sexta-feira, 19 de maio de 2023

 

AUTORES E ESCRITORES DO ALTO MINHO

 

    

A Sr.ª Dr.ª Lúcia Ribeiro organizou uma coletânea de escritores, à qual atribuiu o pomposo título “Autores e Escritores do Alto Minho”. Ao ler o título pensei que neste importantíssimo livro apenas fossem selecionados escritores minhotos, mas não, nele constam: Aquilino Ribeiro (nasceu em Sernancelhe em 1885), Camilo Castelo Branco (nasceu em Lisboa em 1825), Eça de Queirós (nasceu na Póvoa do Varzim em 1845), Guerra Junqueiro (nasceu em Freixo de Espada à Cinta no ano de 1850), Queiroz Ribeiro (nasceu na Guarda em 1864), José Crespo (nasceu em Gouveia em 1902), Tomaz de Figueiredo (nasceu em Braga em 1902), Pedro Homem de Melo (nasceu no Porto em 1904), Ruben A. (nasceu em Lisboa no ano de 1920), Luandino Vieira (luso-angolano, nascido em Vila Nova de Ourém, distrito de Santarém, em 1935). Existem outros, que não nasceram no Alto Minho. Inseri-los neste volumoso livro, com centenas de páginas, foi um critério muito bem pensado, e até arriscado, pois os historiadores da Literatura, os peritos mauzões, poderão criticar severamente essa inserção; no entanto, a autora, e seus colaboradores, justificaram essa decisão, tendo em conta que todos eles contribuíram para a cultura literária do Alto Minho. Contudo, misturar escritores maiores, famosíssimos, com escritores cuja obra é pouco conhecida é um risco tremendo. É certo que professores catedráticos, do ramo da arte literária, provavelmente não se debruçarão sobre este texto, pois andam ocupados com obras mais badaladas, mais rendíveis sob vários aspetos. // Como o blogue se chama “Melgaço, Minha Terra” seria um esquecimento terrível não falar sobre os escritores melgacenses que constam no referido livro agora publicado. Foram selecionados apenas três, embora no concelho haja mais alguns. O tempo da Dr.ª Lúcia Ribeiro era escasso, não lhe permitiu investigar mais. 

     Caso haja uma segunda edição, o que sinceramente acredito, provavelmente a esse número serão acrescentados mais alguns melgacenses. Esperemos.

     Os três escritores são: Eurico António Crispim da Silva, nascido na freguesia de Paços, concelho de Melgaço, a 18 de Setembro de 1898. Embarcou ainda novo para o Brasil e julgo que nunca mais voltou à sua terra de nascimento. Nesse enorme e belo país dedicou-se ao teatro, cinema, telenovelas, etc. A sua obra, que eu saiba, não foi divulgada em Portugal, nem sequer em Melgaço, onde ele nasceu. Fui eu que descobri o seu nome no Arquivo Distrital de Viana do Castelo e o transmiti, através do blogue, aos conterrâneos espalhados por esse mundo fora.


     Miguel Ângelo Barros Ferreira. Nasceu na Vila de Melgaço, perto da igreja matriz, a 6 de setembro de 1906. Faleceu no Brasil a 16/12/1997. Em Melgaço é conhecido pelo seu livro “Maria dos Tojos”, cuja trama, ou enredo, se passa em Castro Laboreiro no tempo do contrabando. Tal como o Eurico António também ele emigrou para o Brasil, onde exerceu a atividade de jornalista e escritor, publicando mais de trinta romances. Visitou a terra natal algumas vezes, pois as saudades eram imensas. Casou e teve geração. A leitura dos seus livros é agradável, apetecendo reler.


     Joaquim Agostinho da Rocha. De acordo com o registo de batismo, nasceu no lugar de Cevide, freguesia de Cristóval, Melgaço, a 15 de Julho de 1944. Nesse lugar lindíssimo, onde começa Portugal, residiu até aos seis anos de idade. A partir dessa idade mudou-se para a sede do concelho, vila de Melgaço, onde se manteve até aos vinte anos de idade. Aos 20 foi para a tropa, regressando das matas da Guiné Bissau em finais de 1967. Em Janeiro de 1968 ficou a viver em Lisboa, trabalhando e estudando. No ano 2000 deixou a capital do país e instalou-se na capital do Minho, Braga. // Obras do autor:

Obras a publicar

Os Ossos de Camões (tese de licenciatura)

Poemas do Vento

Sonetos do Sol e da Lua

Quadras ao deus dará

Quadras ao Luar

Escritos Sobre Melgaço

Entre Mortos e Feridos (romance)

Lembranças Amargas (romance)

Gentes do Concelho de Melgaço (micro biografias)

Dicionário Enciclopédico de Melgaço (A/Z)

A Minha Vida em Imagens

A minha religião e outros escritos

  Auto da Palina

Frágeis Elos (2.ª edição)

Melgaço: Padres, Monges e Frades

Escritores e Investigadores Melgacenses (e afins)

Conto (O Fim de um Sonho)

Sob o Signo do Azar

Ferreira da Silva (…)

Obras publicadas – Livros:

Frágeis Elos (uma história familiar)

Dicionário Enciclopédico de Melgaço (I e II volumes)

Lina – Filha de Pã (romance)

Os Meus Sonetos e os do frade

Os Novos Lusíadas (…)

Melgacenses na I Grande Guerra... (em parceria com o Dr. Valter Alves).

Separatas:

A Origem de Algumas Famílias Melgacenses

A Febre Tifoide e os seus Protagonistas

Tomás das Quingostas (200 anos do seu nascimento)

A Provável Origem de Melgaço e Paderne

Prefácios nos livros de José Alfredo Cerdeira e do Dr. Augusto César Esteves:

Tomaz das Quingostas

O Buraco da Serpe

A Adversidade por Madrasta

O Sonhador dos Montes da Aguieira

Nas Páginas do Notícias de Melgaço (ACE)

Colaborações

No Boletim dos Serviços Sociais da CGD

No Boletim Cultural da Câmara Municipal de Melgaço

No jornal A Voz de Melgaço

No jornal Fronteira Notícias

Artigo sobre o santuário da Peneda no livro "Lugares Sagrados

 de Portugal" I, editado pelo Círculo de Leitores em 2016.

                        

NOTA: na página 152 surge-nos o melgacense Miguel Ângelo Barros Ferreira. É necessário prestar atenção a dois títulos, pois trata-se de uma só obra do autor, ou seja, “Maria dos Tojos”, de 1938, inspirou o filme “Serra Brava”, de 1951, filme que se encontra na Cinemateca, Lisboa, cuja cópia foi recuperada há uns anos. Penso que o Museu de Cinema de Melgaço ainda não adquiriu esse filme, talvez por desconhecimento, ou falta de interesse. Espero que peçam à Cinemateca uma cópia, pois a história desse romance passa-se em Castro Laboreiro, freguesia do concelho de Melgaço desde 1855. A Biblioteca Municipal tem, salvo erro, um exemplar do livro. Todos os melgacenses cultos deviam lê-lo.      








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