segunda-feira, 25 de abril de 2022

 POEMAS DO VENTO

Por Joaquim A. Rocha


VINTE E CINCO DE ABRIL

     Esse dia inesquecível abriu as portas a uma variedade de democracia que ainda não se conhecera em Portugal. Na 1.ª República (1910-1926) tentou-se criar uma sociedade aberta, pró socialista, mas devido a uma série de conflitos entre partidos políticos, a entrada na guerra (1914-1918), entre outras coisas, nada se conseguiu de concreto; desse tempo restaram algumas leis importantes: separação da igreja e do estado, o divórcio, etc. Graças a esse fracasso surgiu em 1926 a ditadura militar e posteriormente o estado novo, cujo chefe, Salazar, era simpatizante do fascismo italiano, de Mussolini, e do nacional socialismo alemão, de Hitler. Em 25 de Abril de 1974 os militares, Otelo Saraiva de Carvalho, entre outros oficiais, puseram fim a esse regime e à terrível guerra colonial. Para o nosso país, demasiado atrasado, com mais de 50% de analfabetos, o novo regime político foi bom, mas, como em tudo, trouxe com ele um senão: o capitalismo de tipo americano. Poder-se-ia desenvolver este tema, mas o meu objetivo hoje é apenas apresentar um humilde poema escrito há muitos anos. Ei-lo:    

 

Vinte e cinco de Abril

sinónimo de liberdade

esperança de melhores dias

amálgama de fé e ingenuidade

condenação em massa do regime corporativista.

 

A rua, essa rua inundada de corpos,

de vontades, de ânimos, de creres!

Essa rua, cadinho da revolução,

essa rua que foi ilusão,

 a rua do povo, enfim!

 

Castelos, figuras, sonhos:

tudo caiu… na rua!

Mussolini, Hitler, Salazar, Franco,

e quejandos, foram espezinhados!

Doutrinas, estruturas

(aparentemente sólidas)

caíram. Para sempre?!

Vinte e cinco de Abril: um dia

igual a um sonho/realidade!

 

Vinte e cinco de Abril

que prevalece em espírito

e não falece a vontade de luta!

Rasgaste outros horizontes,

fizeste nascer rios e fontes

que correm ainda e correrão sempre!

 

Vinte e cinco de Abril

dos militares as armas

do povo a vontade

de onde nasce a unidade

que nada destruirá!

  

A semente foi lançada

a mente a fecundou

e formosa madrugada

a revolução d’Abril gerou!









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