quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

GENTES DO CONCELHO DE MELGAÇO

(Freguesia de Paderne) 

Por Joaquim A. Rocha


// continuação de 3/8/2021.


ARAÚJO, Simão Luís. Filho do professor Diogo Manuel de Sousa Araújo, natural de Prado, e de Teresa de Jesus Rodrigues, natural de Paderne, moradores no lugar de Midão. Neto paterno de Joaquim António de Sousa Araújo e de Ana Luísa Pinto; neto materno de João António Rodrigues e de Marcelina Alves. Nasceu em Paderne a 8/5/1875 e foi batizado a 13 desse mês e ano. Padrinho: padre Luís Manuel Domingues de …, abade de São Cosme. // Emigrou para o Brasil, onde conseguiu o seu pecúlio. // Nesse país casou com Flaviana Mendes, tia do padre Armando Tito Domingues. // Em 1919 esteve em Melgaço (Jornal de Melgaço n.º 1245, de 11 de Maio, e JM 1282), mas as coisas correram-lhe mal, pois teve de ser operado à vista, ficando sem um olho, num hospital de Lisboa, devido a ter sido atingido no rosto por um tiro de caçadeira que se dirigia a um coelho (Jornal de Melgaço n.º 1269, de 2/11/1919). // Apesar dessa desgraça, voltou ao Brasil em Janeiro de 1920, talvez a preparar o seu regresso definitivo, que se viria a concretizar em Março de 1921. Nesse mesmo ano comprou a Amadeu Ribeiro Lima uma casa com rocios, que transformou na “Vivenda Iracema”, sita na Vila de Melgaço, a qual, na década de quarenta do século XX, foi vendida a Manuel José Domingues (Mareco). // Talvez para chamar a atenção sobre a sua pessoa, ou porque tinha bom coração, ao “Notícias de Melgaço” n.º 6, de 13/4/1924, dá a seguinte notícia: «Pelo Sr. Simão Luís de Sousa Araújo foi mandado melhorar o jantar de domingo passado aos presos da cadeia desta Vila.» // Em 1926 foi vice-presidente da Comissão Executiva da Câmara Municipal de Melgaço. // Por esta altura, e apesar de casado, andava a gerar filhos em Maria Rosa Alves (Rebela), nascida em 1900 no lugar da Pombeira, Rouças, provavelmente sua empregada. // Morreu na Vila de Melgaço em Julho de 1929 (NM 28, de 1/9/1929). // A sua viúva faleceu no Brasil a 6/8/1944. // Filhos legítimos: Flávia, Francisco, Amândio (Maneco do Simão), Gilberto, António (*), Iracema… /// (*) O António nasceu no Brasil, tal como seus irmãos, mas veio para Melgaço com apenas dois anos de idade; também esteve em Lisboa e Cascais, onde seus progenitores tinham propriedades; chegou a frequentar durante algum tempo um colégio na Inglaterra; depois foi novamente para o Brasil, onde casou com Lívia Muiños, uruguaia, havendo descendência desse matrimónio (António Muiños de Sousa).        

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 28, de 1/9/1929: «Morreu Simão de Araújo! No grande livro do destino estavam contados os seus dias e por isso atacou-lhe o organismo a doença que não poupa a vida, aquela que acaba sempre por matar. A terrivel septicénia, envenenando-lhe o sangue, causou-lhe a morte. Sabia que Simão de Araújo estava condenado pela medicina e no entanto como foi profundamente dolorosa a notícia do seu passamento! É que S. A. tinha um amigo sincero em quantos com ele conviveram, um admirador fervoroso em todo aquele que se sente melgacense, e uma dedicação vincada em cada pobre que dele se acercou. E tantos foram os que a sua mão direita socorreu sem a esquerda o saber! S.A. vivia entre nós há poucos anos. De Paderne partira muito novo ainda para as terras do Brasil e por lá, à custa de muito trabalho, mas de trabalho honesto, conseguiu uma grande fortuna, que o colocou ao abrigo da necessidade. A sua honradez por toda a parte se impôs. // E se o seu coração generoso repartiu as muitas migalhas da sua fortuna pelos deserdados, o seu bairrismo levou-o também a animar, d’alma e coração, todas as iniciativas, grandes ou pequenas, nascessem onde nascessem, partissem de onde partissem, que tivessem por fim engrandecer a nossa terra, que era também a sua. Para ele, neste mundo, apenas havia terra boa, ideal: Melgaço. Ao seu generoso bairrismo não podia escapar a proteção à benemérita associação dos BVM. // Não podia escapar, e não escapou. Desde o 1.º dia em que a grande Comissão organizadora dos BVM saiu à rua, S.A. colocou-se a seu lado e sempre, absolutamente sempre, as suas boas palavras não faltaram como incentivo e a sua bolsa nunca se fechou nas necessidades. S.A. era melgacense. Era esmoler, caritativo, generoso. Que a sua alma límpida e benfajeza descanse em paz, lá nas regiões desconhecidas para onde Deus sempre conduz quem nesta vida pratica o Bem. Desde as primeiras horas o cadáver do querido morto foi velado pela benemérita associação dos BVM. // Turnos de bombeiros e turnos de músicos da banda da corporação sucederam-se sempre enquanto o cadáver se conservou em casa. E no funeral – que grande manifestação de pesar ele representou! – toda a vila se incorporou: ricos, pobres, remediados, porque todos ali iam prestar o último preito de homenagem ao homem que a todos se impôs pelo seu caráter imaculado, pela sua honestidade inconcussa, pela sua honradez modelar e pelo seu bairrismo ponderado e sensato. Na carreta dos bombeiros foi o caixão, coberto de coroas de flores artificiais que levavam as seguintes dedicatórias: (…)»

     O seu funeral foi, sem quaisquer dúvidas, um dos maiores que aconteceram em Melgaço até hoje. Imensa gente importante, do concelho ou fora dele, disse adeus, com respeito e dor, àquele homem digno, exemplar (!). // Deixou viúva, filhos, irmã, e outros familiares.      

     O Dr. Artur Anselmo escreveu, de Valadares, Monção, o seguinte: «A sua memória viverá sempre entre nós, envolvida num húmido farrapo de saudade calcinante. // Os decretos da providência são irrevogáveis e não são as nossas amaríssimas lágrimas (…) que obliteram as nossas mágoas. // Neste momento só tempo, rodando célere na sua incansável carreira, pode trazer algum alívio para a dor sob a qual gememos. // Que esse grande homem habite as regiões ideais e intermináveis do azul, suspenso na serena ondulação do ar, e bafejado da poeira brilhante da luz. A tudo isso ele tem jus atentas as suas qualidades ancestrais  

 

ARAÚJO, Teresa do Nascimento. Filha de Camilo José Gomes de Araújo e de Albina do Nascimento de Almeida, moradores nos Moinhos. N.p. de José Bento Gomes de Araújo e de Rosa Maria Alves Mendes; n.m. de Luís Manuel de Almeida e de Maria Rita Alves. Nasceu a 24/12/1874 e foi batizada no dia seguinte. Padrinhos: João António Fernandes e Benedita de Almeida. // Faleceu em Paderne a 9/4/1954.   

 

ARAÚJO, Zulmira da Natividade. Filha de Diogo Manuel de Sousa Araújo, professor da instrução primária, natural de Prado, e de Teresa de Jesus Rodrigues, proprietária, natural de Paderne, moradores em Midão. N.p. de Joaquim António de Sousa Araújo e de Ana Luísa Pinto; n.m. de João António Rodrigues e de Marcelina Alves. Nasceu a 8/9/1877 e foi batizada a 10 desse mês e ano. Madrinha: Maria da Paixão de Sousa Araújo, irmã da batizanda.  

 

ARMADA

 

ARMADA, António Augusto. Filho de António Simões de Armada e de Margarida da Conceição Saraiva. Nasceu a 12/3/1921. // A 10/7/1933 fez exame do 2.º grau, quarta classe do ensino primário, ficando aprovado (Notícias de Melgaço n.º 203, de 6/8/1933). // Em Portugal foi empregado de escritório (talvez em Carrazeda d’Anciães). // Casou com ------------------------. // Em 1951 emigrou para o Brasil. // Com geração.  

 

ARMADA, José Augusto. Filho de António Simões de Armada, soldado da Guarda-Fiscal, natural da Folia, Remoães, e de Margarida da Conceição Saraiva, doméstica, da Várzea, Paderne. N.p. de Miquelina Rosa da Armada; n.m. de Cândido Maria Saraiva e de Josefa Cândida Braga. Nasceu na Várzea a 30/10/1916. // Em Julho de 1932 fez exame do 2.º grau, 4.ª classe, ficando aprovado (NM 158, de 24/7/1932). // Casou a 9/6/1952 na Conservatória do Registo Civil de Almada com Rita de Jesus Gonçalves Faria, natural da freguesia de Lago, Amares. // Faleceu na freguesia de São Vicente de Fora, Lisboa, a 18/8/1975.  

 

ARMADA, José Luís. Filho de António Simões Armada e de Maria de Lurdes Gomes de Sousa. N.p. de Miquelina Rosa de Armada; n.m. de José Maria Gomes de Sousa e de Zulmira Ferreira. Nasceu a --/--/1951.

 

ARMADA, Leonor da Conceição. Filha de António Simões de Armada, soldado da Guarda-Fiscal, da Folia, Remoães, e de Margarida da Conceição Saraiva, doméstica, da Várzea, Paderne. Nasceu na freguesia de Olivais, Lisboa, a --/--/1915. // Faleceu no lugar da Várzea a 23/5/1917, com apenas vinte e oito meses de idade, e foi sepultada no cemitério de Paderne.

 

ARMADA, Manuel. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 986, de 22/7/1951: «… No passado dia 16 realizou-se em Paderne o casamento do nosso amigo, senhor Manuel Pereira Armada, com a senhora Olívia do Rosário Gonçalves…» // S.m.n. 

 

ARMADA, Manuel Joaquim. Filho de António Simões de Armada e de Margarida da Conceição Saraiva. Nasceu em Paderne a --/--/1919 (JM 1242, de 13/4/1919). // Morreu afogado no rio Minho. Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 65, de 15/6/1930: «Quando no dia 13, pelas 17 horas, os menores Manuel Armada, António Armada, Miguel da Silva, Fernando Teixeira, José Soares e Armando Teixeira, andavam a brincar dentro de uma batela, que se encontrava na margem do rio Minho, no lugar denominado Garça, próximo do Peso, a batela desprendeu-se e foi arrastada pela corrente. // Três conseguiram saltar para terra, mas os restantes: Manuel, Miguel e Fernando, não tiveram tempo de o fazer e foram levados para o meio do rio. Ao passarem próximo de um penedo, atiraram-se à água, decerto, na intenção de se agarrarem a ele, mas como não sabiam nadar morreram afogados! Os barqueiros de São Marcos ainda tentaram salvá-los, conseguindo apenas apanhar a batela. O Manuel e o Miguel tinham 11 anos de idade, e Fernando apenas nove anos de idade! Até agora só apareceu o Manuel Armada, que foi dar à Galiza, tendo sido enterrado em Arbo. Eram todos residentes no lugar do Peso, onde é grande a consternação.»     

 

     Também se lê no Notícias de Melgaço n.º 66, de 29/6/1930: (continuação da notícia). // Segundo aqui se diz, os miúdos é que arrastaram a batela para o rio a fim de brincarem. Enfim, quando a morte espreita não há maneira de fugir-lhe.

 

ARMADA, Manuel José. Filho de António Simões de Armada e de Maria de Lurdes Gomes de Sousa, de Paderne, moradores no lugar da Várzea. Nasceu na freguesia de Paderne a 25/1/1944. // Casou a 4/1/1967 na igreja de Paderne com Rosa Maria Machado Martins Lourenço, sobrinha de Vitalina Lourenço. // Em 1998 residia na Corredoura de Prado (VM 1108).

 

ARMADA, Maria. Filha de António Simões de Armada e de Margarida da Conceição Saraiva. Nasceu a --/--/19--. // Faleceu sem geração.

 

ARMADA, Maria Isabel. Filha de António Simões de Armada e de Maria de Lurdes Gomes de Sousa. Nasceu a --/--/19--.

 

ARMADA, Maria Judite. Filha de António Simões de Armada, de Remoães, e de Maria de Lurdes Gomes de Sousa, de Paderne, moradores no lugar da Várzea. Nasceu a 8/3/1941. // Casou a 11/11/1961 com José do Nascimento Gonçalves (Ramboia), natural da Vila. // Por volta de 1967 o casal adquiriu um prédio rústico sito em Golães (2500 m2) aos herdeiros de José Alves de Castro, viúvo, do lugar de Apião. // Eram emigrantes na Venezuela e residiam em El Paraíso, Caracas. // Em 1998 vieram passar uns dias a Apião, onde morava a mãe dela. // Enviuvou a 6/1/2007. // (Ver VM 968, de 1/8/1992; VM 1101, de 15/9/1998; e VM 1108).  

 

ARMADA, Mário de Jesus. Filho de António Simões Armada, de Remoães, e de Maria de Lurdes Gomes de Sousa, de Paderne, moradores no lugar da Várzea. Nasceu a 29/12/1945. // Emigrou para Espanha, onde é dono de uma empresa de construção “Montagens Armada”, sita em Barcelona. // Também exerceu as funções de chefe da proteção civil e comandante do corpo de bombeiros municipais. // Casou a 7/6/1966 com Maria del Cármen Conde Tato, em Maisous Caffitte, Departamento Line et Oise, França, dona da empresa “Gruas Sallente, SA”, também com a sede em Barcelona. // Em 1991 visitou a terra melgacense, em companhia do genro, engenheiro mecânico Ernesto Parceriza. // Em 1996 ainda tinha a sua mãe viva, a residir em Apião. // A 23/4/2000 inaugurou a sua vivenda da Corredoura, Prado. // (ver A Voz de Melgaço n.º 950, 1050, e 1138).    

 

AVELHEIRA

 

AVELHEIRA, Porfíria. Filha de António Avelheira e de Rosa Alves. Nasceu em Paderne a --/--/1914 (Correio de Melgaço n.º 105, de 30/6/1914).

 

AZEVEDO

 

AZEVEDO, António. Filho de Baltazar Luís de Araújo Azevedo, solteiro, natural de São Paio, e de Rosa Martins, solteira, jornaleira, do lugar de Crastos, Paderne. Nasceu no lugar de Crastos a 23/4/1893. // Morreu a 3/4/1896.

 

AZEVEDO, Camilo José. Filho de Manuel Narciso de Araújo Azevedo e de Francisca Luísa Dias de Abreu, lavradores. Nasceu em Paderne por volta de 1803. // Rural. Faleceu a 21/11/1894, em sua casa de morada, sita no lugar de Nogueira, com todos os sacramentos da igreja católica, com 91 anos de idade, no estado de viúvo de Maria Joaquina Durães, sem testamento, sem filhos, e foi sepultado dentro da igreja paroquial.

 

AZEVEDO, José. Filho de Francisco Luís Rodrigues de Azevedo e de Maria Joana Fernandes, moradores em Casalmaninho (*). N.p. de João Manuel Rodrigues e de Maria Joaquina da Silva, de Penso; n.m. de Luís Manuel Fernandes e de Maria Luísa Fernandes, de Casal Maninho, Penso. Nasceu a 9/2/1837 e foi batizado a 11 desse mês e ano. Padrinhos: José Custódio Machado, solteiro, de Penso, e Rosa, tia materna do batizando. /// (*) Esse lugar foi desanexado da freguesia de Paderne por Lei de 22/12/1837; passou a pertencer a Penso a partir de 12/4/1838.

 

AZEVEDO, José. Filho de Luís Albano de Azevedo e de Cândida dos Prazeres de Sousa Lobato. Nasceu em Paderne a --/--/1915 (Correio de Melgaço n.º 146, de 25/4/1915). // Faleceu no lugar de Crastos a --/--/1915, com apenas 24 horas de vida (Correio de Melgaço n.º 146, de 25/4/1915).  

 

AZEVEDO, Luís Albano. Filho (reconhecido) de Baltazar Luís Araújo de Azevedo, solteiro, da Casa de Soengas, Chaviães, e de Rosa Martins, solteira, padernense. Nasceu no lugar de Crastos, Paderne, a 13/8/1886 e foi batizado dois dias depois. Padrinhos: o padre Albano Júlio de Castro Araújo, do lugar da Portela, e Mariana Martins, solteira, jornaleira, tia do batizando. // Casou em Remoães a 20/4/1914 com Cândida dos Prazeres, filha de José Joaquim de Sousa Lobato e de Aurélia Cândida Mosqueira, rurais, de Remoães, e neta materna de Maria Joaquina Rodrigues, da Vila de Melgaço. // Em 1915 morreu-lhe um filho (Correio de Melgaço n.º 146, de 25/4/1915). // Enviuvou a 21/10/1918. Deste casamento nasceu em 1915 José, mas morreu com apenas vinte e quatro horas de vida. // Casou em segundas núpcias com Dolores Marquez Caro, natural de Creciente, Galiza, a qual faleceu em 1942. // Pai também de Luís Albano, de Álvaro, e de Maria Amélia.     

 

AZEVEDO, Maria do Carmo. Filha de Manuel Narciso de Araújo Azevedo e de Francisca Luísa Esteves (Dias de Abreu). Nasceu em Paderne por volta de 1814. // Lavradeira. // Faleceu no lugar de Soutulho, freguesia de São Paio de Melgaço, a 30/1/1894, somente com o sacramento da extrema-unção, com 80 anos de idade, no estado de viúva de José Joaquim Dias, sampaiense, sem testamento, com filhos, e foi sepultada no adro da igreja de São Paio. 

 

AZEVEDO, Maria do Patrocínio. Filha de Baltazar Luís Araújo de Azevedo, solteiro, natural de São Paio, e de Mariana de Jesus Domingues, solteira, camponesa, moradora no lugar de Crastos. Apesar de ser gerada em Paderne, foi nascer no ano de 1900 no lugar da Culmieira de Nieves, freguesia de São Ciprian de Ribaterme, Galiza, onde foi batizada, e aí viveu os primeiros anos da sua vida. // A 17/7/1918 fez exame do 1.º grau na escola Conde de Ferreira, obtendo a classificação de ótima; tinha por professora Maria do Carmo Barros. // Casou na igreja do mosteiro de Paderne a 3/9/1924 com António Augusto Domingues, filho de José Albano Domingues, guarda-fiscal, e de Joaquina Rosa Pereira, moradores em Paderne. // O seu marido foi comerciante em Valença do Minho, mas como as coisas lhe correram para o torto, emigrou para Angola, morrendo em Benguela anos depois. // Pai de Maria Lina, nascida em Valença a 3 de Julho de 1924, e de António Luís, nascido em Paderne a 6/7/1927.   

 

AZEVEDO, Perpétua. Filha de Francisco Luís Rodrigues de Azevedo e de Maria Joana Fernandes, moradores em Casal Maninho, lugar de Paderne até 22/12/1837. N.p. de João Manuel Rodrigues e de Maria Joaquina da Silva, de Barro Grande, Penso; n.m. de Luís Manuel Fernandes e de Maria Luísa Fernandes, de Casal Maninho. Nasceu em Casal Maninho a 28/3/1834 e foi batizada na igreja de Paderne no dia seguinte. // Casou na igreja de Penso a 15/3/1861 com José Fernandes, nascido em Felgueiras a 20/10/1836 e batizado na igreja de Paderne no dia seguinte (ver em Penso).    

 

AZEVEDO, Tristão. Filho de Álvaro Rodrigues de Azevedo e de Maria Justina de Azevedo, proprietários. Nasceu por volta de 1855. // Era capitão de Infantaria n.º 25 quando faleceu a 10/10/1899, pelas nove horas da noite, no Hotel do Peso, Paderne, sem quaisquer sacramentos, por ter morrido repentinamente, com 44 anos de idade, no estado de casado com Helena de Azevedo, morador na Rua de São Bento, Lisboa, sem testamento, com filhos, e foi depositado na capela do cemitério público da vila de Melgaço «com a intenção de ser conduzido para o cemitério dos Prazeres da cidade de Lisboa

 

BACELAR

 

BACELAR, José António. Filho de Manuel Pereira Bacelar, natural de (?) e de Rosa Maria (ou Rosa Ventura) de Castro, natural de Prado, moradores no lugar de Crastos, Paderne. Nasceu no século XVIII. // Casou com Andreza Maria Monteiro; moraram no lugar de Crastos, freguesia de Paderne. // Com geração.

 

BACELAR, Maria Joaquina. Filha de José António Pereira Bacelar e de Andreza Maria Monteiro, lavradores, padernenses, residentes no lugar da Veiga. Nasceu por volta de 1800. // Casou com Manuel Lourenço Lamego, filho de Manuel Lourenço [Lamego] e de Maria Rodrigues Torres. // Faleceu no lugar de Crastos a 14/1/1885, com 85 anos de idade, no estado de viúva do referido Manuel Lourenço Lamego, natural de Sante, Paderne, e foi sepultada no adro da igreja. Fizera testamento (somente quanto ao temporal) e deixou filhos.  

 

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BALTAZAR. // Nasceu no século XIX. // Morou no lugar de Crastos. // Constava que depois da sua morte se apurou ficar este a dever à Confraria dos Clérigos de Paderne, da qual fora tesoureiro colado, oitocentos e tal escudos «mas que esta quantia ainda se não acha em cofre porque os herdeiros daquele Baltazar têm sido sempre acobertados pela Mesa de então, e por todas as que se lhe seguiram, devido a terem-se ali colado também não só mesários, como também o tesoureiro Rafael» (Correio de Melgaço n.º 104, de 23/6/1914). // Comentário: se ficou a dever à Confraria é porque se serviu de dinheiros dela para os seus próprios fins. Os clérigos de Paderne, frades agostinhos, confiaram cegamente nele, atribuíram-lhe a colação, mas pelos vistos o Baltazar não era de confiança. Consequências: ficaram certamente sem esse dinheiro, e provavelmente sem outros que não foram detetados. Estávamos no século XIX mas no século XXI é diferente? Julgo que não. A corrupção alastrou como a produção dos morangos e dos cogumelos. É doce, é bom, e por isso todos gostam. Quem resiste à entrada de dinheiro na sua conta bancária? Quase ninguém. Ganhar dinheiro fácil é aquilo que muitos procuram. A honestidade, a honradez, é somente para alguns, sobretudo para os “parvos”. Em nossos dias não há praticamente ninguém que não esteja sob suspeita: presidentes de Câmara, secretários de Estado, ministros, administradores, diretores gerais, gestores, de grandes ou médias empresas, presidentes de clubes de futebol, banqueiros, etc., todos são alvo de investigações pelas polícias judiciárias, mas até estas por vezes são acusadas pelo Ministério Público de crimes de peculato e outros. Há pessoas que me perguntam: - onde isto irá parar? Eu respondo-lhes: - a lado nenhum! Temos de nos habituar a viver neste ambiente corrupto, neste lodo. As cadeias já nada resolvem. São universidades do crime. Ali toda a malandrice se aprende. Todos os truques, todas as perversidades, todo o mal, ali se adquire, gratuitamente, sem pagar propinas a ninguém. Não haja quaisquer ilusões: o mal, a baixeza, a falta de escrúpulos, impera em todas as prisões do planeta terra. As leis, os tribunais, as polícias, não conseguem resolver este problema. Todos os anos o crime aumenta. É uma praga. Quanto a mim, incrédulo como Tomé, só há um caminho a seguir: esperar pacientemente, aprender a sobriver no meio do caos.        

 

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BANDEIRA, Eduardo Dinis. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1019, de 30/3/1952: «Março, 15. Realiou-se há dias na igreja paroquial desta freguesia o enlace matrimonial do senhor Eduardo Dinis Bandeira, do lugar de Estivadas, Paderne, com a menina Maria Amélia de Castro, do lugar do Cortinhal, Chaviães. // Serviram de padrinhos o senhor José Dinis Bandeira e a senhora Rosa de Jesus Gonçalves. Findo o enlace foi servido em casa da noiva um lauto almoço a inúmeros convidados, durante o qual o reverendo pároo desta freguesia proferiu uma brilhante alocução, enaltecendo as qualidades morais dos noivos…»

 

BANDEIRA, Fernando. // «Perdeu-se. Da Carpinteira a Paderne, uma carteira, contendo a quantia de 600$00. Gratifica-se com 50$00 quem a entregar a Fernando Bandeira, do lugar de Estivadas, freguesia de Paderne.»  

 

BARBEITOS

 

BARBEITOS, Preciosa de Jesus. Filha de Manuel Francisco Barbeitos, sapateiro, de Barbeita, Monção, e de Almerinda Augusta Esteves, de Paderne. Neta paterna de Luís Manuel Barbeitos e de Elísia Guilhermina; neta materna de Manuel José Esteves e de Albina Augusta de Barros (Exposta). Nasceu em Paderne a --/--/1915 (Correio de Melgaço n.º 143, de 30/3/1915). // Em 1995 ainda estava viva; morava em Espanha, segundo informação de um seu sobrinho de Monção.

    

BARBEITOS, Rosendo. Filho de Manuel Francisco Barbeitos, sapateiro, de Barbeita, Monção, e de Almerinda Augusta Esteves, de Paderne. N.p. de Luís Manuel Barbeitos e de Elísia Guilhermina; n.m. de Manuel José Esteves e de Albina Augusta de Barros (Exposta). Nasceu (*) a --/--/191-. // Sapateiro, com oficina no Peso. // Em 1930 deu 1$00 para o hospital da SCMM. /// (*) Confirmar se nasceu em Paderne.     

 

BARBOSA

 

BARBOSA, Ana. Filha de António Luís Esteves Barbosa, lavrador, de Penso, e de Benta Domingues Caldas, doméstica, de Alvaredo, moradores no lugar do Barbeito. N.p. de Joaquim Manuel Esteves Barbosa e de Ana Luísa Gonçalves; n.m. de António Domingues Caldas e de Maria Esteves de Abreu. Nasceu a 2/3/1889 e foi batizada no dia seguinte. Padrinhos: José Manuel Domingues Caldas, casado, lavrador, e Maria Esteves Barbosa, solteira, doméstica.    

 

BARBOSA, Carolina Augusta. Filha de António Luís Esteves Barbosa, natural de Penso, e de Benta Domingues Caldas, natural de Alvaredo, lavradores, residentes no lugar do Barbeito. N.p. de Joaquim Manuel Esteves Barbosa e de Ana Luísa Gonçalves; n.m. de António Domingues Caldas e de Maria Esteves de Abreu. Nasceu a 9/2/1891 e foi batizada no dia seguinte. Padrinhos: José Manuel Domingues Caldas, casado, proprietário, e Maria Esteves Barbosa, solteira, doméstica. // Casou na CRCM a 2/2/1932 com António Esteves, natural de Alvaredo, filho de José Esteves e de Maria Domingues. // O Notícias de Melgaço n.º 1793, de 10/4/1972, informa os seus leitores de que esta senhora, com 82 anos de idade, desaparecera de casa, era doente e paralítica das pernas, e até diziam que não estava em seu perfeito juízo, e tinha como empregada Felismina da Costa Ferreira. // O Notícias de Melgaço n.º 1794, pela pena de Nicolau Barbosa Martins, desmente a notícia anterior. Afinal ela estava recolhida em casa dele, a qual «se encontra no uso de todas as suas faculdades mentais e vivia só e um tanto abandonada…» // Ambos os cônjuges faleceram em Alvaredo: o marido a 26/8/1953 e ela a 25/10/1972.   

 

BARBOSA, Justina. Filha de António Luís Esteves Barbosa, lavrador, de Penso, e de Benta Domingues Caldas, doméstica, de Alvaredo, moradores no Barbeito. N.p. de Joaquim Manuel Esteves Barbosa e de Ana Luísa Gonçalves; n.m. de António Domingues Caldas e de Maria Luísa Domingues. Nasceu a 27/3/1887 e foi batizada no dia seguinte. Padrinhos: José Manuel Domingues Caldas, casado, lavrador, tio materno da neófita, e Maria Joaquina Esteves Barbosa, solteira, doméstica, tia paterna. // Casou na CRCM a 28/4/1913 com Francisco, de 23 anos de idade, natural de Alvaredo, filho de Vitorino de Sousa Lobato e de Rosa Gonçalves Moura. // Ambos os cônjuges faleceram em Alvaredo: o marido a 25/9/1926 e ela a 15/4/1967.    

 

BARBOSA, Manuel. Filho de António Luís Esteves Barbosa, lavrador, de Penso, e de Benta Domingues Caldas, lavradeira, de Alvaredo, moradores no Barbeito. N.p. de Joaquim Manuel Esteves Barbosa e de Ana Gonçalves; n.m. de António Domingues Caldas e de Maria Esteves Abreu. Nasceu a 5/9/1896 e foi batizado nesse dia. Padrinhos: Manuel Domingues Caldas, solteiro, lavrador, e Maria das Dores Barbosa, solteira, irmã do batizando. // Faleceu em Alvaredo a 6 de Novembro de (1944?).    

 

BARBOSA, Maria. Filha de António Luís Esteves Barbosa, de Penso, e de Benta Domingues Caldas, de Barbeito (Paderne e Alvaredo) onde moravam. N.p. de Joaquim Esteves Barbosa e de Ana Luísa Gonçalves; n.m. de António Domingues Caldas e de Maria Luísa Esteves, todos lavradores. Nasceu a 29/1/1885 e foi batizada a 31 desse mês. Padrinhos: Manuel Esteves Barbosa, solteiro, tio da batizanda, emigrante no Rio de Janeiro (representado por Maximiano Fernandes Pereira, solteiro, negociante em Barro Grande, Penso) e Maria Joaquina Barbosa, solteira, de Paradela, Penso, tia paterna da criança, lavradeira. // Faleceu em Alvaredo a 4/10/1947.   

 

BARBOSA, Olívia. Filha de António Luís Esteves Barbosa, de Penso, e de Benta Domingues Caldas, de Paderne, lavradores, residentes no Barbeito. N.p. de Joaquim Esteves Barbosa e de Ana Gonçalves; n.m. de António Domingues Caldas e de Maria Esteves de Abreu. Nasceu a 17/4/1893 (*) e foi batizada no dia seguinte. Padrinhos: Manuel Domingues Caldas, solteiro, rural, e Maria Rodrigues, solteira, doméstica. // Casou na CRCM a 28/4/1928 com Manuel, de 27 anos de idade, padernense, filho de Maria Angélica Domingues. // Faleceu em Alvaredo a 13/3/1962. // O seu viúvo morreu a 10/12/1982 (nascera a 14/5/1901). /// (*) Noutro lado diz-se que nasceu a 18/3/1893.

 

BARREIRA/O/S

 

BARREIRA, Amadeu Manuel. Filho de Fernando Augusto Barreira e de Zulmira de Jesus Vidal. Nasceu em Paderne a --/--/1930 (NM 85, de 9/11/1930).

 

BARREIROS, António. Filho de --------- Barreiros e de ----------- Fernandes. // Em 1937 pôs à venda «todas as propriedades e casa» sitas em Paderne. Tratava do assunto o distribuidor do correio do Peso, António Puga (NM373, de 24/10/1937).

 

BARREIRA, Constantino José. Filho de Francisco José Barreira (defunto) e de Ana Maria Domingues, do lugar de Golães, Paderne. Nasceu no dito lugar por volta de 18--. // Do lugar de Golães foi para Prado, para caseiro do Dr. Manuel José Durães, residente no lugar de Bouços, acabando por se fixar no lugar do Cerdedo. // Lavrador. // Casou na igreja de Prado a 17/4/1845 com Maria Clemência Rodrigues, filha de Francisco José Rodrigues e de Joana Maria Domingues, do lugar do Cerdedo, Prado. Testemunhas: Bento Manuel da Costa, carpinteiro, do lugar de Trás-do-Coto; Vicente Maria Gonçalves Barroso, solteiro, lavrador, do Cerdedo; e José António Pinheiro, solteiro, lavrador, de Ferreiros. // Morreu no lugar do Cerdedo, Prado, a 12/11/1899, com todos os sacramentos da igreja católica, no estado de casado com a dita Maria Clemência Rodrigues, sem testamento, com filhos, e foi sepultado no cemitério da freguesia de Prado. // A sua viúva faleceu em 1901. // Com geração.     

 

BARREIRO, Emília. // Nasceu no lugar de Golães, Paderne, por volta de 1834. // Lavradeira. // Faleceu no lugar dos Bouços, Prado, onde residia, repentinamente, a 14/10/1910, com 76 anos de idade, no estado de solteira, sem testamento, sem filhos, e foi sepultada no cemitério de Prado. 

 

BARREIRA, Fernando Augusto. Filho de ------------ Barreira e de ---------------. Nasceu em Paderne a 21/5/1933. // Iniciou a primária na sua freguesia natal mas concluiu-a como adulto, fazendo exame em Viana. // Aos 15 anos partiu clandestinamente para França; ao chegar aos Pirinéus o passador rouba-lhe o pouco que ele leva e entrega-o, juntamente com os outros, à polícia. Mais tarde voltou a tentar, desta vez com êxito. Trabalhou na construção civil ao longo de dez anos. Entretanto abre uma loja de comércio a retalho em Pousafoles e casa-se com Ilda de Jesus Afonso, que fica à frente do estabelecimento. Regressa definitivamente a Portugal, amplia o negócio e torna-se armazenista de cafés. Em 1984 abriu uma casa de móveis na Vila de Melgaço. // Morreu no dia 28/6/1984. // Pai de Alcina de Jesus, licenciada em Germânicas, e de Henrique José, comerciante. // Avô de Diogo.       

 

BARREIROS, Maria Anésia. Filha de Artur Duque Barreiros, natural de Cousso, e de Deolinda dos Prazeres Pereira, natural de São Paio. Nasceu em Paderne a 25/4/1927. // Em 1938, sendo aluna do Colégio de Santa Teresinha do Menino Jesus, fez exame do 2.º grau em Prado e ficou aprovada (NM 413). // Estudou no Liceu Sá de Miranda até ao 7.º ano e depois fez o Magistério Primário. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 836, de 19/10/1947: «Partiu para a cidade de Braga (…), do lugar da Portela, que foi concluir o curso de professora.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 853, de 4/4/1948: «No passado dia 20 regressou da cidade de Braga, aonde está a concluir o seu curso, a menina Maria Anésia Barreiros Duque…» // Lecionou em Braga. // Casou em 1956 com o Engenheiro Fernando Malheiro da Silva, nascido em Braga a 27/6/1921. // Enviuvou a 29/6/1997. // Mora na capital do Minho. // Mãe do Professor Doutor Armando Manuel Barreiros Malheiro da Silva e do médico ortopedista, Dr. António Pedro Barreiros Malheiro da Silva.     

 

BARREIRO, Maria Delfina. Filha de ------------ Barreiro e de --------------------- Alves. Nasceu por volta de 1869. // Faleceu no lugar de Barreira, Paderne, com 65 anos de idade, a --/--/1934 (NM 231, de 6/5/1934).

 

BARREIROS, Maria Leonor. Filha de Joaquim Luís Barreiros e de Rosa de Oliveira. Nasceu em Paderne a --/--/1930 (NM 47, de 26/1/1930).

 

BARREIRO, Rosa (ou Maria Rosa). Filha de Francisco José Barreiro e de Ana Maria Domingues. Nasceu no lugar de Golães, Paderne, por volta de 1839. // Lavradeira. // Faleceu no lugar dos Raposos, freguesia de Prado, onde residia, a 5/9/1899, com todos os sacramentos da igreja católica, com sessenta anos de idade, no estado de casada com Manuel José Pinheiro, natural de Fiães, sem testamento, com filhos, e foi sepultada no cemitério da freguesia de Prado.   

 

BARROS

 

BARROS, Maria do Carmo. // Frequentou a Escola Normal de Viana do Castelo, onde obteve o diploma de professora do ensino primário. // Lecionou durante anos na escola feminina de Paderne; em 1918, por exemplo. // Casou em Abril de 1920 com o seu colega de profissão, José Lopes (Jornal de Melgaço n.º 1286, de 25/4/1920). // Em 1934 esteve muito doente; reassumiu as suas funções em Outubro desse ano; agora usava também o apelido Lopes (NM 248, de 14/10/1934).

 

BARROS, Tomás Fernandes. // Nasceu por volta de 1948. // Morreu na freguesia de Paderne a --/02/2021, com 73 anos de idade (A Voz de Melgaço de 1/3/2021).

   

BATISTA

 

BATISTA, Ana. Filha de Manuel Batista e de Maria (Pereira?), lavradores, naturais da Vila de Moimenta da Beira. Nasceu nessa Vila por volta de 1823. // Morreu na sua casa do Barral, a 19/3/1891, com 68 anos de idade, casada com José Manuel Rodrigues, e foi sepultada na igreja de Paderne. // Fizera testamento. // Não deixou filhos. // continua...

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