sexta-feira, 24 de maio de 2019

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO

Por Joaquim A. Rocha





ZARAGATAS

CASTRO, Salvador. Filho de António Abreu de Castro, de Alvaredo, e de Maria Teresa Rodrigues, de Penso, lavradores, residentes no lugar do Coto. Neto paterno de Manuel António de Abreu de Castro e de Faustina Rodrigues Vilarinho; neto materno de João Francisco Rodrigues e de Mariana de Araújo. Nasceu em Alvaredo a 8/8/1890 e foi batizado no dia seguinte. Madrinha: Carolina Maria Rodrigues, casada, de Paderne, que “batizara” a criança em casa por ser fraquinha. // Casou na CRCM a 31/3/1924 com Delfina Rosa Durães, nascida no lugar da Carreira, São Paio, a 22/1/1892, filha de José Maria Durães e de Maria de Jesus Durães, a qual faleceu em Alvaredo a 8/6/1950. // Irmão de Maria. // Acerca deles narra-nos o correspondente do Jornal de Melgaço o seguinte: «Em audiência correccional respondeu o nosso amigo e correligionário Salvador Abreu e Castro e sua mana Maria, do Coto, ficando esta absolvida, e aquele condenado, pelo “nefando” crime de se defender de três cunhados e uma irmã que foram insultá-lo em sua própria casa. Tal condenação causou má impressão no povo desta freguesia, visto que o Salvador é um belo carácter, sendo por isso estimado de todos, menos daquela irmã e cunhado. Não queremos com isto censurar os actos do Juiz de Direito desta comarca, pois sabemos que nas suas sentenças tem sido inteiramente justo; o que, porém, não deixaremos de censurar é a lei que não permite que nos defendamos quando alguém nos insulta ou ataca – dura lex // Ele morreu em Alvaredo a 19/1/1967. // Pai de António Durães de Castro, casado com Amabélia de Fátima Gomes. 
 


 
(1916) - FERNANDES, Frederico. Filho de -------------- Fernandes e de ------------------ de Castro. Nasceu a --/--/18--. // Foi negociante na freguesia de Prado. // Em 1912 encontrava-se gravemente doente (Correio de Melgaço n.º 11, de 18/8/1912). // Em 1916 Álvaro José da Cunha acusava-o de transacionar bens que pertenciam a sua tia, Corina Cândida da Cunha (ver Correio de Melgaço n.º 180, de 2/1/1916). // Passado pouco tempo Frederico tentou arrombar a porta de uma casa sobre a qual alegava direitos; porém, o Álvaro José tentou impedi-lo, mas o arrombador, irritado, deu-lhe uma grande tareia, indo parar à cadeia pelo crime de ofensas corporais (ver Correio de Melgaço n.º 189, de 6/3/1916). 


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(1916) - MELO, Sofia de Jesus. Filha de José Joaquim Alves de Melo e de Delmira Rosa Sanches, jornaleiros, de SMP. Neta paterna de Francisco Maria de Melo e de Teresa Joaquina Alves; neta materna de Manuel Joaquim Sanches e de Maria Rosa Sarandão. Nasceu nas Carvalhiças a 30/9/1888, e foi batizada a 7 de Outubro desse ano. Padrinhos: Vitorino Joaquim Lourenço, casado, taberneiro, e Maria das Dores Lopes, solteira, «empregada no governo de sua casa.» // Foi peixeira. O “Correio de Melgaço” n.º 70, de 12/10/1913, veicula a notícia de que ela (mais a Maria da Conceição Rodrigues e Lúcia Cândida) foi multada pelo oficial da Câmara, Severino Gomes, por ter lavado sardinhas no rego público da Feira Nova, multa que não chegou a pagar, porque as autoridades camarárias tiveram em conta o seu desconhecimento da lei, prometendo elas não voltarem a fazer a mesma coisa. // Constava que fora amante do António “Ferrador”, de quem teve duas filhas: Maria de Lurdes e Francisca da Glória (Chiquita). É possível que o texto que a seguir transcrevo, extraído do “Correio de Melgaço” n.º 198, de 7/5/1916, tenha a ver com esse galã: «Na taberna da Emília da Adelina houve, na quarta-feira, pelas nove horas da noite, luta renhida entre três mulheres (…): Sofia de Melo, Maria Lourenço (*) e Elvira da Glória, as quais – penteando-se mutuamente (pobres madeixas) – disputam a primazia sobre o amante comum. Não há dúvida que esta última obteve vitória (mas só na luta corpo a corpo, bem entendido) pois obrigou as antagonistas a gritar: - ó da guarda! Aparece neste comenos o digno secretário da Administração (**) para fazer entrar na cadeia, com armas e troféus, a triunfante Elvira. Mau negócio e pouca sorte!» // A Sofia, além das duas raparigas, ainda deu à luz um rapaz; sobreviveu apenas a primeira, nascida em 1908. // Sofia de Jesus faleceu em Fevereiro de 1923. /// (*) Deve tratar-se de Maria José Lourenço, que no ano transato dera à luz um filho, a quem pôs o nome de João António, cujo pai se ignora. /// (**) Trata-se de Maker Luís Teixeira Pinto.

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