DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
Por Joaquim A. Rocha
CASA DE SOENGAS
Sita em Chaviães, Melgaço. A pedra de armas,
encontrada numas escavações, é um brasão de forma indefinida, barbaramente
trabalhado, que parece mostrar-nos um escudo cortado, sendo a segunda parte
partida. / No século XVIII pertencia a Sebastião Gomes de Magalhães e à sua
mulher, Jerónima Luísa de Araújo (esta a herdara de seus pais – António Álvares
do Souto e Maria dos Santos Araújo). Uma filha do casal, Jerónima Luísa de
Abreu Araújo de Magalhães, casou na igreja de Chaviães, a 26/8/1797, com
António Jacinto de Araújo Azevedo, ficando ambos a viver, depois do casamento,
nesta Casa. Aí lhe nasceram os filhos. // O Dr. Augusto César Esteves, ao fazer
a biografia de Baltazar Luís de Araújo Azevedo, nascido na Casa da Gaia, São
Paio, a 27/7/1840, escreveu: «A rica casa
de bens que foi a de Soengas começou a desmembrar-se na vida do avô deste
fidalgo pela alienação da velha Quinta do Carvalho do Lobo; continuou o
declínio no tempo do pai e de todo a deixaram perder os filhos do António
Caetano (1798-1878). / Baltazar e seu irmão Joaquim venderam, a 6/8/1880, por
quatro contos e quinhentos mil réis, ao “brasileiro” António Joaquim Afonso,
então solteiro, quanto possuíam em Chaviães, ou seja, a Casa, a Quinta, e o
mais por ali situado» (“O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, volume I, página
566). / O tio de Baltazar Luís, de seu nome José Vitório de Araújo Azevedo,
também vendeu, ao dito comprador, por 200$000 réis, o seu quinhão.
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CASA DA VÁRZEA
Lê-se em “Padre Júlio Vaz Apresenta
Mário”, página 131: «Em 2/2/1776 foi
admitido como irmão, na Confraria das Almas de Prado, Francisco Pinheiro Gomes,
do Barral, então já residente em Várzea, na “Quinta da Torre”, por a ter
comprado, em Lisboa, em 3/5/1774 e por 2.900.000 réis, ao celebérrimo cardeal
da Cunha: D. João Cosme da Cunha e Távora…» // Fazia parte do acervo do
extinto mosteiro de Paderne. // Francisco Pinheiro Gomes fora emigrante no Brasil. // Na página
anterior (130) mostra-nos o brasão de armas (Casa
da Várzea – Paderne). // O referido comprador acabou por
vendê-la, antes de 1820, a Luís José, filho de José Bento de Sousa e de
Vicência Engrácia de Castro, capitão e oficial da Casa Real, casado com Rita
Joana de Sousa, dama da Real Câmara, o qual faleceu a 26/3/1824.
CASA DA ZENHA
Armoriada. Sita no lugar da Portela de
Paderne. Em Março de 1853 pertencia a Joaquina Falcão. O Dr. Augusto César
Esteves escreveu: «o referido prédio
pertenceu a D. Joaquina Clara de Sousa Meneses, senhora solteira e por altura
de 1877 moradora na Casa do Casal, no lugar do Soutinho, da freguesia do Vale,
no termo dos Arcos de Valdevez» (Obras Completas, Volume I, tomo I, página 213).
Mais tarde pertenceu a Manuel Joaquim Vaz e esposa, tendo ido à praça, devido a
dívidas do casal, em 1896. Foi então comprada por Claudino Ribeiro de
Figueiredo e Castro, natural de Paderne, ourives em Viana do Castelo, que
depois a vendeu a seu irmão, António Xavier Ribeiro de Figueiredo e Castro por
cento e cinquenta mil réis.
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