segunda-feira, 23 de outubro de 2017

POEMAS DO VENTO
 
Por Joaquim A. Rocha







TECNOCRACIA


Roubaram, cruéis, meus sentimentos,

despojaram-me de todas as emoções;

fiquei calmo, frio, sem tormentos,

sem nervos, sem sonhos ou ilusões.

Transformaram-me em máquina, em robô.

Penso como computador: - friamente.

E agora, seco, desumanamente,

laboro como máquina de tricô.

Tudo que faço é genial, perfeito!

Sem erros, manchas, imperfeições.

Trabalho com o cérebro, sem paixões…

Só o belo, o grandioso, eu aceito.

Tenho o dom da medida exata…

Tenho o equilíbrio dentro de mim. 

Dedos ágeis cordão umbilical desata,

separam coração e cérebro por fim!

 
18/5/1978

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