quarta-feira, 12 de janeiro de 2022

MELGAÇO: Padres, Monges e Frades. 

Por Joaquim A. Rocha

desenho de Luís Filipe G. P. Rodrigues


// continuação de 31/10/2021.


COSTA, Aires (Padre). Veio substituir o padre Lopo de Castro. Lê-se no “Padroado Medieval Melgacense”, página 93, de José Domingues, edição da Câmara Municipal de Melgaço, de 2004): «Por renúncia de Lopo de Castro feita a 13/12/1522 o arcebispo confirmou o seu capelão, Aires da Costa, por documento de 5/2/1523, mas este viria a renunciar a 13/4/1523, confirmando-se, passados dez dias, António de Castro

 

COSTA, António Domingues (Padre). // Pároco encomendado de Cubalhão. // A 22/9/1873, na igreja do mosteiro de Paderne, foi padrinho de Baltazar, nascido dias antes, filho de José Maria Flores e de Maria Rosa (exposta), e batizado pelo padre António José Rodrigues Monteiro; teve como madrinha Teresa de Jesus da Cunha Araújo, do lugar de Crastos. // Nota: nesse dia, e à mesma hora, foi padrinho de Teresa de Jesus, gémea de Baltazar Flores.  

 

COSTA, António Soares (Padre e Bacharel). Filho de Manuel Fernandes e de Maria Rodrigues de Sá, residentes na Portela de Paderne. Nasceu em Paderne no início do século XVIII (confirmar). // Foi procurador da Confraria Nova dos Clérigos. // Quando seu irmão padre Manuel, deão da Baía, estava ausente, ele representava-o. // Morreu em Paderne (ver O Meu Livro das Gerações Melgacenses, volume I, página 465).  

 

COSTA, Custódio José (Padre). // Foi pároco de Paços de 30/8/1953 a 5/9/1961. // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 907, 7/8/1949, acerca da festa realizada no último domingo de Julho de 1949: «Em São Paio – na sua capelinha em Barata também se realizou no mesmo domingo a festividade em honra do glorioso patriarca São Bento, que esteve muito concorrida, constando de missa solene, sermão pelo distinto orador reverendo padre Custódio e uma luzida procissão. Abrilhantou a festividade a banda dos Bombeiros Voluntários de Melgaço.» // Sucedeu-lhe o padre Manuel Magalhães Fernandes.

 

COSTA, Feliciano (Padre). Filho do padre João Esteves, pároco na freguesia de Paderne, morador no lugar de Paradela, e de ------------- (?). Nasceu no século XVII, no lugar de Alempassa, freguesia de Penso. // Foi pároco em Penso e assistente em Merufe, Monção, desde 1694 (informações colhidas na Internet).

 

COSTA, Francisco Xavier (Padre Dr.) // Foi provedor da SCMM em 1771. // Faleceu a 9/2/1781.

 

COSTA, João (Padre). // «Em 1540 fez-se um tombo da freguesia de Rouças e nele interveio o padre João da Costa, cura de Santa Maria do Campo, na qualidade de homem bom e como procurador do abade das igrejas de Santa Maria da Porta e de São Lourenço de Prado, que estava ausente.» (Melgaço Medieval, do Padre Manuel António Bernardo Pintor, página 24).

 

COSTA, José Domingues (Padre). // Em Setembro de 1805 morava no lugar de Bacelos, freguesia de Alvaredo. // A 9 de Setembro daquele ano foi padrinho de Maria José Abendanho, filha de Francisco José de Abreu Lima e Castro e de Maria Engrácia Araújo Lira Abendanho, nascida no lugar do Maninho, Alvaredo, a 5/9/1805, descendente do padre Manuel de Araújo Caldas de Azevedo. 

 

COSTA, Manuel (Padre). Filho de Manuel Esteves da Costa e de Isabel Magalhães Esteves. Neto paterno de Gregório Esteves da Costa e de Constança Rodrigues; neto materno de António Esteves e de Maria Gomes Pinheiro Abreu Magalhães. // Foi abade da Vila de 1728 a Abril de 1775, por ter falecido a 14/4/1775; sucedeu-lhe o padre Manuel Pedro Loné. // Também exerceu o cargo de provedor da SCMM em 1753. // Em 1769 ofereceu à SCMM uma lâmpada de prata, à romana, para alumiar ao Senhor da Cruz. // Irmão de Andrea. 

 

COSTA, Manuel António Domingues (Padre). Filho de António Domingues da Costa e de Joaquina Rosa Durães, rurais, moradores no lugar de Barata. Neto paterno de Felipe Domingues e de Maria da Costa (ou Maria Costas), de Alveios, Tui; neto materno de António Luís Durães e de Rosa Alves, de Barata. Nasceu em São Paio a 21/3/1838 e foi batizado a 23 desse mês e ano. Padrinhos: padre Manuel José Durão, da Granja, e a avó materna da criança. // Foi pároco de Chaviães, de Cubalhão (onde chegou a ser presidente da Junta, em 1874), e capelão do Convento das Carvalhiças. // Em 1865 era cura na freguesia de Paderne. // A 7/10/1865, na igreja de Prado, foi padrinho de Ismélia Cândida, nascida a 2 desse mês e ano, filha de Joaquim Maria Gonçalves e de Maria Delfina Martins, moradores no lugar do Souto, Prado. A madrinha era Teresa de Jesus Ferreira, solteira, da vila de Melgaço. // A 21/4/1866, na igreja de Paderne, batizou e foi padrinho de Delfina da Conceição, nascida no dia anterior, filha de João Francisco Esteves e de Joaquina Esteves. // A 25/1/1869, na igreja de Paderne, foi padrinho de Jerónimo Figueiredo e Castro, nascido dois dias antes. // Em 1870 era encomendado da freguesia de Cubalhão; em 1874 presidente da Junta de Cubalhão (ver “Organização Judicial de Melgaço”, de Augusto César Esteves, página 158). // A 20 de Janeiro de 1871, na igreja de São Paio, foi padrinho de Maria da Conceição Gonlaves, nascida dois dias antes. // Em 1877 era encomendado na freguesia de Cubalhão. // A 9/8/1877, na igreja do mosteiro de Paderne, casou Constantino Pires com Francisca Vaz. // A 25/3/1878, na igreja de São Paio, foi padrinho de José Maria, nascido no dia anterior, filho de António Joaquim Gomes e de Delfina da Conceição Domingues da Costa. // A 2/2/1881, na igreja de São Paio, foi padrinho de António da Purificação Gomes, nascido a 31 de Janeiro desse dito ano. // Em Agosto de 1883 era pároco encomendado da freguesia de São Paio. No dia 19 desse mês e ano, na igreja de São Paio, foi padrinho de José Maria Gomes, nascido no dia anterior. // Em 1888 exercia ainda o seu múnus em Cubalhão. // Foi pároco em Chaviães, como encomendado, substituindo o padre Bernardo António Rodrigues Passos, que morrera a 17/1/1901. // Morreu tuberculoso, na sua casa de Barata, São Paio, a 14/9/1902, com sessenta e quatro anos de idade, com todos os sacramentos, com testamento, e foi sepultado no adro da igreja. // Irmão de Maria Luísa das Dores, que o acompanhou durante a vida.  

 

COSTA, Manuel Fernandes Soares (Padre e Dr.). Filho de Manuel Fernandes e de Maria Rodrigues de Sá, moradores no lugar da Portela de Paderne. Nasceu nessa freguesia no início do século XVIII (confirmar). // Lê-se em “O Meu Livro das Gerações Melgacenses”, volume I, páginas 465 e seguintes: «Seguiu a carreira eclesiástica e em Portugal recebeu as ordens menores e maiores, mas julgando o país pequeno demais para os seus sonhos de grandeza, emigrou para o Brasil e na sé da cidade da Baía de Todos os Santos foi chantre, deão, provisor, juiz dos resíduos e capelas, desembargador da Relação Eclesiástica e Vigário Geral no espiritual e temporal do arcebispado. Em 1748, por seu procurador, fez uma doação de dez mil cruzados à Confraria dos Clérigos do Salvador de Paderne, com a obrigação da mesma gastar perpétua e anualmente a soma de cem mil réis, a saber: cinquenta numa capela de missas; cinquenta em dotes a moças casadoiras…» // Mais à frente, página 469, lê-se: «Foi este deão da sé da Baía quem comprou, depois de 1755, e possivelmente à família de Eleutério Correia de Lacerda, governador da praça de Melgaço, a quinta de Pontizelas, que à ilharga ou margem do caminho de Crastos tinha uma pequena capela…» // Morreu em finais de 1768 ou inícios de 1769. Não tardou que seus herdeiros reivindicassem a choruda herança.  

 

COSTA, Manuel Joaquim Fernandes (Padre). // A 5/2/1838, na igreja de Paços, foi padrinho de Benta Gonçalves, nascida no lugar do Esporão a 29 de Janeiro desse dito ano; a madrinha, Benta Joaquina, de Cristóval, era criada de servir do sacerdote.

 

COSTA, Manuel Nunes (Padre e Dr.) // Lê-se em Obras Completas de Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 249: «Era já abade da vila em 1621, ano em que recebeu a visita pastoral do Primaz Dom Afonso Furtado de Mendonça e foi depois eleito provedor da Misericórdia em 2/7/1624. Em Ana de Abreu, filha de António de Abreu Pereira e de Isabel Rodrigues, da vila, gerou ele Manuel de Abreu Pereira, a quem sua avó materna fez o património para se ordenar em 1655.» // No dia 15/10/1673 era abade, ou pároco, da igreja matriz de SMP; nesse dia recebeu a visita do arcebispo primaz, D. Veríssimo de Lencastre, que vinha a Melgaço ministrar o crisma.

 

COSTA, Pedro Fernandes (Padre). Filho de Manuel Fernandes e de Maria Rodrigues de Sá, moradores na Portela de Paderne. // Nasceu no início do século XVIII (confirmar). // Residiu nessa freguesia, foi procurador da Confraria das Almas (a nova), dos Clérigos, e morreu em Paderne (ver O Meu Livro das Gerações Melgacense, volume I, página 465).

 

COUTINHO, Francisco António Soares (Padre). // Natural de Monção. // Em 1836 já era pároco (reitor) da freguesia de Paderne. // Também foi provedor da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço. // A 10 de 1849, na igreja de Paderne, batizou e foi padrinho de Manuel Francisco, nascido no dia anterior, filho de João Manuel Gonçalves e de Rosa Maria Rodrigues. // Em Dezembro de 1850 ou em Janeiro de 1851, na igreja de Paderne, foi padrinho de Manuel Francisco Rodrigues; a madrinha, Quitéria Luísa das Dores Soares, era irmã do padrinho. // Em 1860 foi nomeado arcipreste (de Monção, salvo erro). // A 24/4/1863, na igreja do mosteiro, foi padrinho de Joaquim António Figueiredo e Castro, nascido no dia anterior. // A 26/2/1868, na igreja do mosteiro de Paderne, foi padrinho de Margarida Araújo, nascida dois dias antes. // A 11/2/1869, na igreja de Paderne, foi padrinho de Gervásio (?) Sistelo, nascido no dia anterior. // A 1/3/1870, na igreja do mosteiro de Paderne, foi padrinho de Francisco António, nascido a 28 de Fevereiro desse dito ano, filho de Diogo Manuel de Sousa Araújo e de Teresa de Jesus Rodrigues. // A 9/3/1871, também na igreja de Paderne, foi padrinho de Francisco António, nascido nesse dito dia, filho de Camilo José Esteves e de Bárbara Albina Lourenço.     

 

COUTINHO, João Manuel Osório (Padre). // Era vigário de Paços aquando das Invasões Francesas (ver “Obras Completas” de Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 306).

 

COUTINHO, Joaquim Luís Barbosa (Padre). Filho de Manuel Carlos Barbosa Coutinho, cirurgião, e de Rosa Teresa da Cunha, lavradeira. Nasceu em Ganfei, Valença, por volta de 1818. // Em 1849 era pároco colado em Chaviães, Melgaço. Parece que também o tinha sido na freguesia de Ganfei, Valença. // A 15/9/1849, na igreja de Chaviães, batizou e foi padrinho de Joaquim Luís Alves, nascido dois dias antes. // A 20/9/1850, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Manuel Joaquim, nascido nesse dito dia, mês e ano, filho de Joaquim José Esteves e de Maria Rita de Sousa, moradores no lugar das Lages. A madrinha era Mariana Antónia de Sousa, solteira, tia do neófito. // A 7/4/1855, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Maria Joaquina, nascida seis dias antes, filha de Manuel José de Rende e de Antónia Maria Rodrigues. // A 22/5/1855, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Joaquim Luís Esteves, nascido dois dias antes. // A 5/10/1857, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Ludovina Rosa Pereira, nascida dois dias antes. // A 18/10/1859, na igreja de Chaviães, foi padrinho de José Joaquim, nascido sete dias antes, filho de Maria Rosa Gomes, viúva, moradora no lugar de Corveira. A madrinha era Teresa Joaquina Pires, solteira, do lugar do Val. // A 12/8/1862, na igreja de Chaviães, batizou e foi padrinho de José Joaquim Pinto, nascido no dia anterior. // A 13/8/1863, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Maria Joaquina, nascida a 21 de Julho desse dito ano, filha de João Manuel Domingues Marques e de Plácida Antónia Alves, moradores no lugar do Casal. A madrinha era Teresa Joaquina Alves, solteira, moradora no lugar da Bouça. // A 26/2/1864 foram condenados no tribunal de Melgaço, Manuel Esteves e Domingos Alves, mais as suas esposas, todos de Fiães, acusados pelos párocos de Chaviães e Rouças, padres Joaquim Luís Barbosa Coutinho e Dinis Ferraz de Araújo; o motivo foi «terem abusivamente tirado a água das represas que regam aquelas freguesias» (ver Padre Júlio Vaz Apresenta Mário, página 208, e Notícias de Melgaço n.º 849, de 17/2/1948). // A 13/3/1864, na igreja de Chaviães, batizou Ladislau José, nascido quatro dias antes, filho de António Joaquim Alves Ramos e de Ana Luísa Gomes. // A 23/5/1864, na igreja de Chaviães, foi padrinho de Clementina dos Anjos Monteiro, nascida oito dias antes; serviu de madrinha o padre Manuel António Domingues da Costa. // Morreu a 14/11/1867, nas casas de residência de Chaviães, com apenas quarenta e nove anos de idade. Não fizera qualquer testamento. Foi sepultado na igreja. // Segundo consta, gerou em Ana Joaquina Rodrigues, solteira, do lugar do Outeiro, Chaviães, uma criança do sexo masculino, Manuel Francisco, nascido a 31/3/1856 (ver O Meu Livro das Gerações Melgacenses, de Augusto César Esteves, volume I, página 513).      

 

COUTINHO, Lopo de Castro de Azevedo Silva (Padre). // «Pero de Castro, já alcaide-mor do castelo de Melgaço em 1500, teve um irmão chamado Lopo de Castro de Azevedo Silva Coutinho, que foi o primeiro senhor da Casa e Quinta do Fecho, em Rouças. Dizem-no abade simultâneo desta freguesia, da vila de Melgaço e de Lamas de Mouro, e, na verdade, isto é possível por os impedimentos opostos pelos cânones do Concílio Tridentino só serem recomendados por D. Sebastião em 1504. Não obstante se não dizer qual das três freguesias da vila (SMP, Santa Maria do Campo, São Fagundo) foi a paroquiada por este padre, o seu nome aqui fica indicado» (Obras Completas de Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 248).    

 

COUTO, João José (Padre). // Pode ler-se no Notícias de Melgaço n.º 849, de 17/2/1948, páginas 3 e 4, um artigo com o título “ENTREVISTANDO OS MORTOS – Costumes de outros tempos”, assinado por B. Ribeiro de Castro: «Na volta grande, estrada real de Valadares a Castro Laboreiro, encontrei o meu velho colega Dr. João José do Couto, formado na Universidade de Coimbra e pároco encomendado no igreja de Santa Maria de Cubalhão. Depois de tomarmos conhecimento inquiri, curiosamente, do destino que levava e informou-me que se dirigia a Lamas de Mouro, como juiz comissário de um tombo que se ia lá organizar. Eu já tinha ouvido falar na igreja paroquial de Lamas, e nos seus restos de construção romana. Resolvi-me a dar lá um salto e pedi licença ao Dr. Couto para ir na sua companhia, ao que anuiu de bom grado. (…) Em Lamas, o reverendo abade António da Cunha Alves tinha mandado matar um cabrito para melhorar a refeição...» // Em 1797 era o cura da igreja de São Paio; o abade era José Vaz de Carvalho. Depois do afastamento deste, ocupou ele esse cargo. // A 20/2/1803, na igreja de São Paio, batizou Antónia Maria de Castro, nascida três dias antes. // Morreu a 6/3/1806, com testamento escrito, sendo sepultado na igreja, com ofício de corpo presente.      

 

CRUZ, José de São João (Frei). Nasceu na freguesia de Rouças. // A 4/2/1838, na igreja de Chaviães, foi padrinho de José Joaquim, nascido a 27/1/1838, filho de Maria Rita Gomes, residente no lugar de Quintas. A madrinha era Maria Joana Rodrigues, natural de Chaviães.

 

CUNHA, António Bernardo Gomes (Padre). Filho de António Bernardo Gomes [da Cunha], tabelião do público, e de Isabel Ventura de Sousa, residentes na Vila. Neto paterno de Jerónimo Gomes [de Abreu – confirmar], solteiro, e de Jerónima da Cunha, solteira; neto materno de Francisco Coelho e de Maria de Sousa. Nasceu na Vila a 22/5/1768 e foi batizado na igreja de SMP a 26 desse mês e ano. Padrinhos: António Xavier e irmã, Lina Josefa, filhos de Belchior Rodrigues Torres e de Maria Gomes, da Vila. // Foi sacristão da Santa Casa da Misericórdia de Melgaço de 1783 a 1792, cargo que deixou por ter sido nomeado professor régio para lecionar em Fiães. Estudou com os monges na escola do Mosteiro e foi ordenado sacerdote (*), indo para pároco de Santa Tecla de Basto, Celorico de Basto, e mais tarde para São Paio de Melgaço. // A 12/11/1801, na igreja de SMP, foi padrinho de Maria Luísa, nascida no dia 8 do dito mês e ano, filha de Francisco Manuel Pereira Novais e de Josefa Antónia Moreira. // Por alvará régio de 2/10/1818, foi nomeado cavaleiro da Ordem de Cristo e, por carta de 27/3/1852, foi elevado a comendador dessa Ordem. // Foi provedor da SCMM em 1822. // A 16/8/1824 já era pároco de Santa Tecla de Basto; nesse ano trazia uma demanda contra Francisco José Gonçalves e sua mulher, de São Gregório, Cristóval (OJM, de ACE, p. 105). // A 29/4/1837 tomou posse da Quinta de Frades (de Fiães), em Cavaleiros, Rouças, por a ter arrematado por um conto, quatrocentos e um mil réis (1.401$000), em praça pública. // A 26/8/1837, por 2.101$000 réis, comprou a Quinta do Convento das Carvalhiças, que pagou a 20 de Setembro desse ano. // A 2/3/1839, na igreja matriz de SMP, foi padrinho de Cândida de Queirós Araújo Gaio, sendo madrinha a sua irmã Josefa Luísa. // A 27/4/1848, na igreja de Prado, sendo pároco de São Paio, foi padrinho de António Arsénio, nascido em Prado cinco dias antes, filho de Luís Vicente Gomes Pinheiro e de Alexandrina Augusta de Sousa Gama. // Era ainda abade de São Paio quando morreu, de repente, a 8/2/1857, sendo sepultado a 11 na igreja do convento das Carvalhiças, com ofício de corpo presente. Recebera apenas o sacramento da extrema-unção. Assistiram ao funeral mais de 33 clérigos. Não consta que tivesse deixado testamento, nem os seus herdeiros apresentaram quaisquer documentos (ver “Obras Completas” de ACE, volume I, tomo II, página 649…). // Embora fosse padre, gerou um filho, António, em Luísa Teixeira, o qual nasceu em Santa Tecla de Basto; veio a casar, em 1854, com Teresa Rita de Jesus, filha do Dr. José Bernardo Gonçalves Pinto da Cunha, juiz de Direito em Ponte de Lima, e de Maria Martins Ferreira. O casal teve um filho, a quem deram o nome do pai, António [José], mas morreu criança (ver VM 1017, de 1/11/1994, e VM 1020). // Devido a ter comprado tantos bens, gerou-se uma lenda à sua volta. Consta que quando os franceses invadiram Portugal alguns melgacenses entregaram as moedas de ouro que possuíam aos frades das Carvalhiças, os quais as enterraram nas campas dos defuntos. O tempo foi passando: uns morreram, outros tiveram de deixar Melgaço por razões diversas, e esse ouro permaneceu ali anos e anos, à espera que o padre António Bernardo o descobrisse. Verdade ou mentira, o certo é que ele pagava a pronto! // Também se dizia que o seu espírito andava perdido, que se arrastava durante a noite, preso a umas correntes de ferro! // Acerca dele falou o Dr. Augusto César Esteves no seu artigo publicado no “Notícias de Melgaço” de 25/6/1961, e inserido no volume I, tomo II, p.p. 649 a 651, das suas Obras Completas. /// (*) Em 1799 já era sacerdote; nesse ano, a 21 de Abril, foi padrinho de António Manuel da Cunha. 

 

     [CUNHA, António José (*). // Morreu intramuros, SMP, a 7/10/1857, e foi sepultado na igreja do convento das Carvalhiças, com ofício de 21 padres, de caixão e música em todo o percurso. /// (*) Deve ser o filho do padre António Bernardo Gomes da Cunha e de Luísa Teixeira; a sua viúva, Teresa Rita de Jesus, voltou a casar, em 1859, desta vez com o bacharel José Joaquim Gomes, e foi mãe de Joaquina Júlia...]     

 

CUNHA, António Manuel (Padre). // Nasceu em Ponte da Barca a 19/07/18--. // Foi pároco em Melgaço a partir do ano de 1925. // Em 1927, a 28 de Dezembro, batizou na igreja matriz de SMP Sidónio Eugénio de Almeida. // Em 1929, aquando da inauguração dos BVM, de que era membro da Comissão Organizadora, ainda fazia parte do arciprestado de Melgaço (ver “Obras Completas de Augusto César Esteves, volume I, tomo I, página 64). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 1, de 17/2/1929: «Missas. No dia 1 do corrente foram mandadas celebrar na igreja matriz desta Vila quatro missas, sufragando as almas de D. Carlos e de D. Luís Filipe, às quais assistiram muitas pessoas, sendo celebrantes os reverendos padres António Manuel da Cunha, abade desta Vila, Manuel José Domingues, aspirante de finanças, Manuel Bento Gomes, abade da freguesia de Rouças, e Claudino Palhares, da freguesia de Prado.» // Também se lê no Notícias de Melgaço n.º 10, de 28/4/1929: «Sufragando a alma de Albina Ferreira, saudosa mãe dos senhores Gregório Ferreira e José Augusto Ferreira, nossos estimados conterrâneos da praça do Pará, Brasil, rezaram-se três missas no dia 20 do corrente, na igreja matriz desta vila, sendo celebradas pelos reverendos padre Manuel Domingues, abade de Chaviães, padre António Manuel da Cunha, pároco desta Vila de Melgaço, e padre Manuel José Domingues, aspirante de Finanças, às quais assistiram muitas pessoas das relações daqueles nossos amigos e avultado número de pobres, aos quais foram distribuídas esmolas.» // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 23, de 28 de Julho de 1929: «Retirou de Melgaço para Cabeceiras de Basto o reverendo António Manuel da Cunha, ex-pároco desta Vila, deixando em muitos fregueses saudosas recordações

 

CUNHA, Francisco António (Padre). // Nasceu em Prado no século XVIII. // A 10/5/1806, na igreja de SMP, foi padrinho de Maria Joaquina, nascida na vila cinco dias antes, filha de Inácio António da Cunha e de Domingas Maria Vaz, moradores na vila de Melgaço. A madrinha, Maria Josefa Gomes, era irmã do padrinho. // A 26 de Novembro de 1812, na igreja de Remoães, serviu de testemunha no casamento de João Manuel Lourenço com Escolástica Teresa Marques. // A 13/11/1817, na igreja de SMP, foi padrinho de Maria Josefa Lopes, nascida dois dias antes.

 

CUNHA, João da Rainha dos Anjos (Padre). // No ano de 1837 era sacerdote encomendado na freguesia de Rouças. Nesse ano batizou José Manuel, filho de Domingos Domingues e de Josefa Antónia Rodrigues.

 

CUNHA, Manuel Bento (Padre). // Lê-se no livro de Augusto César Esteves, “Melgaço, Sentinela do Alto Minho”, página 15: «… professor régio de latim era o padre Manuel Bento da Cunha…» Isto em 1820. Segundo o Dr. Augusto César Esteves este sacerdote aplaudiu a revolução de 1820.

 

CUNHA, Tomás Joaquim de Araújo (Padre). Filho de António Luís de Araújo Cunha e de Maria Rosa Rodrigues Couto, da Casa da Gaia, São Paio. Neto paterno do Padre Dr. João Luís da Cunha e Araújo e de Maria dos Passos Mosqueira, solteira, da vila de Melgaço; neto materno do Dr. Manuel Rodrigues Couto e de Ana Alves, do lugar de Sante, Paderne. Nasceu em São Paio a 30/6/1812 e foi batizado a 14 de Julho desse ano. Padrinhos: João António de Araújo Cunha, capitão-mor da vila e termo de Melgaço, e sua esposa, Maria Luísa dos Reis. // A 8 de Fevereiro de 1848, na igreja de São Paio, foi padrinho de Manuel António Vieites, nascido no dia anterior. // A 12/1/1854, na igreja de Paderne, foi padrinho de Manuel Inácio, nascido dois dias antes, filho de Domingos José Monteiro e de Maria Rosa Esteves. // A 7/7/1856, na igreja de Prado, foi padrinho de Tomás Joaquim, nascido três dias antes, filho de Luís Manuel Rodrigues e de Carlota Joaquina de Sousa, residentes no lugar de Ferreiros, Prado. A madrinha, Teresa Delfina Gomes Pinheiro, era sobrinha do padrinho. // A 17/9/1861, na igreja de São Paio, foi padrinho de Manuel Tomaz Vieites, nascido no dia anterior. // Morreu na vila de Monção a 29/10/1876.   

DIAS, Francisco José (Padre). Filho de Manuel Joaquim Dias, natural de Paderne, e de Teresa de Jesus Ferreira, natural de Remoães. Neto paterno de Francisco José Dias e de Maria Teresa Gonçalves; neto materno de Manuel José Ferreira e de Maria Dias de Carvalho. Nasceu por volta de 1857. // Era sobrinho do padre Manuel Dias. Foi membro do Partido Progressista, chefiado em Melgaço pelo Dr. António Joaquim Durães. // A 23/8/1904, na igreja de Paderne, foi padrinho de Arnaldo Pereira, nascido quatro dias antes. // A 18/5/1906, na igreja de Paderne, foi padrinho da sua sobrinha Maria da Conceição Dias, vinda ao mundo cinco dias antes. // A 6/9/1907, na igreja de Paderne, foi padrinho de Manuel Francisco, nascido dois dias antes, filho de Justino Domingues e de Petronila Ferreira, rurais, moradores no lugar de Saínde. A madrinha era Carolina Rosa Dias, solteira. // Em 1908 foi vice-presidente da Câmara Municipal de Melgaço, e no ano seguinte ascendeu à presidência da mesma. Eis as atas: «Sessão ordinária de 9/12/1908. Aos nove dias do mês de Dezembro do ano de mil novecentos e oito, nesta vila de Melgaço, nos Paços do concelho e sala das sessões da Câmara Municipal, por onze horas da manhã, compareceram o meritíssimo vice-presidente padre Francisco José Dias, secretariado por mim, António Xavier Ribeiro de Figueiredo e Castro, estando também presentes os ilustríssimos vereadores Francisco Pires, Domingos Ferreira de Araújo, e José Augusto Pires. Aberta a sessão procedeu-se à leitura da ata da anterior [sessão] que por estar conforme a aprovaram e assinaram. Tratando-se da presente, deu-se o seguinte: Pelo vereador Domingos Ferreira de Araújo foi pedida a palavra. Concedida, disse: que por motivos superiores não cumprida esta formalidade, organizaram cada um dos vereadores a sua lista para a nomeação de presidente e lançados numa urna procedeu-se depois ao apuramento obtendo o vereador José de Sá Sotomaior quatro votos, sendo por isso proclamado por unanimidade. Pela mesma forma se procedeu para a nomeação de vice-presidente, obtendo o vereador Francisco Pires um voto e o vereador padre Francisco José Dias três votos sendo por isso este proclamado. Assumiu portanto a presidência o meritíssimo presidente José de Sá Sotomaior, novamente reeleito, e agradeceu à vereação a fineza que lhe acabaram de dispensar, declarando que envidará todos os esforços ao seu alcance para assim mostrar a confiança que nele depositam, contando para isso com a cooperação de todos os seus colegas... // Sessão ordinária de 7/1/1909. Aos sete dias do mês de Janeiro de mil novecentos e nove, nesta vila de Melgaço, nos paços do concelho e sala das sessões da Câmara Municipal, por onze horas da manhã, compareceu o meritíssimo presidente, José de Sá Sotomaior, secretariado por mim, António Xavier Ribeiro de Figueiredo e Castro, estando também presentes os ilustríssimos vereadores Francisco Pires, padre Francisco José Dias, José Augusto Pires, e António Alberto do Outeiro Esteves. Fiscalizava os autos da lei a autoridade administrativa Excelentíssimo Doutor António Pereira de Sousa. Aberta a sessão procedeu-se à leitura da ata da anterior [sessão] que por estar conforme a aprovaram e assinaram. Na presente, deu-se a seguinte: Pelo meritíssimo presidente foi dito que segundo o disposto no artigo dezoito do código administrativo tem de se proceder à eleição de presidente e vice-presidente desta corporação que durante o corrente ano hão de exercer os respetivos [cargos]; em vista do que cada um dos vereadores lançou na urna - que sobre a mesa estava colocada - uma lista e, em seguida, procedeu-se à contagem e verificou-se ser votado para presidente o padre Francisco José Dias por maioria (três votos), obtendo os vereadores, Francisco Pires um voto, e José de Sá Sotomaior também um voto. Em seguida procedeu-se à eleição de vice-presidente, recaindo esta em Francisco Pires, com três votos, obtendo o vereador padre Francisco José Dias dois votos. Tomando a presidência o meritíssimo padre Francisco José Dias propôs que as sessões continuem às quartas-feiras de cada semana, por onze horas da manhã, exceto sendo dias santificados ou de grande gala que então passarão para o dia imediato. Aprovado por unanimidade…» // Uma das suas propostas, que não se concretizou, era melhorar a estrada Prado-Paderne e levá-la se possível, a partir de Paderne, até à estrada nacional, na freguesia de Alvaredo (ver NM 908, de 14/8/1949, página 1, artigo escrito pelo professor António Pinho). // Depois da queda da monarquia, ocorrida a 5/10/1910, os vereadores mudaram de camisola, dizendo-se republicanos. Ele, porém, manteve-se sempre monárquico. // A 10/6/1910, na igreja de Paderne, foi padrinho de Bento Manuel, nado cinco dias antes, filho de Justino Domingues e de Petronila Ferreira. // Em 1912 o padre Dias era convidado para as festas religiosas como orador. // Em 1917 concorreu às eleições para a Câmara Municipal, numa lista liderada pelo padre Francisco Leandro Álvares de Magalhães, mas sem êxito. // A 20/7/1919, na festa de Santa Maria Madalena, realizada em Chaviães, foi ele o encarregado do sermão (JM 1256, de 27/7/1919). // Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 20, de 7/7/1929: «No dia 29/6/1929 realizou-se a festividade em honra de Nossa Senhora dos Milagres, no lugar de Alcobaça, Fiães. Pregou e cantou a missa o reverendo Francisco José Dias que, como sempre, teve o auditório suspenso dos seus lábios. Devido ao mau tempo que há dias vem fustigando implacavelmente esta região, não teve a festividade a costumada concorrência.» Correspondente. // Lemos no Notícias de Melgaço n.º 29, de 8/9/1929: «No dia 22 do corrente terá lugar na capela do Sagrado Coração de Jesus, no lugar da Adedela, a festa do SCJ, que será precedida de um tríduo de práticas feitas pelo conhecido orador sagrado padre Francisco Dias.» // Notícias de Melgaço n.º 32, de 29/9/1929: «Começou hoje (26/9/1929) o tríduo de práticas, feitas pelo padre FJD como preparação da festividade em honra do Santíssimo Sacramento e Sagrado Coração de Jesus, que terá lugar no dia 29 do corrente. Haverá a costumada comunhão das crianças, que para tal fim têm sido instruídas pelo reverendo abade desta freguesia e pelos seminaristas.» // Notícias de Melgaço n.º 34, de 13/10/1929: «Fiães, Adedela, 1/10/1929. Realizou-se, como se tinha anunciado, no dia 29 do próximo passado mês, a festividade em honra do Sagrado Coração de Jesus, Santíssimo Sacramento e de Santa Teresinha, que esteve muito concorrida tanto da parte da manhã, como da tarde. Restos da atividade do padre Matias Vaz. A abrilhantá-la veio expresso pela primeira vez uma música, sob a regência do senhor Bailão, que, apesar de só ser avisado com poucos dias de antecipação, se apresentou muito bem. Parabéns. Devem continuar, pois a afamada música dos BVM só serve para bolsas grandes e os pobres têm de se contentar de a ouvir, pagando os ricos. A capela, belamente enflorada e enfeitada, convidava a nela se celebrarem os atos litúrgicos com a maior solenidade possível e com o maior recolhimento interno. Às oito horas da manhã teve lugar a comunhão das crianças, dirigidas pelo reverendo Francisco José Dias, muito mestre destas encantadoras e ternas solenidades. Abeiraram-se da sagrada mesa bastantes crianças e adultos, em número de cento e cinquenta. Deve estar de alegria o reverendo abade Manuel José Rodrigues por ver coroado de um resultado tão satisfatório os seus trabalhos pela catequese. No fim da comunhão das crianças foi-lhes servido trigo e chocolate, que elas apetitosamente devoraram, e livros de orações. Às doze horas começou a missa solene, com exposição do S. Sacramento, sendo missa cantante o reverendo João Nepomuceno Vaz, (…) Francisco José Dias, turiferário o seminarista José Marques. O coro feito pelos alunos do curso teológico Carlos, António, Constantino e Abílio, pelo aluno da Escola Normal, Augusto de Araújo, e pelo aluno do preparatório Júlio Vaz, acompanhado a órgão dedilhado por António Luís Vaz, a rabeca por António Dâmaso Lopes, e a requinta por José Bailão, esteve admirável, soberbo e encantador. É digno de louvor o regente da Escola Cantorum Carlos Vaz, pelo gosto que deu à execução da missa de Santa Cecília. Ao Lovado subiu ao púlpito o reverendo Francisco José Dias, que soube cativar a atenção dos ouvintes, demonstrando à evidência o Amor do Coração de Jesus. A capela estava repleta de fiéis. É assim que queríamos ver em todas as missas solenes, mas acontece, e com tristeza o digo, que algumas vezes as igrejas estão desertas, só aparecendo o povo para a festa do demónio. Houve depois a procissão do S. Sacramento ao novo cruzeiro, feito dois dias antesCorrespondente Araújo.            

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 36, de 4/11/1929: «Paderne, 31/10/1929. Depois de um tríduo que teve lugar no amplo mosteiro desta freguesia, que constou de sermão e outros exercícios piedosos nesses três dias, efetuou-se no pretérito domingo, 27, uma festividade em honra do Cristo Rei (…) Houve também a tocante cerimónia da comunhão geral das crianças, subindo ao púlpito por essa ocasião o reverendo Francisco José Dias que, como de costume, pronunciou um discurso que comoveu em extremo todas as pessoas presentes. Pelas 11 horas da manhã, mais ou menos, o nosso reverendo pároco, António Domingues “Amigo”, acolitado pelos reverendos Francisco José Dias, de Queirão, e Claudino de Sousa Palhares, de Prado, celebrou missa solene acompanhado pela filarmónica dos BVM. Ao lavabo, o orador da festividade, reverendo AAA, subiu ao púlpito e falou de uma forma tão brilhante que captou por vezes a simpatia do vasto auditório que o ouvia e apreciava. Realmente nós que conhecemos muito de perto os dotes oratórios do reverendo AAA não lhe rogaremos o nosso apoio visto que sempre o consideramos como sendo um dos melhores destes sítios. Ouvimo-lo e por isso mesmo podemos afirmar que o seu discurso, adequado ao ato, foi magistral. // Foi mestre-de-cerimónias o reverendo arcipreste deste concelho, Manuel Bento Gomes, que, com a sua presença, deu um certo realce aos atos religiosos, não só pela forma porque inteligentemente os dirigiu, mas também pela sua autoridade superior. O reverendo pároco esforçou-se tanto quanto pôde para que a festa tivesse um brilhantismo desusado, exteriormente, mas não pôde conseguir como desejava devido ao dia se conservar bastante chuvoso, por vezes. Por fim, a procissão recolheu ao mosteiro, terminando a festa… Assim terminou a festa, havendo à noite baile no terreiro da Corredoura, mesmo às escuras, com as raparigas da Portela, e pela filarmónica do Justino. Só de noite é que estas raparigas dançam, procurando mais tarde as escadas da casa da Rosinda para ali se deitarem promiscuamente com os rapazes! É simplesmente vergonhoso!» 

     Lê-se no Notícias de Melgaço n.º 170, de 23/10/1932, um interessante artigo do professor do ensino primário em Paderne, António Joaquim Soares: «Ao Ex.mo Administrador de Melgaço. Ex.mo Senhor: poderá V. Ex.ª censurar, ou condenar-me-á até, por vir para as colunas deste semanário tornar público o assunto que me proponho expor-lhe, podendo faze-lo em carta particular ou, então, muito intimamente, visto que quase todos os dias nos vemos, cumprimentamos e falamos. É que conheço bem o caráter nobre e preclaro de V. Ex.ª, como os seus sentimentos liberais e benévolos, mas de uma integridade e retidão tal que o tornam portentoso, querido e venerado por aqueles que o conhecem. Assim os maldizentes e os críticos baratos não poderão dizer que V. Ex.ª procede por intriga, despeito ou malsinação. Fez-se a revolução de 28 de Maio de 1926 para moralizar as Repartições da Administração Pública e educar e moralizar, também, os costumes do povo. Pois em Paderne ainda não chegaram os sãos princípios do programa da Ditadura. O povo desta freguesia vive arrebanhado por um mau pastor ou, como os indígenas dos sertões da Guiné, chefiados por régulo usuário e explorador da inocência de uns e da ignorância de outros. Suplico-lhe, excelentíssimo senhor, que me desculpe, pois não tenho intuitos de melindrá-lo, quanto mais em ofendê-lo. Passo a expor: pedi, na qualidade de professor, ao senhor presidente da C.A. da Junta desta freguesia um pequeno subsídio para a assistência dos alunos pobres da minha escola. Como recebesse uma terminante negativa, indaguei das razões. Soube então, pelo dito presidente, que desde a separação da Igreja e Estado, as juntas de freguesia não tinham orçamento nem rendimentos porque o pároco tudo absorvia e nenhuma satisfação dava aos administradores dos bens comuns do povo desta freguesia. Perguntado por mim, o mesmo presidente da junta disse que os dois vogais eram “cabeças de turco” do senhor abade e que ele, sozinho, nada podia fazer, apesar de insistir com o mesmo senhor [abade] a prestar-lhe contas dos rendimentos da igreja para legalizar os atos da junta. Nada conseguindo, o senhor Evangelista Pereira pediu a demissão. Ora, por muita pequena e pobre que seja uma freguesia, não rende menos de 30$00 a 50$00 mensais. Em vinte anos dá uma média de doze contos de réis (12.000$00). Desde o ano de 1919 a 1927 (tempo da ramboia, como diz o povo) quanto não renderiam as chamadas caixas de esmolas? Talvez a quantia bastante para a junta mandar construir uma boa casa de escola e os rendimentos suficientes para a assistência das crianças pobres, e reparações de caminhos que estão intransitáveis. Não será justo obrigar - o detentor de esses dinheiros - a entrega-los à junta? // Temos mais um abuso, ou coisa semelhante, se não for crime, do qual dou conhecimento a quem de direito. O reverendo pároco desta freguesia, querendo conseguir um quintalzinho, de mui rendimentos, tirou um peditório, ou subscrição, pelo povo da mesma, e comprou, registou em seu nome, um terreno, que juntou ao cemitério; vendeu ilegalmente sepulturas e mandou enterrar cadáveres sem dar satisfação às autoridades, querendo agora ser o seu legítimo proprietário. Peço a V. Ex.ª providências urgentes para legalizar a triste situação da junta desta freguesia. Termino por hoje e creio ter cumprido o meu dever de funcionário público. Digne-se V.Ex.ª aceitar os meus protestos de muita consideração e estima.» Paderne, 20/10/1932. // Morreu com setenta e sete anos de idade, a 28/2/1934, na sua casa de morada, sita no lugar de Queirão, freguesia de Paderne (NM 224, de 4/3/1934). 

 

DIAS, Manuel (Padre). // Morreu no lugar da Cividade, freguesia de Paderne, a 5/10/1767. 

 

DIAS, Manuel (Padre). // Nasceu no lugar de Queirão, freguesia de Paderne, em 1790. // Em 1829 serviu de testemunha no tribunal de Melgaço aquando do assassínio do jovem seminarista João Vicente da Costa Codesso, do Campo da Feira, vila de Melgaço, cometido na noite de 21 para 22 de Março daquele ano. Os acusados, suspeitos do crime, eram Tomás das Quingostas e seus companheiros: António Pitães, Caetano Paulo da Ponte, José Codesseira, Bento Ferraz, João Marques, e José Coto. A sentença foi lida a 13/4/1829 pelo juiz de fora Dr. Manuel José de Pinho Soares de Albergaria (Melgaço, Sentinela do Alto Minho, de Augusto César Esteves, página 91). // A 26/9/1831, na igreja de Prado, foi padrinho de Diogo Manuel Araújo, nascido quatro dias antes.  

 

DIOGO DA PURIFICAÇÃO (Frei). // Foi o 2.º guardião do convento das Carvalhiças, SMP. Fora eleito em 1763 (Obras Completas do Dr. Augusto César Esteves, volume I, tomo II, página 385).   

 

DIOGO DA SOLEDADE (Frei). // Foi o 3.º guardião do convento das Carvalhiças; tomara posse a 6/10/1764. Nesse ano, ou no seguinte, recebeu da Baía, Brasil, duzentos mil réis enviados pelo Padre Dr. Manuel Fernandes da Costa, Deão da Baía (Obras Completas de ACE, volume I, tomo II, página 386). // continua...

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