sábado, 30 de julho de 2022

MELGAÇO: PADRES, MONGES E FRADES. 

Por Joaquim A. Rocha



// continuação de 18/04/2022...


DOMINGUES, Bento José (Padre Peneda). // Era pároco encomendado de Cubalhão em 1867.

DOMINGUES, Carlos (Padre). // Em 1796 já era pároco da Vila de Melgaço. O cura era o padre Torres Salgado. // A 7/4/1800, na igreja de SMP, foi padrinho de Mariana, nascida dois dias antes, filha de Manuel José Quintela e de Clara Joaquina Gomes. // A 18/7/1804, na igreja de SMP, foi padrinho de Clara Josefa Gomes, nascida dez dias antes; a madrinha, Clara Josefa, era sobrinha do padrinho e vivia na sua companhia. // A 14/7/1806, na igreja de SMP, serviu de testemunha no casamento de João Manuel Barbosa com Maria Margarida de Abreu Magalhães. // No livro do Dr. Augusto César Esteves, Melgaço, Sentinela do Alto Minho, página 17, surge-nos como alvo de uma demanda, juntamente com o abade de São Paio, padre Francisco Lapa Machado e Araújo, «os quais se opuseram dizendo que não eram obrigados aos ditos paramentos, e pinturas…» A dita demanda correu no Juízo da Provedoria de Viana do Castelo. // A 7/10/1827, na igreja de SMP, serviu de testemunha, juntamente com o padre Manuel Joaquim Quintela, no casamento de Francisco José Rodrigues com Maria Jacinta Rodrigues. // Morreu a 24/11/1830; foi amortalhado em hábitos sacerdotais e sepultado na capela-mor da igreja matriz; teve ofício de corpo presente de cinquenta padres. // Fizera testamento. // Ficou a substituí-lo o seu sobrinho, padre Bernardino José Gomes, que fora seu coadjutor desde 1828.  

 

DOMINGUES, Custódio José (Padre). Nasceu em Cubalhão a 20/6/1884. // Foi ordenado sacerdote pelo seminário de Braga a 12/11/1911 e cantou missa nova na igreja de Cubalhão a 16/11/1911. // Em 1912 era pároco de Parada do Monte; nesse ano, a 14 de Julho, recebeu uma intimação das autoridades para no prazo de cinco dias deixar a casa de residência paroquial, onde morava gratuitamente (Correio de Melgaço n.º 7). // Paroquiou Parada do Monte em 1912 e 1913, e a Gave. // A 14/7/1912 foi intimado pelas autoridades para no prazo de cinco dias entregar a casa de residência, // A 20/2/1917, terça-feira, quando pregava na igreja de São Paio o sermão da quaresma, o coro, que estava sobrecarregado de crentes, abateu do lado da porta principal, apanhando por baixo uma quantidade de mulheres; algumas delas ficaram feridas, mas não com gravidade; o pânico generalizou-se, como seria de esperar em uma situação daquelas, mas tudo se recompôs (Correio de Melgaço n.º 238, de 25/2/1917). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 66, de 29/6/1930: «Paderne, 19/6/1930. No domingo próximo findo teve lugar no sumptuoso mosteiro desta freguesia a festividade a Santo António, advogado das causas perdidas, que constou de missa cantada e grande instrumental pela música de Tangil, do concelho de Monção, sermão e procissão, como de costume. A missa foi cantada pelo reverendo António Domingues “Amigo”, acolitado pelos reverendos abades – de Rouças e Chaviães, deste concelho, que a cantou primorosamente. O sermão foi feito pelo reverendo Custódio Domingues, reitor da freguesia de Cousso, que historiando a vida do Santo, agradou sobremaneira. A procissão seguiu o itinerário do costume, com ordem e sem uma nota má. A música tocou de tarde algumas peças do seu reportório, que também agradaram, principalmente uma delas, obrigada a saxofone. Houve bastante povo no campo da feira, dançando-se pela tarde alta a toque de concertina.» // Também foi pároco da freguesia de Cousso de 1928 a 1956 onde, a 17/10/1954, festejou as suas bodas de prata de permanência na freguesia, transitando para Cubalhão a 24/8/1956, que acumulou com Lamas de Mouro (ver NM 52, de 2/3/1930). // Em 1957 era pároco de Cubalhão. Diz dele o Dr. Augusto César Esteves: «… em pouco tempo a sua ação paroquial conseguiu transformar a igreja matriz, alindá-la e engrandecê-la com um novo e lindo altar-mor (Obras Completas, volume I, tomo I, página 51). O dito altar-mor foi elaborado pelo melgacense Abel Augusto Rodrigues, um excelente artista de talha. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1499, de 26/1/1964: «O velho amigo padre Custódio Domingues, pároco de Cubalhão, faleceu no domingo passado, 19/1/1964, e felizmente deixou à sua volta uma áurea de grande prestígio que outros padres não souberam alcançar. Pela nossa parte felicitamos a sua memória e oxalá ela consiga perdurar na nossa terra por largos anos  

 

DOMINGUES, Francisco. // A 4/2/1836, na igreja do mosteiro de Paderne, foi padrinho de António Joaquim Araújo, nascido no dia anterior. A madrinha era Maria Joaquina, irmã do padre padrinho.

 

DOMINGUES, Francisco António (Padre). // A 7/5/1814, na igreja de Paços, foi padrinho de Francisco Elias, nascido no dia anterior, filho de Inácio Domingues e de Francisca da Ribeira, moradores no lugar do Outeiro. Por não poder estar presente, foi representado por Bento da Ribeira, do lugar de Sá. // A 4 de Fevereiro de 1836, na igreja de Paderne, foi padrinho de António Joaquim de Araújo, nascido no dia anterior.

 

DOMINGUES, Francisco Manuel (Padre). // Faleceu no lugar das Canhotas, freguesia de Penso, a 11/4/1897.

 

DOMINGUES, João (Padre). Filho de António Domingues e de Teresa Gomes, lavradores. // Nasceu por volta de 1801. // Morou no lugar do Coto, Alvaredo. // A 2/3/1829, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de Florinda Rosa de Castro, nascida nesse dia. // A 16/7/1829, na igreja de Remoães, foi padrinho de Rosa Joaquina, nascida no dia anterior, filha de João Caetano Simões e de Joaquina Rosa Gonçalves, rurais, moradores no lugar da Corga, Remoães. // A 19/8/1831, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de seu sobrinho, José Bento Domingues, nascido no dia anterior. // A 22/10/1834, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de António Joaquim, nascido no dia anterior, filho de António Besteiro e de Maria de Sousa. // A 6/5/1835 foi padrinho de Inácia Florinda Exposta. O outro padrinho era o padre António Fernandes. // A 10/5/1835, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de António José, nascido no dito lugar do Coto dois dias antes, filho de Manuel José Soares de Castro e de Antónia Pires. A madrinha era Maria Pires, solteira, do lugar do Maninho. // A 16/4/1837, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de Rosa Soares, nascida três dias antes. // A 28/4/1856 foi padrinho de Emília Fernandes, nascida em Alvaredo três dias antes. // A 7/5/1856, na igreja de Remoães, foi padrinho de Maria Claudina, nascida no dia anterior, filha de António Joaquim Domingues e de Maria Rosa Simões. // A 20/7/1856, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de Rosa Domingues, nascida dois dias antes. // A 16/4/1859, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de Rosa, nascida um dia antes, filha de Manuel Fernandes e de Maria Besteiro. // Morreu na sua casa do Coto, com sessenta e três anos de idade, a 24/12/1862. // Fizera testamento.

 

DOMINGUES, João (Padre). // A 20/2/1871, na igreja de Cousso, serviu de testemunha no casamento de Manuel Joaquim Gonçalves com a sua parente Joaquina Gonçalves. // Em 1887 era reitor da igreja de Castro Laboreiro. // A 2/6/1891, na igreja de Cousso, batizou e foi padrinho de Júlio Celestino, nascido a 30/5/1891, filho de Luís Rodrigues e de Emília Rosa Gonçalves, moradores no lugar de Cerdeiras. // A 21/5/1893, na igreja de Castro Laboreiro, foi padrinho de Adriano, nascido cinco dias antes, filho de João Luís Lourenço, soldado da Guarda-Fiscal, natural de São Paio de Segude, e de Mariana Batista, costureira, natural de Barbeita, ambos do concelho de Monção. // A 25/10/1900, na igreja de Paderne, foi padrinho de Amélia da Conceição, nascida seis dias antes, filha de António Joaquim Alves e de Maria de Jesus Rodrigues. // Em 1917 ainda era reitor da freguesia de Castro Laboreiro, no entanto já se achava “gravemente enfermo”.   

 

DOMINGUES, José Custódio (Padre). // Em 1929 (!) era pároco da freguesia da Gave (NM 25, de 11/8/1929). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 36, de 4/11/1929: «Gave, 14/10/1929. No dia 29 do mês passado, subiu ao púlpito paroquial o egrégio orador sagrado, reverendo José Custódio Domingues, digno pároco de Cousso, para cantar as glórias de Maria com palavras de amor ardente. O orador principia por dizer que quem o trouxe ali foi a angústia de um jovem que achando-se em países estranhos recebeu a triste nova de que sua mãe estava prestes a transpor o limiar da eternidade. O infeliz, neste transe aflitivo, recorda-se de outra mãe – aquela que está no trono etéreo e para ela dirige os seus rogos. A sua prece foi atendida e sua mãe foi arrancada às garras da morte, tendo a felicidade de mais uma vez a poder abraçar. Exposto isto, inicia o seu discurso, principiando pelas palavras com que um príncipe de Israel aplaudia a admirável Judite que caminhando pelo acampamento dos inimigos conseguiu libertar o seu povo da cruel opressão do ímpio Holofernes: “Nomen tuum ita magnificavit ut non recedat laus tua de ore hominum qui memores fuerint virtutis Domini in deternum”. Depois de expor esta passagem da história, estabelece um paralelo entre a vencedora de Holofernes e a vencedora, e vai compondo a Maria uma coroa daqueles divinos atributos com que Deus Nosso Senhor se dignou agraciá-la. Vai explicando, palavra por palavra, a oração angélica durante a qual não cessa de engrandecer o dulcíssimo nome daquela que nasceu para nossa felicidade. O distinto orador termina o seu admirável discurso exortando os ouvintes a que não deixem passar um único dia sem lhe oferecer as 50 ave-marias do seu terço.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 88, de 30/11/1930: «Foi nomeado pároco da Gave o nosso particular amigo reverendo padre Custódio. Com os sinceros votos duma fecunda ação pastoral auguramos ao novo pároco os melhores frutos …» // Em 1936 ainda era pároco da freguesia de Cousso (Notícias de Melgaço n.º 326).

 

DOMINGUES, José Joaquim (Padre). Filho de Manuel Caetano Domingues e de Margarida José Esteves, lavradores, residentes no lugar da Carpinteira. Neto paterno de Manuel Domingues e de Maria Ribeira, do dito lugar; neto materno de João Esteves e de Antónia Ribeiro, de Prado. Nasceu em São Paio a 4/5/1805 e foi batizado no dia seguinte. Padrinhos: Manuel José Figueiredo e Domingas Domingues, do Regueiro. // A 28 de Setembro de 1840, na igreja de São Paio, foi padrinho de seu sobrinho, Júlio Albano, nascido dois dias antes, filho de António Joaquim Domingues e de Maria Teresa de Freitas, moradores no lugar da Rasa. // A 1/9/1841, na igreja de São Paio, foi padrinho de Maria Angélica, nascida no dia anterior, filha de Manuel José Alves e de Rita Engrácia Domingues. // A 9/9/1845, na igreja de São Paio, foi padrinho de seu sobrinho José Eusébio Gonçalves, nascido dois dias antes. // Em Novembro de 1847 era pároco encomendado de São Paio. // A 13/2/1848, na igreja de Prado, serviu de testemunha no casamento de Luís Vicente Pinheiro com Alexandrina Augusta de Sousa Gama, da Casa e Quinta da Serra. // Morreu no lugar da Carpinteira a 28/9/1880, com todos os sacramentos. Tinha setenta e quatro anos de idade e foi sepultado na igreja de São Paio. // Fizera testamento. // Nota: assinava José Joaquim Domingues Ribeiro, em homenagem às suas avós.

 

DOMINGUES, José Maria (Padre). // Em Agosto de 1880 era pároco encomendado da freguesia da Gave; em 1884 continuava nesta freguesia.

 

DOMINGUES, Justino (Padre). Filho de Manuel José Domingues e de Luísa Afonso, lavradores, residentes no lugar do Coto do Paço. Neto paterno de Manuel José Domingues e de Joaquina Domingues; neto materno de Francisco Afonso e de Margarida Domingues. Nasceu no lugar de Lagarteira, freguesia de Parada do Monte, a 5/6/1912. // Seus pais matricularam-no na escola primária, onde fez a quarta classe, e aos 13 anos de idade ingressa na vida eclesiástica. // Frequentou o Seminário da Senhora da Conceição de Braga desde Outubro de 1925; depois passou para o de São Bernabé e Seminário Conciliar de Braga. // Embora pessoa discreta, e aparentemente tímido, surgiram no Notícias de Melgaço, no ano de 1929, alguns artigos assinados com o pseudónimo “Atanásio”, talvez escritos por si. Leia-se uma “Carta de Carlos de Castro a Atanásio”, publicada no Notícias de Melgaço n.º 25, de 11/8/1929: «Meu caro Atanásio: V.Ex.ª confunde-me. Leio sempre gostosamente, e com uma avidez insaciável, os seus artigos, que são, de facto, de uma palpitante atualidade. Já sei que nas noites cruciantes de invernos gélidos encontrou (!) os seus ouvidos ao arfar da sociedade que resvala. Ilustre, não viu que estamos a postos com duas grossas correntes? A elite pensante volta a Cristo, mas a ralé marcha numa corrida estonteante e vergonhosa para os campos vermelhos, a deitar-se no caos do socialismo, bolchevismo, etc. // Uma palidez me desfigura a face, a pensar nisso. (…) A literatura do século passado (XIX) cavou a ruína do século presente e, infelizmente, vemos hoje periódicos que em vez de ocuparem os seus lugares nos campos da verdade e da luz, isto é, nos campos da reação contra os escalrachos e alfurjas maçónicas, guiam os homens para o caos das ideias e da ação. Padre, não pode ser, e por não poder ser aqui deixo o meu protesto. Queria avançar, mas nesta matéria precisamos de tempo e vagar. // Colega, na hora em que escrevo, sinto o sangue a fervilhar em borbotões de indignação contra o [modo vil] de certa gentalha, que, sem dó nem piedade, por palavras e por panfletos verbera nobilíssima figura do senhor ministro das Finanças. Não pode ser. O melhor elogio do senhor Ministro das Finanças é: a liquidação da dívida flutuante externa. // Falemos bem alto, excelentíssimo colega, e não consintamos que a nossa voz seja apagada pelo zurrar de certos ignorantões, ou mais do que isso. A imprensa devia auxiliar na medida de todas as suas forças a obra do senhor ministro. // Padre, nós que temos por dever de ofício propalar a verdade, elucidamos o povo e mãos à obra. Arrasar para construir, é o nosso lema. E diga-se de passagem: orgulho-me de pertencer a essa plêiade ilustre, em que se incorpora a flor da juventude de hoje. // Avante! Nos campos de amanhã deixaremos os trofeus da vitória de hoje. Que o último adeus da pátria seja o da saudade e o dos nossos irmãos o da admiração. Eu, colega, Carlos de Castro    

     Comentário: parece óbvio que Carlos de Castro não conhecia o Atanásio. Chama-lhe, ilustre, colega e padre. É certo que através da leitura dos artigos publicados por Atanásio se chega rapidamente à conclusão de que ele era seminarista ou padre. As muitas leituras que ele fez; o desenvolvimento dos temas; o estilo algo forçado e pouco convincente; tudo nos encaminha para julgarmos que se trata de um homem ligado à igreja católica.

     Em 1935 (Notícias de Melgaço n.º 276, de 30/6/1935) fez exame do terceiro ano de Teologia, ordenando-se sacerdote a 11/7/1936, no dito Seminário Conciliar, Rua de Santa Margarida, Braga, tendo ali sido conhecido por «Santo Atanásio do século XX» (*) // Cantou missa nova na igreja de São Mamede de Parada do Monte a 19/7/1936, ficando na sua freguesia natal alguns meses como vigário substituto. // A seguir foi colocado provisoriamente na freguesia de Rouças, no mesmo concelho de Melgaço, a fim de ajudar o arcipreste na preparação das crianças para a comunhão, sendo logo depois nomeado pároco de Santa Maria de Miranda, Arcos de Valdevez, exercendo também a profissão de professor do ensino primário (religião e moral); tomou posse a 25/10/1936. // A 15/8/1944 é colocado na Vila de Melgaço a fim de substituir o padre António de Jesus Rodrigues, que fora transferido para as freguesias de Badim e Ceivães. Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 704, de 1/10/1944: «Com a transferência do senhor padre António de Jesus Rodrigues para Badim e Ceivães, ficou vaga a paróquia de Melgaço (SMP). Veio ocupá-la o nosso bom amigo senhor padre Justino Domingues. Oriundo deste concelho, nasceu na ridente freguesia de Parada do Monte. Conhecedor do meio onde vai desenvolver a sua atividade pastoral, muito há a esperar do seu apostólico labor. Inteligente, piedoso, amável, afadigado trabalhador, só a doença o tira do trabalho, é um novo de quem a Santa Igreja muito espera, firmada nas provas que deu. Companheiro do seu inesquecível antecessor imediato, pároco zelosíssimo de uma freguesia dos Arcos, mesário de Nossa Senhora da Peneda, onde sempre mostrou o maior empenho em bem servir a Igreja e a Pátria, não podia cair em melhor pessoa a escolha que dele fez Sua Ex.ª Reverendíssima. // A vila de Melgaço rejubila com a pessoa de Sua Reverência e certos estamos de que a sua passagem por esta terra ficará indelével, como indelével ficou a passagem de tantos outros sacerdotes zelosíssimos na salvação das almas. Benvindo seja, é o grito do nosso peito agradecido. O Notícias de Melgaço apresenta a Sua Reverência os mais respeitosos cumprimentos e faz votos pela sua preciosa vida e saúde.» // Manuel Igrejas, emigrante no Brasil, certo dia escreveu: (ver blogue de Ilídio de Sousa).

 

 

 

 

A 8/12/1957 acumulou com a freguesia de Prado. // Pouco depois de chegar a Melgaço mandou reconstruir a residência paroquial, que fora destruída por um incêndio anos antes, e ali se instalou com a sua irmã Maria, mais conhecida por Mariquinhas, e a sobrinha Pureza, ambas solteiras. // Mandou cobrir com telhado novo a igreja, construiu a capela do Sagrado Coração de Jesus, refez de novo a capela-mor, forrou a igreja e a sua sacristia… // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 954, de 5/11/1950: «Fiéis defuntos – Conforme o reverendo abade da vila anunciara previamente, realizou-se no dia tradicionalmente consagrado para a comemoração dos fiéis de Deus a romagem ao cemitério. A dar-lhe brilho acorreram as irmandades das Almas e da Misericórdia. O povo acorreu também e, segundo ouvimos dizer, mais do que nunca. Melgaço vai-se transformando, e ainda bem. Parabéns ao virtuoso padre Justino Domingues, que na sua freguesia só tem admiradores e no concelho inteiro inequívocas simpatias. Vivendo para a igreja apenas, deu a Melgaço o exemplo que precisava o concelho. Para se impor ao respeito de todos não precisou de folhas a reclamá-lo, nem de “coteries” a fazer-lhe coro. Assim outros lessem pela sua cartilha.» // Na década de sessenta cometeu um erro tremendo ao anunciar, na igreja de Rouças (salvo erro), que José Albano de Melo, natural do lugar de Cavaleiros, alferes em Angola, tinha morrido em combate na guerra, o que era mentira; tinha sido outro indivíduo com um nome parecido. A mãe do jovem, presente na igreja, ia morrendo. Apesar de lhe dizerem que tinha sido engano, ela só descansou quando, tempos depois, teve o filho a seu lado.

     Por volta de 1965, talvez em Setembro, ele e mais três sacerdotes, resolveram ir visitar França. Eram eles: padre Justino Domingues, pároco da Vila de Melgaço; padre Esteves, pároco de Cousso; padre Manuel Domingues, pároco na Gave; e a conduzir o automóvel, padre Arnaldo, pároco em Merufe, Monção. O padre Justino dormia no carro; os outros dormiam em uma tenda de campismo. Foi uma grande aventura. Conta-nos o padre Manuel Domingues no seu artigo publicado em “A Voz de Melgaço” n.º 1443, de 1/10/2020, página 6: «Ressalvo aqui que o senhor padre Justino ia munido de uma pistola de alarme, dizia ele, para dormirmos tranquilos na tenda, porque ele dormia no carro!» Em Paris, junto a umas obras, foram hostilizados. Escreveu o citado padre Manuel Domingues, um dos quatro “aventureiros”: «Do lugar onde eu estava apercebi-me duns gestos de mão como quem manda embora. Nisto, vejo o padre Justino aproximar-se de mim, enquanto os outros ficaram a conversar. O padre Justino vinha branco como a cal e desabafou: “encontramos o primeiro comunista!” O francês gritou-lhe: “les pêtres pour l’église!” O padre Justino não usou mais o cabeção durante o resto da viagem! Para evitar aborrecimentos, claro!...»  

     Granjeou alguma consideração nas hierarquias e entre seus pares (não pelo seu físico, cerca de metro e meio de altura e cinquenta quilos de peso), mas sim pela sua dedicação à igreja católica; graças a essa disponibilidade, a essa entrega sem limites, no dia 15/10/1969 toma posse de arcipreste de Melgaço, cargo que manterá até 1987. // Logo que arranjou dinheiro, e talvez para chamar a atenção dos fiéis, manda colocar na torre da igreja matriz um relógio barulhento, que não deixava dormir ninguém em redor, num tempo em que toda a gente usava relógio de pulso e em que os telemóveis já eram conhecidos por esse mundo fora. // Devido à idade avançada, foi substituído em 1987 pelo padre Manuel Lourenço. // Também dizia missa na igreja da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço e na igreja do convento das Carvalhiças, mandada construir outrora pelos franciscanos. // Além da sua atividade como sacerdote e arcipreste do concelho, era pároco da legião portuguesa em Melgaço, usando a farda com orgulho, assimilando e divulgando toda a propaganda do regime corporativista, do qual era um fervoroso colaborador. Na igreja, e na catequese, antes do 25 de Abril, nunca perdia uma oportunidade para lembrar aos melgacenses que Salazar era o chefe e que o seu regime era o melhor do mundo. Apesar disso, ou esquecendo isso, o regime político saído do 25/4/1974, deu-lhe o lugar de professor de religião e moral no Ciclo Preparatório, auferindo um ótimo ordenado; além disso, o presidente da Câmara Municipal de Melgaço, ou o presidente da Assembleia Municipal – sob proposta do provedor da Santa Casa de Misericórdia de Melgaço, na altura Eurico José Rodrigues, natural de Braga e a residir em Messegães, Monção – atribuiu a uma das ruas antigas da Vila (rua de Baixo) o seu nome! E o povo melgacense, que aplaudira até à exaustão o 25 de Abril, ficou apático, indiferente, a essa tremenda injustiça. Enfim, política. // Morou até à sua aposentação na residência paroquial; depois de aposentado habitou numa casa perto do Solar do Alvarinho, mudando mais tarde para uma casa perto da igreja da Santa Casa, pois era pároco dessa instituição, e ali dizia missa todos os dias. // Morreu senil, a 9/5/2004. // (Sobre ele ver Notícias de Melgaço n.º 276; Notícias de Melgaço n.º 330, de 25/10/1936; Notícias de Melgaço n.º 1744; A Voz de Melgaço n.º 968, de 1/8/1992; A Voz de Melgaço n.º 970, de 15/9/1992; e A Voz de Melgaço n.º 1168, de 1/10/2001). (*) «Atanásio, o Grande. Um dos quatro doutores da igreja grega. Terá nascido na Alexandria cerca do fim do século III. Diácono do patriarca de Alexandria, acompanhou-o ao concílio de Niceia, onde desempenhou papel relevante contra o arianismo. Em 328 foi eleito patriarca de Alexandria; os arianos forçaram-no a exilar-se em Tréveris (335-337), em Roma (339-346) e depois no deserto egípcio (356-361). Depois das perseguições de Constâncio, teve de sofrer as dos imperadores Juliano, o apóstata, e Valente. Todos os seus escritos têm por objeto a controvérsia ariana (Discursos contra os Arianos, Discurso sobre a Encarnação). Morreu em 372. Iconograficamente é representado como bispo grego, sem mitra, e tem como atributos uma barca, na qual terá escapado sobre o Nilo a perseguidores, e um triângulo luminoso, alusão à SS. Trindade que defendeu contra os arianos.» Comemora-se a 2 de Maio. (Dicionário de Santos, de Jorge Campos Tavares. Lello & Irmão, Editores).      

 

DOMINGUES, Luís Manuel (Padre). Nasceu no lugar de Aldeia, freguesia de Paderne. // A 13/4/1830, na igreja de Alvaredo, foi padrinho de António Luís, nascido no dia anterior, filho de Manuel António Martins e de Maria José Alves Salgado. // A 13 de Outubro de 1838, na igreja de Paderne, foi padrinho de João Manuel, nascido no dia anterior, filho de João Manuel Domingues e de Luísa Rodrigues. // A 9/10/1851, na igreja de Penso, serviu de testemunha no casamento de José António Alves com Sinforosa Esteves. // A 8/1/1852, na igreja de Paderne, foi padrinho de Maria Justina Gonçalves, nascida três dias antes. // A 7/10/1855, na igreja de Prado, serviu de testemunha no casamento de Diogo Manuel Araújo e de Teresa de Jesus Rodrigues. // A 28 de Abril de 1859, na igreja de Remoães, casou catolicamente Rosa Joaquina Simões com Francisco José Alves Salgado. // Apesar de ser padre, deixou geração.

 

     [DOMINGUES, Adjuto Luís. Filho de Luís José Domingues e de Ludovina Rosa Rodrigues. Neto paterno do padre Luís Manuel Domingues e de Manuela Pires, solteira; neto materno de João António Rodrigues e de Marcelina Rosa Alves, do lugar do Pinheiro. Nasceu em Paderne a 16/1/1847 e foi batizado nesse dia. Padrinhos: os seus avós maternos.]  

 

DOMINGUES, Manuel (Padre). Filho de ---------- Domingues e de -------------------------. Nasceu em Parada do Monte a --/--/1---. // Foi nomeado pároco de Chaviães, tomando posse a 24/8/1937.

 

DOMINGUES, Manuel (Padre Dr.) Filho de Quintino Domingues e de Leopoldina Pereira. Nasceu em Parada do Monte em 1939 ou 1940. // Ordenou-se sacerdote no ano de 1962 (ver A Voz de Melgaço n.º 1398, de 1/11/2016). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1441, de 22/7/1962: «Missa Nova. Na capelinha das aparições do santuário de Nossa Senhora de Fátima, e no passado dia 16, cantou a sua primeira missa nova o reverendo padre Manuel Domingues, natural de Parada do Monte e filho do senhor Quintino Domingues e de sua esposa senhora Leopoldina Pereira. A missa foi rezada sem solenidade externa, finalizando o ato religioso a cerimónia do beija-mão. Ao novo presbítero, a seus pais e demais família, os nossos sinceros parabéns.» // Iniciou a sua vida sacerdotal na Gave, de onde saiu (depois de Setembro de 1967) para servir nas Forças Armadas Portuguesas como capelão. Após isso foi nomeado pároco da freguesia de Soajo, Arcos de Valdevez, que pastoreou até ser nomeado, a 25/9/1998, pároco de Fiães, Cristóval, Paços e Chaviães. // Após o falecimento do padre Manuel Afonso, pároco da Gavieira e capelão da Senhora da Peneda, foi incumbido da paróquia da Gavieira e da capelania do Santuário da Peneda. Fora o bispo da diocese de Viana, José Augusto Pedreira, que o nomeara para Melgaço. // O padre António, tio deste, também fora pároco de Chaviães, tendo ali iniciado a sua atividade pastoral. // (ver A Voz de Melgaço n.º 1101 e A Voz de Melgaço n.º 1102, de 1/10/1998). // Em 2000 era pároco de Chaviães (VM 1142). // O Centro de Dia de Chaviães, através de A Voz de Melgaço de 1/1/2019, agradece a sua dedicação, o seu trabalho, e até o carinho que teve para com os paroquianos, idosos e crianças desprotegidas. Segundo se lê nesse número do jornal, o padre Manuel Domingues aposentou-se. Maria Alberta Domingues dedica-lhe um simples, mas comovente poema, em cinco quadras. // (ver também A Voz de Melgaço n.º 1425, de 1/2/2019, página 6). // Em “A Voz de Melgaço” n.º 1435, de 1/2/2020, escreveu: «Um dia, nos primórdios do século XX, o arcebispo de Braga fez a visita pastoral a Parada do Monte. Na igreja, perguntou se não haveria por ali alguns rapazes que quisessem ir estudar para o seminário em ordem ao sacerdócio. Foi deste modo que surgiram os primeiros estudantes nesta freguesia. Dos três que ingressaram no Seminário de Braga, todos foram padres: Justino Domingues, do lugar da Lagarteira, ordenado em 1936; António Domingues, de Chão do Bezerro, em 1937; Manuel Vieites de Carvalho, de Aldeia Grande, também em 1937. Para chegarem a Braga, faziam o caminho a pé, descendo a Riba de Mouro, Merufe, até perto da vila dos Arcos de Valdevez, onde tomavam a camioneta. Quando eu fui, em 1950, também para o seminário, já só ia a pé – descendo e subindo a Minhoteira, e na companhia de meu pai – até à Vila de Melgaço. No fim das férias de natal, para estar na Vila por volta das oito horas da manhã, levávamos um candeeiro que o meu pai escondia numa berma da estrada, quando o amanhecer já trazia alguma luz solar. Na Vila, convergiam bastantes rapazes de outras freguesias, que também demandavam o mesmo destino. A partir daí, na camioneta, no comboio apanhado em Monção com mudança em Nine, éramos um bando de rapazes, pequenos e vozeiros, em transumância da aldeia para a cidade. Estávamos por nossa conta e risco, até para contratar carrejões, quando necessário, na estação de Braga. Dentro do Seminário, a vida era outra, com disciplina quase militar. Longas formas em silêncio pelos corredores, no refeitório, o mesmo nos salões de estudo. À mais pequena transgressão, havia castigo a doer. Falar na capela podia ter como consequência a expulsão! Mas, apesar de tudo, poucos terão ficado traumatizados, como hoje parece acontecer aos meninos que levam uma pequena repreensão dos pais ou educadores. Será que nós éramos de outra espécie? Estou a lembrar-me de um episódio sintomático da disciplina dos seminários do meu tempo. No regresso de férias, tínhamos de entrar até uma certa hora da tarde. Uma vez, andaria pelo 3.º ano (7.º atual), com o conterrâneo Justino Afonso, chegamos uns minutos atrasados. O porteiro foi chamar o padre superior que nos disse que já não podíamos entrar, teríamos de regressar à nossa aldeia, bem longe de Braga, mas não nos oferecia qualquer tipo de acolhimento àquela hora do fim do dia. Incrível! O Justino começou a chorar e as lágrimas ainda tiveram algum crédito, o que nos valeu uma repreensão, mas também direito de entrada. Eu, que estava numa fase de crise vocacional, quase me sentia contente com a recusa! Tivemos alturas de ir de véspera para garantir o cumprimento do horário, porque a lonjura e a falta de transportes não eram tidas como atenuantes! Só que, de outra vez, o ecónomo do seminário não nos queria deixar entrar porque, dizia ele, “aquela casa não era uma estalagem”. Preso por ter cão, preso por não ter cão! Mas estas memórias, contadas, tornam-se divertidas. Não ficamos com nenhuma animosidade ao rigor disciplinar daquele tempo. Até se justificariam, dado o número elevado de alunos. Muitas coisas prenderam o nosso coração e o nosso espírito aos Seminários Arquidiocesanos de Braga…» // Ler o seu artigo “Vale do Lima” em A Voz de Melgaço n.º 1443, de 1 de Outubro de 2020. // Em 2020 residia na Casa Sacerdotal de Viana do Castelo (A Voz de Melgaço de 1/11/2020, página 11).         

 

DOMINGUES, Manuel António (Padre). // Em 1827 era cura da freguesia de Cristóval. // Em 1828 era encomendado (Melgaço, Sentinela do Alto Minho, de ACE, p. 71). // Em 1833 era coadjutor do abade de essa freguesia. Morava no lugar de Doma. 

 

DOMINGUES, Manuel Francisco (Padre). Filho de José Luís Domingues e de Antónia Esteves, lavradores, residentes no lugar de Pousafoles. Neto paterno de Francisco Domingues e de Maria do Carmo Domingues; neto materno de Francisco António Esteves e de Ana Rosa Domingues. Nasceu em Fiães a 30/8/1863 e foi batizado na igreja do mosteiro a 2 de Setembro desse dito ano. Padrinhos: o seu avô paterno, casado, e a sua avó materna, viúva, rurais. // Em Julho de 1888 era pároco encomendado de Lamas de Mouro; em Janeiro de 1897 era o abade da freguesia. // A 30/8/1898, na igreja de Fiães, foi padrinho de Firmino Augusto Domingues, nascido seis dias antes. // De Lamas de Mouro, a 16/7/1902, transitou para Chaviães. // A 28/10/1907, na igreja de Fiães, foi padrinho de Manuel Francisco, nascido sete dias antes, filho de José António Domingues e de Florinda Domingues, rurais. // A 31/8/1909, na igreja de Fiães, foi padrinho de Alberto, que nascera cinco dias antes, filho de José António Domingues e de Florinda Domingues, lavradores, residentes no lugar de Pousafoles. // Era monárquico. // Em 1917 concorreu às eleições para a Câmara Municipal de Melgaço, numa lista encabeçada pelo padre Francisco Leandro Álvares de Magalhães, reitor de Alvaredo, e pelo Dr. António Augusto Durães, advogado na Vila de Melgaço (Jornal de Melgaço n.º 1164, de 30/6/1917). // A 6/7/1926 foi-lhe reconhecido o direito à aposentação. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 10, de 28/4/1929: «Sufragando a alma de Albina Ferreira, saudosa mãe dos senhores Gregório Ferreira e José Augusto Ferreira, nossos estimados conterrâneos da praça do Pará, Brasil, rezaram-se três missas no dia 20 do corrente, na igreja matriz desta vila, sendo celebradas pelos reverendos padre Manuel Domingues, abade de Chaviães, padre António Manuel da Cunha, pároco desta Vila de Melgaço, e padre Manuel José Domingues, aspirante de Finanças, às quais assistiram muitas pessoas das relações daqueles nossos amigos e avultado número de pobres, aos quais foram distribuídas esmolas.» // Morreu em Chaviães a 17/7/1931 e foi sepultado no cemitério dessa freguesia (Notícias de Melgaço n.º 118, de 19/7/1931).

 

DOMINGUES, Manuel da Graça (Frei). Filho de Manuel José Domingues e de Maria José Gomes. // Morreu em sua casa de morada, sita no lugar de Preza, com oitenta anos de idade, a 21/4/1873. // Fez testamento.

 

DOMINGUES, Manuel Joaquim («clérigo in minoribus»). Filho de António Domingues e de Luísa Rodrigues, moradores no lugar de Virtelo, freguesia de Cousso. Neto paterno de João Manuel Domingues e de Maria Luísa Esteves, da freguesia da Gave; neto materno de João Manuel Rodrigues e de Rosa Maria Esteves, do lugar de Virtelo, Cousso. Nasceu por volta de 1837. // Faleceu no lugar de Virtelo a 27/11/1860, com apenas 23 anos de idade, com todos os sacramentos da igreja católica. // Os seus pais ficaram por herdeiros.

 

DOMINGUES, Manuel Joaquim (Padre). Filho de João Manuel Domingues e de Maria Rodrigues. Nasceu em Castro Laboreiro a 19/4/1878. // Depois da instrução primária frequentou o Seminário das Missões Ultramarinas em Sernache do Bom Jardim; ordenou-se a 25/8/1901 na diocese de Portalegre. // Em 1912 já era pároco da Vila de Melgaço (Correio de Melgaço n.º 2); nesse ano, a uma segunda-feira, quando se preparava para ir em passeio com os amigos à Peneda eis que cai da mula que montava! Ficou ferido sem gravidade, mas teve de desistir da viagem (Correio de Melgaço n.º 10, de 11/8/1912). // Lê-se no Correio de Melgaço, em finais de 1912: «Apareceram (…) nos montes desta freguesia (Castro Laboreiro) alguns lobos que mataram uma poldra no lugar de Campelo, pertencente ao reverendo Manuel Joaquim Domingues…» // Também se lê no Correio de Melgaço n.º 7, de 21/7/1912: «Por causa de estarem suspensas as garantias neste concelho foi transferida sine die a festa de São Bento que se celebra no lugar de Várzea Travessa (…), e que prometia este ano, graças ao esforço do juiz da mesma, José Rodrigues, há pouco chegado do Brasil, ser feita com todo o luzimento, estando contratada para a mesma a excelente Música Nova, de Melgaço, e sendo orador sagrado o reverendo Manuel Joaquim Domingues, missionário africano. // Em 1923 vemo-lo ainda a exercer o seu múnus na dita freguesia de SMP (deve ter saído e voltado em 1936; estivera como missionário em Moçambique e no Brasil alguns anos; seria exonerado de pároco da igreja matriz em 1937; para o substituir foi escolhido o padre António de Jesus Rodrigues, que fora coadjutor do arcipreste, padre Manuel Bento Gomes). // Em 1938 encontrámo-lo como pároco de Ganfei, Valença (NM 409, de 14/8/1938). // Em 1940, 1941, etc., é pároco de Castro Laboreiro. // Num artigo de jornal, datado de 23/12/1944, o “Castrejo” (assim ele assinava) diz aos leitores que a estrada se deveu à amizade entre o pároco de Castro Laboreiro e o Governador Civil de Viana, oficial de artilharia. «Em meados de Outubro de 1930…», lembra, «o Governador estava em Castro e foi caçar perdizes e coelhos com o amigo sacerdote…» Lamenta-se o Governador: «Dá-me pena ver Vossa Reverência completamente isolado nesta humilde terra, sem estrada alguma que a ligue a Melgaço!» O padre confessa-lhe: «São grandes os esforços que tenho feito para melhorar a sorte deste amado cantinho onde nasci, e onde desejaria exalar o último suspiro, mas tudo em vão. Fechado no triste labirinto, na impotência e no esquecimento, atiro com as minhas tristezas às fragas… Se V.Ex.ª se interessasse por este infeliz povo, que se encontra abandonado de tudo e de todos, talvez despontassem no horizonte sombrio deste pedacinho de terra dias saturados de alegria e felicidade!» O Governador prometeu: «Pode estar tranquilo, senhor abade, Castro Laboreiro orgulhar-se-á de ter dentro em pouco uma linda estrada.» E assim a estrada nasceu. / Comentário: a estória é comovente, mas a estrada não surgiu por obra e graça do Governador. O poder, e o dinheiro, estavam em Lisboa. Contudo, pode ter ajudado. A estrada fora projetada no século XIX, sendo sucessivamente adiada. Apenas na Ditadura Militar (1926-1933) ela foi iniciada; seria concluída na década de quarenta, já o tal sacerdote tinha morrido. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 868, de 15/8/1948: «encontra-se residindo na Carpinteira o senhor padre Manuel Domingues, ex-pároco de Castro Laboreiro…» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 891, de 6/3/1949: «A procissão saiu da igreja, passando pelas capelas do Regueiro, Carpinteira e Barata, recolhendo à matriz cerca do pôr-do-sol. Nela tomaram parte Nossa Senhora das Soledades, cruzadas e irmandades com as suas bandeiras. Era acompanhada pelo reverendo Manuel Joaquim Domingues, da Carpinteira.» // Pode ler-se no Notícias de Melgaço n.º 946, de 10/9/1950: «Vendem-se – No lugar da Carpinteira – 1.º Uma grande casa, com quintal, eira, canastro e trinta e seis horas de moinho. 2.º Terrenos agrícolas, para cultivo de milho e de vinho, com água de rega suficiente. 3.º Coutadas com mato, madeiras e lenha. Não se vende a retalho. – Tratar com o proprietário, padre Manuel Joaquim Domingues. (Não se aceitam intermediários). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 999, de 28/10/1951: «O Excelentíssimo Sr. Presidente apresentou um ofício do delegado escolar neste concelho, no qual salientando os inconvenientes da atual casa da escola masculina de São Paio, informa que o Sr. Diretor Escolar esteve ontem na referida freguesia a tratar da instalação da referida escola ou para fazer funcionar como desdobramento, o que causaria vários prejuízos às crianças, adotando-se este último recurso. Sucede, porém, que vistoriou uma dependência da casa do senhor Padre Manuel Joaquim Domingues, no lugar da Carpinteira (já aí funciona a escola feminina), onde, feitas as obras necessárias, poderia funcionar também a escola masculina. Informa que o referido padre se compromete a fazer as obras e a ceder a dependência pela renda mensal de cem escudos. Pede para ser arrendada a dependência a fim de se transferir a escola quanto antes. Foi deliberado fazer o arrendamento proposto, ficando o Excelentíssimo Presidente autorizado a intervir no respetivo contrato, em representação da Câmara.» // Morreu no dito lugar da Carpinteira, São Paio, a 21/4/1955. // (ver Notícias de Melgaço n.º 322, 325, 366, de 29/8/1937). // Nota: era irmão do padre Manuel José Domingues (1875-1952). 

 

DOMINGUES, Manuel José (Padre). // Em 1798 era pároco encomendado da freguesia de São Paio. Morava no lugar da Rasa. // A 19/2/1804, na igreja de São Paio, foi padrinho de Manuel Luís, nascido dois dias antes, filho de Manuel Luís Lourenço e de Maria Caetana Álvares. // A 8/9/1810, na igreja de São Paio, foi padrinho de Rosa Joaquina, nascida dois dias antes, filha de António Manuel Gonçalves e de Isabel de Oliveira, residentes no lugar de Cavencas. // Morreu no lugar da Rasa, a 30/1/1826. // Deixou testamento.

 

DOMINGUES, Manuel José (Padre). // Em 1836 era encomendado da freguesia de São Paio. // Nota: deve ser um dos de baixo.

 

DOMINGUES, Manuel José (Padre). Filho de Pedro Domingues e de Maria Vaz, moradores que foram no lugar do Faval, Fiães. Nasceu por volta de 1797. // A 21/9/1837, na igreja de Fiães, serviu de testemunha no casamento de Joaquim Marques com Maria Joaquina Alves. // Em Maio de 1843 era cura na freguesia de Fiães. // A 26/5/1855, na igreja de Fiães, foi padrinho de Maria Joaquina Esteves, nascida quatro dias antes. // Morreu no dito lugar do Faval a 26/12/1874, com 77 anos de idade. // Deixou testamento. // Era irmão de Maria Caetana. // continua...

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