ESCRITOS SOBRE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
TOMAZ DAS QUINGOSTAS
(romance histórico)
Este romance, inspirado na vida de Tomás
de Aquino Codesso, ou Tomás Joaquim Codesso, bandoleiro nascido em São Paio de
Melgaço, no lugar das Quingostas, a 15/8/1808, e abatido pela tropa da rainha
D. Maria II a 31/1/1839, na Quinta da Alota, foi escrito pelo melgacense José
Alfredo Cerdeira, militar reformado, e vai ser apresentado em Castro Laboreiro
no dia 11 de Agosto de 2007, a partir das 21 horas. Será colocado à venda em
todas as livrarias e quiosques de Melgaço e em Braga, onde o autor reside, e
nesta cidade, capital do Minho, será apresentado na Livraria Centésima Página,
no próximo mês de Setembro.
A vida de Tomás das Quingostas insere-se
num período agitado da História de Portugal, com a corte ausente no Brasil, as
invasões francesas, a revolução liberal de 1820, a luta entre
constitucionalistas e absolutistas, a guerra civil provocada por D. Miguel e D.
Pedro IV, ambos filhos do rei D. João VI e de D. Carlota Joaquina, a subida ao
trono de D. Maria II em 1834.
Tomás foi ladrão e assassino, mas também
guerrilheiro, miguelista, e colaborou, ao lado de Guilhade, entre outros, com
os carlistas espanhóis na luta para a conquista do trono para D. Carlos, tio de
Isabel II de Espanha.
Esporadicamente esteve ao lado dos
setembristas, mas as autoridades, vendo que ele jogava com um pau de dois
bicos, deram-lhe caça e acabaram por eliminá-lo.
José
Cerdeira, através de uma escrita escorreita, narra-nos as aventuras de Tomás e
do seu bando, facínoras sem quaisquer escrúpulos, capazes de tudo para
sobreviverem.
Com ele percorremos os caminhos das
freguesias de São Paio, Cubalhão, o lugar da Peneda, os concelhos de Castro
Laboreiro, Valadares e de Monção, a vizinha Galiza; enfim, todo um percurso que
marcou a passagem do Tomás por este esquisito mundo.
Apesar de ser uma figura histórica,
bastante documentada (Arquivo Histórico Militar, sobretudo) Tomás tornou-se
quase uma lenda, e ainda hoje ouvimos falar dele como se fosse um bandido bom,
que roubava aos ricos para dar aos pobres! Em termos históricos não é assim,
mas o povo, essa entidade abstrata, escreve, coletivamente, as mais incríveis
histórias, e por isso, malvados como Tomás, Zé do Telhado, e muitos outros,
aparecem a nossos olhos como heróis, de bom coração, quando não passaram de
refinados patifes, cruéis e sanguinários.
Artigo publicado em A Voz de Melgaço n.º 1287, de 1/8/2007.
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