quarta-feira, 22 de novembro de 2017

SONETOS DO SOL E DA LUA
 
Por Joaquim A. Rocha






                                                              A GRAÇOLA

(148)

 

 

Naquela minúscula oficina

Vê-se um rapaz a endireitar tacha,

Aos sapatos e botas põe-lhe graxa,

Cumprindo ordens, a sua rotina.

 

Na rua passa uma linda menina,

Levando à boca uma bolacha;

O moço atira-lhe uma chalaça,

Mas a ela não agrada, e afina:

 

«Seu maroto, atrevido, canalha,

Eu sou descendente de gente bem,

Não sou como tu, escumalha…

 

Tu, coitado, um pobre Zé-Ninguém, 

Jamais serás da minha igualha…

Vales menos do que reles vintém

 

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