quarta-feira, 10 de junho de 2020









ALMA DE HERÓI

 

 

Tenho alma de herói e de poeta,

Trago Camões metido no meu bojo;

Por ele ainda hoje ando de nojo,

Na sua obra tracei a minha meta.

 

Cupido alvejou-me com sua seta,

Comi carqueja, feno, muito tojo;

Por ele andei de cócaras, de rojo,

Segui às curvas numa longa reta.

 

Tudo isto que escrevi era mentira

Se eu vivesse em pura ilusão,

Chamasse pechisbeque à safira,

 

À urtiga rainha do sertão.

Eu não confundo cores com olfato,

Em tudo tem de haver luz e recato. 




Joaquim A. Rocha

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