terça-feira, 7 de março de 2017

S O N E T O S
 
Por Joaquim A. Rocha 
 
 
obra de um escultor melgacense



(143)

 

 

Esculpi minha efígie em granito,

Ficou feia, horrível, quase esfinge;

Não se nota a boca, nem laringe,

É semelhante a Seth do Egito.

 

É um eco longínquo, maldito,

Que a minha débil mente atinge,

O meu frágil corpo e alma cinge,

Num abraço de morte, letal grito.

 

Queria desfaze-la, mas não posso,

Tornou-se verdadeira, ganhou vida;

 Apesar de estática, tem poder…

 

À sua volta nasceu lago ou poço,

Que lhe serve de forte, de guarida,

E de espelho d’água para se ver.

obra de um escultor melgacense



 

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