quarta-feira, 2 de outubro de 2019

ESCRITORES E INVESTIGADORES MELGACENSES (E AFINS)
 
Por Joaquim A. Rocha





- Eurico Crispim (Eurico António Crispim da Silva). Filho de Francisco Crispim, carpinteiro, natural de Rouças, e de Maria Teresa Trancoso [da Silva], lavradeira, natural de Paços, moradores no lugar de Merelhe. Neto paterno de João Manuel Crispim e de Maria Rodrigues; neto materno de Francisco Trancoso e de Francisca Afonso. Nasceu em Paços a 18/9/1898 e foi batizado na igreja paroquial a 22 desse mês e ano. Padrinhos: António Trancoso da Silva, negociante, residente no Rio de Janeiro, Brasil, representado por Luís Martins, casado, lavrador, do lugar de Sá, Paços, e Alexandrina Gonçalves Torres, solteira, camponesa, moradora no lugar da Granja. // Ainda novo, embarcou para o Brasil, onde se tornou famoso.

 

     Vejamos o que se diz na Internet sobre ele: «Dois anos depois de chegar ao Brasil, em 1919, e a viver no Rio de Janeiro com amigos portugueses, iniciou a carreira de ator ao estrear-se na Companhia Eduardo Pereira com a peça “O Mártir do Calvário”, de Eduardo Garrido, apresentada no Teatro Carlos Gomes. Nos seguintes anos percorreu várias cidades brasileiras com diferentes companhias e peças teatrais, enquanto aprendia a arte do seu ofício e ganhava nome no meio artístico. Nos seus tempos livres escrevia histórias e peças teatrais, sem no entanto as publicar ou encenar. Anos mais tarde, em 1932, apresentou a primeira das quinze peças que escreveu até então: “Um Caso de Polícia”, estreando-se como dramaturgo na Companhia de Procópio Ferreira, notório ator e produtor, filho de pais portugueses, ainda hoje considerado um dos grandes nomes do teatro brasileiro. Com a mesma Companhia percorreu as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, apresentou as peças “Delicadeza”, 1933, “Pense Alto”, 1933, “Divorciados”, 1934, “Um Homem”, 1936, e “Frederico II”, 1936, todas da sua autoria, e traduziu outras nove obras, a pedido do próprio Procópio Ferreira. // No ramo das adaptações, durante a década de trinta e quarenta, realizou a tradução de várias peças do francês, italiano ou espanhol, muitas vezes em parceria com Djalma Betencourt, futuro administrador da Revista de Teatro da Sociedade Brasileira de Autores Teatrais. Os autores que escolhia geralmente eram comediógrafos espanhóis ou da América Latina, como Enrique Suarez de Deza, Pedro Muñoz Seca, Perez Fernandes, ou ainda ingleses, como Harry Paulton e Oscar Wilde. // Em 1937 Eurico Silva fundou e dirigiu a Companhia Teatral Cazarré-Elza Delorges, continuando a actuar, escrever e encenar inúmeras peças. Nos seguintes anos iniciou uma nova fase na sua vida: estreou-se na rádio, atuando no programa “Teatro em Casa”, 1939, da Rádio Nacional, como ator e produtor, e no cinema, ajudando Luís de Barros com a adaptação do seu roteiro em “O Samba da Vida”, 1937, escrevendo os diálogos dos filmes “Asas do Brasil”, 1940, “Céu Azul”, 1941, que contava com a participação de Chianca de Garcia, e “Não Adianta Chorar”, 1945, com o comediante Oscarito e o compositor de samba português J. Rui, sendo o argumento inteiramente da sua autoria   

 

     «Entre 1947 e 1950 foi roteirista do programa “Poemas e Canções”, que teve continuação com “Poemas Sonoros”, da Rádio Nacional, e desde então como produtor tornou-se responsável por vários programas famosos à época, como “Versos e Melodias”, “Paisagens de Portugal”, “Casa da Sogra”, “Neguinho e Juraci”. Foi ainda autor de radionovelas, como “Boa Noite”, “Saudade”, 1962. “A Noite do Meu Destino”, 1957, além de ter traduzido outras, como “O Direito de Nascer”, 1951, de Félix Caignet, transmitida em 273 capítulos, tornando-se no caso de maior sucesso do género já registado no país. // Durante a década de cinquenta estreou-se na televisão, adaptando a peça de sua autoria “O Grande Marido”, para um episódio da série televisiva Grande Teatro Tupi, sendo novamente adaptado para o cinema como “Um Marido Barra-Limpa”, 1957, que marcou a estreia do ator comediante Ronald Golias (embora o seu lançamento tenha ocorrido dez anos depois). Mais tarde, em 1965, escreveu as novelas “Olhos Que Amei”, para a Rede Tupi, e “E a Primavera Chegou”, para a TV Rio. // No total escreveu trinta e três peças de teatro, mais de quarenta radionovelas, duas telenovelas, três filmes, traduziu trinta e quatro peças estrangeiras, actuou e encenou dezenas de peças, produziu inúmeros programas de rádio e ainda dirigiu alguns filmes

 

     «Português de nascimento, EACS nasceu em Vila de Melgaço a 16/9/1900 (!). Autor de radionovelas durante a era do rádio, mudou-se para o Brasil em 1916 e em 1919 iniciou a carreira de ator com a peça O Mártir do Calvário, de Eduardo Garrido, apresentada no Teatro Carlos Gomes. A mudança para o Rio de Janeiro dera-se por ter ali alguns amigos padeiros, mas logo Eurico Silva se interessa pelo meio artístico. A primeira das quinze peças que escreveu, estreou em 1932, pela Companhia de Procópio Ferreira, para quem traduziu outras tantas. Em 1939 transferiu-se para o rádio, atuando no programa “Teatro em Casa” da Rádio Nacional, como ator e produtor. Dois anos mais tarde voltou para o teatro e em 1945 voltou à emissora. Como produtor tornou-se responsável por vários programas famosos à época, como “Versos e Melodias”, “Casa da Sogra”, “Neguinho e Juraci”, e foi autor de vinte e oito radionovelas, além de ter traduzido outras, como o “Direito de Nascer”, de Félix Caignet, transmitida em 1951 em 273 capítulos, e que veio a ser o maior sucesso do género já registado no país. Com a estreia da televisão, é um dos redatores das novelas da Rede Tupi, onde escreveu “Olhos Que Amei”, em 1965…”»

 

     «E.A.C.S. nasceu em Portugal no dia 18/9/1900 (!). Aos dezasseis anos veio para o Brasil e três anos depois estreava como ator da Companhia Eduardo Pereira, no antigo Teatro Carlos Gomes, na peça “O Mártir do Calvário”. Em 1939 a Rádio Nacional o contratou como ator e produtor de peças para o saudoso e histórico Teatro em Casa. Em 1941 voltou ao teatro para em 1945 reingressar na PRE-8, dessa vez como ator, ensaiador e produtor. Redigiu, entre 1941 e 1959, cerca de 28 novelas e produziu inúmeros programas, entre os quais “Versos e Melodias”, “Casa da Sogra”, “Neguinho e Juraci”, “Tabuleiro da Baiana”, “Poemas Sonoros”, e “Você Faz o Programa”

 
NOTA: este livro, Escritores e Investigadores Melgacenses (e Afins), com cerca de cento e oitenta páginas, ainda não está publicado. Caso alguém esteja interessado nele, poder-se-á mandar fazer um exemplar numa Casa de Cópias. // O preço andará entre 10 a 12 euros. // Contacto: joaquim.a.rocha@sapo.pt

Sem comentários:

Enviar um comentário