RODRIGUES,
Augusto (Dr.) Nasceu na freguesia de Alvaredo a 18/8/1967.
// Foi nas escolas de Melgaço e de Monção que frequentou o ensino secundário;
este concluído, ingressou na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, no
curso de Física, do qual concluiu vinte e duas disciplinas. Contudo, foi no
Ramo de Formação Educacional de Física que terminou a sua licenciatura no ano
de 1997. // Em 1994/1995 fora admitido na Escola Secundária de Melgaço como
professor de Física e Química, entrando no quadro de nomeação definitiva no ano
letivo de 1998/1999. // Tendo em conta o seu profissionalismo, a sua plena
dedicação, o enorme talento e saber, os seus superiores hierárquicos
escolheram-no para desempenhar os cargos de Delegado de Grupo, Diretor de Turma,
Coordenador de Departamento, Subcoordenador de Física e Química, Membro do
Conselho Geral Transitório, Assessor da Direção, Vogal da Comissão
Administrativa Provisória, Adjunto da Direção, Vice-Presidente do Conselho
Administrativo… Merecidamente, por mérito próprio, a 14/06/2019 assumiu as
funções de Subdiretor do Agrupamento de Escolas de Melgaço. // A Sr.ª Diretora,
Dr.ª Paula Cerqueira, sublinhou: «Acho que, por muito que se escreva sobre ele,
nunca se dirá o suficiente.» E mais: «Não foi o tempo que deixou a marca e a
saudade do professor Augusto na Escola… Foi ELE: a sua disponibilidade, a sua
serenidade, o seu otimismo, a sua capacidade de trabalho, a sua lealdade para
com os alunos, a escola, e o território, e principalmente o seu entusiasmo, a
sua paixão pela Física e pelo ensino da Física, que contagiou as gerações de
alunos, cujos percursos sentiram o seu toque indelével.» Não é, com certeza,
com esta meia dúzia de palavras, embora sentidas e verdadeiras, que dissemos
tudo sobre o nobre professor. Queremos apenas prestar-lhe uma simples homenagem,
dizer-lhe um adeus e um muito obrigado pelo seu exemplo. Morreu subitamente, a
12/7/2019, sexta-feira, com apenas 52 anos de idade, deixando viúva e dois
jovens filhos. // Após o casamento, passou a residir na lindíssima freguesia de
Fiães, de onde, certamente, nos dias de primavera e verão admirava todas
aquelas maravilhosas paisagens. As terríveis parcas não permitiram que ele
continuasse a usufruir dessas infindáveis belezas e nós, frágeis mortais, não
temos maneira de as contrariar.
Sobre as ruínas do velho castelo constrói a Casa do Futuro. Não esqueças, contudo, as lições dos ancestrais. Já não podes ensinar através das entrelinhas. Procura os horizontes rasgados e sem fim. Não busques nos recônditos do baú o saber acumulado: ele hoje habita as pradarias verdejantes. Abre a porta ao sonho enjaulado. Em cada lição dá de ti uma molécula. Ensinar, não é uma missão que te impuseram – é um projeto que te impuseste. Os átomos do conhecimento multiplicar-se-ão por ação do teu esforço. Não penetres jamais nos labirintos: o Minotauro é a tua consciência. Não cures que a fome se contenta com palavras. Nem toda a sede pode ser saciada. As opções têm de ser ponderadas. O sublime está sempre na simplicidade. A imaginação é a tua melhor ferramenta. Os teus maiores inimigos são a vaidade e a ignorância. Tem sempre em mente: o papel do professor transcende a sua própria pessoa; é necessário estar à altura dele. Tu não és somente um divulgador de cultura: és um criador de cultura. As tuas aulas não se destinam apenas aos alunos: é à sociedade inteira! Não lances as sementes sem conheceres bem a terra onde as vais lançar: uma boa semente pode produzir um mau fruto! A terra será tanto melhor quanto melhor a tratares. As terras do espírito têm muitos escolhos; só a perseverança os vencerá. No estatuto de professor não se prevê a desistência ou mesmo a desilusão. A escola não é uma ilha; o professor não é uma árvore exótica. A acessibilidade deverá ser uma constante. A assiduidade é uma virtude: pratica-a. A ausência sistemática é uma demonstração de desinteresse. O teu desinteresse é o desinteresse dos educandos. Não transportes para a escola os teus problemas individuais. Aprende a superar as crises íntimas; aprende a dominá-las.
Joaquim A. Rocha
CAMARADA PROFESSOR
Sobre as ruínas do velho castelo constrói a Casa do Futuro. Não esqueças, contudo, as lições dos ancestrais. Já não podes ensinar através das entrelinhas. Procura os horizontes rasgados e sem fim. Não busques nos recônditos do baú o saber acumulado: ele hoje habita as pradarias verdejantes. Abre a porta ao sonho enjaulado. Em cada lição dá de ti uma molécula. Ensinar, não é uma missão que te impuseram – é um projeto que te impuseste. Os átomos do conhecimento multiplicar-se-ão por ação do teu esforço. Não penetres jamais nos labirintos: o Minotauro é a tua consciência. Não cures que a fome se contenta com palavras. Nem toda a sede pode ser saciada. As opções têm de ser ponderadas. O sublime está sempre na simplicidade. A imaginação é a tua melhor ferramenta. Os teus maiores inimigos são a vaidade e a ignorância. Tem sempre em mente: o papel do professor transcende a sua própria pessoa; é necessário estar à altura dele. Tu não és somente um divulgador de cultura: és um criador de cultura. As tuas aulas não se destinam apenas aos alunos: é à sociedade inteira! Não lances as sementes sem conheceres bem a terra onde as vais lançar: uma boa semente pode produzir um mau fruto! A terra será tanto melhor quanto melhor a tratares. As terras do espírito têm muitos escolhos; só a perseverança os vencerá. No estatuto de professor não se prevê a desistência ou mesmo a desilusão. A escola não é uma ilha; o professor não é uma árvore exótica. A acessibilidade deverá ser uma constante. A assiduidade é uma virtude: pratica-a. A ausência sistemática é uma demonstração de desinteresse. O teu desinteresse é o desinteresse dos educandos. Não transportes para a escola os teus problemas individuais. Aprende a superar as crises íntimas; aprende a dominá-las.
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