MELGAÇO: PADRES, MONGES E FRADES.
Por Joaquim A. Rocha
DOMINGUES,
Bento José (Padre Peneda). // Era pároco encomendado de Cubalhão em 1867.
DOMINGUES, Carlos (Padre). // Em 1796 já era pároco da Vila de Melgaço. O cura era o padre Torres Salgado. // A 7/4/1800, na igreja de SMP, foi padrinho de Mariana, nascida dois dias antes, filha de Manuel José Quintela e de Clara Joaquina Gomes. // A 18/7/1804, na igreja de SMP, foi padrinho de Clara Josefa Gomes, nascida dez dias antes; a madrinha, Clara Josefa, era sobrinha do padrinho e vivia na sua companhia. // A 14/7/1806, na igreja de SMP, serviu de testemunha no casamento de João Manuel Barbosa com Maria Margarida de Abreu Magalhães. // No livro do Dr. Augusto César Esteves, Melgaço, Sentinela do Alto Minho, página 17, surge-nos como alvo de uma demanda, juntamente com o abade de São Paio, padre Francisco Lapa Machado e Araújo, «os quais se opuseram dizendo que não eram obrigados aos ditos paramentos, e pinturas…» A dita demanda correu no Juízo da Provedoria de Viana do Castelo. // A 7/10/1827, na igreja de SMP, serviu de testemunha, juntamente com o padre Manuel Joaquim Quintela, no casamento de Francisco José Rodrigues com Maria Jacinta Rodrigues. // Morreu a 24/11/1830; foi amortalhado em hábitos sacerdotais e sepultado na capela-mor da igreja matriz; teve ofício de corpo presente de cinquenta padres. // Fizera testamento. // Ficou a substituí-lo o seu sobrinho, padre Bernardino José Gomes, que fora seu coadjutor desde 1828.
DOMINGUES,
Custódio José (Padre). Nasceu em Cubalhão a 20/6/1884. // Foi ordenado
sacerdote pelo seminário de Braga a 12/11/1911 e cantou missa nova na igreja de
Cubalhão a 16/11/1911. // Em 1912 era pároco de Parada do Monte; nesse ano, a
14 de Julho, recebeu uma intimação das autoridades para no prazo de cinco dias
deixar a casa de residência paroquial, onde morava gratuitamente (Correio de Melgaço n.º 7). // Paroquiou
Parada do Monte em 1912 e 1913, e a Gave. // A 14/7/1912 foi intimado pelas
autoridades para no prazo de cinco dias entregar a casa de residência, // A
20/2/1917, terça-feira, quando pregava na igreja de São Paio o sermão da
quaresma, o coro, que estava sobrecarregado de crentes, abateu do lado da porta
principal, apanhando por baixo uma quantidade de mulheres; algumas delas
ficaram feridas, mas não com gravidade; o pânico generalizou-se, como seria de
esperar em uma situação daquelas, mas tudo se recompôs (Correio de Melgaço n.º 238, de 25/2/1917). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 66, de 29/6/1930: «Paderne, 19/6/1930. No domingo próximo findo
teve lugar no sumptuoso mosteiro desta freguesia a festividade a Santo António,
advogado das causas perdidas, que constou de missa cantada e grande
instrumental pela música de Tangil, do concelho de Monção, sermão e procissão,
como de costume. A missa foi cantada pelo reverendo António Domingues “Amigo”,
acolitado pelos reverendos abades – de Rouças e Chaviães, deste concelho, que a
cantou primorosamente. O sermão foi feito pelo reverendo Custódio Domingues,
reitor da freguesia de Cousso, que historiando a vida do Santo, agradou
sobremaneira. A procissão seguiu o itinerário do costume, com ordem e sem uma
nota má. A música tocou de tarde algumas peças do seu reportório, que também
agradaram, principalmente uma delas, obrigada a saxofone. Houve bastante povo
no campo da feira, dançando-se pela tarde alta a toque de concertina.» // Também
foi pároco da freguesia de Cousso de 1928 a 1956 onde, a 17/10/1954, festejou
as suas bodas de prata de permanência na freguesia, transitando para Cubalhão a
24/8/1956, que acumulou com Lamas de Mouro (ver NM
52, de 2/3/1930). // Em 1957 era pároco de Cubalhão.
Diz dele o Dr. Augusto César Esteves: «… em
pouco tempo a sua ação paroquial conseguiu transformar a igreja matriz,
alindá-la e engrandecê-la com um novo e lindo altar-mor (Obras
Completas, volume I, tomo I, página 51). O
dito altar-mor foi elaborado pelo melgacense Abel Augusto Rodrigues, um
excelente artista de talha. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1499, de
26/1/1964: «O velho amigo padre Custódio
Domingues, pároco de Cubalhão, faleceu no domingo passado, 19/1/1964, e
felizmente deixou à sua volta uma áurea de grande prestígio que outros padres
não souberam alcançar. Pela nossa parte felicitamos a sua memória e oxalá ela
consiga perdurar na nossa terra por largos anos.»
DOMINGUES,
Francisco. // A 4/2/1836, na igreja do mosteiro de Paderne, foi padrinho de
António Joaquim Araújo, nascido no dia anterior. A madrinha era Maria Joaquina,
irmã do padre padrinho.
DOMINGUES,
Francisco António (Padre). // A 7/5/1814, na igreja de Paços, foi padrinho de
Francisco Elias, nascido no dia anterior, filho de Inácio Domingues e de
Francisca da Ribeira, moradores no lugar do Outeiro. Por não poder estar
presente, foi representado por Bento da Ribeira, do lugar de Sá. // A 4 de
Fevereiro de 1836, na igreja de Paderne, foi padrinho de António Joaquim de
Araújo, nascido no dia anterior.
DOMINGUES, Francisco
Manuel (Padre). // Faleceu no lugar das Canhotas, freguesia de Penso, a
11/4/1897.
DOMINGUES,
João (Padre). Filho de António Domingues e de Teresa Gomes, lavradores. // Nasceu por volta de
1801. // Morou no lugar do Coto, Alvaredo. // A 2/3/1829, na igreja de
Alvaredo, foi padrinho de Florinda Rosa de Castro, nascida nesse dia. // A
16/7/1829, na igreja de Remoães, foi padrinho de Rosa Joaquina, nascida no dia
anterior, filha de João Caetano Simões e de Joaquina Rosa Gonçalves, rurais,
moradores no lugar da Corga, Remoães. // A 19/8/1831, na igreja de Alvaredo,
foi padrinho de seu sobrinho, José Bento Domingues, nascido no dia anterior. //
A 22/10/1834, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de António Joaquim, nascido
no dia anterior, filho de António Besteiro e de Maria de Sousa. // A 6/5/1835
foi padrinho de Inácia Florinda Exposta. O outro padrinho era o padre António
Fernandes. // A 10/5/1835, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de António José,
nascido no dito lugar do Coto dois dias antes, filho de Manuel José Soares de
Castro e de Antónia Pires. A madrinha era Maria Pires, solteira, do lugar do
Maninho. // A 16/4/1837, na igreja de Alvaredo,
foi padrinho de Rosa Soares, nascida três dias antes. // A 28/4/1856 foi
padrinho de Emília Fernandes, nascida em Alvaredo três dias antes. // A
7/5/1856, na igreja de Remoães, foi padrinho de Maria Claudina, nascida no dia
anterior, filha de António Joaquim Domingues e de Maria Rosa Simões. // A
20/7/1856, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de Rosa Domingues, nascida dois
dias antes. // A 16/4/1859, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de Rosa,
nascida um dia antes, filha de Manuel Fernandes e de Maria Besteiro. // Morreu
na sua casa do Coto, com sessenta e três anos de idade, a 24/12/1862. // Fizera
testamento.
DOMINGUES,
João (Padre). // A 20/2/1871, na igreja de Cousso, serviu de testemunha no
casamento de Manuel Joaquim Gonçalves com a sua parente Joaquina Gonçalves. // Em
1887 era reitor da igreja de Castro Laboreiro. // A 2/6/1891, na igreja de
Cousso, batizou e foi padrinho de Júlio Celestino, nascido a 30/5/1891, filho
de Luís Rodrigues e de Emília Rosa Gonçalves, moradores no lugar de Cerdeiras.
// A 21/5/1893, na igreja de Castro Laboreiro, foi padrinho de Adriano, nascido
cinco dias antes, filho de João Luís Lourenço, soldado da Guarda-Fiscal,
natural de São Paio de Segude, e de Mariana Batista, costureira, natural de
Barbeita, ambos do concelho de Monção. // A 25/10/1900, na igreja de Paderne,
foi padrinho de Amélia da Conceição, nascida seis dias antes, filha de António
Joaquim Alves e de Maria de Jesus Rodrigues. // Em 1917 ainda era reitor da
freguesia de Castro Laboreiro, no entanto já se achava “gravemente enfermo”.
DOMINGUES,
José Custódio (Padre). // Em 1929 (!) era pároco da freguesia da Gave (NM 25, de 11/8/1929). //
Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 36, de 4/11/1929: «Gave, 14/10/1929. No dia 29 do mês passado,
subiu ao púlpito paroquial o egrégio orador sagrado, reverendo José Custódio
Domingues, digno pároco de Cousso, para cantar as glórias de Maria com palavras
de amor ardente. O orador principia por dizer que quem o trouxe ali foi a
angústia de um jovem que achando-se em países estranhos recebeu a triste nova
de que sua mãe estava prestes a transpor o limiar da eternidade. O infeliz,
neste transe aflitivo, recorda-se de outra mãe – aquela que está no trono
etéreo e para ela dirige os seus rogos. A sua prece foi atendida e sua mãe foi
arrancada às garras da morte, tendo a felicidade de mais uma vez a poder
abraçar. Exposto isto, inicia o seu discurso, principiando pelas palavras com
que um príncipe de Israel aplaudia a admirável Judite que caminhando pelo
acampamento dos inimigos conseguiu libertar o seu povo da cruel opressão do
ímpio Holofernes: “Nomen tuum ita magnificavit ut non recedat laus tua de ore
hominum qui memores fuerint virtutis Domini in deternum”. Depois de expor esta
passagem da história, estabelece um paralelo entre a vencedora de Holofernes e
a vencedora, e vai compondo a Maria uma coroa daqueles divinos atributos com
que Deus Nosso Senhor se dignou agraciá-la. Vai explicando, palavra por
palavra, a oração angélica durante a qual não cessa de engrandecer o dulcíssimo
nome daquela que nasceu para nossa felicidade. O distinto orador termina o seu
admirável discurso exortando os ouvintes a que não deixem passar um único dia
sem lhe oferecer as 50 ave-marias do seu terço.» // Lê-se no
Notícias de Melgaço n.º 88, de 30/11/1930: «Foi
nomeado pároco da Gave o nosso particular amigo reverendo padre Custódio. Com
os sinceros votos duma fecunda ação pastoral auguramos ao novo pároco os
melhores frutos …» // Em 1936 ainda era pároco da freguesia de Cousso (Notícias de Melgaço n.º 326).
DOMINGUES,
José Joaquim (Padre). Filho de Manuel Caetano Domingues e de Margarida José
Esteves, lavradores, residentes no lugar da Carpinteira. Neto paterno de Manuel
Domingues e de Maria Ribeira, do dito lugar; neto materno de João Esteves e de
Antónia Ribeiro, de Prado. Nasceu em São Paio a 4/5/1805 e foi batizado no dia
seguinte. Padrinhos: Manuel José Figueiredo e Domingas Domingues, do Regueiro. //
A 28 de Setembro de 1840, na igreja de São Paio, foi padrinho de seu sobrinho, Júlio
Albano, nascido dois dias antes, filho de António Joaquim Domingues e de Maria
Teresa de Freitas, moradores no lugar da Rasa. // A 1/9/1841, na igreja de São
Paio, foi padrinho de Maria Angélica, nascida no dia anterior, filha de Manuel
José Alves e de Rita Engrácia Domingues. // A 9/9/1845, na igreja de São Paio,
foi padrinho de seu sobrinho José Eusébio Gonçalves, nascido dois dias antes.
// Em Novembro de 1847 era pároco encomendado de São Paio. // A 13/2/1848, na igreja de Prado, serviu de testemunha
no casamento de Luís Vicente Pinheiro com Alexandrina Augusta de Sousa Gama, da
Casa e Quinta da Serra. // Morreu no lugar da Carpinteira a 28/9/1880,
com todos os sacramentos. Tinha setenta e quatro anos de idade e foi sepultado
na igreja de São Paio. // Fizera testamento. // Nota: assinava José Joaquim Domingues Ribeiro, em homenagem às suas
avós.
DOMINGUES,
José Maria (Padre). // Em Agosto de 1880 era pároco encomendado da freguesia da
Gave; em 1884 continuava nesta freguesia.
DOMINGUES,
Justino (Padre). Filho de Manuel José Domingues e de Luísa Afonso, lavradores,
residentes no lugar do Coto do Paço. Neto paterno de Manuel José Domingues e de
Joaquina Domingues; neto materno de Francisco Afonso e de Margarida Domingues.
Nasceu no lugar de Lagarteira, freguesia de Parada do Monte, a 5/6/1912. //
Seus pais matricularam-no na escola primária, onde fez a quarta classe, e aos
13 anos de idade ingressa na vida eclesiástica. // Frequentou o Seminário da
Senhora da Conceição de Braga desde Outubro de 1925; depois passou para o de
São Bernabé e Seminário Conciliar de Braga. // Embora pessoa discreta, e
aparentemente tímido, surgiram no Notícias de Melgaço, no ano de 1929, alguns
artigos assinados com o pseudónimo “Atanásio”, talvez escritos por si. Leia-se
uma “Carta de Carlos de Castro a Atanásio”, publicada no Notícias de Melgaço
n.º 25, de 11/8/1929: «Meu caro
Atanásio: V.Ex.ª confunde-me. Leio sempre gostosamente, e com uma avidez
insaciável, os seus artigos, que são, de facto, de uma palpitante atualidade.
Já sei que nas noites cruciantes de invernos gélidos encontrou (!) os seus
ouvidos ao arfar da sociedade que resvala. Ilustre, não viu que estamos a
postos com duas grossas correntes? A elite pensante volta a Cristo, mas a ralé
marcha numa corrida estonteante e vergonhosa para os campos vermelhos, a
deitar-se no caos do socialismo, bolchevismo, etc. // Uma palidez me desfigura
a face, a pensar nisso. (…) A literatura do século passado (XIX) cavou a ruína
do século presente e, infelizmente, vemos hoje periódicos que em vez de
ocuparem os seus lugares nos campos da verdade e da luz, isto é, nos campos da
reação contra os escalrachos e alfurjas maçónicas, guiam os homens para o caos
das ideias e da ação. Padre, não pode ser, e por não poder ser aqui deixo o meu
protesto. Queria avançar, mas nesta matéria precisamos de tempo e vagar. //
Colega, na hora em que escrevo, sinto o sangue a fervilhar em borbotões de
indignação contra o [modo vil] de certa gentalha, que, sem dó nem piedade, por
palavras e por panfletos verbera nobilíssima figura do senhor ministro das
Finanças. Não pode ser. O melhor elogio do senhor Ministro das Finanças é: a
liquidação da dívida flutuante externa. // Falemos bem alto, excelentíssimo
colega, e não consintamos que a nossa voz seja apagada pelo zurrar de certos
ignorantões, ou mais do que isso. A imprensa devia auxiliar na medida de todas
as suas forças a obra do senhor ministro. // Padre, nós que temos por dever de
ofício propalar a verdade, elucidamos o povo e mãos à obra. Arrasar para construir, é o nosso lema. E diga-se
de passagem: orgulho-me de pertencer a essa plêiade ilustre, em que se
incorpora a flor da juventude de hoje. // Avante! Nos campos de amanhã
deixaremos os trofeus da vitória de hoje. Que o último adeus da pátria seja o
da saudade e o dos nossos irmãos o da admiração. Eu, colega, Carlos de Castro.»
Comentário:
parece óbvio que Carlos de Castro não conhecia o Atanásio. Chama-lhe, ilustre, colega
e padre. É certo que através da leitura dos artigos publicados por Atanásio se
chega rapidamente à conclusão de que ele era seminarista ou padre. As muitas
leituras que ele fez; o desenvolvimento dos temas; o estilo algo forçado e
pouco convincente; tudo nos encaminha para julgarmos que se trata de um homem
ligado à igreja católica.
Em 1935 (Notícias
de Melgaço n.º 276, de 30/6/1935) fez
exame do terceiro ano de Teologia, ordenando-se sacerdote a 11/7/1936, no dito
Seminário Conciliar, Rua de Santa Margarida, Braga, tendo ali sido conhecido
por «Santo Atanásio do século XX» (*)
// Cantou missa nova na igreja de São Mamede de Parada do Monte a 19/7/1936,
ficando na sua freguesia natal alguns meses como vigário substituto. // A
seguir foi colocado provisoriamente na freguesia de Rouças, no mesmo concelho
de Melgaço, a fim de ajudar o arcipreste na preparação das crianças para a
comunhão, sendo logo depois nomeado pároco de Santa Maria de Miranda, Arcos de
Valdevez, exercendo também a profissão de professor do ensino primário (religião
e moral); tomou posse a 25/10/1936. // A
15/8/1944 é colocado na Vila de Melgaço a fim de substituir o padre António de
Jesus Rodrigues, que fora transferido para as freguesias de Badim e Ceivães.
Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 704, de 1/10/1944: «Com a transferência do senhor padre António
de Jesus Rodrigues para Badim e Ceivães, ficou vaga a paróquia de Melgaço (SMP).
Veio ocupá-la o nosso bom amigo senhor padre Justino Domingues. Oriundo deste
concelho, nasceu na ridente freguesia de Parada do Monte. Conhecedor do meio
onde vai desenvolver a sua atividade pastoral, muito há a esperar do seu
apostólico labor. Inteligente, piedoso, amável, afadigado trabalhador, só a
doença o tira do trabalho, é um novo de quem a Santa Igreja muito espera,
firmada nas provas que deu. Companheiro do seu inesquecível antecessor
imediato, pároco zelosíssimo de uma freguesia dos Arcos, mesário de Nossa
Senhora da Peneda, onde sempre mostrou o maior empenho em bem servir a Igreja e
a Pátria, não podia cair em melhor pessoa a escolha que dele fez Sua Ex.ª
Reverendíssima. // A vila de Melgaço rejubila com a pessoa de Sua Reverência e
certos estamos de que a sua passagem por esta terra ficará indelével, como
indelével ficou a passagem de tantos outros sacerdotes zelosíssimos na salvação
das almas. Benvindo seja, é o grito do nosso peito agradecido. O Notícias de
Melgaço apresenta a Sua Reverência os mais respeitosos cumprimentos e faz votos
pela sua preciosa vida e saúde.» // Manuel
Igrejas, emigrante no Brasil, certo dia escreveu: (ver blogue de Ilídio de Sousa).
A
8/12/1957 acumulou com a freguesia de Prado. // Pouco depois de chegar a
Melgaço mandou reconstruir a residência paroquial, que fora destruída por um
incêndio anos antes, e ali se instalou com a sua irmã Maria, mais conhecida por
Mariquinhas, e a sobrinha Pureza, ambas solteiras. // Mandou cobrir com telhado
novo a igreja, construiu a capela do Sagrado Coração de Jesus, refez de novo a
capela-mor, forrou a igreja e a sua sacristia… // Lê-se no Notícias de Melgaço
n.º 954, de 5/11/1950: «Fiéis defuntos – Conforme o reverendo abade da vila
anunciara previamente, realizou-se no dia tradicionalmente consagrado para a
comemoração dos fiéis de Deus a romagem ao cemitério. A dar-lhe brilho
acorreram as irmandades das Almas e da Misericórdia. O povo acorreu também e,
segundo ouvimos dizer, mais do que nunca. Melgaço vai-se transformando, e ainda
bem. Parabéns ao virtuoso padre Justino Domingues, que na sua freguesia só tem
admiradores e no concelho inteiro inequívocas simpatias. Vivendo para a igreja
apenas, deu a Melgaço o exemplo que precisava o concelho. Para se impor ao
respeito de todos não precisou de folhas a reclamá-lo, nem de “coteries” a
fazer-lhe coro. Assim outros lessem pela sua cartilha.» // Na década
de sessenta cometeu um erro tremendo ao anunciar, na igreja de Rouças (salvo
erro), que José Albano de Melo, natural do
lugar de Cavaleiros, alferes em Angola, tinha morrido em combate na guerra, o
que era mentira; tinha sido outro indivíduo com um nome parecido. A mãe do
jovem, presente na igreja, ia morrendo. Apesar de lhe dizerem que tinha sido
engano, ela só descansou quando, tempos depois, teve o filho a seu lado.
Por volta de 1965, talvez em Setembro, ele
e mais três sacerdotes, resolveram ir visitar França. Eram eles: padre Justino
Domingues, pároco da Vila de Melgaço; padre Esteves, pároco de Cousso; padre
Manuel Domingues, pároco na Gave; e a conduzir o automóvel, padre Arnaldo,
pároco em Merufe, Monção. O padre Justino dormia no carro; os outros dormiam em
uma tenda de campismo. Foi uma grande aventura. Conta-nos o padre Manuel
Domingues no seu artigo publicado em “A Voz de Melgaço” n.º 1443, de 1/10/2020,
página 6: «Ressalvo aqui que o senhor
padre Justino ia munido de uma pistola de alarme, dizia ele, para dormirmos tranquilos na tenda, porque
ele dormia no carro!» Em Paris, junto a umas obras, foram hostilizados.
Escreveu o citado padre Manuel Domingues, um dos quatro “aventureiros”: «Do lugar onde eu estava apercebi-me duns
gestos de mão como quem manda embora. Nisto, vejo o padre Justino aproximar-se
de mim, enquanto os outros ficaram a conversar. O padre Justino vinha branco
como a cal e desabafou: “encontramos o primeiro comunista!” O francês
gritou-lhe: “les pêtres pour l’église!” O padre Justino não usou mais o cabeção
durante o resto da viagem! Para evitar aborrecimentos, claro!...»
Granjeou alguma consideração nas
hierarquias e entre seus pares (não pelo seu físico, cerca de metro e
meio de altura e cinquenta quilos de peso), mas
sim pela sua dedicação à igreja católica; graças a essa disponibilidade, a essa
entrega sem limites, no dia 15/10/1969 toma posse de arcipreste de Melgaço,
cargo que manterá até 1987. // Logo que arranjou dinheiro, e talvez para chamar
a atenção dos fiéis, manda colocar na torre da igreja matriz um relógio
barulhento, que não deixava dormir ninguém em redor, num tempo em que toda a
gente usava relógio de pulso e em que os telemóveis já eram conhecidos por esse
mundo fora. // Devido à idade avançada, foi substituído em 1987 pelo padre
Manuel Lourenço. // Também dizia missa na igreja da Santa Casa da Misericórdia
de Melgaço e na igreja do convento das Carvalhiças, mandada construir outrora
pelos franciscanos. // Além da sua atividade como sacerdote e arcipreste do
concelho, era pároco da legião portuguesa em Melgaço, usando a farda com orgulho,
assimilando e divulgando toda a propaganda do regime corporativista, do qual
era um fervoroso colaborador. Na igreja, e na catequese, antes do 25 de Abril,
nunca perdia uma oportunidade para lembrar aos melgacenses que Salazar era o
chefe e que o seu regime era o melhor do mundo. Apesar disso, ou esquecendo
isso, o regime político saído do 25/4/1974, deu-lhe o lugar de professor de
religião e moral no Ciclo Preparatório, auferindo um ótimo ordenado; além
disso, o presidente da Câmara Municipal de Melgaço, ou o presidente da
Assembleia Municipal – sob proposta do provedor da Santa Casa de Misericórdia
de Melgaço, na altura Eurico José Rodrigues, natural de Braga e a residir em
Messegães, Monção – atribuiu a uma das ruas antigas da Vila (rua
de Baixo) o seu nome! E o povo melgacense, que
aplaudira até à exaustão o 25 de Abril, ficou apático, indiferente, a essa
tremenda injustiça. Enfim, política. // Morou até à sua aposentação na
residência paroquial; depois de aposentado habitou numa casa perto do Solar do
Alvarinho, mudando mais tarde para uma casa perto da igreja da Santa Casa, pois
era pároco dessa instituição, e ali dizia missa todos os dias. // Morreu senil,
a 9/5/2004. // (Sobre ele ver Notícias de Melgaço n.º 276; Notícias de Melgaço
n.º 330, de 25/10/1936; Notícias de Melgaço n.º 1744; A Voz de Melgaço n.º 968,
de 1/8/1992; A Voz de Melgaço n.º 970, de 15/9/1992; e A Voz de Melgaço n.º
1168, de 1/10/2001). (*) «Atanásio,
o Grande. Um dos quatro doutores da igreja grega. Terá nascido na Alexandria
cerca do fim do século III. Diácono do patriarca de Alexandria, acompanhou-o ao
concílio de Niceia, onde desempenhou papel relevante contra o arianismo. Em 328
foi eleito patriarca de Alexandria; os arianos forçaram-no a exilar-se em
Tréveris (335-337), em Roma (339-346) e depois no deserto egípcio (356-361).
Depois das perseguições de Constâncio, teve de sofrer as dos imperadores
Juliano, o apóstata, e Valente. Todos os seus escritos têm por objeto a
controvérsia ariana (Discursos contra os Arianos, Discurso sobre a Encarnação).
Morreu em 372. Iconograficamente é representado como bispo grego, sem mitra, e
tem como atributos uma barca, na qual terá escapado sobre o Nilo a
perseguidores, e um triângulo luminoso, alusão à SS. Trindade que defendeu
contra os arianos.» Comemora-se a 2 de Maio. (Dicionário de Santos, de Jorge
Campos Tavares. Lello & Irmão, Editores).
DOMINGUES, Luís Manuel (Padre). Nasceu no lugar
de Aldeia, freguesia de Paderne. // A 13/4/1830, na igreja de Alvaredo, foi
padrinho de António Luís, nascido no dia anterior, filho de Manuel António
Martins e de Maria José Alves Salgado. // A 13 de Outubro de 1838, na igreja de
Paderne, foi padrinho de João Manuel, nascido no dia anterior, filho de João
Manuel Domingues e de Luísa Rodrigues. // A 9/10/1851, na igreja de Penso,
serviu de testemunha no casamento de José António Alves com Sinforosa Esteves.
// A 8/1/1852, na igreja de Paderne, foi padrinho de Maria Justina Gonçalves,
nascida três dias antes. // A 7/10/1855, na igreja de Prado, serviu de
testemunha no casamento de Diogo Manuel Araújo e de Teresa de Jesus Rodrigues.
// A 28 de Abril de 1859, na igreja de Remoães, casou catolicamente Rosa
Joaquina Simões com Francisco José Alves Salgado. // Apesar
de ser padre, deixou geração.
[DOMINGUES, Adjuto Luís. Filho de Luís
José Domingues e de Ludovina Rosa Rodrigues. Neto
paterno do padre Luís Manuel Domingues e de Manuela Pires, solteira;
neto materno de João António Rodrigues e de Marcelina Rosa Alves, do lugar do
Pinheiro. Nasceu em Paderne a 16/1/1847 e foi batizado nesse dia. Padrinhos: os
seus avós maternos.]
DOMINGUES,
Manuel (Padre). Filho de ---------- Domingues e de -------------------------.
Nasceu em Parada do Monte a --/--/1---. // Foi nomeado pároco de Chaviães, tomando
posse a 24/8/1937.
DOMINGUES,
Manuel (Padre Dr.) Filho de Quintino Domingues e de Leopoldina Pereira. Nasceu
em Parada do Monte em 1939 ou 1940. // Ordenou-se sacerdote no ano de 1962 (ver A Voz de Melgaço n.º 1398, de 1/11/2016). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1441, de 22/7/1962: «Missa Nova. Na
capelinha das aparições do santuário de Nossa Senhora de Fátima, e no passado
dia 16, cantou a sua primeira missa nova o reverendo padre Manuel Domingues,
natural de Parada do Monte e filho do senhor Quintino Domingues e de sua esposa
senhora Leopoldina Pereira. A missa foi rezada sem solenidade externa,
finalizando o ato religioso a cerimónia do beija-mão. Ao novo presbítero, a
seus pais e demais família, os nossos sinceros parabéns.» // Iniciou
a sua vida sacerdotal na Gave, de onde saiu (depois de Setembro de 1967) para
servir nas Forças Armadas Portuguesas como capelão. Após isso foi nomeado
pároco da freguesia de Soajo, Arcos de Valdevez, que pastoreou até ser nomeado,
a 25/9/1998, pároco de Fiães, Cristóval, Paços e Chaviães. // Após o
falecimento do padre Manuel Afonso, pároco da Gavieira e capelão da Senhora da
Peneda, foi incumbido da paróquia da Gavieira e da capelania do Santuário da
Peneda. Fora o bispo da diocese de Viana, José Augusto Pedreira, que o nomeara
para Melgaço. // O padre António, tio deste, também fora pároco de Chaviães,
tendo ali iniciado a sua atividade pastoral. // (ver
A Voz de Melgaço n.º 1101 e A Voz de Melgaço n.º 1102, de 1/10/1998). // Em 2000 era pároco de Chaviães (VM 1142). // O Centro de
Dia de Chaviães, através de A Voz de Melgaço de 1/1/2019, agradece a sua
dedicação, o seu trabalho, e até o carinho que teve para com os paroquianos,
idosos e crianças desprotegidas. Segundo se lê nesse número do jornal, o padre
Manuel Domingues aposentou-se. Maria Alberta Domingues dedica-lhe um simples,
mas comovente poema, em cinco quadras. // (ver
também A Voz de Melgaço n.º 1425, de 1/2/2019, página 6). // Em “A Voz de Melgaço” n.º 1435, de 1/2/2020, escreveu:
«Um dia, nos
primórdios do século XX, o arcebispo de Braga fez a visita pastoral a Parada do
Monte. Na igreja, perguntou se não haveria por ali alguns rapazes que quisessem
ir estudar para o seminário em ordem ao sacerdócio. Foi deste modo que surgiram
os primeiros estudantes nesta freguesia. Dos três que ingressaram no Seminário
de Braga, todos foram padres: Justino Domingues, do lugar da Lagarteira,
ordenado em 1936; António Domingues, de Chão do Bezerro, em 1937; Manuel
Vieites de Carvalho, de Aldeia Grande, também em 1937. Para chegarem a Braga,
faziam o caminho a pé, descendo a Riba de Mouro, Merufe, até perto da vila dos
Arcos de Valdevez, onde tomavam a camioneta. Quando eu fui, em 1950, também
para o seminário, já só ia a pé – descendo
e subindo a Minhoteira, e na companhia de meu pai – até à Vila de Melgaço.
No fim das férias de natal, para estar na Vila por volta das oito horas da
manhã, levávamos um candeeiro que o meu pai escondia numa berma da estrada,
quando o amanhecer já trazia alguma luz solar. Na Vila, convergiam bastantes
rapazes de outras freguesias, que também demandavam o mesmo destino. A partir
daí, na camioneta, no comboio apanhado em Monção com mudança em Nine, éramos um
bando de rapazes, pequenos e vozeiros, em transumância da aldeia para a cidade.
Estávamos por nossa conta e risco, até para contratar carrejões, quando
necessário, na estação de Braga. Dentro do Seminário, a vida era outra, com
disciplina quase militar. Longas formas em silêncio pelos corredores, no
refeitório, o mesmo nos salões de estudo. À mais pequena transgressão, havia
castigo a doer. Falar na capela podia ter como consequência a expulsão! Mas,
apesar de tudo, poucos terão ficado traumatizados, como hoje parece acontecer
aos meninos que levam uma pequena repreensão dos pais ou educadores. Será que
nós éramos de outra espécie? Estou a lembrar-me de um episódio sintomático da
disciplina dos seminários do meu tempo. No regresso de férias, tínhamos de
entrar até uma certa hora da tarde. Uma vez, andaria pelo 3.º ano (7.º
atual), com o conterrâneo Justino Afonso, chegamos uns minutos
atrasados. O porteiro foi chamar o padre superior que nos disse que já não
podíamos entrar, teríamos de regressar à nossa aldeia, bem longe de Braga, mas
não nos oferecia qualquer tipo de acolhimento àquela hora do fim do dia.
Incrível! O Justino começou a chorar e as lágrimas ainda tiveram algum crédito,
o que nos valeu uma repreensão, mas também direito de entrada. Eu, que estava
numa fase de crise vocacional, quase me sentia contente com a recusa! Tivemos
alturas de ir de véspera para garantir o cumprimento do horário, porque a
lonjura e a falta de transportes não eram tidas como atenuantes! Só que, de
outra vez, o ecónomo do seminário não nos queria deixar entrar porque, dizia
ele, “aquela casa não era uma estalagem”. Preso por ter cão, preso por não ter
cão! Mas estas memórias, contadas, tornam-se divertidas. Não ficamos com
nenhuma animosidade ao rigor disciplinar daquele tempo. Até se justificariam,
dado o número elevado de alunos. Muitas coisas prenderam o nosso coração e o
nosso espírito aos Seminários Arquidiocesanos de Braga…» // Ler o seu artigo “Vale do Lima” em A Voz de Melgaço
n.º 1443, de 1 de Outubro de 2020. // Em 2020 residia na Casa Sacerdotal de
Viana do Castelo (A Voz de Melgaço de 1/11/2020, página 11).
DOMINGUES, Manuel António (Padre). // Em 1827 era cura da freguesia de Cristóval. // Em
1828 era encomendado (Melgaço, Sentinela do
Alto Minho, de ACE, p. 71). // Em 1833 era coadjutor
do abade de essa freguesia. Morava no lugar de Doma.
DOMINGUES,
Manuel Francisco (Padre). Filho de José Luís Domingues e de Antónia Esteves,
lavradores, residentes no lugar de Pousafoles. Neto paterno de Francisco
Domingues e de Maria do Carmo Domingues; neto materno de Francisco António Esteves
e de Ana Rosa Domingues. Nasceu em Fiães a 30/8/1863 e foi batizado na igreja
do mosteiro a 2 de Setembro desse dito ano. Padrinhos: o seu avô paterno,
casado, e a sua avó materna, viúva, rurais. // Em Julho de 1888 era pároco
encomendado de Lamas de Mouro; em Janeiro de 1897 era o abade da freguesia. // A
30/8/1898, na igreja de Fiães, foi padrinho de Firmino Augusto Domingues,
nascido seis dias antes. // De Lamas de Mouro, a 16/7/1902, transitou para
Chaviães. // A 28/10/1907, na igreja de Fiães, foi padrinho de Manuel
Francisco, nascido sete dias antes, filho de José António Domingues e de
Florinda Domingues, rurais. // A 31/8/1909, na igreja de Fiães, foi padrinho de
Alberto, que nascera cinco dias antes, filho de José António Domingues e de
Florinda Domingues, lavradores, residentes no lugar de Pousafoles. // Era
monárquico. // Em 1917 concorreu às eleições para a Câmara Municipal de Melgaço,
numa lista encabeçada pelo padre Francisco Leandro Álvares de Magalhães, reitor
de Alvaredo, e pelo Dr. António Augusto Durães, advogado na Vila de Melgaço (Jornal de Melgaço n.º 1164, de 30/6/1917). // A 6/7/1926 foi-lhe reconhecido o direito à aposentação.
// Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 10, de 28/4/1929: «Sufragando a alma de Albina Ferreira, saudosa mãe dos senhores Gregório
Ferreira e José Augusto Ferreira, nossos estimados conterrâneos da praça do
Pará, Brasil, rezaram-se três missas no dia 20 do corrente, na igreja matriz
desta vila, sendo celebradas pelos reverendos padre Manuel Domingues, abade de
Chaviães, padre António Manuel da Cunha, pároco desta Vila de Melgaço, e padre
Manuel José Domingues, aspirante de Finanças, às quais assistiram muitas
pessoas das relações daqueles nossos amigos e avultado número de pobres, aos
quais foram distribuídas esmolas.» // Morreu em Chaviães a 17/7/1931 e foi
sepultado no cemitério dessa freguesia (Notícias
de Melgaço n.º 118, de 19/7/1931).
DOMINGUES,
Manuel da Graça (Frei). Filho de Manuel José Domingues e de Maria José Gomes.
// Morreu em sua casa de morada, sita no lugar de Preza, com oitenta anos de
idade, a 21/4/1873. // Fez testamento.
DOMINGUES,
Manuel Joaquim («clérigo in minoribus»).
Filho de António Domingues e de Luísa Rodrigues, moradores no lugar de Virtelo,
freguesia de Cousso. Neto paterno de João Manuel Domingues e de Maria Luísa
Esteves, da freguesia da Gave; neto materno de João Manuel Rodrigues e de Rosa
Maria Esteves, do lugar de Virtelo, Cousso. Nasceu por volta de 1837. //
Faleceu no lugar de Virtelo a 27/11/1860, com apenas 23 anos de idade, com
todos os sacramentos da igreja católica. // Os seus pais ficaram por herdeiros.
DOMINGUES,
Manuel Joaquim (Padre). Filho de João Manuel Domingues e de Maria Rodrigues.
Nasceu em Castro Laboreiro a 19/4/1878. // Depois da instrução primária
frequentou o Seminário das Missões Ultramarinas em Sernache do Bom Jardim;
ordenou-se a 25/8/1901 na diocese de Portalegre. // Em 1912 já era pároco da
Vila de Melgaço (Correio de Melgaço n.º 2); nesse ano, a uma segunda-feira, quando se preparava para
ir em passeio com os amigos à Peneda eis que cai da mula que montava! Ficou
ferido sem gravidade, mas teve de desistir da viagem (Correio de Melgaço n.º 10, de 11/8/1912). // Lê-se no Correio de Melgaço, em finais de 1912: «Apareceram (…) nos montes desta freguesia (Castro Laboreiro) alguns lobos que
mataram uma poldra no lugar de Campelo, pertencente ao reverendo
Manuel Joaquim Domingues…» //
Também se lê no Correio de Melgaço n.º 7, de 21/7/1912: «Por causa de estarem suspensas as garantias neste concelho foi
transferida sine die a festa de São
Bento que se celebra no lugar de Várzea Travessa (…), e que prometia este ano,
graças ao esforço do juiz da mesma, José Rodrigues, há pouco chegado do Brasil,
ser feita com todo o luzimento, estando contratada para a mesma a excelente Música
Nova, de Melgaço, e sendo orador sagrado o reverendo
Manuel Joaquim Domingues, missionário africano. // Em 1923 vemo-lo
ainda a exercer o seu múnus na dita freguesia de SMP (deve
ter saído e voltado em 1936; estivera como missionário em Moçambique e no
Brasil alguns anos; seria exonerado de pároco da igreja matriz em 1937; para o
substituir foi escolhido o padre António de Jesus Rodrigues, que fora coadjutor
do arcipreste, padre Manuel Bento Gomes). // Em
1938 encontrámo-lo como pároco de Ganfei, Valença (NM 409, de 14/8/1938). // Em
1940, 1941, etc., é pároco de Castro Laboreiro. // Num artigo de jornal, datado
de 23/12/1944, o “Castrejo” (assim ele assinava) diz aos leitores que a estrada se deveu à amizade entre o
pároco de Castro Laboreiro e o Governador Civil de Viana, oficial de
artilharia. «Em meados de Outubro de 1930…»,
lembra, «o Governador estava em Castro e
foi caçar perdizes e coelhos com o amigo sacerdote…» Lamenta-se o
Governador: «Dá-me pena ver Vossa
Reverência completamente isolado nesta humilde terra, sem estrada alguma que a ligue a Melgaço!» O padre
confessa-lhe: «São grandes os esforços
que tenho feito para melhorar a sorte deste amado cantinho onde nasci, e onde
desejaria exalar o último suspiro, mas tudo em vão. Fechado no triste
labirinto, na impotência e no esquecimento, atiro com as minhas tristezas às
fragas… Se V.Ex.ª se interessasse por este infeliz povo, que se encontra
abandonado de tudo e de todos, talvez despontassem no horizonte sombrio deste
pedacinho de terra dias saturados de alegria e felicidade!» O Governador
prometeu: «Pode estar tranquilo, senhor abade,
Castro Laboreiro orgulhar-se-á de ter dentro em pouco uma linda estrada.» E
assim a estrada nasceu. / Comentário: a estória é comovente, mas a estrada não
surgiu por obra e graça do Governador. O poder, e o dinheiro, estavam em
Lisboa. Contudo, pode ter ajudado. A estrada fora projetada no século XIX,
sendo sucessivamente adiada. Apenas na Ditadura Militar (1926-1933) ela foi iniciada; seria concluída na década de quarenta,
já o tal sacerdote tinha morrido. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 868, de
15/8/1948: «encontra-se residindo na
Carpinteira o senhor padre Manuel Domingues, ex-pároco de Castro Laboreiro…»
// Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 891, de 6/3/1949: «A procissão saiu da igreja, passando pelas capelas do Regueiro,
Carpinteira e Barata, recolhendo à matriz cerca do pôr-do-sol. Nela tomaram
parte Nossa Senhora das Soledades, cruzadas e irmandades com as suas bandeiras.
Era acompanhada pelo reverendo Manuel Joaquim Domingues, da Carpinteira.»
// Pode ler-se no Notícias de Melgaço n.º 946, de 10/9/1950: «Vendem-se – No
lugar da Carpinteira – 1.º Uma grande casa, com quintal, eira, canastro e
trinta e seis horas de moinho. 2.º Terrenos agrícolas, para cultivo de milho e de
vinho, com água de rega suficiente. 3.º Coutadas com mato, madeiras e lenha.
Não se vende a retalho. – Tratar com o proprietário, padre Manuel Joaquim
Domingues. (Não se aceitam intermediários).
// Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 999, de 28/10/1951: «O Excelentíssimo Sr.
Presidente apresentou um ofício do delegado escolar neste concelho, no qual
salientando os inconvenientes da atual casa da escola masculina de São Paio,
informa que o Sr. Diretor Escolar esteve ontem na referida freguesia a tratar
da instalação da referida escola ou para fazer funcionar como desdobramento, o
que causaria vários prejuízos às crianças, adotando-se este último recurso.
Sucede, porém, que vistoriou uma dependência da casa do senhor Padre Manuel
Joaquim Domingues, no lugar da Carpinteira (já aí funciona a
escola feminina), onde, feitas as obras necessárias,
poderia funcionar também a escola masculina. Informa que o referido padre se
compromete a fazer as obras e a ceder a dependência pela renda mensal de cem
escudos. Pede para ser arrendada a dependência a fim de se transferir a escola
quanto antes. Foi deliberado fazer o arrendamento proposto, ficando o Excelentíssimo
Presidente autorizado a intervir no respetivo contrato, em representação da
Câmara.» // Morreu no dito lugar da Carpinteira, São Paio, a 21/4/1955. // (ver Notícias de Melgaço n.º 322, 325, 366, de 29/8/1937). // Nota: era
irmão do padre Manuel José Domingues (1875-1952).
DOMINGUES,
Manuel José (Padre). // Em 1798 era pároco encomendado da freguesia de São
Paio. Morava no lugar da Rasa. // A 19/2/1804, na igreja de São Paio, foi
padrinho de Manuel Luís, nascido dois dias antes, filho de Manuel Luís Lourenço
e de Maria Caetana Álvares. // A 8/9/1810, na igreja de São Paio, foi padrinho
de Rosa Joaquina, nascida dois dias antes, filha de António Manuel Gonçalves e
de Isabel de Oliveira, residentes no lugar de Cavencas. // Morreu no lugar da
Rasa, a 30/1/1826. // Deixou testamento.
DOMINGUES,
Manuel José (Padre). // Em 1836 era encomendado da freguesia de São Paio. // Nota: deve ser um dos de baixo.
DOMINGUES,
Manuel José (Padre). Filho de Pedro Domingues e de Maria Vaz, moradores que
foram no lugar do Faval, Fiães. Nasceu por volta de 1797. // A 21/9/1837, na
igreja de Fiães, serviu de testemunha no casamento de Joaquim Marques com Maria
Joaquina Alves. // Em Maio de 1843 era cura na freguesia de Fiães. // A
26/5/1855, na igreja de Fiães, foi padrinho de Maria Joaquina Esteves, nascida
quatro dias antes. // Morreu no dito lugar do Faval a 26/12/1874, com 77 anos
de idade. // Deixou testamento. // Era irmão de Maria Caetana. // continua...
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