DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
Atingir a idade de noventa e cinco anos, ou mais, não está ao alcance de todos os seres humanos; por isso, é que eu inseri esta rubrica no Dicionário a fim de os melgacenses se regozijarem com a boa notícia de que em Melgaço muita gente chega aos cem anos de idade e até ultrapassa esse limite! Já me perguntaram qual é o segredo para tal longevidade. Quanto a mim, caros conterrâneos, não há nenhum segredo - tudo se deve ao clima, à ótima alimentação, à beleza natural do Alto Minho, aos rios e regatos, ao prazer de ter nascido. Tempos houve, infelizmente, que se passou fome no concelho, devido sobretudo aos modelos políticos até ao 25 de Abril de 1974. A pobreza era útil às igrejas e aos políticos, um ser qualquer com necessidades várias torna-se mais obediente, mais frágil, e acredita nos fantasiosos milagres. // Nos anos sessenta (1961) surge a guerra colonial. A maioria dos jovens melgacenses, sobretudo aqueles cuja idade se aproximava da inspeção militar, fugiram para França, Alemanha, Suíça, etc., evitando dessa maneira o serviço militar. A seguir, e vendo que nesses países se ganhava bem, emigram os mais velhos, raparigas e mulheres. O concelho perde mais de metade da população, mas ganha os milhares de francos, os marcos, etc. Graças a esse dinheiro, a vida dos melgacenses melhorou, porém as dezoito freguesias ficaram quase sem habitantes.
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Macróbios
ALVES,
Maria Teresa. Filha de Germano Alves (Carabel), natural de Castro Laboreiro,
solteiro, e de Aurora Rodrigues, brasileira, viúva de João Batista Gonçalves.
Neta paterna de Domingos António Alves e de Maria Teresa Gomes; neta materna de
Francisco Rodrigues e de Ana Rosa d’Outeiro. Nasceu na Vila de Melgaço a
26/9/1921. // Foi para o Brasil com os pais, onde casou, mas como o marido lhe
era infiel e até lhe batia, segundo consta, voltou para Melgaço, onde tem
vivido sozinha. No Notícias de Melgaço n.º 691, de 25/6/1944 dizia-se que ela
regressava de Pará, juntamente com seu irmão Germano Henrique. // Sem geração.
// Lê-se em A Voz de Melgaço: “Esta melgacense
de gema vive agora no Centro Paroquial e Social de Barbeita, em Monção, onde se
sente como em família. Completou em 26/9/2021 a linda idade de cem anos,
com direito a bolo de aniversário e os parabéns como documentado nas fotos. Foi
em conversa com o presidente do Centro, o padre Américo, que fui alertado para
o facto, para mais tratando-se de uma assinante do jornal desde há muitos anos
e que ainda lê com proveito e prazer. Filha de G.A. e de A.R. fez a instrução
primária em Melgaço e depois o 2.º ano em Valença. O seu padrinho de batismo,
Abílio Alves Carabel, foi famoso no nosso concelho por se ter aventurado nos
difíceis anos de 1918, mesmo no final da 1.ª guerra mundial, a instalar uma
fábrica de chocolate em Castro Laboreiro. Tinha de ser bastante artesanal, se
pensarmos que não havia luz elétrica nem água canalizada. Mais tarde a mesma
fábrica [melhor dito, uma sua filial] passou a ser instalada no lugar da
Barbosa, freguesia da Vila de Melgaço. Depois do falecimento da mãe a Maria
Teresa foi viver uns sete anos no Brasil, juntamente com o irmão Germano, já há
bastantes anos falecido. Depois regressou à terra natal, viveu no lugar da
Barbosa, em cuja casa hospedou vários estudantes do Colégio de Melgaço…
ARAÚJO,
António. Filho de António Araújo, natural da Vila de Melgaço, e de Nazaré Gomes
de Sousa, natural de Prado. Nasceu em Galvão, SMP, a 11/11/1925, e foi
batizado a 4/1/1926. Padrinhos: Domingos Alves da Silva e Albina de Almeida. //
Casou na Vila, SMP, a 10/5/1950, com Augusta dos Anjos, filha de Germano
Rodrigues e de Joaquina Rosa Gonçalves, de quem enviuvou. Lê-se no Notícias de
Melgaço n.º 1024, de 11/5/1952: «Deu entrada na enfermaria do hospital a
senhora Augusta dos Anjos Rodrigues, nora do nosso estimado assinante senhor
António de Araújo, do lugar de Galvão, desta Vila.» // Casou em segundas
núpcias com Maria da Glória Pereira Vieira, natural de Santa Comba, Ponte de
Lima, viúva do “Joaquim Fernandes”. // Foi soldado da Guarda-Fiscal e tem três
filhos da 1.ª esposa: a) António, nascido a 25/5/1952, casado com Judite, pais
de José António e de Patrick; b) Maria de Nazaré, nascida a 11/4/1948, casada
com Amândio, pais de António José; c) Maria Fernanda, nascida a 14/8/1956 e
batizada 30 de Setembro desse ano, residente em França, casada com Augusto,
pais de Silvie, Ivelyse (faleceu jovem), e Stephanie. // Morou com a sua
segunda esposa na Vila. // Enviuvou a --/11/2018. // Morreu na Vila de Melgaço
no mês de Janeiro do ano de 2021, com noventa e cinco anos de idade.
ARAÚJO,
Florinda da Glória. Filha de Gaspar Manuel de Araújo, natural de São Paio, e de
Belmira Amélia Esteves, natural de SMP, rurais. Neta paterna de José de Araújo
e de Maria Angélica Martins; neta materna de Francisco Esteves e de Rosa
Cândida Ribeiro. Nasceu no lugar do Louridal, Vila, a 29/1/1907, e foi batizada
a 4 de Fevereiro desse ano. Padrinhos: Frederico Augusto dos Santos Lima,
solteiro, negociante, e Florinda da Glória dos Santos Lima, solteira,
proprietária. // Casou na CRCM a 18/6/1937 com Armando Augusto Esteves,
lavrador, filho de Alfredo Augusto Esteves e de Otelinda Augusta de Carvalho.
Moraram no Fecho, Rouças (ver “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, I volume,
página 518). // Enviuvou a 25/1/2001. // Faleceu em França a 8/7/2006, quase com cem anos de idade.
BRITO,
Joaquim. Filho de João de Brito e de Teresa Afonso. Nasceu na freguesia de
Cambezes, concelho de Monção, a 15/12/1924. // Veio para Melgaço com apenas
treze anos de idade, trabalhar como aprendiz de António Gonçalves (Ferreirinho). // Em 1946 estabeleceu-se com oficina de
serralharia, mudando-a depois para Santo Cristo. // Aqui casou, a 5/4/1948, na
igreja matriz de SMP, com Maria da Conceição, filha de António Araújo e de
Nazaré Gomes de Sousa, de Galvão. Padrinhos da boda: Albina Passos de Almeida e
Rodolfo Fernandes. O almoço foi servido em casa dos pais da noiva. // Irmão de
Fani, Maria, Manuel, João e Mário. // Morreu a --/--/2019, com noventa e cinco
(95) anos de idade (A Voz de Melgaço de 1/12/2019).
CASTRO,
Margarida Carolina. Filha de Matias de Sousa e Castro e de Maria Sebastiana de
Paços Balhesteras de Puga Sarmento. Neta paterna de Joaquim António de Sousa e
Castro e de Margarida Matildes de Sousa e Castro Morais Sarmento; neta materna
de Rodrigo de Paços Balhesteras Sarmiento e de Francisca de Puga Quinhones e
Araújo. Nasceu na Casa de Galvão a 30/9/1776, e foi batizada pelo tio, frei
António de Castro, na igreja de Prado, a 7/1/1777. // Depois de adulta saiu da
Casa de Galvão e foi morar intramuros, perto da igreja matriz da Vila. //
Faleceu no estado de solteira, na sua casa da Rua Direita, a 6/9/1871, com noventa e cinco
anos de idade, e foi sepultada na igreja do extinto convento de Santo António,
Carvalhiças. Fizera testamento. // Sem geração. // Foram suas herdeiras as
sobrinhas, Ana Margarida e Ludovina Rosa. Deixou também alguns bens a Maria
Ludovina Álvares de Barros, que ela criara. // Ao seu afilhado, Joaquim de
Castro, da Quinta do Pombal, deixou vinte moedas de 4$800 réis (ver “O Meu Livro das Gerações
Melgacenses”, I volume, páginas 384 a 386).
CASTRO,
Maria Alberta da Conceição. Filha de Alberto Magno Pereira de Castro e de Maria
José Vasconcelos Passos, proprietários, moradores na Casa de Galvão (ou Casa
das Ameias). Neta paterna de Gaspar Pereira de Castro (Valença, 1833 - Melgaço, 1889) e de Ana Margarida de Sousa e Castro; neta
materna do médico, Dr. Francisco Luís Rodrigues Passos, e de Ludovina Rosa de
Vasconcelos Mourão. Nasceu em SMP a 10/3/1916 e foi batizada a 16 de Julho
desse ano. Padrinhos: Lopo Pereira de Castro, solteiro, proprietário, e a
Senhora da Conceição, tocando com a coroa da santa Albina de Vasconcelos Mourão
Passos Almeida, viúva, proprietária. // Foi pedida em casamento a 26/8/1934 (NM
243, de 2/9/1934) e casou na capela de Galvão a 26/1/1935 com o Dr. Artur
Anselmo, advogado (*), e chefe da Secretaria da Câmara Municipal de Monção
desde Julho de 1934 (NM 241, de 12/8/1934), além de
legionário e diretor do “Jornal de Monção” (NM 337 e 396), nascido
em Valadares, Monção, em 1913, filho de Artur Anselmo Ribeiro de Castro e de
Maria Aurora Raposo Gonçalves. Os noivos seguiram em viagem de núpcias para o
Porto. // Em Novembro de 1935 deu à luz, na Casa de Galvão, uma menina (NM 292, de 24/11/1935). // No Notícias de Melgaço n.º 1114, de
30/5/1954, pode ler-se: «1.ª publicação:
o Dr. Alberto Gomes Senra Malgueiro, juiz de direito da comarca de Melgaço, faz
saber que pelo juízo de direito desta comarca e nos autos de execução por
quantia certa que o exequente Manuel José Domingues, casado, comerciante,
residente na Vila de Melgaço, move contra os executados Artur Anselmo Gonçalves
de Castro e esposa, Maria Alberta Pereira de Castro, ele advogado e ela
doméstica, residentes na Rua dos Burgães, 390, Porto, correm éditos de 20 dias
citando os credores desconhecidos para no prazo de 10 dias, findos que sejam o
dos éditos, que contam da 2.ª e última publicação deste anúncio, virem,
querendo, à aludida execução, deduzir os seus direitos.» // O seu marido
morreu em 1981 e foi sepultado no cemitério de Melgaço, no jazigo da família da
esposa. // Morou na sua casa de Galvão, mas em 2013, salvo erro, o seu filho
internou-a no Lar D. Beatriz, sito no Porto ou arredores. // Faleceu num hospital
do Porto a uma terça-feira, 29/12/2015, com quase cem anos de idade, e foi
sepultada no cemitério da vila de Melgaço na quinta-feira, seguinte, 31 de
Dezembro. // Mãe de Hélia de Jesus; de Maria Natália; de Maria Rosália; e de
Artur (advogado no Porto; foi casado com Maria Teresa Caravana, nascida a
2/5/1955, mas a mulher e um filho, Artur, nascido a 22/5/1982, morreram na
estrada Melgaço-Monção, devido a acidente, a 1/11/1997; voltou a casar quando
tinha cerca de 60 anos de idade, com uma jovem, e voltou a ser pai de uma
menina). /// (*) O Dr. Artur Anselmo terminou o curso na Faculdade de Direito da
Universidade de Coimbra no verão de 1934 (Notícias de Melgaço n.º 241, de 12/8/1934).
COLMEIRO,
Amadeu Augusto (Serôdio). Filho
de Vitorino Maria Colmeiro e de Rita Augusta Rodrigues, moradores na Vila.
Nasceu em SMP a 24/2/1917. // A 10/7/1933 fez exame do 2.º grau, quarta classe,
ficando aprovado (NM 203, de 6/8/1933). // Primeiro foi soqueiro e depois
fotógrafo – usava uma máquina das antigas e andava pelas feiras e romarias a
tirar retratos. // Casou a 18/1/1948 com Creminda Augusta, ou Carminda Rosa,
filha de António Diniz Monteiro e de Maria dos Prazeres Soares. Moraram em
Prado. // Antes de se casar gerou em Judite Amabélia Rodrigues, da Vila, um
menino, Manuel José, levado para a Casa Pia de Lisboa, onde estudou,
tornando-se professor do Ensino Secundário. // A esposa também lhe deu filhos.
// Morreu na freguesia de Remoães a 14/3/2017, com cem anos de idade.
COSTA,
Idalina Augusta de Jesus. Filha de Adriano Augusto da Costa, natural de
Miragaia, Porto, antigo proprietário e administrador do Notícias de Melgaço, e de
Angelina Cândida Marinho, doméstica, natural da vila de Melgaço. Neta paterna
de Olímpia Rosa Alves da Costa; neta materna de João Cândido Marinho e de Maria
Delfina Dias, lavradores, residentes na Assadura, SMP. Nasceu na vila de
Melgaço a 18/9/1920. // Casou a 21/8/1943 com José Ferreira da Cruz, natural de
Braga ou a morar nessa cidade. // Enviuvou a 9/7/1984. // Residiu na capital do
Minho, na Rua José Afonso, freguesia de São Vicente. // Faleceu na dita freguesia
de São Vicente, Braga, a 9/4/2019, com noventa e oito anos de idade, e no dia
seguinte foi sepultada no cemitério de Monte d’Arcos, em jazigo de família. //
Foi mãe de seis filhas e de três filhos. // Nota: quando faleceu já tinha
bisnetos.
CUNHA,
Umbelina Augusta. Filha de José Maria da Cunha, natural de Chaviães, e de
Zulminda Rosa Rodrigues Calheiros, natural da Vila. Neta paterna de Aníbal dos
Anjos Cunha e de Rosa Rodrigues; neta materna de Silvina Rodrigues (Calheiros). Nasceu na Vila a 15/1/1917 e foi batizada a 7
de Abril desse mesmo ano. Padrinhos: António Luís Fernandes e Umbelina Augusta
da Cunha, casados. // Solteira. // Quando era jovem foi dama de companhia da
esposa do juiz de direito na comarca de Melgaço, Dr. José Luís de Almeida. //
Em 2020 ainda estava viva; morava em casa de sua irmã, Julieta, viúva de Manuel
Lima. No ano de 2015 foi entrevistada por João Martinho, jornalista de «A Voz
de Melgaço». // Faleceu na Vila de Melgaço a 23/1/2021,
sábado.
DIAS, Ivone Augusta.
Filha de Edmundo Dias, funileiro, e de Almira Augusta de Melo, doméstica. Neta
paterna de Caetano Maria Dias e de Palmira Augusta Gonçalves; neta materna de
Ilídio Cândido de Melo e de Olímpia dos Anjos Rodrigues. Nasceu em SMP a 9/12/1923
e foi batizada na igreja a 20/1/1924. Padrinhos: Abel Augusto Rodrigues e Maria
Joaquina Esteves, solteiros, da Vila. // Morou em Galvão. // Foi mãe solteira
de Maria Higina Dias, que tivera de João (sobrinho de António Gonçalves “Ferreirinho”). // Faleceu em
Melgaço a 5/1/2019, com 95 anos de idade.
DOMINGUES,
Manuel António. Nasceu em Badim, Monção, por volta de 1776. // Lavrador. //
Morou com a mulher, Maria Ventura Gomes, e filhos, em Galvão, SMP. // Morreu
nesse lugar de Melgaço, a 20/11/1880, no estado de viúvo, com 104 anos de
idade, e foi sepultado no cemitério municipal. // (Ver José Avelino Domingues).
FERNANDES,
Aurora Germana. Filha de José Augusto Fernandes e de Isaulinda Augusta
Colmeiro. Neta paterna de Felisbela Fernandes; neta materna de Vitorino Augusto
Colmeiro e de Rita Augusta. Nasceu na Vila a 25/8/1925 e foi batizada a 10 de
Novembro desse ano. Padrinhos: Germano Alves (Carabel) e Aurora
Rodrigues. // Casou a 5 ou 7/4/1947, e na igreja a 18/4, com Álvaro Augusto
Vilas, nascido em Valença a 15/6/1919, soldado da G.N.R. no posto de Melgaço.
Padrinhos da boda: Manuel Lourenço e Flávia Gregório. // Na década de sessenta
ele pediu licença sem vencimento e ambos emigraram para França, abanar a árvore
dos francos, mas passados poucos anos, voltaram, pois nenhum deles estava
habituado a trabalho duro. // Mandaram construir uma boa vivenda numa das
hortas que a Aurora herdara, junto à Rua das Carvalhiças. // Enviuvou a
10/12/1989. // Sem geração.
FERNANDES, Rogério. Filho de Maria dos Anjos Fernandes, natural
da Vila de Melgaço, e de Bernardo Esteves, natural do Peso, Paderne,
solteiros (*). // Nota: embora o
namoro dos pais tivesse tido lugar em Melgaço, o Rogério {conhecido por
Mijanços (**)} viria a nascer a 31/1/1926 na maternidade do Hospital de São
José, em Lisboa, e batizado na igreja de São Sebastião da Pedreira, tendo como
padrinho Rogério Eduardo Coelho, casado com a tia do bebé, irmã da mãe,
Belarmina Fernandes. Foi na casa deste casal que esteve a mãe do Rogério quando
ficou grávida, razão por que o rapaz nasceu na capital do país, apesar de
gerado em Melgaço. O Rogério só conheceu a terra dos progenitores aos cinco
anos de idade. // Em 1938 fez exame do 2.º grau na escola da Vila, ficando
distinto; o professor chamava-se Abílio Domingues. // Permaneceu na Vila de
Melgaço até aos 19 anos. // No Notícias de Melgaço de 7/1/1944 foram publicados
éditos de 90 dias, através dos quais se tornava público que sua mãe, Maria dos
Anjos, movera uma ação de paternidade; ação que ela ganhou. Embora
perfilhado, por princípio, ele nunca usou o apelido do pai. // Depois do
serviço militar cumprido ingressou, como funcionário, na Caixa de Previdência –
em 1986, aquando da sua aposentação, era chefe de secção no Centro Nacional de
Pensões. // Em Lisboa casou com a melgacense Maria Otília, filha de Ilda
Augusta Rodrigues e de João Ribeiro, sobrinha do “Joaquim Valsas”. // Nas horas
vagas, e sobretudo aos fins-de-semana, dedicava-se ao desenho e à pintura,
cujos quadros decoram hoje muitas salas do país. // Tem apenas um filho: João
Manuel, nascido em Lisboa a 12/6/1959. // Morreu a 3 de Janeiro de 2022, com 96 anos de idade (A Voz de Melgaço de 1/2/2022).
/// (*) O pai do Rogério casou com outra
senhora. /// (**) Ver VM 1044, de
1/2/1996.
GOMES, Maria Rosa.
Filha de ------- Gomes e de ---------------------------------. Nasceu por volta
de 1824. // Faleceu no lugar de Galvão de Baixo, freguesia da Vila, a
--/--/1921, com noventa
e sete anos de idade.
GONÇALVES, Emília
Perfeita. Filha de Matias Gonçalves e de Clara Vicência da Rocha Sá e Sousa,
naturais de Alvaredo, moradores no Campo da Feira de Dentro, SMP. Neta paterna
de João Gonçalves e de Francisca Gonçalves, de Alvaredo; neta materna de
Manuel da Rocha e de Mariana Luísa de Sá e Sousa, também de Alvaredo.
Nasceu a 13/9/1814 e foi batizada na igreja de SMP a 17 desse mês e ano.
Padrinhos: Dr. Miguel Torres Salgado e esposa, Maria Benta, de São Julião. //
Casou com João Correia dos Santos Lima, comerciante. // Faleceu a 24/4/1910, na
Praça do Comércio, com noventa e cinco anos de idade,
sem sacramentos, sem testamento, viúva, com filhos, e foi sepultada no
cemitério municipal.
IGREJAS,
José Augusto. Filho de Félix Igrejas, alfaiate, e de Conceição Costas, galega, costureira
(!), moradores na Rua Direita, Vila. Neto materno de José Costas e de Maria
Josefa Fernandes, galegos, moradores em Melgaço. Nasceu a 10/10/1896 e foi
batizado a 18 desse mês e ano. Padrinhos: Francisco Augusto Igrejas, solteiro,
alfaiate, e Maria José Igrejas, irmãos do neófito. // Emigrou para o Brasil por
volta de 1912; embarcou em Vigo. Trabalhou primeiramente no Rio de Janeiro como
alfaiate, profissão que exercera em Melgaço; depois tornou-se vendedor de
casimiras e outros tecidos, percorrendo quase todo aquele imenso país. Em 1922,
e já com algum dinheirinho, resolveu visitar a família e a terra natal. // No
regresso casou com uma irmã de um seu colega alfaiate, chamada Beatriz, que o
ajudou nas suas vendas. Resolveram mudar para Belo Horizonte, mas só andaram
por lá alguns anos, regressando ao Rio de Janeiro. No Rio, em sociedade com seu
primo José Costas (ver em Rouças), abre um armazém de tecidos, que mantiveram
até à velhice. // Morreu nesse país da América do Sul a 6/5/1994, com 97 anos de idade, viúvo há quase vinte anos de
Beatriz Aguiar, natural de Ferreirim, Sernancelhe. // Deixou uma filha,
Conceição, e os netos, Elcio Rubem (casado com Leila e pai de Bruno Sérgio,
nascido a 2/3/1998 – VM 1092; já tivera mais dois casamentos – do 1.º nascera
Ana Carolina e Ana Beatriz; do 2.º nascera o Fábio); e Ronaldo. A outra filha
de José Augusto Igrejas, Dalila, mãe do Ronaldo, falecera trinta anos antes,
ainda nova.
LAS CASAS,
Maria Celínia. Filha de José Ferreira Las Casas, proprietário, natural da
freguesia de São Pedro de Miragaia, Porto, e da sua 2.ª esposa, Maria Julieta
dos Santos Lima, proprietária, de SMP. N.p. de José Ferreira Las Casas e de
Maria Rosa da Silva Monarca; n.m. de Vitorino dos Santos Lima e de Ana Maria de
Nazaré Esteves. Nasceu na Calçada, Vila, a 8/6/1908, e foi batizada na igreja
de SMP a 15 desse mês e ano. Padrinhos: Dr. Augusto César Ribeiro Lima, casado,
Conservador do Registo Predial, e Maria Rosa da Silva Monarca, proprietária,
viúva, avó paterna da neófita. // Casou na 7.ª Conservatória de Lisboa a
21/6/1935 com o engenheiro Júlio José Neto Marques, natural da freguesia de
Santiago, Lisboa. // Enviuvou a 10 de Novembro de 1983. // Ela faleceu a
6/6/2005 na freguesia de São Domingos de Rana, concelho de Cascais, quase com noventa e sete anos de idade.
LOPES, José Augusto.
Filho de Rogério Augusto Lopes e de Maria da Cruz Colmeiro. Nasceu na Vila de
Melgaço a --/12/1926. // Emigrou para França. // Morreu a --/08/2023, com 96 anos de idade (A Voz de Melgaço de 1/9/2023).
LOPES, Maria. Filha
de Francisco Rodrigues Lopes, natural de Barroselas, Viana do Castelo, e de
Carmen de Oliva [Trancoso], natural da Galiza. Neta paterna de António
Rodrigues Lopes e de Maria Fernandes; neta materna de António de Oliva e de
Joana Trancoso. Nasceu na Vila de Melgaço a 14 de Maio (*) de 1925 e foi
batizada na igreja de SMP a 8 de Junho (**) desse ano. Padrinhos: os seus avós
maternos. // Em 1938 fez exame do ensino primário na escola da Vila, com a
professora Emília Cândida de Magalhães, ficando aprovada (NM 409). // Depois da 4.ª
classe aprendeu a arte de costura. // Casou em 1945 com António Mário
Fernandes, natural de Corçães, Rouças. // Divorciou-se do seu marido a
--/--/196-. // Passou então a residir na Vila: primeiro na Rua do Espírito
Santo, e depois numa vivenda perto da igreja da Santa Casa da Misericórdia, que
uma velhota (Maria Teresa Vieira “Mantana”) lhe doou em troca da senhora Maria
tomar conta dela enquanto fosse viva; por sinal, essa senhora faleceu catorze
dias depois, a 6/11/1967! // Do marido teve três filhos: Décio, Ana Maria, e
Margarida, todos licenciados. // Nota: depois de separada do marido deu à luz
uma menina, Maria Manuel, gerada pelo professor do ensino primário Manuel Augusto
Vaz (1917-1995), natural de
Rouças, Melgaço. /// (*) Nasceu a 14 de Junho, mas o empregado da Conservatória, por
engano, registou 14 de Maio. /// (**) Deve ser 8 de Julho.
LOPES, Rosa. Filha
de Francisco Rodrigues Lopes, natural de Barroselas, Viana do Castelo, e de
Carmen de Oliva, natural da Galiza, moradores na Vila de Melgaço. Nasceu na
Vila a --/--/1926. // Casou com João da Silva Gonçalves, nascido em São Julião
do Freixo, Ponte de Lima, por volta de 1900, soldado da G.N.R. // Saiu de
Melgaço com o marido. // Faleceu a --/01/2021, com 95
anos de idade.
LOURENÇO, Albertina
Adélia. Filha de António Bernardino Lourenço, natural de Rouças, e de
Laura Rodrigues, natural da Vila de Melgaço, onde moraram. N.p. de Bernardino
José Lourenço e de Clara Joaquina da Costa Barreto; n.m. de José Rodrigues e de
Emília Marinho. Nasceu na Vila a 22/6/1925 e foi batizada na igreja de SMP a 17
de Outubro desse ano. Padrinhos: José Joaquim Rodrigues e Maria Emília
Lourenço. // Casou a 20/8/1950 com Eleutério dos Anjos Golim, da Vila, soldado
da Guarda-Fiscal. Testemunhas: Manuel Lourenço (irmão da noiva) e sua esposa,
Anália Franco. // Faleceu em Monção a --/--/2020, com
95 anos de idade (VM 1443, de 1/10/2020).
MARINHO (*), Liceu
(ou Eliseu) Cândido. Filho de Inocêncio José Marinho, solteiro, e de Teresa de
Jesus, solteira, lavradora. Neto paterno e materno de avós desconhecidos.
Nasceu em Galvão a 7/3/1900 e foi batizado na igreja de SMP a 11 desse mês e
ano. Padrinhos: Belchior Herculano da Rocha, natural de SMP, solteiro, caiador,
e Cândida Beatriz de Castro, solteira, camponesa, natural de Chaviães.
// Pertenceu à Guarda Nacional Republicana. // Casou a 30/1/1930, na CRCM, com
Alice de Jesus Araújo, natural da freguesia de Chaviães. // Enviuvou a
8/2/1974. // Morreu a 9/7/1996 no lugar da Igreja, Chaviães, no estado de
viúvo, com noventa e seis anos de idade, e foi
sepultado no cemitério dessa freguesia. // Deixou filhas, irmão, sobrinhos… Na
mesma campa está sepultada a sua esposa (27/1/1901-8/2/1974). /// (*) A 30/7/1934 foi
autorizado pelo juíz de direito, de acordo com o Código do Registo Civil, a
utilizar o apelido «Marinho».
MORAIS, Antonieta da
Ascensão. Filha de João Marques Morais e de Aida dos Santos Lima. Nasceu a
--/--/1917 (Correio de Melgaço n.º 249, de 13/5/1917). // Casou a
28/4/1943 com José Cândido Araújo Azevedo (Zeca do Aurélio), também da Vila.
// Foram comerciantes em Vila Pouca de Aguiar. // O seu marido morreu nesse
concelho transmontano a 29/4/2000, mas está sepultado no cemitério municipal de
Melgaço. // Ela faleceu no dia 2 ou 3/9/1918, com 101
anos de idade. Foi sepultada no cemitério da sua terra de nascimento. //
Com geração.
PEREIRA, Maria Hermínia. Filha de José Maria
Pereira, natural de Vila Nova de Cerveira, e de Rosa Hermínia Rodrigues, natural
de Prado, Melgaço, comerciantes na Calçada. Nasceu na Vila a 22/8/1922 e foi
batizada na igreja de Prado a 12 de Novembro desse ano, tendo por padrinho o
padre Claudino Palhares. // A 20/7/1933 fez exame do 2.º grau, ficando distinta
(NM 204, de 13/8/1933). // Casou na igreja de Prado a 26/1/1943 com Manuel
Júlio, de 31 anos de idade, filho de Francisco Máximo Rodrigues e de Deolinda
Viana, comerciantes em Cristóval. // Enviuvou a 1/8/1976. // Mãe de Manuel
José; de Joaquim António; de Francisco António; e de Rosa Maria.
PEREIRA, Rosa da Encarnação. Filha de Isabel Maria Barros. //
Nasceu em Vila Nova de Cerveira a 1/7/1862. // Casou com Álvaro Cândido
Pereira. // Faleceu na Vila de Melgaço a 14/11/1957, com
noventa e cinco anos de idade. // Com geração.
PINTO, António Cândido. Filho de Abílio César Pinto, soldado da
Guarda-Fiscal, natural da Vila, e de Joana Rosa Araújo, natural de Prado,
moradores em Galvão. N.p. de Diogo Manuel Pinto e de Mariana de Jesus Vasques;
n.m. de Manuel Bernardo Araújo e de Maria Araújo. Nasceu (*) a 4/6/1896 e foi
batizado na igreja de SMP a 21 desse mês e ano. Padrinhos: José Cândido Gomes
de Abreu e sua mulher, Ana Joaquina Vasques. // Em 1907 embarcou para o Brasil
na companhia de Artur Pires Teixeira; fixou-se na cidade de Belém, capital do
Estado de Pará, empregando-se no comércio. Passou depois a trabalhar nos
Armazéns Pires & Reis, na dita cidade. // Casou com uma índia, Alzira Paes,
filha de um casal do grupo Yanomani. Tiveram onze filhos, sobrevivendo sete:
Alcides, Inês, Luísa, Teresinha, José, Arlindo, e Carlos António. // Morreu em
1992, com 96 anos de idade, sem nunca ter
visitado a terra de nascimento! // Deixou, além dos filhos referidos, 44 netos,
e 38 bisnetos! // Era irmão de João, emigrante em Pará, de Márcia Otília,
emigrante no Rio de Janeiro, de Rufina e de Marta, a residir em São Gregório,
Cristóval. // Fonte: Manuel Igrejas (VM 1264, de 1/3/2006, página 15). /// (*)
É possível que tenha nascido em São Gregório, mas foi batizado na igreja de
SMP.
PINTO,
Maria Helena. Filha do Dr. Manuel Fernandes Pinto, juiz de direito, natural de
Mazedo, Monção, e de Ludovina Amélia da Rocha Gonçalves, proprietária, natural
de Santos-o-Velho, Lisboa. Neta paterna de Manuel Fernandes Pinto e de Rosa
Rodrigues; neta materna de Vitorino Joaquim da Rocha Gonçalves e de Maria
Gertrudes Pereira Gonçalves. Nasceu na Praça do Comércio, Vila de Melgaço, a
30/10/1910, e foi batizada na igreja de SMP a 27 de Dezembro desse mesmo ano.
Padrinhos: Bento Fernandes Pinto, casado, proprietário, e Florinda da Rocha
Gonçalves, solteira, proprietária. // Casou a 21/7/1937, na 6.ª Conservatória
do Registo Civil de Lisboa, com Afonso Lares. // Enviuvou a 9/2/1978. //
Faleceu na freguesia de São João de Deus, Lisboa, a 2/3/2012, com cento e um anos de idade. // Mãe de Maria Manuela
Pinto Lares, nascida na Vila de Melgaço em 1938.
PIRES, Júlia de Jesus. // Nasceu por volta de 1926. // Faleceu na
vila de Melgaço, SMP, a --/--/2023, com 97 anos de idade (A
Voz de Melgaço de 1/3/2023).
RODRIGUES, Luís Manuel. Filho de ---------
Rodrigues e de ----------------------. Nasceu na Vila por volta de 1822. //
Casou com Carlota Joaquina de Sousa, doméstica, nascida em Prado por volta de
1830, filha de Escolástica Esteves. // A sua esposa faleceu na Rua Direita,
Vila, onde morava, a 21/11/1900, com setenta anos de idade, com todos os
sacramentos, sem testamento, com filhos, e foi sepultada no cemitério
municipal. // Ele morreu também na Vila, a 31/10/1919, com
noventa e sete anos de idade, no estado de viúvo.
RODRIGUES,
Maria Teresa. Filha de Teresa Cândida Rodrigues. Neta materna de António Tomás
Rodrigues e de Teresa Benedita Cardoso. Nasceu por volta de 1840. // Faleceu na
Vila a 21/4/1941, com cento e um anos de idade.
// Era tia de Darlindo Esteves, soldado da Guarda-Fiscal.
TEIXEIRA, Manuel. Filho de Manuel Teixeira e de Inácia Maria, de
Vila Garcia (Divino
Salvador) (*), Amarante. Nasceu nessa freguesia por
volta de 1769. // Tinha 42 anos de idade, mais ou menos, era solteiro,
almocreve, quando casou na igreja de SMP, a 30/8/1811, com Maria Josefa,
galega, moradora na Calçada, SMP, filha de João António Soares e de Maria
Manuel Esteves, viúva (e com
filhos) de Miguel Inácio Gaioso, também galego. Testemunhas: Manuel José
Gomes, casado com Antónia Maria, e João Manuel Fernandes, solteiro, morador na
Vila. // Residiram na Rua da Calçada, SMP. // Morreu na Pigarra (onde era lavrador),
repentinamente, a 25/1/1864, com noventa e cinco anos
de idade, no estado de viúvo de Maria Josefa, e foi sepultado na igreja
matriz. // Fizera testamento. // Não deixou filhos. /// (*) Essa freguesia pertencia nessa altura ao
concelho de Celorico de Basto, comarca de Guimarães, arcebispado de Braga.
TRANCOSO,
Orávia Maria. Filha de Júlia Cândida Trancoso. Neta materna de Jerónimo José
Trancoso e de Maria Teresa Esteves. Nasceu no Bairro do Carvalho, Vila, a
2/3/1908, e foi batizada na igreja a 8 desse mês e ano. Padrinhos: Cícero
Cândido Solheiro e Maria Carolina da Lama. // Ainda nova, partiu para a capital
do país, onde trabalhou como empregada doméstica. Por lá “arranjou” um
namorado, casou, e geraram duas crianças: uma do sexo masculino, que faleceu
ainda bebé, e outra do sexo masculino, Orlando, emigrante, o qual morreu com 40
ou 50 anos de idade. // Ela, sexagenária, morou com o filho, nora, netos, no
estrangeiro (Suíça, salvo erro). Ao fim
de algum tempo voltou para Lisboa. O seu sobrinho Hilário, na década de
setenta, recentemente regressado da Guiné-Bissau, trouxe-a para Melgaço. Quando
chegou a sua vez foi internada no Lar Pereira de Sousa, onde permaneceu cerca
de trinta anos. // Finou-se no referido Lar a 14/10/2010, com cento e dois anos de idade. Os seus restos mortais
jazem no cemitério municipal da Vila de Melgaço.
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