andar a consertar os seus caminhos, quando eles servem outras freguesias. // Portanto, pertencendo o caminho público também ao domínio público concelhio e nacional, [compete] aos corpos administrativos as providências para que os caminhos sejam aquilo que de facto devem ser: transitáveis para a tração própria e peões, com um mínimo de comodidades para as populações que são obrigadas a deles fazerem uso. Será o problema dos caminhos (…) insolúvel? Não é. // Cremos que se os corpos administrativos [agissem], o concelho não teria os ruins caminhos que ora [tem]; e se há pontos bons é porque ainda há uns carolas que se interessam pela sua boa conservação. E quer-nos parecer que se os vereadores e empregados do 1.º corpo administrativo por eles tivessem de transitar diariamente, há muito que teriam dado algum paliativo; mas como raras vezes por eles transitam, e essas o fazem geralmente montados, eles bem veem a ruína em alguns pontos, mas com isso pouco se importam. // Não é problema transcendente, nem de grande dispêndio, facílimo de resolver, mais ainda do que foi a quadratura do círculo, com pouco dinheiro e que talvez ainda dê alguma receita, tirada dos desleixados, negligentes e vândalos. Uma postura, e uns trabalhadores permanentes espalhados por várias zonas, são os remédios adequados. A postura indicando o que são caminhos que não podem ser obstruídos pelas águas, sapadas dos prédios confinantes, com regos limpos, bem como limpeza dos arbustos, silvas, e outras vegetações que impedem o trânsito. Aos desleixados que não cumprissem com o indispensável, na parte que lhes pertencesse, seriam aplicadas as sanções. // Aos trabalhadores na zona que lhes fosse distribuída, competiria fazer a polícia dos caminhos, avisando e intimando os que não cumprissem com a postura. Ser-lhes-ia distribuído material próprio para reparações, pequenos consertos e limpeza de regos que os acompanham ou atravessam. // Quando um caso fortuito determinasse uma maior reparação, solicitaria da Junta de Freguesia e do regedor que nomeasse o povo do lugar, ou lugares, que forneceriam gente e transporte de material para ajudarem nessa reparação. Dirão: e dinheiro para pagar a esses trabalhadores? No orçamento da Câmara sempre haveria onde meter uns 8.000$00 anuais para lhes pagar. No presente ano económico os impostos indiretos renderam mais do que essa quantia do que no ano findo. Esse aumento já chega. E para o próximo ano, se bem se vasculhar, há sempre onde arranjar verba para fins tão úteis, e incluí-los no orçamento ordinário. Diz a doutrina que os dotes do corpo humano são três: memória, entendimento, e vontade. Pois nos corpos administrativos, com três dotes nos seus componentes se resolvem muitos problemas de administração. São eles: boa vontade para trabalhar; bom senso para acertar; boa justiça, para distribuir os benefícios pelos povos seus administrados.» // L. A. de Carvalho, capitão.      

     Prossegue a sua batalha, a sua luta, no Notícias de Melgaço n.º 159, de 31/7/1932: «Excelentíssimos Senhores Ministro das Obras Públicas e Comunicações, e Presidente da Junta Autónoma das Estradas: a Vossas Excelências se dirige um humilde melgacense que, sem tinta lustral, lhes vai impetrar o cumprimento de uma promessa feita em época remota e que até recente data dormiu o sono dos justos nas estantes de qualquer repartição a V. Excelências subordinada. // Aí pelos anos de 1884 a 1888, infância do cronista, via este passar homens com vários apetrechos e uns paus pintados e ouvia dizer que andavam a demarcar a estrada para a Peneda e Arcos de Valdevez. // Recorda com saudade o entusiasmo do povo, mormente o dos montes, pois ia ter para si um caminho por onde podiam andar carros e diligências puxados a burros. // Até 1894, em que se ausentou desta terra, ouvia dizer às pessoas daqui: “em A indo ao poder, temos a estrada de Castro Laboreiro”. Outras [pessoas diziam]: “quando for B é que é certo a estrada começar”. O cronista por Lisboa e colónias portuguesas esteve ausente até Setembro de 1930, sendo de serviço, nestas últimas, 25 anos, até que, velho, veio assentar residência na sua terra natal, não encontrando já os tais A e B, que se revezaram no poder, nem os C da República que também, segundo ouviu dizer, prometeram a estrada, não para carros puxados a burros, mas sim para automóveis, camiões e camionetas, nem tão pouco uma pazada de terra removida para a estrada. // Acabava o cronista de pousar as malas no seu tugúrio, recebeu a visita de um antigo condiscípulo da escola primária e grande influente da União Nacional, que após os abraços de cumprimentos lhe disparou o seguinte: - a estrada para Castro Laboreiro vai converter-se em realidade, pois já foi dotada para começo em 750 contos. É preciso que se faça uma variante para atravessar a freguesia de São Paio pelo meio, e entre os eflúvios dos cumprimentos lhe narrou o que havia acerca da estrada. // Regozijando-se com a boa notícia, retorquiu ao seu amigo: – pois venha a estrada que, mesmo pelo traçado antigo, é um melhoramento precioso, há tanto tempo prometido e de tanta necessidade, como o pão para a boca do esfomeado. // Apartamo-nos e dias depois, outubro de 1930, chamaram a sua atenção para umas pessoas que andavam pelos campos a tratar da estrada. Dirigiu-se para lá e foi apresentado ao senhor engenheiro Meireles. Breves palavras, trocou com esse senhor, sobre a estrada e a variante. No dia imediato, depois de falar com o seu condiscípulo e com o então presidente da Comissão Administrativa da Câmara, dirigiu um telegrama ao Excelentíssimo Presidente da Junta Autónoma. // Após o acima relatado, o cronista soube, por lho dizerem, que o senhor Meireles retirou; mais tarde veio o senhor Valença, e há pouco voltou o senhor Meireles. E ambos retiraram, sempre, na boa paz, sem se ter tirado uma pedra ao pé da estrada nacional 1-1.ª, de onde há de irradiar a malfadada via de comunicação projetada há meio século. // Pergunta o cronista a um marechal da União Nacional: - a estrada começa? Ouve, como resposta: - os estudos, problemas, cadernos de encargos, etc. // Vox populi: - um diz, a estrada vai começar, porque o afirmou…, outro marechal da União. Outro diz: - cicrano, influente unionista, disse que a estrada não ia, afirmando até a A que podia vender o campo barato. // E (neste vox populi e vox União Nacional), o cronista chega à conclusão de nada saber. // De concreto e positivo, neste meio século, tem sido o fisco ter cobrado inalteravelmente as pesadas contribuições, sem devolver àquele povo montenho um centavo em comodidades de transportes, e pouco e quase nulo o benefício espiritual da instrução. // Excelentíssimos Senhores Ministro e Presidente da Junta de Estradas: a estrada de Melgaço a Castro Laboreiro, Arcos de Valdevez ou Lindoso, é tão necessária – como acima disse – o pão para a boca do esfomeado. // Não é preciso vir in loco ver a sua necessidade. Basta estender-se um mapa corográfico, olhar para o cocuruto de Portugal e notar que ali falta uma via de comunicação com faixa de rodagem, muito precisa sob os pontos de vista turístico, económico e estratégico e de comodidade dos povos por ali residentes, havendo um ponto – senhora da Peneda – que se há meio século deitassem uma derrama sobre os rendimentos da santa, que ali veneram, para a construção da estrada, esta, há mais de cinco lustros que estaria concluída. // Há meio século reconheceram a necessidade da sua construção e, segundo creio, no próprio Diário do Governo, no mapa da rede de estradas, publicado pela Ditadura, ela continua a figurar. // O cronista, alheado daquilo a que chamam política, vê que é preciso dotar-se esta região com aquilo que há cinquenta anos já era necessário, e que já se teria feito numa larga descentralização administrativa. // Quando o cronista foi para a província de Moçambique em 1898, nesta colónia viajava-se em machila, às costas dos indígenas; em equídeos e bovinos de toda a espécie, e para atravessar os pântanos despia-se a gente e passava-se a nado. Nos rios imperava o dongo e a jangada de polas de palmeira. // Uma reforma administrativa descentralizadora, decretada para aquela colónia em 1907 por Aires de Ornelas e Vasconcelos, executada por Freire de Andrade e outros governadores-gerais, cujos nomes ali são venerados, transformaram naquela colónia as suas vias de comunicação. Hoje vai-se a Tete de automóvel! // Aqui, na metrópole, se a ciência, ou arte de governar os Estados, fosse outra, não seria precisa a lamúria do cronista, pedindo a V. Excelências o cumprimento de um estudo efetuado há tanto tempo. // Se V. Excelências, senhor Ministro e Presidente, ordenarem o começo da estrada de Melgaço a Castro Laboreiro dentro do corrente ano civil e numa distância de cinco mil metros o primeiro lanço, o cronista, apesar de velho e alquebrado do paludismo, irá a Lisboa agradecer e beijar-lhes as mãos em reconhecimento do povo melgacenseLAC, capitão reformado das colónias.                      

 

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 161, de 21/8/1932, página 2: «O nosso prezado colega “A Concórdia” dos Arcos de Valdevez, no seu número 627, de 14 do corrente, faz uma larga referência ao artigo do nosso colaborador capitão Carvalho, sobre a exposição que este fez a Suas Excelências o Ministro das Obras Públicas e Comunicações e Presidente da JAE, acerca da construção da estrada de Castro Laboreiro aos Arcos de Valdevez, publicada neste jornal no seu n.º 159, de 31/7/1932. Prezado colega: todos os jornais da região devem solicitar dos poderes constituídos o início da referida estrada projetada há meio século e que é de inadiável necessidade. Os corpos administrativos interessados, das regiões por onde [a estrada] atravessa [rá], não devem descurar este assunto, enquanto o projeto daquela via de comunicações não for uma realidade. Demais, segundo consta, para início, já esteve dotada de setecentos e cinquenta contos no ano económico de 1930-1931. É preciso acordar os supremos dirigentes deste serviço para não ficar no esquecimento, como o tem estado há meio século. Avante, pois, pela estrada de Melgaço aos Arcos de Valdevez (ou Lindoso?)  

 

     Mais uma carta dele, dirigida ao ministro das Obras Públicas e Comunicações e ao presidente da JAE, é publicada no Notícias de Melgaço n.º 163, de 4/9/1932. Pede-lhes para não se esquecerem da estrada Vila de Melgaço a Castro Laboreiro, além de se prolongar até à Peneda, Arcos de Valdevez. Será, segundo ele, um grande benefício para os povos que residem na montanha, cujos percursos para chegarem às sedes do concelho eram feitos a pé ou de burro. A estrada permitiria levar o automóvel até esses lugares distantes, futuramente a eletricidade, etc., e melhoraria a vida de toda aquela gente, que estava isolada do resto do mundo. // Por incrível que isso nos pareça, quem ficou com a fama de levar a estrada a Castro Laboreiro foi o padre Aníbal Rodrigues (1919-2003). // Nesse mesmo jornal, NM 163, escrito por um melgacense emigrante no Pará, Brasil, lê-se: «A não ser a estrada real (antiga), que vai até São Gregório, e o ramal da estrada municipal, que de Prado se destina a Paderne, nada mais temos, a não ser os caminhos velhos intransitáveis e maltratados, que servem as demais freguesias do concelho. É para o concelho de Melgaço, pois, que nestas humildes linhas chamo a atenção do nosso ilustre Salazar, fazendo irradiar a sua ação patriótica para este rincão de Portugal, fazendo prolongar o caminho-de-ferro até São Gregório e estender estradas a mackdame pelas freguesias montanhosas.» Remata: «Melgaço, senhor Salazar, faz parte do território português.» // É certo que a estrada acabou por ser feita, mas o comboio nunca chegou a Melgaço!

 

     Pode ler-se no “Notícias de Melgaço” n.º 164, de 11/9/1932: «A mentira é a oposição da verdade. Portanto, ambas remontam ao aparecimento do homem na Terra e talvez aquela viesse em 1.º lugar, sendo necessário vir a verdade, depois, para a desmascarar. // Será a mentira uma necessidade imprescindível e sem a qual não poderia a siciedade passar sem ela? A isto que nos respondam os sábios, os cultos, os que se dedicam aos grandes estudos e às resoluções dos problemas transcendentes. // Quer-nos parecer que já não se poderia passar sem a mentira. // Tudo mente! O político com as suas enganosas promessas e seus programas partidários; os governos, ocultando dos povos certos actos governativos, que só mais tarde vêm à luz da publicidade; o que pede dinheiro, não dizendo o fim a que o destina; o que o não empresta, alegando não o ter; o que diz ter mundos e fundos, a fim de passar por rico; o miserável pedinte que aparenta ser, quando muitas vezes possui mais do que o envergonhado que lho dá. // E a mentira está tanto em voga, que até aquilo que a gente vê e conhece se lhe dá nome diferente. Não será mentira chamar atualmente a Portugal – Estado Novo – quando ele tem mais de sete séculos de existência, portanto velho e relho? (*) Não será mentira chamar a certos organismos Corpos Administrativos quando eles deixam à míngua de bem administrar os seus concidadãos, não dando, a todos, um mínimo de benefícios? Não será mentira as promessas feitas pelos mesmos? A mentira é um império que domina a todos. E classes sociais há que, se não fosse ela, essas classes eram desnecessárias.» // L. A. Carvalho. /// (*) O capitão Carvalho confundiu Estado com País; o Estado, super estrura, muda conforme o regime. Por exemplo: o Estado Monárquico é diferente do Estado Republicano. O Estado Novo foi criado por Salazar e seus colaboradores, a fim de marcar a diferença, não se confundindo com a 1.ª República; apoia-se em uma constituição, mas é, sem dúvida, um Estado ditatorial.     

 

     ESTRADA DE MELGAÇO – CASTRO LABOREIRO AOS ARCOS DE VALDEVEZ OU LINDOSO – Ao Ex.mo Senhor Presidente da JAE: «Depois de escrito o terceiro artigo com este título, saído no NM n.º 163 de 4 do corrente, veio ao conhecimento do cronista que brevemente ia principiar a estrada, conforme propalavam diferentes individualidades em destaque na política predominante. // Como no primeiro artigo disse, o cronista, velho e alquebrado, devido ao paludismo adquirido pela permanência em África, anda, como sempre andou, alheado de qualquer política, residindo fora do meio onde poderia colher quaisquer esclarecimentos. // Aproveitou, pois, uma oportunidade de ida ao burgo melgacense e procurou esclarecer-se do dito propalado. E por alguém que lhe merece confiança e que anda no segredo do Deus predominante, lhe foi asseverado que assinado por V. Ex.ª, Sr. General Teófilo da Trindade (meu conhecido através da tradição de Governador do Território de Manica e Sofala, na Beira) viera um ofício em que se dizia que “a estrada nacional 2-2.ª brevemente ia ser posta a concurso no lanço entre a Vila de Melgaço e o lugar de Sante.” A memória talvez atraiçoe um pouco as palavras ouvidas, porém o sentido deve ser aquele. O cronista exaltou de contentamento. Mais quatro lanços iguais e, ela, atingirá a meta deste concelho. Mais uns três lanços e, ela, ligará com Lindoso, servindo a Gavieira e Suajo. Em quatro anos poderá ser o desideratum de um melhoramento concebido e projetado há meio século. Embora seja um melhoramento de cabelos brancos, sempre regosija estes povos, sedentos desta via de comunicação. E mais vale tarde do que nunca. // Ex.mo Sr. General: - a V. Ex.ª agradece reconhecido o ofício enviado e o agradecimento futuro será feito, em nome destes povos, quando os alviões e as pás, movidos pelos homens, transformarão em realidade o piso por onde V. Ex.ª a inaugurará de automóvel, e que a palavra brevemente seja a sua verdadeira expressão.» // Notícias de Melgaço n.º 165, de 18/9/1932. // L.A.C. – capitão reformado das colónias.            

     

 

Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 167, de 2/10/1932: (consultar o jornal). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 168, de 9/10/1932: (consultar o jornal). // Consultao Notícias de Melgaço n.º 170, 23/10/1932.

 

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 170, de 23/10/1932: «AMPARO MÚTUO. No número 167, de 2/10/1932, noticiamos que o grande diário lisboeta O Século promoveu para este mês a realização da Semana do Mutualismo. Para lhe dar melhor organização e tornar mais profícuo o fim em vista, ficou a Semana do Mutualismo adiada para o princípio do próximo ano. O mesmo jornal tem tratado muito da organização de comissões concelhias para angariar fundos em favor dos inválidos do comércio. Teríamos muito prazer em noticiar que no nosso concelho se organizassem também comissões, tanto para constituição de uma mutualidade de caráter geral, como uma delegação da dos Inválidos de Comércio. A união faz a força. O mutualismo é hoje a melhor obra da sociedade humana.» // L.A.C.

     Lê-se no Notícias de Melgaço de Melgaço n.º 172, de 6/11/1932, páginas 1 e 8: «MELHORAMENTOS. Com este título o nosso prezado confrade “A Concórdia”, dos Arcos de Valdevez, no seu número 638, de 30/10/1932, publica um artigo sobre o incitamento para melhoramentos no concelho e do auxílio que ao Estado devem pedir. Publica vários subsídios pedidos para melhoramentos em outros concelhos do distrito e que são patrocinados pelo Ex.mo Sr. Governador Civil, figurando para «Melgaço: construção de uma estrada na Vila.» Este nosso camarada da imprensa, tem aludido por mais de uma vez aos nossos artigos sobre a estrada de Melgaço (sede do concelho) a Castro Laboreiro em tom que bastante nos tem cativado. No artigo que estamos tratando fala do nosso concelho e por isso, com a devida vénia, transcrevemos alguns períodos, para a eles nos referirmos e esclarecermos o distinto colega: - «Desde longe vem ele carecendo de melhoramentos que não podem ser realizados sem que o Estado preste o mesmo auxílio financeiro que tem favorecido ou permitido o avanço de outras terras menos importantes em extensão, população e riqueza. Foi mediante essa eficaz e indispensável proteção que a pequena Vila de Melgaço, ainda há pouco atrasadíssima devido à falta de certos melhoramentos, conseguiu alindar-se, podendo hoje servir de exemplo para outras que, embora possuídas da melhor vontade de andar para diante, ficam para trás, estacionárias, por lhes faltar o capital. Em pouco tempo aquela Vila viu-se dotada com Paços do Concelho, mercado, luz elétrica, ruas e praça municipal modificadas, uma corporação de bombeiros que honra a terra, continuação e reparação de estradas. Enfim: Melgaço transformou-se em pouco tempo, perdendo o aspeto velho que quase a envergonhava, e tomando uma feição completamente nova. À custa das suas exíguas receitas? Não, porque não era possível. Pediu ao Estado o seu auxílio financeiro e o Estado deu-lho.» // Efetivamente, caro colega, Melgaço tem Paços do Concelho, mercado e luz elétrica na Vila, suas proximidades e Peso. Para estes melhoramentos, que nós saibamos, o Estado não concorreu com subsídio algum. E para afirmarmos isto socorremo-nos dos dois relatórios publicados pela CMM relativos aos anos de 1929/30 e 1930/31. Neste último lê-se a páginas 18, com o título “Empréstimos”. São dois, os empréstimos que contraímos na CGDCP: o 1.º realizado a 5/2/1929 no valor de 250.000$00; o 2.º a 4/12/1930 no valor de 150.000$00. Na data do relatório já tinham pago quatro prestações de amortização no valor de 61.391$52. Portanto, caro colega, como vê os munícipes melgacenses é que arrotam com os melhoramentos da sua terra natal, e que lhe há-de sair do bolso durante uns seis lustros. Aí por Março ou Abril de 1931, se não estamos em erro, foi publicado um decreto que concedia subsídios para melhoramentos rurais. Efetivamente, vimos afixados editais em que se dizia que ao concelho de Melgaço eram atribuídos uns trinta e oito contos de réis para esses melhoramentos. Pois, caro colega: em alguns artigos perguntamos à Comissão Administrativa da CMM se essa verba era aproveitada e em quê. Não responderam! “Guardaram de Conrado o prudente silêncio.” Aí por fins de Junho próximo passado fomos procurados pelo Ex.mo Sr. Prof. Dr. Mark Atias, diretor clínico do estabelecimento hidrológico do Peso, que a propósito de um nosso artigo, nos perguntou se sabíamos o que fizeram dos tais 38.000$00. E relatou-nos que, conversando com o Ex.mo Sr. Capitão Donwens, ao tempo Governador Civil, lhe pedira um subsídio para uma alameda no Peso. Este lhe dissera que o assunto pertencia à Comissão de Iniciativa, mas como esta não tinha dinheiro, lhe objetara: - “estão atribuídos 38 contos para melhoramentos rurais, mas parece que a Câmara não os gasta e por isso podem vir para o Peso.” Dissemos ao Sr. Dr. Atias que desconhecíamos o destino e que à sombra deles nada se fizera e que as nossas perguntas haviam ficado sem resposta. Como vê, colega, Melgaço nada comeu dos melhoramentos rurais e deixaram ir para outra parte uma verba com que se podia fazer qualquer coisa. E por conta dos tais melhoramentos rurais, até à data, que saibamos, apenas deram para uma fonte pouco mais de três contos de réis, e para outro lado 1.500$00. Oxalá, portanto, que agora ao menos façam com o subsídio do Estado a projetada construção da estrada na Vila e que às freguesias rurais sejam dadas umas migalhas das verbas do orçamento geral do Estado. Senão, teremos de dizer que os melgacenses não são filhos de Portugal e que os timoneiros da nossa nau não se importam com a vida dos seus passageiros. // O colega “A Concórdia” pede para o seu concelho muitos melhoramentos. Na mesma vinha cavamos nós; e por pedirmos com insistência melhoramentos, e fazermos algumas perguntas, fui amesquinhado – e escarnecido – neste semanário. Por que fizemos umas reclamações, fomos vilipendiados pelos correspondentes dos jornais de fora. Com a fobia que têm pela imprensa local acharam melhor dizer à imprensa estranha que este semanário e os seus escrevinhadores fazem campanhas injustificadas e até chantagens! Cravam a ferroada pelas costas, escondendo a mão. // Finalizando, colega, aguardamos a publicação do relatório desta Câmara relativo a 1931/32, prometido, e que dele constaria em quanto importaram os Paços do Concelho, sua decoração, etc. // Como a este semanário, talvez, seja enviado um exemplar, para lhe ser feita referência, elucidaremos “A Concórdia” de quanto têm a pagar os melgacenses, e o colega retificar o seu juízo a respeito deste concelho, na parte trancrita.» // Luís Augusto de Carvalho, capitão. 

 

     No dito jornal, Notícias de Melgaço n.º 172, de 6/11/1932, página 4, lemos: «AVERIGUAÇÕES. Em 13/10/1932 fomos chamados à administração do concelho pelo senhor capitão Ernesto Sardinha, que viera proceder às averiguações acerca de um artigo, por nós feito, sobre a reclamação que vários mancebos que foram à inspeção a Viana nos fizeram por falta de não terem recebido 6$00 de subsídio que por um decreto fora fixado. // Não vem para aqui o questionário a que respondemos, nem os documentos que o senhor capitão Sardinha nos mostrou. O que vem para aqui é uma correspondência de Melgaço, datada de 15 do mesmo mês, que com o título acima vem publicada no Diário do Minho, de Braga, de 20. // Ora, parte dos dois primeiros períodos da correspondência em questão devia o seu autor publicá-la neste semanário em tempo oportuno para conhecimento dos mancebos, saberem a razão por que não receberam o subsídio de 6$00. // Os outros períodos mostram que o correspondente não tem consideração alguma por quem escreve neste jornal e tem vocábulos que lhes devolvemos intactos, pois se não houvesse fobia pela imprensa local logo à primeira reclamação dos mancebos a instância competente mandava um comunicado ao jornal e a questão ficava sanada, mas não procedem assim. A uma reclamação de uns pobres mancebos preferiram a chicana, o amesquinhamento pessoal de quem redigiu as reclamações, primeiro em termos urbanos, e depois mais enérgicos, mas comedidos. O correspondente local do Diário do Minho, na correspondência em questão, escreve este período: - “Agora perguntamos: porque se não entra no bolso a quem dá motivo a inquéritos provenientes de campanhas injustificadas, verdadeiras chantagens que custam rios de dinheiro ao Estado?” // O senhor correspondente do Diário do Minho não escreveria artigo desta ordem neste jornal. Portanto, se é pessoa de probidade diga que campanhas injustificadas e chantagens fez este jornal ou o autor dos escritos. // “Como a probidade é a verdadeira nobreza” (a) se não o declarar considera-lo-emos um vilão, por anavalhar pelas costas, visto que vai para a imprensa de fora levantar um labéu desprimoroso e caluniador contra o jornal da terra e contra os seus concidadãos melgacenses que escrevendo nele insuflam alguma vida ao único órgão local da imprensa, e que tem pugnado pelo bem da terra.» // LAC, capitão. // (a) A. Morais da Silva, do Rio de Janeiro.  

 

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 173, de 13/11/1932: «O PÃO É MAU… e corre risco de ser pior, se não se atender aos requisitos da técnica que os industriais de padaria proclamam. “O pão é mau. De certo modo, por vezes, venenoso até, se dermos crédito a um industrial de padaria que ontem falou na reunião que vamos relatar. - E porque é mau o pão? Porque – afirmam os fabricantes – dentro do horário de trabalho estabelecido é materialmente impossível fabricar bom pão. Nem há tempo para a levedura e muito menos para a cozedura. - E venenoso? Foi o senhor Brandão, industrial de padaria, que ontem disse o seguinte na reunião da sua classe: “eu tenho lá em casa uma ratoeira; um dia destes apanhou um rato; dei-lhe fermento artificial a comer e ele ficou, nuns instantes, de barriga para o ar.” – Que vem a ser este fermento? – É um fermento artificial. Introduziu-se em Portugal desde que se mudou o horário de trabalho nas padarias, a fim de tornar possível a levedura das massas no prazo de tempo estabelecido. Os industriais de padaria alegam que esse fermento é prejudicial à saúde. Mas, dentro do horário estabelecido ou a estabelecer, eles não podem fabricar pão com fermentos naturais. Daí a reunião magna de ontem.» // O que vai trancrito não é nosso, é do conceituado jornal “O Comércio do Porto” de 4 do corrente (ano LXXVIII, n.º 261). Quando este nosso prezado colega da grande informação trata deste género primacial à alimentação por esta forma é porque algo de grave se apresenta no horizonte. Os colossos da moagem e panificação, pouco escrupulosos no seu comércio, costumam mandar para a província aquilo que não serve para as cidades, onde a fiscalização é mais contínua. Nestas condições, pedimos à digna autoridade deste concelho que lance os seus olhos por padarias, locais de venda, etc., não consentindo que os fora do concelho, ou os daqui, vendam pão mal confecionado, como observamos na feira de Paderne em 3 do corrente.» // LAC, capitão.  

 

    Lemos no Notícias de Melgaço n.º 174, de 27/11/1932: (consultar o jornal). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 176, de 11/12/1932: (consultar o jornal).

 

     No Notícias de Melgaço n.º 177, de 18/12/1932, publicou um artigo sobre mutualismo, com o título “OS PREVIDENTES”.

 

     No Notícias de Melgaço n.º 199, de 25/6/1933, pode ler-se: «na passada quarta-feira, de tarde, quando se estava realizando a feira, no Largo Hermenegildo Solheiro, encontraram-se Marcelino Ilídio Pereira, comerciante e rico proprietário de Penso, e o capitão Luís Augusto de Carvalho, os quais, depois de alta e acalorada discussão, passaram a vias de facto com os respectivos guarda-sóis, sendo o primeiro o que iniciou a luta. Acudiram várias pessoas que apartaram os contendores. Da refrega saiu ferido o segundo, com uns ferimentos no olho esquerdo feitos com o manípulo do guarda-sol (…) o qual recebeu tratamento na Farmácia Araújo, sendo os socorros médicos prestados pelo Dr. Sá… Consta-nos que o segundo vai mandar imprimir em folheto, para distribuir, uma carta que deu origem ao conflito

    

     Por sua iniciativa, e como era militar, organizou-se em Melgaço, por volta de 1935 (Notícias de Melgaço n.º 276), uma agência, ou secção, da Liga dos Combatentes da Grande Guerra (1914-1918). // A 30/3/1937 foi operado no Hospital Militar da Estrela, em Lisboa (NM 348, de 4/4/1937 e 358). // A partir da sua reforma colaborou com certa regularidade no «Notícias de Melgaço». // Morreu no lugar da Carreira, São Paio, a 10/9/1940. // A sua viúva finou-se em Penso a 18/7/1966. // Nota: ver, no Notícias de Melgaço n.º 151, página 3, o seu artigo “Responsabilidade Profissional.” /// (*) No Jornal de Melgaço n.º 1306, de 26/9/1920, diz-se que ele foi «promovido a tenente da Companhia de Saúde…»; continuava a viver em Moçambique. // continua...

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