quarta-feira, 27 de dezembro de 2017

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha






ROUBOS

 

     Ao longo dos séculos houve sempre ladrões, pessoas sem escrúpulos, parasitas, vivendo à custa do suor alheio. No entanto, e por eu incluir no Dicionário esta rubrica, não se pode daí concluir que em terras de Melgaço houvesse muitos gatunos; havia alguns, entre os quais indivíduos que vinham de outros concelhos, quer portugueses, quer galegos. Praticavam pequenos roubos, devido sobretudo à inexistência de milionários no termo. Muitos dos furtos não serão aqui considerados, como por exemplo roubar fruta na árvore, uvas nas videiras, etc. Os donos dos pomares e das vinhas, ou os seus caseiros, perseguiam os jovens larápios, mas raramente os denunciavam às autoridades.   

 

- PIRES, Francisco António. Filho de Jerónimo José Pires e de Maria Josefa Vaz, moradores no lugar do Govendo. Neto paterno de Francisco José Pires e de Antónia Maria Alves; neto materno de Manuel José Vaz e de Maria Luísa Domingues. Nasceu em Paços a 18/2/1834 e foi batizado na igreja a 20 desse mês e ano. Padrinho: Caetano José da Ribeira, viúvo, do Outeiro. // Era solteiro, lavrador, morava no lugar do Govendo, quando casou a 28/3/1875, com Maria Joaquina, de 20 anos de idade, solteira, lavradora, sua conterrânea, residente no lugar de Sá, filha de Francisco José Pires e de Francisca Rosa Douteiro. Testemunhas: João Douteiro, solteiro, lavrador, residente em Sá, e Luís Douteiro, solteiro, lavrador, residente em Pedreira. // Em 1907 a sua casa de Govendo foi assaltada; roubaram-lhe 5$000 réis e um relógio de plaqué com cadeia de prata. Os ladrões deixaram roupas, e uma carteira com 20$000 réis, talvez devido à fuga (Jornal de Melgaço n.º 690). // No 2.º semestre de 1914 foi jurado pela sua freguesia para as causas-crime, juntamente com Duarte José Rodrigues (Correio de Melgaço n.º 106, de 7/7/1914). // Faleceu a 16/11/1920.
 

- CERDEIRA, Maria Joaquina. Filha de João Luís Cerdeira e de Ana Benedita Gomes Veloso, lavradores. // Era solteira, camponesa, morava em Rouças, fora batizada em Prado, onde nascera a 13/3/1846, quando casou na igreja de Rouças a 6/12/1874 com Manuel, solteiro, lavrador, residente em Queirão, Paderne, onde nascera a 30/5/1843, filho de Francisco Joaquim Pires e de Rosa Pires, rurais, padernenses. // Testemunhas: padre Manuel Caetano Alves e António Caetano de Castro, solteiro, lavrador. // Na noite de 7 para 8/11/1907 os ladrões furtaram-lhe várias peças de roupa branca que estavam a secar na sua propriedade do Rio do Porto. Os patifes não foram descobertos. 

 
   - Em 1912 era pároco da igreja matriz da Vila de Melgaço o padre Manuel José Domingues; alguém assaltou as caixas das esmolas, levando todo o dinheiro que continham (Correio de Melgaço n.º 14, de 8/9/1912).

Sem comentários:

Enviar um comentário