SONETOS DO SOL E DA LUA
Por Joaquim A. Rocha
A GRAÇOLA
(148)
Naquela
minúscula oficina
Vê-se
um rapaz a endireitar tacha,
Aos
sapatos e botas põe-lhe graxa,
Cumprindo
ordens, a sua rotina.
Na
rua passa uma linda menina,
Levando
à boca uma bolacha;
O
moço atira-lhe uma chalaça,
Mas
a ela não agrada, e afina:
«Seu maroto, atrevido, canalha,
Eu sou descendente de gente bem,
Não sou como tu, escumalha…
Tu, coitado, um pobre Zé-Ninguém,
Jamais serás da minha igualha…
Vales menos do que reles vintém.»
Sem comentários:
Enviar um comentário