sábado, 23 de janeiro de 2016


ANEDOTAS

Por Joaquim A. Rocha



     Vitorino da Silva, mais conhecido por Tino de Rans, andava triste, pois as sondagens para a presidência da República não o favoreciam; entre os dez candidatos ele ficava nos últimos lugares, arruinando dessa maneira os seus sonhos. «Como Belém está tão longe», ruminava ele. Uns dias antes das eleições sentou-se na mesa de Café a fim de repensar a sua estratégia. Logo a seguir sentou-se um indivíduo a seu lado, comentando:

- As coisas não lhe estão a correr bem, senhor Tino. Deixe lá, outras oportunidades surgirão, o senhor ainda é muito novo.

- De facto, a minha mensagem não está a passar. Segundo as sondagens, terei dois por cento dos votos! É pouco, muito pouco, para quem deseja ser presidente.


- E se o senhor, logo a seguir às eleições, fundasse um partido?

- Não é má ideia, não senhor; mas já há tantos! Acha que teria alguma aceitação?

- Depende da dinâmica que lhe imprimir, das ideias, dos atos; o povo já está cansado dos velhos partidos – prometem muito, mas quando vão para o governo e para a assembleia não cumprem nenhuma das promessas; só sabem aumentar os impostos, tirar aos pobres para dar aos ricos. O seu partido seria do povo e para o povo, esse povo trabalhador, eternamente explorado, sugado até ao tutano.

- E que nome daria ao meu partido?

- Eu sugiro que se chame PPL.

- E isso o que quer dizer?

- Partido da Pedra Lascada.

- Assim se chamará; lascar pedra é a minha especialidade. 

- Prà frente! O país precisa de Tino.  

     Ambos saíram do estabelecimento, de braço dado, delineando o projeto, a maqueta do futuro partido, quiçá o vencedor das próximas eleições legislativas.   



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