domingo, 27 de dezembro de 2020

GENERAIS MELGACENSES 

General Spínola e Prof. Marcelo Caetano

     A patente de general era, e talvez ainda seja, a mais elevada nas Forças Armadas. Marechal e Almirante eram títulos atribuídos normalmente àqueles militares que ocupavam o cargo de Presidente da República. // Em Melgaço, que eu saiba, temos três generais: Miguel Maria da Cunha, o qual nasceu na Vila de Melgaço, SMP, por volta de 1843, e morreu no Porto em 1908.  Emílio Moura dos Santos, que segue, e Germano Rodrigues de Carvalho (major general), o qual nasceu na Vila de Melgaço, SMP, a 14/10/1953. 

     Emílio Moura dos Santos, na instrução primária não foi um grande aluno, de acordo com o que escreveu o seu professor, no entanto chegou a general. Isso aconteceu com outras figuras mundiais, tal como cientistas, etc. Vejamos então a micro biografia do general e de seu pai:


SANTOS, Emílio. Filho de Adelino Moura dos Santos, sargento da armada, comandante do posto da marinha em Melgaço, e de Emília Maria Mendes. Nasceu na Vila de Melgaço a 23/9/1908. // Acerca dele, escreveu o “Grilo” (professor António Dâmaso Lopes) no Jornal de Melgaço n.º 1203, de 20/4/1918: «O Emílio é um cábula de primeira ordem. Nos seus trabalhos escolares é um borra-tudo: o sangue frio, porém, com que ele encara as maiores dificuldades, leva-o ao cumprimento dos seus deveres escolares, apesar da enorme cabulice de que está invadido. O vexame dum puxão de orelhas não consegue fazê-lo corar, embora possa a dor fazê-lo chorar.» // Nota: ele chegou ao posto de general, e foi diretor da arma de infantaria em Lisboa. // Lê-se na Internet: «… foi general de infantaria, comandante militar de Moçambique...» // Casou a 13/6/1966, na igreja de Santo António da Polana, sita em Lourenço Marques, no estado de viúvo, com Maria Clara Inês Henriques de Sousa e Brito, nascida em Tete a 4/2/1916. Esta senhora faleceu em Maputo em 1980. // NOTA: na internet diz-se que ele se chamava Emídio.     

 

SANTOS, Adelino. Filho de Francisco dos Santos e de Maria José Moura, de São Martinho do Porto, Alcobaça. Nasceu no século XIX. // Casou com Emília Maria Mendes. // Foi comandante do posto de fiscalização de pesca do rio Minho, em Melgaço, durante o período de 1908 a 1909 e de 1915 a 1917. // Tinha a patente de 1.º sargento da armada, ou mestre. // Quando veio pela primeira vez já tinha um filho, Adelino (*). Residiu primeiro na Vila, onde lhe nasceu o filho Emílio; e depois em Prado, onde lhe nasceu o filho António. // A 18/4/1917, quarta-feira, foi transferido de Melgaço para Lapela, Monção, como castigo, por apreender umas redes ao proprietário de uma pesqueira (ver Jornal de Melgaço n.º 1204, de 27/4/1918). // No entanto, lê-se no Jornal de Melgaço n.º 1205, de 4/5/1918: «o acto que este nosso amigo censurou foi o seguinte – num dia à tarde, quando o nosso amigo João Pires Teixeira regressava do Pezo, no seu automóvel, que marchava com pouca velocidade, visto que ali havia bastante gente nessa ocasião, eis que um indivíduo de cor muito rubra e pistola na mão, apontando-a àquele nosso amigo, o insulta, chamando-lhe nomes injuriosos. Mas a prudência de João Pires Teixeira impede-o de lhe dirigir uma única palavra. O automóvel pára, o chaufer salta para a estrada, e este é competente para desagravar seu amo, se este lhe não ordena que suba para o automóvel. Mas a ordem cumpre-se, e o automóvel segue, e todos livres de perigo. Ora toda a gente sensata censura actos desta natureza. E o nosso amigo Moura dos Santos, que pertence ao número dos sensatos, tinha fatalmente de o censurar também. Pois foi quanto bastou para a família desse valente de pistola cortar as relações com o Santos, jurando vingar-se. E vingou-se, conseguindo a sua transferência para Lapela...» // A 18 de Março de 1918 partiu para Lourenço Marques, África Oriental, com a patente de patrão-mor (ver Jornal de Melgaço n.º 1201, de 6/4/1918). // Em 1919 regressou a Lisboa a bordo do paquete “Moçambique”; era guarda-marinha; ficaria a prestar serviço durante três meses na capitania do porto de Lisboa (Jornal de Melgaço n.º 1274, de 21/12/1919). /// (*) Escreveu o “Grilo” (António Dâmaso Lopes) no Jornal de Melgaço n.º 1203, de 20/4/1918: «o Adelino é estudioso, muito limpo nos seus trabalhos, e uma simples admoestação constitui para ele um corretivo eficaz  

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