quarta-feira, 24 de abril de 2019

DICIONÁRIO ENCICLOPÉDICO DE MELGAÇO
 
Por Joaquim A. Rocha
 
 
 






 
CASA DO RIO DO PORTO

      Sita na freguesia da Vila, SMP. As armas foram concedidas, a 1/9/1793, ao Dr. João Manuel Gomes de Abreu Cunha Araújo. / O primeiro membro dessa família a residir no Rio do Porto parece que foi o Dr. João António da Cunha Araújo, nascido no século XVIII, filho de Bento da Cunha Araújo e de Maria Gonçalves, ou Maria Martins (moradores na Rua do Campo, depois Rua do Espírito Santo, perto da igreja matriz da Vila), casado com Maria Gomes de Abreu, ou Mariana Gomes de Figueiroa (ver “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, vol. I, p. 409). / Na obra citada, p. 410, lê-se: «Ora em 17/5/1748 D. António da Glória, mestre doutor de Sagrada Teologia na Universidade de Coimbra e Prior Donatário do Real Mosteiro do Salvador de Paderne e os mais padres conciliares emprazaram por três vidas aos fidalgos da Casa do Rio do Porto o prazo das Serenadas, que pertencera à família da mulher.» / No entanto, quem solicitou à rainha Maria I a justificação de nobreza e mandou colocar as pedras de armas no frontispício da Casa foi o Dr. João Manuel Gomes de Abreu Cunha Araújo, filho do Dr. João António de Araújo e de Mariana Gomes de Abreu, neto paterno de Bento da Cunha Araújo e de Maria Martins, e bisneto de Gonçalo da Cunha Araújo e de Catarina Esteves; e neto materno de João Gomes de Abreu e de Maria Gomes de Figueiroa, e bisneto de Manuel Gomes de Abreu e de Jerónima de Castro. // Este Dr. João Manuel casou, a 6/8/1768, com Isabel Maria, filha do capitão Manuel Luís Pereira da Gama e de Maria de Araújo, moradores no Campo da Feira de Fora, SMP, e faleceu em 1813. É curioso que esta Casa Solar tenha sido adquirida, na década de vinte do século XX, pelo então secretário de finanças em Melgaço, Ernesto Viriato dos Passos Ferreira da Silva, de Braga, casado em Melgaço a 21/9/1918 com Margarida Maria, neta ilegítima do fidalgo da dita Casa, Caetano José de Abreu Cunha Araújo, e de Margarida Carolina de Castro Álvares de Barros. O acontecimento gerou polémica, pois Ernesto Viriato era o chefe dos republicanos no concelho, e foi Governador Civil de Viana em 1925. Acusaram-no de monárquico, mas ele argumentou publicamente que comprara aquela Casa fidalga porque estava em ruínas e queria recuperá-la. O certo é que ali viveu com a família, com o peso daqueles brasões à porta de entrada.   



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                             CASA RODRIGUES


     (De Isaías Rodrigues). Aparelhagens sonoras, arcos e andores, instalações elétricas em ornamentações e em habitações, capelas e igrejas. Estava instalada em Cristóval, Melgaço (VM 1037, de 1/10/1995).      


 

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CASA DE SÃO JOSÉ

     Sita em Castro Laboreiro. / Alojamentos.
 
 



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CASA E QUINTA DA SERRA

     Esta é uma das casas mais importantes de Melgaço, não pela sua arquitetura mas sim pela sua história. Foi construída junto da pequena estrada que vai de Prado a Paderne. É casa de fidalgos e tem capela, em honra de São Caetano. Embora não esteja situada no centro do lugar da Serra, mas sim acima (Cima de Serra – ver “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, página 614), a sua quinta («um dos prazos da insigne Colegiada de Santo Estêvão de Valença») abrangia esse lugar da freguesia de Prado. A tal quinta da Serra foi adquirida no século XVI pelo casal Ana de Castro de Sousa e Magalhães (filha de Lopo de Castro de Azevedo, 1.º senhor da Casa e Quinta do Fecho, Rouças, e de Leonor Veloso Bacelar de Sousa e Magalhães, e neta de Fernão de Castro, alcaide-mor de Melgaço), e João da Lama Y Puga, fidalgo galego. O instituidor do vínculo de morgadio, iniciado a 3/2/1715, foi Pedro de Sousa Gama, capitão-mor das ordenanças, descendente daquele casal, casado em segundas núpcias com Maria Teresa de Sousa Salgado, nascido no século XVII e cuja morte se verificou a 13/6/1749. Escreveu Aldomar Rodrigues Soares, mais conhecido por “Mário de Prado”: «… o capitão-mor Pedro de Sousa Gama, quando mandou levantar aquele enorme casarão, que ainda hoje admiramos, lá tinha as suas razões…» (Padre Júlio Vaz Apresenta Mário, página 142). // Uma das figuras mais ilustres desta Casa foi o major Luís de Sousa Gama, governador da Praça de Melgaço entre 1839 e 1870, falecido em 1871, do qual fala longamente o Dr. Augusto César Esteves, no seu “Melgaço e as Invasões Francesas” e em «As Minhas Gerações Melgacenses». Um dos últimos representantes dessa Casa foi Herculano Arsénio Gomes Pinheiro (1898-1972), chefe da Secretaria Municipal de Melgaço. / No final do século XX a Casa e Quinta da Serra foi vendida à família Enes, da freguesia da Gave. (Consultar também “Padre Júlio Apresenta Mário”, p.p. 141/2).  

GAMA, Pedro. Filho de Diogo de Sousa e Castro e de Isabel da Gama Palhares. Nasceu no século XVII. // Tal como seu pai, foi capitão-mor (1700 a 1749) e provedor da SCMM (1703). // A 20/5/1706, por ordem do Mestre de Campo General Comandante das Armas da Província de Entre Douro e Minho, Sancho Faro de Sousa, guarneceu com duas companhias do seu distrito o posto do Porto dos Cavaleiros, próximo de Alcobaça, Lamas de Mouro, e desde o referido mês até Julho desse ano vemo-lo quer em Alcobaça, quer em Remoães, onde a 8/7/1706 embargou o passo aos espanhóis que – com um efetivo de 1.200 homens, armados e municiados – tentavam atravessar o rio no sítio chamado Salto. // Casou em primeiras núpcias com Constança de Abreu de Sá Sotomaior, filha de Agostinho Soares de Castro, fidalgo da Casa Real, e de Constança de Abreu e Sá Sotomaior. // Enviuvou a 5/10/1705. // A primeira esposa não lhe deu filhos. // Casou em segundas núpcias, em 1712, com Maria Teresa de Sousa Salgado, filha do Dr. Manuel de Gouveia de Figueiredo e de Maria Caetana de Sousa, moradores no Campo da Vinha, Braga. // Foi ele quem mandou edificar a Casa, a capela dedicada a São Caetano, e fundou o Morgado da Serra, com bens herdados e outros que confrontavam com os mesmos, que comprou, a 22/4/1709, a Maria Almanza Pereira de Castro, galega. // Morreu a 13/6/1749. // A sua viúva faleceu a 4/4/1774. // Era irmão de Gaspar de Sousa Miguel, que professou na Ordem de Santo Agostinho, de Umbelina de São Bernardo, cisterciense, e de Francisca Gama Pito, entre outros. // Com geração.       




 

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