sexta-feira, 20 de novembro de 2020

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO

 




// continuação...


ZARAGATAS


(1947) - Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 827, de 3/8/1947: «No pretérito dia 25 realizou-se no lugar de Pomares, Paderne, a costumada festa em honra de Santo Iago, a qual foi abrilhantada pela banda de música de Tangil. Tudo correu bem até certa altura, em que dois ébrios, de freguesias diferentes, Gave e Parada do Monte, se envolveram em tão confusa desordem que já ninguém se entendia, verificando-se que havia muitos feridos, dos quais, dois, gravemente: um, com uma facada nas costas; e outro, com uma enorme paulada na cabeça, os quais foram internados no hospital de Melgaço. Não se registaram vítimas de morte em virtude da rápida intervenção de um guarda da PSP que se encontrava no gozo de licença e que agiu energicamente para pôr em debandada os meliantes, sendo alguns capturados pela Guarda Nacional Republicana que os conduziu para a cadeia nova de Melgaço. Mais uma vez pedimos a quem de direito para reprimir tais actos de selvageria, pois parece que estamos no século XII  

 

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(1948) - Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 869, de 22/8/1948, referindo-se à festa de Sante, Paderne, em honra da Senhora dos Remédios: «Já quando a festa estava prestes a terminar, e tudo parecia correr normalmente, apareceu de improviso um grupo de “ébrios brigões” do lugar do Pinheiro, desta freguesia, que tentaram armar desordem, mas depois de fortemente assocados, puseram-se em debandada, onde alguns, com a velocidade que levavam, deixaram atrás os tacões dos sapatos, tendo as mães, no outro dia, de os ir procurar. Foi boa a lição, pois alguns elementos do grupo ainda não são nada na sociedade, e com dois copos de vinho tentaram fazer a rastolhada  

 

 

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(1948) - Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 883, de 19/12/1948: «Por uma questão fútil, um indivíduo agrediu outro barbaramente à sacholada. Quando no pretérito dia 11, pelas treze horas, José Joaquim Meleiro, de 48 anos de idade, casado, lavrador, residente no lugar do Paço, da vizinha freguesia de São Paio, seguia pelo caminho público, ao chegar ao lugar do Pombal, da referida freguesia, deparou com António Augusto de Figueiredo, de 43 anos de idade, casado, proprietário, residente no citado lugar do Pombal, que – malvadamente – se entretinha com um martelo a partir uma pedra pertencente ao dito Meleiro. Este, como era natural, repreendeu-o, dizendo-lhe que a pedra não era sua, por conseguinte não tinha o direito de a partir. Como, porém, ao Alfredo não agradasse a repreensão, este lançou mão de uma enxada e agrediu barbaramente o Meleiro, prostrando-o, e pondo-se em seguida em fuga. Participado o facto ao posto da G.N.R. desta Vila por Ismael Augusto Batista imediatamente seguiu para aquele local um soldado da referida guarda, o qual, acompanhado pelo participante e por diversos populares, conseguiu encontrar o agressor refugiado num monte das proximidades do local da ocorrência, armado com uma enorme navalha de ponta e mola e ameaçando todos que pretendiam acercar-se, inclusive o dito agente da autoridade que foi obrigado a disparar alguns tiros para o intimidar. Finalmente, capturaram-no, mas não sem dificuldades, tendo ainda o Ismael ficado ferido em uma mão com a navalha do criminoso no momento em que o pretendia subjugar. O agredido, depois de ter recebido os primeiros socorros, que lhe foram prestados pelo abalizado clínico senhor Dr. Saavedra, foi conduzido ao hospital da Misericórdia desta Vila. Como, porém, o seu estado era de certa gravidade, teve de transitar para o hospital geral de Santo António, da cidade do Porto. O agressor deu entrada na cadeia comarcã, onde aguarda julgamento. Para especimens desta fauna foi uma pena, uma grande pena mesmo, o senhor D. Luiz ter abolido a forca.»     

 

 

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(1950) - ALVES, Salvador Augusto. Filho de -------------- Alves e de ------------------------. Nasceu em Chaviães a 28 de Julho de 1928. // Morreu na Vila de Melgaço a 16 de Abril de 2000 e foi sepultado no cemitério de Chaviães. // Deixou esposa e filhos. Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 938, de 9/7/1950: «Há dias envolveram-se em desordem no lugar de Quintas, Chaviães, Ciríaco Maria de Castro e Salvador Augusto Alves, casados, ambos daquela freguesia. Da contenda, sofreu ferimentos incisos na região frontal e labial o Ciríaco, pelo que teve de recorrer ao banco do hospital desta vila, por o seu estado não ser satisfatório.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 953, de 29/10/1950: «No passado dia 17 responderam no tribunal, por ofensas corporais, Salvador Augusto Alves e Ciríaco Maria de Castro, casados, da freguesia de Chaviães, sendo o primeiro condenado em vinte dias de prisão, substituída em igual tempo de multa à razão de 20$00 diários, quatro dias de multa a 5$00, mínimo de imposto de justiça e legais acréscimos, em 200$00 para o defensor oficioso, e em 120$00 de indemnização ao ofendido, e o segundo em 17 dias de prisão correcional e três dias de multa a 5$00 diários, substituída à razão de 20$00 diários, mínimo de imposto de justiça e legais acréscimos, e ainda em 100$00 a favor do primeiro, ficando-lhes as penas suspensas por três anos

 

 

(1950) - SILVA, Alberto. Filho de ------------- Silva e de ------------------- Esteves. Nasceu a 6/12/1920. // A 12/10/1950 (já estava casado) foi julgado no tribunal, assim como Manuel Fernandes, solteiro, por ofensas corporais causadas a Joaquim Besteiro, todos da freguesia de Alvaredo. O Manuel foi absolvido, e ele, Alberto, foi condenado em vinte (20) dias de prisão correcional, substituída por igual tempo de multa à razão de 20$00 diários, quatro dias de multa a 5$00, 200$00 de imposto de justiça e legais acréscimos, e ainda 100$00 de indemnização ao ofendido. // Morreu a 23/5/1999 e foi sepultado no cemitério de Alvaredo. // continua...

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