quinta-feira, 21 de abril de 2016

GENTES DE MELGAÇO
(micro) biografias

Por Joaquim A. Rocha

melgacenses do princípio do século XX

LOURENÇO, Armindo de Lourdes. Filho de João Evangelista Lourenço e de Laureana Rosa de Sousa, padeiros, moradores na Rua da Misericórdia, Vila. Neto paterno de José Maria Lourenço e de Josefa Antónia Gonçalves; neto materno de Caetano Celestino de Sousa e de Francisca Teresa Gonçalves. Nasceu às 6 horas da manhã de 24/2/1879, na Rua da Misericórdia, e foi batizado a 4 de Março do mesmo ano. Padrinhos: Augusto César Ribeiro Lima e sua irmã, Beatriz Augusta Ribeiro Lima, solteiros, moradores no Campo da Feira, SMP. // Casou antes de 1915, em primeiras núpcias, com Florinda da Trindade, filha de Caetano José Barbeitos e de Rosa Clementina Fernandes Loureiro, de Barbeita. // A 17/12/1905, na Praça do Comércio, canto da Rua do Rio do Porto, onde depois esteve o Café “Chave d’Oiro”, e aonde antes estivera a “Loja do Rainha”, abriu o estabelecimento “A Pérola do Minho”, cujo crisma, em 1910, alterou para “Casa do Povo” «na qual, além do serviço diário, fornecerá, por preços convidativos, jantares, merendas, lunches, etc., para os quais tem empregados competentes.» Aceitava comensais por preços razoáveis, assim como hóspedes internos (ver Correio de Melgaço n.º 222, de 29/10/1916). // Ali se manteve até 1926, mudando para a Rua da Calçada, para o prédio que mais tarde seria de António Pedroso Lima (Lima Azeiteiro), acabando envolto em mil dificuldades financeiras. // Concorreu às eleições camarárias de 4/11/1917, como vereador suplente, na lista do partido Republicano (ver Jornal de Melgaço n.º 1181, de 27/10/1917). // Em Junho de 1918 a Guarda-Fiscal procedeu a buscas em sua casa; procurava tabaco espanhol, mas pelos vistos nada encontrou (JM 1211, de 22/6/1918). // Em finais de 1918 arrematou à Câmara Municipal, por 3.901$00, os impostos indiretos a cobrar no ano de 1919 (JM 1229, de 6/12/1918). // Lê-se no Jornal de Melgaço n.º 1242, de 13/4/1919: «Com a nova remessa do “branquinho” deve chegar amanhã o pão-de-ló de Margaride, amêndoas e confeitos, vinhos finos e de Colares, que o proprietário desta casa venderá pelo preço de custo aos seus amigos e fregueses…» // Em Dezembro de 1919 arrematou à Câmara os ditos impostos indiretos por 3.170$00, a cobrar em 1920 (JM 1275, de 28/12/1919). // A sua esposa faleceu a 30/8/1927, com quarenta e oito anos de idade. // Casou de novo, a 9/1/1929, com Lucinda da Glória, natural de Ponte da Barca, viúva de José Augusto Pires, filha de José Maria de Ascensão e Sousa e de Inácia Beatriz Cerqueira. A boda realizou-se no Porto. A noiva tinha uma filha, chamada Orquídea. // No “Notícias de Melgaço” n.º 49, de 9/2/1930, vinha este anúncio: CASA e AUTOMÓVEIS – vende-se uma muito boa para lavrador, tem quintais com vinha, espigueiro, cortes e adega. Também se vendem, sem reserva de preço, dois automóveis, sendo um de carga (duzentos quilos) e outro de passageiros (sete lugares), em bom estado de funcionamento. Não se trata com intermediários. Dirigir-se a Armindo de Lourdes Lourenço. // «No juízo de Direito de Melgaço, pelo Cartório do segundo ofício, na execução hipotecária que José Augusto da Cunha, casado, comerciante em Lisboa, move a Armindo de Lourdes Lourenço, casado, e a outros, proceder-se-á, no dia 3/4/1932, pelas onze horas, à porta do Tribunal, à arrematação em hasta pública da casa de morada, com altos e baixos, e dois quintais, sita nesta Vila, a confrontar do nascente com herdeiros de Angelina Rosa Pires, do poente com Travessa da Misericórdia e Vitorino Manuel Esteves, do norte com António Maria das Valas e outros, e do sul com rua pública. Avaliada em 10.000$00. Pelo presente são citados quaisquer credores incertos para a arrematação. // O escrivão do 2.º ofício: Augusto César Esteves. // O Juiz de Direito: Faria Sampaio.» // Em 1933 residia com a esposa em Lisboa (Notícias de Melgaço de 19/11/1933). // Faleceu na freguesia de Arroios, Lisboa, a 29/5/1954. // Com geração.    

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