sexta-feira, 9 de dezembro de 2016

SONETOS
 
Por Joaquim A. Rocha
 
 

O MENDIGO

(138)

 

Naquela rua vê-se senil mendigo,

Estendendo a mão, pedindo esmola,

Vestindo velha e curta camisola,

Exibindo seu bizarro umbigo.
 

Dizem que foi praga, duro castigo,

Por ter renegado a nobre escola;

Às costas carrega suja sacola,

Onde mete rijo pão sem presigo.

 
    Consta que fora outrora emigrante, 

Num país longínquo, envelhecido;

Onde arruinou saúde, sua vida.

 
Sem cabeça, perdeu dinheiro, amante,

Até um filho ficou lá esquecido…

 Resta-lhe agora a voz consumida.

 

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