segunda-feira, 22 de junho de 2015

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO

                                                                                                        Por Joaquim A. Rocha






CRIMES


GONÇALVES, Manuel António (Tojeira). Filho de António José Gonçalves, carpinteiro, de Paderne, e de Mariana Joaquina Baleixo, costureira, de Remoães, moradores no lugar da Granja. Neto paterno de Francisco José Gonçalves e de Maria Ludovina de Araújo; neto materno de Ana Joaquina Baleixo, solteira, da Vila. Nasceu a 6/2/1879 e foi batizado na igreja de Paderne no dia seguinte. Padrinhos: Manuel António Esteves e Maria de Sousa, solteiros, lavradores. //. Lavrador-proprietário. // Casou na igreja de Alvaredo a 21/1/1911 com Maria Rosa, de 39 anos de idade, de Tangil, Monção, moradora desde a idade de um ano no lugar do Coto, Alvaredo, Melgaço, filha de José Bento Domingues e de Maria Antónia Gonçalves (ou Rodrigues). Testemunhas: Maximiano Pires, casado, lavrador, e António Fernandes Costa, solteiro, lavrador, ambos do lugar do Pinheiro, Alvaredo. // Foi assassinado à paulada na freguesia de Paderne a 11/3/1916, sábado, por António José Vidal, natural de Paderne, e Francisco José Rodrigues, do Barral, São Paio, os quais foram presos na cadeia da Vila. Foi abatido à traição; segundo o correspondente em Paderne do Correio de Melgaço a vítima tinha dado umas bofetadas no Francisco Rodrigues (Talha Fraldas) por este lhe haver destruído uma cancela e parte de uma latada que tinha na sua propriedade “Cruz de Aldeia”; depois das bofetadas aparece António Vidal (Sainhas), companheiro do Francisco, e ambos resolvem fazer a espera ao Manuel António; logo que este surge, dão-lhe umas pauladas na cabeça, ficando sem fala, e pouco depois da meia-noite morre em sua casa, sita no lugar de Moinhos, para onde se arrastara; os assassinos eram ainda jovens – um tinha 16 a 17 anos, e o outro 18 a 19; a arma do crime foi um pau de uma latada; depois de espancarem o “Tojeira” ambos se dirigiram para um baile que se realizou em Prado nessa noite; o crime fora cometido às vinte horas; ambos confessaram o acontecido na administração do concelho, logo que ali deram entrada, embora o Vidal de início o tenha negado. // «Mal de quem morre»; no dia seguinte, 12, domingo, houve baile numa casa de Crastos! (ver Correio de Melgaço n.º 191, de 19/3/1916, e Correio de Melgaço n.º 192, de 26/3/1916). // Os réus iriam ser julgados em tribunal a 28/7/1916.  

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VIDAL, António José. Filho de Manuel Joaquim Vidal, jornaleiro, de Paderne, e de Delfina do Outeiro, doméstica, de Paços, moradores no Barral. N.p. de José Joaquim Vidal e de Mariana Alves; n.m. de António do Outeiro e de Miquelina de Castro. Nasceu a 7/6/1898 e foi batizado a 12 desse mês e ano. Padrinhos: padre António Esteves, abade de São Paio, e Alexandrinha do Outeiro, solteira, doméstica. // A 13/7/1912 fez exame do 1.º grau, obtendo a classificação de «bom»; era seu professor António Dâmaso Lopes. // Em 1916, juntamente com Francisco José Rodrigues, do Barral, São Paio, espancou com um pau de latada a Manuel António Gonçalves, conhecido por “Tojeira”, morador no lugar de Moinhos, resultando dessas pauladas a morte do agredido; passou algum tempo na cadeia da Vila (ver Correio de Melgaço n.º 191, de 19/3/1916), pois fora condenado a vinte e dois meses de prisão correcional e 12$00 de multa; o seu companheiro apanhou doze meses de prisão correcional (Correio de Melgaço n.º 209, de 30/7/1916). // Casou na CRCM a 14/4/1924 com Maria Vitória, de 18 anos de idade, padernense, filha de Constantino José Gomes e de Maria de Sousa e Castro. // Faleceu em Paderne a 17/1/1967.    


Nota: quanto a Francisco José Rodrigues, ainda não tenho a sua biografia



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