domingo, 2 de dezembro de 2018

POEMAS DO VENTO

Por Joaquim A. Rocha


desenho de Manuel Igrejas



POVO PORTUGUÊS


Povo que lavras as terras

E no teu peito encerras

Toda a nossa tradição;


Povo que pescas nos rios,

Sob calores e mil frios,

Prà nossa alimentação;

 Povo que andas na serra

Em tempo de paz, na guerra,


Com ovelhas e um cão;


Povo que extrais sem mistério

Toda a espécie de minério

Em terrível condição;

 Pode haver quem te “defenda”,

Quem o teu voto pretenda,


Mas a tua sorte não!
 

 Povo que tratas a vinha

Para que na mesa minha

Haja pinga à refeição;
 

Povo que semeias o trigo,

Colhes maçãs e o figo,

Pra nossa satisfação;

 
              Povo que trabalhas nas obras,

Sujeitas-te a duras provas,

Para termos habitação;


Pode haver quem te “defenda”,

Quem o teu voto pretenda,

Mas a tua sorte não.


Povo que lavas as ruas,

As casas que não são tuas,

Pra nossa acomodação;

 Povo, povo, não te iludas,

Não esperes as taludas,



Mudanças de condição;


Tu és a força da vida,

És a nossa guarida,

sem ti não havia pão;

 Diz ao mundo que estás vivo,

Deixaste de ser cativo,


És o cerne da nação.


Pode haver quem te “defenda”,

Quem o teu voto pretenda,

Mas a tua sorte não!

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